domingo, 16 de outubro de 2011

Professor, com muito orgulho...

Ontem, comemoramos o Dia do Professor, data que foi instituída em 1947. Até aí, nada de mais. Temos muitas datas comemorativas, muitas delas para puro oportunismo comercial. Li e ouvi vários artigos sobre nós, professores, nos mais diversos meios de comunicação. Também ouvi algumas histórias. Cada um tem sua maneira de ver as coisas.

Dificilmente eu voltaria a atuar como professor. Mas não direi, jamais, que desta água não beberei. Porém,  gosto do contato com os alunos, com os professores.  Os alunos são alegria, como são as próprias crianças. Mesmo os mais crescidinhos, mesmo os que infernizam a vida dos professores. Lá na frente, fora da escola, anos depois, juntos, lembram do passado e tiram boas gargalhadas. A vida é assim mesmo. Lá na frente, ri-se do hoje, do ontem, do antigamente.

Dia desses,  ouvi um grupinho de minijovens (não gostam de ser chamados de adolescentes), quiçá na faixa dos 12 anos, reclamando: "As coisas não são mais como no meu tempo", dizia um. "É, as crianças de hoje não sabem nem brincar", dizia o outro. E um terceiro: "Têm de tudo e ainda reclamam. No meu tempo é que as coisaqs eram difíceis..." (Quase sem comentários, né?) Acho que esse  "né" corresponde ao "isn´t it?! Eu pergunto e espero sua "tag ending".

Mas, como dá para "tirar uma pranta (planta)", como diziam meus caros aluninhos do Sílvio Santos, ou seja, dá para imaginar, idealizar, a vida passa. E os pensamentos passam. E os pensamentos mudam. E o mundo está mais veloz, mais dinâmico. Dá de mil a zero em lebre. Uma vez dava de um a zero na tartaruga. Isso depois que inventara os bits, os bites, e a gente, em vez de mandar cartinhas, manda "mêies", faz posts. Como diz a pirigona,  falando ao celular,  na rua, para todos escutarem: "Mia fiia recebeu um mêie dum amigo que ficô cum ela. Ele tem até daqueles livro elétrico, o notebuque". Deve sê rico". E, depois: "Meu fiio dá um vareio naquela profe dele". Ah!, ah!, ah!... E fala como se as travessuras do seu protegido fossem boas para seu currículo.

É por isso mesmo que, após meus meneios e rodeios, quero parabenizar meus amigos e eternos colegas professores: aquelas que levavam caneladas de malandros e ainda diziam: "Querido, não faça assim com a profe... Querido, você não trouxe o caderno, por quê?" Aqueles que eram desafiados a "acertarem as contas nas ruas", aqueles e aquelas que chegavam à escola nervosos porque seu filho ficara em casa com febre, aquela que precisava pagar substituta porque faltara para levar a criança ao médico...

Meus caros professores: Obrigado por terem feito parte de minha vida e por terem-me permitido fazer parte da sua! Que todos os dias sejam Dia do Professor!

Euclides Riquetti!

Crônica do Antigamente

Sou antigo, muito antigo. Do tempo em que a Marjorie Estiano era feinha. Feinha, com cabelo horrível. Tinha uma Banda, era doublê de atriz e poprroqueira na Malhação. Eu assistia Malhação, a novelinha das 17,30. Agora, nem tanto.

Sempre fui noveleiro. Até fiz um post num site de noveleiros. Escrevi que a Paola Oliveira, a Marina,  era picolé de chuchu, que é uma "planta hortense de fruto comestível". Imagine, leitor, um picolé tão sem graça como o Geraldo Alckmin, (com o devido respeito à pessoa e à autoridade). Escrevi também que a Camila Pitanga, a Carol, era a dona do pedaço naquela novela que, graças a Deus, terminou. Era uma chatice, e mesmo assim, eu assistia.

Mas, como disse, sou antigo. Ainda do tempo que a Tupi passava "O Direito de Nascer". Claro que nós não tínhamos aparelho de TV, mas alguns vizinhos tinham. E a gente lia no "Correio do Povo", que chegava com dois dias de atraso, comentários elogiosos à Novela. Tinha também o "Antônio Maria", mas se você tem menos de 50,  provavelmente nunca ouviu falar nisso, a não ser que já pertencia a uma daquelas famílias minoritárias que conseguiam comprar um aparelho de TV.

Sou antigo mesmo. Do tempo em que a TV chuviscava, transmitia em preto e branco e só assistíamos a programas que nos chegavam através das emissoras do Rio Grande do Sul. E nem com um bombril em cada haste da anteninha de alumínio se conseguia eliminar os chuviscos ou os grilos que saltavam na tela.

Em 1972 veio a TV em cores. Então, os menos privilegiados, que não conseguiam um bom aparelho, uma sharp, adquiriam umas lâminas plásticas, parecendo um arco-íris, um degradê de verde, vermelho e azul, que simulava cores e postavam  na tela da preto e branco. Que pobreza!

Ainda assim,  não tínhamos TV. Só os primos, só os vizinhos, só quem podia...

Mas, voltando à Marjorie Estiano, depois de uns 2 CDs e uma boa participação numa novela do horário nobre, eis que ela ressurge na nova novela "das seis", no papel de Manuela, irmã da outra bonitinha, que joga tênis, e que ambas sofreram um acidente nos capítulos deste início de semana. Se falei em "outra bonitinha", é porque já estou admitindo que ela está bem "na figura". Simpática, tem carisma, muito mais talento como atriz do que como cantora. E não é que ela está ficando bonita, mesmo?! Não é mais bonitinha, é bonitona!

Sou antigo, sim, mas me permito ver, sentir, analisar e comentar, em meios virtuais, sobre a vida de algumas pessoas. Marjorie Estiano é atriz contratada pela Rede Globo de Televisão. E vai longe, pelo seu talento. Tem meu apoio, se é que isso tem alguma importância...

Euclides Riquetti
12/10/2011 - "Dia da Criança que há em cada um de nós!