segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Eu e meus pecados - o último poema

Aqui estou, meu Senhor
Eu e meus pecados
Não queremos muito, não
Apenas sermos perdoados.

Eu, por havê-los cometido
Por ter perdido,  às vezes,  a razão
Por não ter escutado meu coração.
Eles, por me terem seduzido.

Somos,  ambos,  duas almas descuidadas
Merecemos, assim, o incondicional  o perdão
Não somos da história o vilão
Queremos nossas culpas deletadas!

Preciso em minh' alma toda a alvura
Inicar 2013 novinho em folha
Então, peço perdão, não tenho escolha
Perdoa-me, Bom Senhor lá das Alturas!

Falo por mim e por meus pecados
E por isso mesmo já vou escrevendo
Não podemos terminar dezembro
Sem que sejamos perdoados
Eu... e meus pecados...

Perdão, Senhor, perdão!!!
Euclides Riquetti
31-12/2012



Parabéns, Aline! Paraatleta Medalha de Ouro na São Silvestre

          Uma das melhores notícias que eu poderia ter neste final de ano é,  sem dúvida nenhuma,  a da vitória de Aline dos Santos Rocha na prova para cadeirantes na Corrida de São Silvestre, neste 31 de dezembro de 2012, em São Paulo.

          Há dois  anos vejo a Aline treinando na pista do Clube Comercial, aqui em Joaçaba, junto com os seus colegas paraatletas. Seu treinador/namorado, Professor Fernando Orso, muito dedicado, cobra dela rendimento e ela busca, incansavelmente, a sua superação. A bela Aline, 21 anos, sofreu um acidente e tornou-se cadeirante aos 15 anos.Há dois, começou a treinar, incentivada pelo namorado.  Disse-me, dia desses, que seu sonho é participar, em condições de competir por medalhas, nas Paraolimpíadas de 2016. Humildade, dedicação,  determinação e simpatia são características sempre presentes em nossa atleta. Seu empenho nos treinos a  a leva ao sucesso. Seu companheirismo, estimulando ao Daluan e aos outros atletas, mostra que é uma grande pessoa.

          Em 22 de novembro postei no meu blog: "Parabéns, Aline!. Foi quando ela ganhou duas medalhas de ouro pela cidade de São Caetano-SP. Depois ela foi para os Parajasc, em Brusque, e repetiu o feito. Agora, nos enche de orgulho e emoção, conquistando sua medalha de ouro na São Silvestre.

          Tenho certeza de que os fogos saudando a chegada do Ano Novo aqui em Joaçaba estarão misturando-se ao dos amigos que comemorarão o grande feito da Aline.

Parabéns ao casal de namorados, Aline e Fernando, certamente os que mais têm a comemorar.  E, muitas outras vitórias estão por vir!

domingo, 30 de dezembro de 2012

Objetos em desuso - reflexão para final de ano

          Quando criança ainda, numa de minhas férias escolares, fui passar um mês com meus avôs em Linha Bonita. Os Baretta  eram comerciantes, tinham um casarão que mais atrás servira também de pousada. E, naqueles idos de 1961, eu era bastante observador, cuidava dos movimentos das pessoas e daquilo que faziam. Lembro que,  nos domingos à tardinha, após os jogos de futebol, vinham os jovens de toda a redondeza para jogar baralho. E tomar umas "birotas". Naquele tempo não tinham geladeira, pois não tinham energia elétrica suficiente, embora a maioria das casas tivessem  um rodão d´água, que acionava um dínamo, que permitia clarear os ambientes apenas para umas duas, no máximo três lâmpadas. Então, a cerveja era resfriada num tanque de alvenaria, construído sob o assoalho de madeira, com água do poço, retirada com baldes de madeira também. E pediam para minha nona, Severina, cozinhar ovos na água, em dúzias, para matarem a fome no final de tarde.

          Lembro que um dos jovens senhores que vinham até lá era o Vitalino Bazzo, com chapéu de feltro cinza, terno da mesma cor, de um xadrez discreto. (Foi na década de 1970 que os paletós "xadrezão" entraram na moda. Combinavam com aquelas calças boca-de-sino e os cabelos longos das pessoas).  baldes do poço. E havia o Américo Módena, o Fernande Maziero, o Dirceu Viganó, o Nézio e o Vilson Rech, o Alcides Antonietto, o Nelson Falk, o Itacir Dambrós, o Valdir Baretta, que se misturavam com outros mais jovens e com meus tios. Tinham chapéu de feltro, que eram os chiques. Alguns, de palha. Comprei um aos 9 anos, quando já estava moranda na cidade e trabalhava. Lavava louça e lustrava a casa para uma prima. Com meu primeiro salário, comprei um belo chapéu.... Ah, e trabalhar não tirou nenhum pedaço de mim, não me queixo disso, mas me orgulho, pois aprendi a valorizar todas as minhas coisas.

          Na época, havia um cidadão que vinha da Estação Avaí, que ficava do outro lado do Rio do Peixe, e ia ver a namorada, filha de um dos muitos Barettas que ali moravam, do Serafim. E tinha algo que dava inveja a todos os outros: um par de galochas de borracha, pretas. Era um material bem elástico e flexível, um "sapato maior que envolvia um sapato menor", que não deixava que o de couro embarrasse, nem que nele entrasse umidade. E ainda tinha um guarda-chuva com as varetas de madeira, bem grande. Vinha a pé, passava pela balsa ou bote, vinha de uma distância de dois quilômetros e meio para ver a namorada. Quando passava defronte à bodega, todos o invejavam. Naquele tempo não conhecíamos ainda as capas  chuva, de nylon, que apareceram por lá apenas uns cinco anos depois. Imagine o sucesso dele se tivesse também uma capa de chuva. Ter uma, foi um de meus sonhos de adolescência, que não pude realizar, pois só "quem podia" conseguia ter uma. (Só consegui comprar um chapéu...)

          Era o tempo em que não havia tratores para trabalhar. Colhíamos trigo com foicinhas, usávamos as enxadas para carpir, as máquinas pica-paus para plantar milho. E trilhadeira alugada para colher o trigo. Havia máquinas acionadas a mão para debulhar ou moer milho. Depois vieram equipamentos a gasolina e os elétricos. Foi uma "reevolução na roça".

          E, relembrando dessas coisas, das galhochas que caíram em desuso, lembrei-me do cinzeiro que meu pai ganhou de uma aluna, lá do Belisário Pena, do 4º ano, a Cássia.  Isqueiro  era um presente bonito para um aniversário, dias dos pais, formaturas. (Agora, eu não daria cinzeiros ou isqueiros para ninguém).  E davam também abotoaduras, algumas combinadas com um filete metálico que prendia a gravata, tudo ornando e combinando. E, antes ainda, as mulheres usavam luvas e  chapéus, que as tornavam mais elegantes. Bonitas não, pois bonitas elas já eram, apenas que os ornamentos as deixavam mais atraentes, chamativas, engraçadas.

         Hoje os sonhos de consumo são outros, criaram outrs necessidades para nós, encontraram outras formas de nos atrair, contagiar. As máquinas de escrever foram substituídas por computadores com impressoras. Muitos deixaram de fumar e dar um isqueiro ou um cinzeiro de presente é coisa muito brega e deselegante. Luvas, agora, para o trabalho,  para pilotar motos, ou proteger contra o frio. As máquinas fotográficas convencionais foram substituídas por digitais. Os filmes de pelícola 35 mm estão dando lugar a sistemas digitalizados. As vitrolas , os gravadores de rolo ou fita, os toca-discos, deram lugar a mídias moderníssimas, chegando-se aos bluerays.

          Muitos  acessórios clássicos, tão presentes nas novelas e filmes de época e revistas  podem voltar à nossa mente nesses dias em que paramos para refletir a chegada de mais um final de ano. Pensar nos chapéus de feltro, nas abotoaduras, nas luvas das senhoras, nos isqueiros, nos cinzeiros, nas galochas, nas agulhas dos toca-discos e nos discos de vinil. Quanta coisa mudou e quanto ainda tudo vai mudar. Até as bodegas das colônias dapareceram, junto com a energia da juventude de muitos amigos que se foram ou que estão aí, resistindo ao tempo. Olhamos para trás e vemos um filme que nos traz simples, mas saudosas lembranças.  E nos resta pedir saúde a Deus, e que nossas ideias não caiam de uso, não se tornem obsoletas também!

Euclides Riquetti

sábado, 29 de dezembro de 2012

O retardo da maturidade

          Ter vivido mais anos do que a maioria dos demais viventes, permite-nos ter uma visão maior e mais lúcida de algumas coisas. A mais longa obervação de fatos e comportamentos foi-nos dando base para compreender melhor as situações do dia-a-dia. Vemos muitas coisas acontecendo, considero que o coração do jovem está melhor, que tem mais facilidades do que tinhamos em nossa época "teen".

          Embora o coração das pessoas, ao meu ver, esteja melhor, menos rancorizado, o nível de tolerância delas chega ao limite com mais frequência. Dizia-me uma pessoa que muito prezo, madura, lúcida, que as pessoas da pré meia-idade ( esta é uma faixa que criei para designar os que estão entre os 30 e 45 anos), estão-se portando como se estivessem na adolescência. E os adolescentes como se fossem crianças. E, também, muito madurão querendo dar uma de "bem jovem". Acho que na história do mundo isso já aconteceu, mesmo nas gerações próximas de nós, as que conhecemos, mas que nós ainda não tínhamos compreensão e discernimento para ver e sentir isso.

          Alguns fatos que presenciei neste mês,  e que não vou ser deselegante ao ponto de reportar aqui,  me mostram o quanto o grau de intolerância se faz presente. E os pais estão com dificuldades para lidar com a situação, não porque lhes falte vontade, mas porque se sentem impotentes. Filhos contrariados chegam a atitudes extremas. Se os pais abrem guarda, dão liberdade demais, perdem os filhos por causa das "tentações" a que estão expostos. Se exercem a autoridade necessária, os filhos acham que eles não querem o seu bem, que não lhes dão liberdade, isso e aquilo, têm reações radicais imediatas,  vão por caminhos de volta difícil.

          É inegável que o diálogo, o amor, a tolerância, ajudam a reduzir as "possibilidades de risco", quase as eliminam. Mas não é uma regra absoluta.

          Além disso, a informação (a que todos temos direito, para por luz na nossa ignorância), induz à tomada das  atitudes extremas a que me referi, ou seja, os exemplos disponíveis a todo o momento  fazem a cabeça das pessoas e coisas inaceitáveis passam a ser consideradas normais, parte do jogo.

          Sei que não fui claro o bastante para chegar ao que pretendo, e nem posso sê-lo, mas deixo muitas possibilidades para que você, leitor(a),  possa compreender-me.

          Vivemos mais anos, aprendemos mais coisas, passamos por maior número de situações, favoráveis ou adversas. Mas, que a maturidade está-se retardando, está, para a maioria das pessoas.


Euclides Riquetti
29-12-2012 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Novelas de Época - Estúpido Cupido

          Acompanho novelas desde o final do ano de 1975. Foi quando terminei a Faculdade e casei-me. Antes, morei na República Esuadrão da Vida, em União da Vitória, onde não tínhamos TV. Só víamos, pela janela, a TV da casa vizinha, nas manhãs de domingo, quando o Fittilpi pilotava sua Lótus "John Player Special", preta, bonita como o luxuoso helicóptero de meu vizinho rico, nos circuitos de ´Fórmula 1. Nos outros dias era estudar e trabalhar,  apenas.

          Na época, a novela das seis da Rede Globo era "O Feijão e o Sonho", baseada no romance de Orígenes Lessa, de 1938, ano que amibientava a novela.  Lembro que o Cláudio Cavalcanti representava  um escritor sonhador, marido de uma dona de casa vivida pela Nívea Maria. Eram um casal de meia idade para aquele tempo, jovem para os dias de hoje. Tinham duas filhas, uma interpretada pela Lídia Brondi e a outra por Myriam Rios, hoje Deputada no Rio de Janeiro. A Myriam foi convidada pelo Ator/Diretor Herval Rossano. Ela participava de uma seleção num programa de domingo na Globo. Ele viu de casa, telefonou para contratá-la na mesma hora, independente dos testes. Foi seu primeiro trabalho na tela. Mergulhei naquela novela das 18 horas, ficava com muita pena da personagem da Nívea Maria, porque o marido vivia só o sonho e não trazia o feijão para casa...  Aliás, há muitos poetas e romancistas que se esqueceram de levar comida para casa. Apenas levaram seus escritos para embalar os sonhos dos leitores. Ajudaram o mundo das pessoas a ser melhor! Conheço muitas pessoas assim.

          Depois, outra novela que muito me marcou, foi a "Estúpido Cupido", que passou em 1976 e 1977 e era ambientada na fictícia cidade de Albuquerque. Era muito divertida. A música de abertura era "Estúpido Cúpido", a versão nacional de "Stup Cupid", interpretada pela bela Celly Campello. E entre os atores Mauro Mendonça e Maria Della Costa, um timaço de jovens que fizeram muito sucesso nos anos seguintes: Françoise Forton, Rocardo Blat, Ney Latorraca, Luiz Armando Queiroz, (que interpretava um adoidado mas inteligente Belchior), Nuno Leal Maia (o Acioli),   Tião Ávila, (o simpático Carneirinho)  e Djane Machado, (a Glorinha). Mas, quem  dava banhos de beleza e interpretação era a freirinha Irmã Angélica, papel da divina Elizabeth Savalla, que partia o coração dos rapazes, arrancava suspiros dos telespectadores. Bem que podiam reprisar essa novela, nem que fosse na TV a cabo.

         E a trilha sonora, então, era de arrebentar: Celi Campello com "Estúpido Cupido" e "Banho de Lua" , Osmar Navarro com "Quem é?", Carlos Gonzaga com "Diana", Sérgio Murilo com "Broto legal", Demétrius com "Ritmo da Chuva", e Ronie Cord com "Biquini Amarelo". Até hoje essas músicas fazem sucessos nos bailes da região, quando, ali pelas 2 da mnhã, os conjuntos abrem espaço para nós dançarmos os ieieiês de nossa juventude. E ainda havia o "Al Di Lá", com o Emílio Pericoli e "América", com Trini Lopez, Elvis Presley com "Don´t be cruel", e Johnny Mathis, interprtetando "Misty", na  trilha internacional.

          Gosto muito das novelas de época,d as 18 horas, e das divertidas, das 19,30. Mas observo algumas incoerências da atualidade, pois usam expressões como por exemplo "não está mais aqui quem falou", que é recente e nunca vi na literatura. Difícil acreditar que na amientação de Lado a Lado, 1905, se utilizasse essa expressão. Também falam em "professora divorciada", para a personagem de minha musa de crônicas Marjorie Estiano. Sabe-se que o divórcio, no Brasil, só vigorou a partir de 1977, daí gerar uma incoerência. Aliás, noto que cuidam excelentemente do figurino, da linguagem corporal, mas não se preocupam com a linguagem falada. Deviam cuidar disso também, embora haja quem diga que a TV deve por a linguagem mais atual, para maior interação do público.  Não concordo!

Euclides Riquetti
27-12-2012

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Papai Noel esteve aqui!

É Natal outra vez
Veio e foi-se o Papai Noel
Sobrou presentes e papel
Tudo de bom ele fez.

Veio chegando em seu burrinho
Foi entrando pela janela
E da maneira mais singela
Deixou-nos os presentinhos.

Só ele entende de  sonhos
Sabe o que queremos ganhar
Na hora de presentear
Conhece os bons e os medonhos.

No Dia do Menino Jesus
Por Deus e Maria abençoado
Nossos sonhos são realizados
Graças ao Menino de Luz.

Tenhamos muita sabedoria
Pra entender todo esse mundo
E que o amor mais profundo
Traga-nos paz e harmonia.

Vale pra mim e pra ti
Que acreditamos no Bom Velhinho
Foi agora, há um pouquinho:
Papai Noel esteve aqui!

Euclides Riquetti
25-12-2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Papai Noel Existe

         Saí de casa com apenas 1 ano e 47 dias. Não fui doado, fui carinhosamente levado pela minha madrinha, Raquel Vitorazzi Frank,  para morar com a família dela, em Leãozinho. Nascera minha irmã, Iradi, que teve por segundo nome Lourdes, pois morávamos a 100 metros de uma gruta dessa Santa, no Disrito de Ouro, então município de Capinzal. Naquele dia 09 de janeiro de 1954,  meu destino começou a se moldar. E moldou-se da forma que uma criança não quer, porque embora muito amado na casa onde vivi minha infância, eu tinha muitas saudades de meus pais.  E de meu irmão, Ironi, 5 anos mais velho que do que eu.  Acho que é por isso que sempre quis ter meus filhos perto de mim. (Agora  já mudei minha opinião sobre isso, acho que não importa onde eles estejam, mesmo longe, o importante é que estejam bem, tenham saúde, vivam bem). Senti muitíssimo quando eles foram tomando rumo próprio na vida. Agora estou feliz com isso, porque não foi uma ruptura, foi um ausentar-se "soft", eles sempre estão por perto...

          Minha ligação era  forte com a família, mesmo  morando fora. E, agora, nesses dias em que a sensibilidade se aguça, lembramos... Quem de nós, leitor (a), não lembra dos natais da infância, das expectativas sobre os presentes, as comemorações em família, muita comida boa, comer chocolate sem culpa, vestir-se com roupa nova, dos tempos em que o Papai Noel existia?

          Bem pequeno, me contavam aquelas histórias bonitas sobre o Bom Velhinho. E lá, na colônia, num método pedagocicamente involuntário, me educavam para acreditar, adaptavam a história aos seus costumes. O Bondoso não vinha em trenó com renas. Vinha montado a um burrinho, entrava pela janela à meia-noite, por isso tínhamos que ir dormir cedo e deixar as janelas abertas. Ele tinha um saco com presentes e deixava um para cada criança, tornava-mos muito felizes. E minha função, na véspera, era colher uns pastos e deixar num cochinho de madeira, um daqueles que eram usados para dar comida aos terneiros, para que o cansado burrinho, que viera do céu, pudesse reabastecer-se de energias e ir levar os presentes para as crianças da vizinhança.

          Para mim, essa figura lendária, adorável, bondosa, povoou minha mente fantasiosa até o Natal em que eu já tinha  três anos.   Eu estava na expectativa de ir buscar o pasto, arrumar direitinho no cochinho, (e também uma tigela de madeira com água, não esquecer de   deixar a janela aberta. Eu dormia no quarto de meus padrinhos, tinham uma "cuna" para mim, eu deitava e eles contavam-me histórias para que eu dormisse. E, naquela noite, 24 de dezembro de 1955, eu estava a fim de ver a chegada do velhinho, ver como ele era, como se vestia. Sabia que tinha barba branca, roupa vermelha, botas pretas. Mas não havia as imagens que hoje temos abundantemente nas mídias, nas vitrines das lojas, nos cartões, e até mesmo o Papai Noel que está na loja ou no shopping, pra que todo mundo veja.

          Minha ansiedade era muita, meu padrinho percebeu isso, e lascou: "Papai Noel não existe, vou te mostrar"! E pegou um pacote de cima do guarda-roupa, que meus pais haviam mandado,  em que estavam  meus presentes: um papai noel de chocolate, um reloginho de chocolate, balas, e uma blusinha  verde com listas horizontais brancas. Minha madrinha foi à loucura, brigou com ele, não deveria ter feito isso! Vieram a Alaídes, a  Catarina e a Delcia e diziam-me que o Padrinho estava mentindo, que o Papai Noel havia mandado os presentes, que ele viria depois para me entregar...  E foi muita confusão na minha cabeça. Na verdade, eu queria que Papai Noel existisse. Aquele velhinho,  produto da tradição, tinha que ser real! Não poderiam todas as historinhas que ouvi sobre ele serem mentira...

          Nos natais seguintes continuei a ganhar presentes. E continuei  a deixar um prato sobre a mesa da sala, um papelzinho com o nome, para que os presentes fossem colocados dentro. Aos oito anos, quando fui morar com meus pais na cidade, e conhecer as figuras de Noel nas revistas, comecei a me perguntar e estabelecer algumas verdades sobre as coisas: "Por que ele usa aquelas roupas de frio se é sempre muito calor no Natal? Se ele vem pela chaminé da lareira, então vai só nas casas onde tem lareira. Não tem como ele descer pelo cano de zinco do fogão. Aquela barba é de verdade ou é barba de árvore? E aquele Papai Noel das Casas Pernambucanas, que o Donato Pacheco leva nas casas para entregar presentes, é de verdade? E por que muitos amigos ganham bicicletas, revólveres de espoletas com rolo, bolas, até chuteiras, e nós só ganhamos roupinhas"? Mesmo assim, fiquei esperando pelos presentes do Bom Velhinho até 11, 12 anos. E propagando a fantasia para meus irmãos pequenos.

          Ah, como é bom o mundo da fantasia!!! Como é bom esquecer tudo e viver apenas para o que nos deixa feliz, sonhar...

          Aprendi a sonhar. E dividir meus sonhos com os outros. Amarrar um Papai Noel no telhadinho defronte à  janela de meu quarto, outro na da sala, colocar luzes coloridas na varanda, na cerca, nas árvores. deixar-me levar pelos sonhos. O sonho é real, enseja possibilidades que a vida muitas vezes não oferece. Sonhar me deixa feliz. Sunhar e poder dizer pata todos os amigos: FELIZ NATAL!

Euclides Riquetti
24-12-2012

         

      

sábado, 22 de dezembro de 2012

O Dia Seguinte (ao do fim do mundo...)

          Os japoneses, bem antes do que nós, comemoraram o triunfo da normalidade sobre a tragédia: Meio dia antes do que aqui, terminava o 21 e o mundo não tinha acabado. Soltaram alguns fogos até.

           Escrevi  no facebook para o Steferson Stares, e ele respopndeu, lá da Alemanha, que não havia acontecido nada, graças a Deus. A maioria de meus amigos virtuais estavam certíssimos de que o mundo não acabaria. Nenhum de meus amigos norteamericanos, até a madrugada, manifestou-se com a possibilidade de o mundo acabar lá, considerado o fuso horário. O Vladimir Putin, Presidente da Rússia, um dia antes,  garantiu que o mundo só vai acabar daqui a 4,5 bilhões de anos. Em São Thomé das Letras, Minas Gerais, onde há um pico de 1.440 metros de altura, os terrenos entraram numa especulação imobiliária por conta do fim do mundo e foram valorizados em 50%. Dizem os corretores que é porque lá é um lugar ideal para buscar e renovar energias espirituais e então, já há alguns meses, as pessoas começaram a comprar propriedades. Antes eram vendidas a preço de banana e depois passaram a pagar preço de morango, ou de tomate, que pela instabilidade climática, nos últimos meses, tem ficado mais caro. Até o "de promoção" está com o preço inflacionado.

          Quando fui dormir, ontem, o dia não tinha acabado ainda nos Estados Unidos, mas pelos acessos que meu blog teve de lá, hoje, tenho certeza de que não acabou. E, todos aqueles profetas do apocalipse e os pregadores do catastrofismo ficaram desacreditados. Até  eu fiquei preocupado com minha imagem pública porque ontem falei para uns trabalhadores de que não adiantava ficarem se matando de trabalhar sob o sol quente se hoje, sábado, poderiam ficar sujeitos a não receber nada  caso  o mundo acabasse. Mas acho que eles fizeram uma reunião, deram umas risadinhas e não acreditaram em mim, porque continuaram a dobrar  ferros, tirar terra da valeta e colocar pedras para fazer drenagem. Acho que pensavam que se houvesse um dilúvio eles teriam feito a parte deles e não seriam eles os culpados pela inundação do mundo.

          De manhã saí cedo para fazer o cerimonial de assinatura da Ordem de Serviço para o asfaltamento da Rodovia Ouro/Jaborá, um sonho de 32 anos. A MonteAdriano, de Portugal, vai executar a obra de 33,6 Km. Uma época as empresas brasileiras iam fazer estradas na Europa, na Ásia e na África. Agora vêm daqueles lados para fazer estradas aqui. É o fim do mundo!!! (Mas é só uma expressão altamente exclamativa, não se assuste).

           Na estrada havia apenas uma árvore caída, no acostamento. Deve ter sido um pequeno ventinho, insignificante, e ela deve ter caído de madura.  Então,  não houve qualquer grande evento adverso que me desse pelo menos un indício, um tiquinho sequer de pista,  de que houvesse acontecido algo que ensejasse um fim de mundo.

       Fiquei muito contente com tudo. Nada de mal aconteceu com  ninguém. Apenas que alguns bebuns, por aí, bateram carros em postes e não quiseram fazer o teste de bafômetro. Isso acontece muito às sextas-firas. Mas já vi que Dina Dilma vai assinar a severidade da Lei Seca sem vetos. Estava no site da Globo, com destaque.   

       Agora, nuvens escuras estão enegrecendo o céu. Mas estou com coragem, sem nehum receio: Não será isso que vai fazer com que o mundo acabe. Agora, só daqui a 4,5 bilhões de anos. Acho que eu, você e o Putin não estaremos mais aqui para saber se ele está  falando a verdade.

Euclides Riquetti
22-12-2012

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Caio Zortea - 18 anos depois...

          Todos os anos, no dia 21 de dezembro, lembro-me do amigo Antônio Carlos Zortea Neto - o Caio. Conhecia-o da adolescência, quando perambulava pelas pacatas ruas de Capinzal, com os amigos de sua idade. Gostava de futsal nas quadras do Mater Dolorum e do Padre Anchieta, de teatrinhos, de brincadeiras ingênuas.  Dizem que, em casa, ajudava a cuidar dos irmãos pequenos, sabia até dar-lhes banho e trocá-los. Tinha sempre um sorrisinho discreto, de "bom menino". Esse sorriso se conservou por toda a sua vida, abreviada num acidente ocorrido na SC 303, ali onde passo todos os dias. E, em todas as vezes, lembro-me dele. A cada ano, nessa época, a paisagem de fundo se constitui pelo mesmo paredão de rochas e, acima, um milharal verdejante. Agora, muito mais verde após dias com chuvas...

           Quando voltei de União da Vitória para minha região e fui lecionar  em Duas Pontes como professor, fui convidado a trabalhar também na Zortéa Brancher, fábrica de compensados e esquadrias para os mercados nacional e internacional. O Caio era o Diretor Industrial, seu irmão Hilarinho Diretor Financeiro, o Pai Hilário Diretor Presidente, o tio Guilherme Brancher  Diretor Florestal, o primo Lourenço Diretor Comercial, o primo Aníbal Diretor Administrativo.

          Era muito fácil lidar com o Caio, uma figura humana extraordinária. Sempre fora  assim,  perdera a mãe ainda criança,  buscava nas pessoas a compreensão e o carinho. Tinha um Zoológico particular, com muito animais. Não era de ostentações, tinha uma bela e elegante namorada, a Vera, que costumo chamar de "Moça Bradesco". Costumava contar algumas histórias como aquela do passarinho entre as mãos de um homem, uma metáfora possivelmente, para exemplificar e elucidar uma mensagem que quisesse passar para a gente.

          Mais adiante, trabalhou em minha campanha, foi meu colaborador, quando me elegi para um cargo público em Ouro, tínhamos até umas combinações em código para lidar com algumas situações, nos entendíamos muito bem.  Liderava, com a Vera, o Antônio Maria Hermes e outros, o Grupo Escoteiro Trem do Vale, do qual minhas filhas e os filhos deles e de muitos amigos faziam parte. Participava de gincanas, emprenhando-se como se fosse a última batalha de sua vida. Dava o melhor possível para sua família, adorava suas belas crianças. Dócil, afetuoso, excelente pai e esposo. Cidadão honrado, honesto e exemplar. Tenho as melhores lembranças do amigo Caio. Guardo comigo, até hoje, o texto que, com emoção e dificuldade em controlar-me,  li na Missa de sua despedida, na Igreja Matriz.

          Na Primavera de 1994, Caio coloca uma placa num terreno dos Miqueloto, bem defronte a minha casa, com a seguinte frase: "Vera, Tibi, Deka, Manu e Greta - amo vocês mais do que ontem e menos do que amanhã!.  E, no primeiro dia do Verão, o acidente.

          Lembro-me que eu estava na regional de Educação, em Joaçaba, conversando com o Professor Sérgio Durigon, quando entrou um telefonema, do Valcir Moretto, dizendo-me que o Caio estava no Hospital São Miguel, ali pertinho, mas nada mais havia a fazer, tinha se acidentado e perdido a vida. Foi de cortar o coração. Ficamos muito chocados, abalados. E, em seguida, toda aquela sequência triste, com o corpo levado para sua casa e depois para o Ginásio Municipal de Esportes André Colombo, e para a definitiva morada ao lado da bela mãe, em Capinzal...

          Hoje passei pelo local da tragédia às 13 horas, mais ou menos o horário em que tudo aconteceu. São dezoito anos passados. Revivi tudo, como se fosse aquele dia. E senti saudades. Saudades que só sentimos por quem muito prezamos...

Euclides Riquetti
21-12-2012



         

         

         

O mundo ainda não acabou... nem o dia!

          Os japoneses estão comemorando! Faltam menos de  três horas para o dia acabar e o mundo não acabou. Errou a NASA. Erraram os Maias. Erraram alguns pastores oportunistas. Errei eu, que achei e já escrevi bobagens sobre isso (e continuo escrevendo)!

          Mas, a  a partir deste instante, o foco passa a ser os Estados Unidos da América. É que lá o dia termina um pouco depois que aqui. E lá tem muito Poder. Há muitos poderosos na maior economia do mundo. Alías, não adianta ter economia maior, ter moeda forte, se o mundo for fraco e acabar de uma hora para outra. Bem, para eles até haverá o que comemorar: Acabará o déficit público, não terão mais riscos de crashes na Bolsa, nem no bolso, nem nas bolsas de griffe. E lá não tem bolsa família!

          Alguns conhecidos já combinaram para esperar o fim do dia e comemorar o fim do mundo  em Joaçaba. Outros já compraram muitas latinhas de cerveja 350 ml em promoção: R$ 14,99 para casa fardinho com 12 latinhas, Subzero. Outros encontraram Bavária latão po R$ 1,75 cada, já gelada. E por R$ 1,55 sem gelo! Mas você pode comprar um pacote de gelo por R$ 5,00 e gelar muitas latinhas. (Se a turminha for grande vocês até vão economizar...). Há aqueles que querem comemorar com espumantes. Temos bons espumantes em Tangará,  os Panceri sabem fazer espumanetes  muito bem. E o Grando, da Villággio Grando, em Água Doce, também! Há alguns que já compraram garrafões de vinho colonial a R$ 7,99 e querem beber com os amigos para comemorar.  E tem Cidra por R$ 3,99, da branca e da rosada, então dinheiro não é problema apara comemoração.

          Mas, espera aí. O mundo não é so de bebuns e de obsecados por "produtos em promoção". Tem quem vai comemorar rezando, outros, orando. E os que vão meditar. E os que vão refletir. (E danem-se os sinônimos). E os que vão  fazer muitas compras no shopping. Eu gostaria de estar no Punta Shopping, em Punta Del Este. Ou no Shopping Curitiba, ou no Floripa Shopping.

          Porém, (não posso começar de novo com "mas", porque essa conjunção jaá usei no parágrafo anterior)  essa história de o mundo acabar é muito boa e necessária. Veja que o Fluminense, o  São Paulo e o Conrínthias já ganharam seus títulos no futebol e isso não é mais assuinto que dê Ibope. O massacre na escola dos USA também já é assunto esgotado. Sobre a Fórmula 1 ninguém fala mais nada. O mensalão já teve o fim de seu julgamento. Então, é necessária a história do fim do mundo,  porque a imprensa precisa de notícias que movimente o mercado midiático.

          De minha parte, preciso que o mundo não acabe. Mas, por via das dúvidas, paguei diversas contas. Renovei o seguro do carro, paguei luz, água, telefone, mastercard, carteirinha da piscina. Ainda tem dois protetores solares pendurados na faramácia e uma palheta do limpador de parabrisa do carro de meu filho que encomendei e não fui buscar. E umas picanhas,  fraldinhas e costelas penduradas no mercado. Acho que é só isso. Engraçado, quando não existia essa possibilidade de o mundo acabar, eu devia em muitos mais lugares.

          Bem,  vamos aguardar mais algumas horas e ver o que acontece. Tomara  que o mundo não acabe. E que surjam notícias interessantes para a mídia televisiva. Que não sejam as recorrentes notícias de desgraças. Ao contrário, você vai ter que se contentar em ficar lendo no meu blog. Pelo amor de Deus!


Euclides Riquetti
21-12-2012 
         

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A Onda Guarani

         Na década de 1960,  acompanhei pelo menos duas perfurações de poços artesianos em Capinzal, uma próxima ao Cine Glória e outra aos fundos do Banco do Brasil, a primeira das agências instaladas no Baixo Vale do Rio do Peixe, ali na Rua XV de Novembro. Os operadores das perfuratrizes, as pica-paus, como eram chamadas, viraram amigos meus e moravam numa pensão ali no Ouro. Curioso, acompanhei os demorados trabalhos para atingirem o "lençol d´água", de onde retirariam o precioso líquido.

          Em termos de abastecimento de água, era uma revolução para a época, uma vez que nossas cidades não tinham sistema de abastecimento de água tratado, o que só viria a acontecer na década seguinte, quando eram Prefeitos Apolônio Spadini e Adauto Colombo, respectivamente, de Capinzal e Ouro e, através da Fundação SESP,  implantaram o SIMAE Capinzal/Ouro. Hoje, a coordenação dos SAMAEs em Santa Catarina é efetuada pela Funasa.

          Foi, talvez, a maior conquista da história das duas cidades. Joaçaba, Herval D ´Oeste e Luzerna também têm as autarquias intermunicipais SIMAE.

         Os primeiros poços tubulares abertos nas duas cidades anteriormente mencionadas, buscavam captar água do Aquífero Fraturtado da Serra Geral, que no Vale do Rio do Peixe pode estar  até a 150 metros de profundidade. É  possível obter-se água facilmente entre 80 e 100 metros, os poços rasos. O primeiro geólogo com quem passei a conviver a partir de 1988 foi o Custódio Crippa, que me passou muitas valiosas informações a partir de 1989, quando fomos, juntos, localizar ponto ideal para implantar um poço no Distrito de Santa Lúcia. Ele me deu as descrições de características de lugares onde se poderia encontrar fendas subterrâneas, em convergênciuas de vales, e o levei para a Cascata de São Cristóvão. Achou que o lugar era o ideal e contratamos a abertura do poço, que deu água o suficiente para abastecer uma comunidade de mais de 100 famílias e está correspondendo positivamente há 23 anos.

          Na época, dizia-me o geólogo que já existiam máquinas no Brasil, as rotopneumáticas, que em apenas dois dias poderiam perfurar poços com 800 metros de profundidade, captando água do Aquífero Guarani, mas que custariam uma valor correspondfente a um ano de arrecadação do Município de Ouro.  E que poderia ser encontrada água igual à do Thermas de Piratuba, quentes e sulfurosas. E que até seria possível constuir-se um balneário em nossa cidade. Eu imaginava isso impossível, mas passei a ligar-me em assuntos relacionados ao Aquífero Guarani. Hoje, a situação mostra-se bem diferente.Obtém-se água com investimentos de menos de R$ 80.000,00.

          Posso asseverar que, nos últimos 20 anos, ouvi todas as barbaridades possíveis a respeito de poços artesianos tubulares, rasos ou profundos. Os rasos, do Fraturado da Serra Geral, e os profundos, do Guarani.  Mas também ouvi muitas preocupações verdadeiras e com lógica. Formei meu próprio senso e meu censo sobre isso. Em Ouro, onde mais acompanho, há quase que uma centena de poços razos já perfurados, muitos deles desativados. O perigo não é a abertura de um novo poço, que precisa estar licenciado junto à FATMA, ter ART assinada por Geólogo como responsável Técnico,  e outras convenções necessárias. O perigo reside nos chamados "poços secos", que foram abertos e não lacrados devidamente. Os outros, como receberam o encamisamento à altura do subsolo e do  solo, estão protegidos da invasão de águas contaminadas, dejetos de animais, ou venenos. Mas também há a preocupação com a contaminação das áreas de recarga, que é onde a água da chuva  penetra na terra e desce até os lençóis.  Os abertos nos últimos 10 ou 15 anos, foram bem monitorados, os secos lacrados.   A preocupação deve recair sobre os anteriores, quando não havia licenciamento e acompanhamento. E o cuidado em não poluir as águas superficiais deve persistir sempre, para que só se utilizem as águas dos poços na falta das superficiais.

          Mais recentemente, nos últimos 10 anos, o foco passou a ser a busca de captação no Aquífero Guarani, reserva que tem 45 trilhões de metros cúbicos de água e está localizado na América do Sul. No Brasil, atinge os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em tertmos de localização, o AG se distribui 70% em território brasileiro, 5% no Paraguai, 5% no Uruguai e 20% na Argentina.  E, em Santa Catarina, a recarca inicia-se na região de Lages. A preocupação é tanta, e as autoridades e técnicos ambientais estão muito atentos, que até uma pedreira em Lages foi fechada, há uma década, para que não ocorresse a poluição na recarga do Guarani.

          Posso até estar errado, e aceito contestações e observações, mas minhas estimativas são de que, se a água do Guarani sob o território nacional fosse utilizada apenas para o consumo dos lares brasileiros, à razão de 10 metros cúbicos por mês, que é o que eu gasto em minha casa, teríamos reservas para 5.250 anos aproximadamente, sem considerar a recarga ou reposição. Então, é muita água. Basta que cuidemos bem dela, não causemos contaminações nessas recargas e estaremos adequadamente servidos, bem como as  250 gerações que nos sucederem. E, com a reposição, infinitos tempos. É nosso grande capital. Temos águas superficiais em abundância, chuvas suficientes e luminosidade capazes de gerar alimentos como em nenhum lugar do mundo.

          Nas conversas que tenho tido  com os geólogos Custodio Crippa e Jorge Augusto da Silva, meus amigos e ambos residentes em Ouro, tenho conseguido informaões que me permitiram formar meus conceitos sobre isso. E, acompanhando as prospecções, constatei que as águas são localizadas sempre a cerca de 100 metros acima do nível do mar. Ou seja, se a altitude for de 400 metros,  o lençol poderá ser alcançado  uma profundidade de 300 metros. E pelo menos três poços existem em Ouro em que foi obtida a água do Guarani a menos de 300 metros. É um norte aproximado, não uma conclusão definitiva. Como Guarani é um platô inclionado e a composição geológica é irregular, é possível que se tenha que ir alguns metros mais ao fundo para encontrar o líquido. E, quanto mais você for para o Oeste, mais profundo será, sendo que em São Miguel D ´Oeste encontrou-se água com 1.410 metros de profundidade.

           No Balneário Thermas Leonense, da Barra do Leão, aqui próximo, com 280 metros chegou-se a ele num dos poços. Encontrados vestígios de petróleo, com mais uma pequena intervenção foi possível chegar-se a uma água límpida e com temperatura maior. E o poço foi revestido com tubos, isolando-se a área onde haveria o petróleo.

          Então, estão certos aqueles que têm preocupação com a grande quantidade de poços já perfurados. Mas a perfuração, em si, não é o problema. O problema reside em não se cuidar das águas superficiais e da erradicação dos possíveis locais de contaminação.

            Lembro a todos os leitores (as) que é nosso dever sugerir e exigir medidas e contenção da poluição em todas as suas modalidades de  geração. E que nós, potenciais poluidores, façamos nossa parte, não esperando que sejamos cobrados, pela natureza, a fazer isso. Quando ela cobra de nós, o seu preço é sempre muito alto. Preservemos!       
         

Euclides Riquetti
20-12-2012

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O mundo redondo e o mundo quadrado

          Na Idade Média ainda pairavam  dúvidas sobre o formato da Terra e a própria Igreja Católica tinha sua responsabilidade sobre isso, embora, muito antes de Colombo vir à América, cerca de um milênio e meio antes, os gregos já tivessem estudos que demonstravam o que a conhecida frase latina expressa: "Terra rotunda est" (A Terra é redonda). Até então,  acreditavam que ela era plana e, se alguém navegasse através da imensidão dos mares, iria cair "lá em baixo". Então, a dedução de que a terra devesse ser retangular, quadrada, ou mesmo tivesse outras formas, mas com a superfície plana. E, quem se afastasse da zona segura, poderia cair num abismo desconhecido, espiritualmente ou fisicamente.

          Hoje, quando qualquer criança ja aprendeu sobre isso, ou porque alguém mostrou-lhe na internet ou viu um vídeo, pessoas ainda fazem conotações sobre o mundo ser plano.

          No momento, há tantas barbaridades acontecendo em todos os lugares do mundo, que alguns já andam exclamando: "Meu Deus, o mundo está ficando quadrado". Também penso assim, pois todos os dias vejo acontecerem coisas que me assustam. Lá longe e aqui, bem  perto.

          O lamentável atentado ocorrido na semana passada nos Estados Unidos da América, quando um jovem de 20 anos assassinou a mãe, crianças e professores de uma escola, nos arrepia. Aqui perto, numa rodovia estadual, um cidadão arremessou seu carro contra o de sua mulher, dizem que  porque não se conformava com a separação. Jogadores de um clube de futebol argentino simularam agressões nos vestiários de um estádio em São Paulo. E você, leitor (a), todo o dia e a toda a hora, vê e ouve notícias escabrosas nos noticiários, coisas que não é de acreditar que estyejam acontecendo. Menores cometendo "infrações" e não podendo ser punidos. E, se você acessar qualquer site de notícias, ligar a TV e o rádio, verá quanta coisa ruim acontece todos os dias. Realmente, o mundo parece estar quadrado.

          Não penso que o ser humano deva temer a Deus, como é pregado, porque Deus é bondoso e não nos quer mal, só quer o nosso bem, não nos pede que o temam. Mas respeitar o seu próximo e a Deus precisa estar sempre na pauta. Aliás, quando pequenos, e íamos para a catequese lá na Matriz São Paulo Apóstolo,  quando o Frei Lourenço passava, todos temiam, pois ele era "brabo", era a respeitada autoridade da Igreja. Como tínhamos medo de cometer pecados, nos  disciplinávamos, evitávamos que nos pudessem determinar penitências ou as punições no inferno. Hoje, as pessoas têm conceitos diferentes sobre haver ou não punições após a morte. Como a maioria não acredita mais em pecados que possam levar à punição, muitos cometem atrocidades, atentam contra seu semelhante, contra a natureza. Pouco praticam a tolerância, tomam medidas extremas, não pensam nas consequências.

          A intolerância se faz presente na vida das pessoas, principalmente naquelas que não conseguem atingir o equilíbrio que só a maturidade parece oferecer. O desespero tem levado pessoas a fugirem da vida, tomarem rumos sem volta, infelizmente.

          Mas, se formos colocar tudo na balança dos justos, vamos ver que o mundo "redondo" prevalece grandemente sobre o "quadrado": há grandes contingentes de seres humanos que são dóceis, bons, corteses, educados, generosos. Há lugares maravilhosos no mundo para serem descobertos, há uma natureza privilegiada em que até a paisagem desértica nos parece bonita, porque nela há a mão de Deus. Viver é muito bom, ter amigos melhor ainda, poder viajar, abraçar pessoas, assistir a bons filmes, ler bons livros, comer bem e saudavelmente. Este é o mundo redondo que quero pra mim e pra você, leitor (a).

Euclides Riquetti
18-12-2012

domingo, 16 de dezembro de 2012

Corínthians, Campeão Mundial!


          O Eporte Clube Corínthians Paulista acaba de sagrar-se Campeão Mundial Interclubles de Futebol, no torneio organizado pela Fifa, no Estádio Toyota, Japão.

         A conquista corinthiana é uma conquista brasileira. O futebol brasileiro, de desempennho sofrível nas competições internacionaios nos últimos anos, precisava redimir-se. E isso aconteceu hoje, quando o árbitro apitou o final do jogo. Jogo bem disputado, que teve o ápice quando Jose Paolo Guerrero Gonzales, nascido no primeiro dia de janeiro de 1984, em Lima, no Peru, fez balançar as redes do Chelsea, o grande clube Inglês, pelo qual atuam três brasileiros em nível de seleção: David Luíz, Ramirez (que foi revelado no Joinville), e Oscar, que só entrou na etapa derradeira do jogo.


          Quando Paolo Guerrero, aos 23´ do segundo tempo, marcou o tento brasileiro, o time ganhou muita moral. O peruano viajou como dúvida por suas condições físicas/clínicas para o jogo, recuperou-se,  e foi o grande herói corinthiano na conquista. O time brasileiro vinha jogando certinho e o goleiro Cássio fez defesas portentosas. (Aliás, esse já tirou meu Vasco de uma possível  final de Libertadores e ainda de um título do Campeonato Brasileiro). Cássio tem mostrado muita frieza nos jogos.

          Tão logo saiu o gol, imaginei como estariam felizes alguns amigos meus como o Negão Esganzela, o Edvino Dacás, o Sílvio Scalsavara, o Carmelino Nora e o Aírton de Oliveira, dentre outros. Conrinthianos da gema, não da ocasião. Acho até que foi o Edvino que influenciou o Scalsavara a ser torcedor do timão. 

          Quando o clube brasileiro marcou seu gol, falei para a esposa: Em menos de um minuto começa o foguetório. Meu vizinho Zé Corinthiano começou seu espocar, ali perto de sua empresa, a Incoplastic, em Joaçaba. E, a expulsão de Garry Cahill, aos 44´, dava garantia de que o Conrínthians seria o vencedor, mesmo com os ainda  4 minutos dados como prorrogação. 

          O terinador Tite, que na outra vez que foi treinador do clube foi vaiado e quase espencado  por bobos torcedores, é o principal credor desse título e dos outros que têm sido conquistados. Andres Sanches, Ex-presidente, traçou com competência os rumos da agremiação, que agora está construindo seu estádio, tem patrocinadores fortes, e vira uma potência mundial do futebol.

          Pouco conhecido fora do Brasil, o coringão vai abrir suas fronteiras como fez o Santos, na época de Pelé e, depois, na geração Diego/Robinho.

          Este vascaíno/palmeirense precisa parabenizar a grande nação corinthiana pela grande conquista. Comemorem, você merecem!

Euclides Riquetti
16-12-2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

Meus primeiros poemas Hicai

Olhar de janela
Paisagem de imensidão
Riqueza na mão.

Ponte majestosa
Liga cidades irmãs
E almas bondosas.

No vale encantado
Vai o sinuoso rio
Do peixe e do nado.

Natureza viva
Esperança renovada
Verde e colorida.

Dia ensolarado
Vem meu verão, vem meu sol
Alento esperado.

Só não vem você
Acalentar minha alma
E não vem por quê?

Acho que não vem
Porque há um pecado em querer
E culpa também.

Então pensamentos
De dúvidas povoados
Misturam-se aos ventos.

E eu aqui...

Euclides Riquetti
15-12-2012






sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Bom dia!

          Dia desses, creio que numa manhã de sábado, saí a curtir o centro de Joaçaba. Pela geografia da cidade, há ali grande concentração de prédios, as ruas são um tanto acanhadas, não como as avenidas de Curitiba ou Brasília, e grande contingente de pessoas circulam pelas calçadas, movimentando o comércio. Alías, pela condição de polo microrregional, a ciade, com pouco mais de 25.000 habitantes, atrai uma população estimada em mais de 100.000 que têm interesses aqui. São milhares de veículos que ficam desfilando pelo centro, com uma ou no máximo duas pessoas em cada um. Carros bonitos, a maioria, de profissionais liberais, das mais afamadas marcas mundiais e dos modelos mais sofisticados.

          Eu já tenho meus lugares estratégicos para estacionar, nas periferias, preferindo andar a pé, vendo pessoas, as vitrines das lojas, uma feirinha defronte à Praça da Prefeitura, aquelas máquinas de sorvetes, os carrinhos de xixo, pipocas, cachorro-quente... E também aqueles que gostam de fazer brincadeiras no semáforo da XV, caracterizados de palhaços, para ganhar seu honesto dinheirinho.

          Estive no local onde meu filho trabalha, dei-lhe um abraço, cumprimentei seus colegas, saí. Bem defronte à empresa, na calçada, passava um senhor franzino, mais de 80 anos, humilde, boné verde bastante soleado na cabeça, roupinha modelo social surradinha, com aquele semblante de gente boa, humilde, dos que não fazem mal a ninguém. Apenas agradecem a Deus por estarem vivendo...

          "Bom dia!", sapequei-lhe. Ele já tinha passado por mim uns dois metros, voltou-se e, suavemente, retribuiu ao meu cumprimento. E me disse; "Muito obrigado por me cumprimentar. As pessoas não costumam falar comigo, principalmente as com jeito de importante como o senhor". Fiquei assustado em saber que há pessoas que não cumprimentam pessoas com quem se esbarram, que encontram no dia-a-dia, mas as que ignoram, parecendo que elas não existem. Mas isso não pode me surpreendeer, pois em todos os lugares há pessoas que se portam assim. E eu não sou mais importante que aquele amável senhor pois, certamente, tem mais história do que eu, viveu mais dias, conheceu mais pessoas, trabalhou mais, ajudou mais, viu mais amanheceres e entardeceres, mais noites parou para contemplar o luar, ver as estrelas, tomou chimarrão com a esposa e os filhos mais vezes, enfim, tem uma bagagem cultural maior do que a minha e talvez que a sua, caro leitor (a).

          Em cinco minutos descobri que seu nome é Pedro Moreira, temos em comum termos nascido em Capinzal, ele é parante dos Andrade, lá dos lados de Alto Alegre e Lindemberg e se orgulha muito disso. Apenas que é pobre, que mora em Herval D ´Oeste há algumas décadas, está aposentado e controla muito bem seu dinheirinho para que não lhe falte quando precisar comprar remédios. Foi-me gratificante conhecer o Seu Pedro, como me foi conhecer tantos a quem já dei carona no trevo e tantos que deram carona pra mim.

          Ainda ontem, no meu bairro, na caminhada costumeira, encontrei um cara manquitolando, com uma muleta, a quem já  dei algumas caronas, o Clóvis, frentista de de posto de gasolia, meia idade.  Não o via há quase um ano. Contou-me que teve um acidente, que está desde fevereiro assim, mas que em um ano vai estar bem, disse-lhe o médico. Deu-me os detalhes do acidente, que não vou relatar. Algo bem inusitado, salvou-se por pouco. . Adiante, encontrei o Jaime, que perdeu o emprego por causa de uma reestruturação na empresa onde trabalhava, era jardineiro e zelador, agora uma "consultoria" sugeriu a ela terceirizar o serviço e ele ficou na mão. Mas esteve numa construtora que lhe indiquei, prontifiiquei-me  em ser referência para ele,  prometeram que o ficham já em janeiro. Por enquanto está fazendo uns biscates, está satisfeito porque está bem com a família e isso é o que mais lhe importa.

          Como o Pedro, o Clóvis e o Jaime, conheci milhares em minha vida. Dei-lhe a atenção possível e isso nada custou-me. É muito fácil fazer com que as pessoas fiquem contentes, sintam-se valorizadas, incluídas. A formação que meus pais me deram, as dificuldades para estudar, trabalhar, manter uma família, foram-me moldando à vida, a aprender a respeitar os outros, ser gentil. Realizo-me pelas amizades que venho angariando em minha nova cidade, onde vivo a mais de 4 anos. Então, o que recebi deles em troca de meu cumprimento, foi-me sempre valioso, ajudou, quem sabe, a suportar pessoas intoleráveis, prepotentes, que me sugaram. Então, se você não sabe dizer: Buongiorno, Buenos Dias, Bonjour, Good Morning, Guten Morgen ou Namastê, então abra um sorriso e, em qualquer outro lugar do mundo, onde quer que esteja, vão entender que você é um ser humano, que percebe que há outros além de você.

          O Bairro Nossa Senhora de Lurdes é meu chão, agora. Tenho centenas de conhecidos aqui. Ando a pé, frequento os lugares, somo amizades. Tudo ao preço de um sorriso, de uma Boa Tarde ou simplesmente por causa de um sincero "Bom dia"!!!

Euclides Riquetti
14-12-2012

         

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"A virtude está no meio" - o Epitáfio

          Quando, em minha juventude, entrei para o curso de Letras da Fafi, em União da Vitória, depois de ter vivido toda minha vida em Ouro e Capínzal (só fui conhecer Joaçaba aos 16 anos), fiquei deslumbrado por estar numa cidade maior que a minha, ter feito muitos novos amigos e colegas. Minha Lee,  meu  Samello e meus cabelos longos  me levavam para lugares que até então  eu não estava acostumado a frequentar. Era um mundo novo e poucas pessoas eu conhecia naquele lugar. Meus primeiros meses se resumiam a ir para a aula à noite, estudar um pouco durante o dia, assistir aos treinos do Iguaçu e, aos finais de semana, junto com o colega Samonek, irmos explorar alguns lugares e tirar umas fotografias, tipo ao lado de aviões  no Aeroporto José Cleto, no monte do Cristo, ou andar pelas redondezas do Iguaçu. Também algumas incursões em bailinhos nas cidades e comunidades dos arredores faziam parte de nossa agenda de final de semana. E, no domingo à tarde, dançar no "25".

          Como minha família não tinha telefone, minha comunicação com casa se dava por cartas, que eu escrevia semanalmente e obtinha resposta em no máximo 10 dias. Minha mãe aderira ao costume de escrever, tornou-se até hábito. Eu escrevia relatando minhas "façanhas", com o entusiasmo de quem via em tudo novidade. Meu pai ficou preocupado com o que eu escrevia e pensou que seu filho regrado poderia estar se enveredando por caminhos tortuosos e, na dúvida, escreveu-me uma cartinha, que carinhosamente veio no mesmo envelope que a de minha mãe. Poucas palavras, praticamente um bilhete, em que se sobressaía uma frase: "In medio virtus".

          Como vinha estudando Latim e até já havia comprado um dicionário, busquei entender aquilo. (Naquele tempo não existia google,  e  Barsa só algumas escolas tinham). Confesso que o Latim não era meu forte nem minha matéria preferida, apenas me esforçava para obter a média exata para ser aprovado sem Exame Final. E não entendi direito o que ele queria dizer, embora a tradução eu tivesse conseguido: "A virtude está no meio". Fiquei a matutar, matuto que eu era, com dificuldade para pronunciar os "erres" adequadamente e outras inconveniências fonéticas. Mas não cheguei ao objetivo do "meu velho".

          Com o tempo, numa de suas raras visitas, perguntei-lhe o que quisera dizer com aquilo e ele me respondeu: "Primeiro,  queria fazer você buscar respostas por si mesmo e, segundo, quis dizer-lhe que não é pra você ser muito "prafrentex", mas nem ficar atrás dos outros. Não queira ser um adiantado mas também não seja um atrasado, busque o meio termo".

          Somente os anos vieram a me elucidar bem isso que no princípio me pareceu uma muito enigmática afirmação do filósofo e pensador grego Sócrates, quatro séculos antes de Cristo. A virtude e a verdade  estão no equilíbrio, no meio termo, no desprezo do radicalismo. E entendi que muitos conflitos poderiam ter sido evitados entre os povos se isso tivesse sido levado em consideração. Realmente, nosso triunfo está em parar para ouvir e decidir com sabedoria, ter cuidado no que se diz e se faz, pois nossas verdades não são, necessariamente, as verdades dos outros. Poderia até metaforizar, dizendo que um time de futebol que só tem jogadores habilidosos, mas que pouco correm, não obtém  bons resultados. É preciso que haja nele também aqueles menos técnicos, mas que desenvolvem melhor sua condição física, que correm e se disciplinam taticamente, ajudando os outros, em equipe, a lograrem resultados favoráveis. Ah, também a mescla de jogadores mais experientes com outros mais jovens ajuda muito. E você obtém um futebol de bom padrão, com o time bem postado e organizado.

          Então, a afirmação socratiana é bem atual, revestida de muita  universalidade. E pode ser aplicada numa sala de aula, onde os indivíduos, professores e alunos, são diferentes, pensam diferente e, se bem articulados, podem obter sucesso na aprendizagem e na formação pessoal.

          Em 18 de junho de 1977 perdi meu pai. Tinha 55 anos. Era um professor bem informado, atualizado, inteligente. E, minha forma de eternizar minha homenagem a ele foi mandar produzir uma placa de bronze com sua foto em porcelana, assentada em granito, onde está gravado seu epitáfio: "In medio virtus".

Euclides Riquetti
12-12-2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Evita Perón - Segunda Parte

          A sedutora e carismática aspirante a atriz, Eva Duarte, que em sete anos saiu do anonimato para tornar-se Evita Perón, Primeira Dama da Argentina,  ídolo dos descamisados argentinos, conquistou o Poder através de sua liderança e da coerência de seus discursos. Casada com Juan Domingo  Perón, que alçou à condição de Presidente democraticamente e constitucionalmente eleito pelas classes trabalhadoras argentinas, Eva tornou-se um ícone da política de um país que ansiava por mudanças. Sua determinação e coragem, a firmeza de seus discursos e a simpatia angariada entre os pobres canalizou votos e mais votos para o marido, que se elegeu Presidente.

          As façanhas da líder que organizou e deu vida à Fundação Eva Perón, foram-se tornando notícia em todos os lugares do mundo. Uma jovem senhora, bonita, elegante, apaixonada, que sabia tocar fundo o coração de seus compatriotas, agia na Fundação, mantida com doações de empresários e até de trabalhadores que repassavam parte de seus aumentos salariais conquistados através das lutas de Evita. Lá, comandava voluntários e  organizava eventos esportivos e sociais, sempre com o intuito de contemplar os menos favorecidos. Fundou casas de saúde, de proteção ao idoso, à mãe solteira, e escolas.

          A partir de sua morte, vitimada que foi por câncer, em 26 de julho de 1952, aos 33 anos, Evita causou muita comoção dentre os argentinos. Seu corpo foi embalsamado e restou vestida em vestido de cetim branco e, com sua pele clara,  parecia apenas um anjo ou  uma princesa  adormecido dentro de um caixão. Após seus funerais, longos, seu corpo foi enterrado no Cemitério Monumental de Milão, na Itália, onde permaneceu por 16 anos, até 1971, quando o transferiram para a Espanha, onde se encontrava seu exilado marido.

          Apenas após a morte deste, em 1974, Isabelita Perón, viúva e terceira mulher do General Presidente providenciou para que o corpo de Evita  fosse trasladado para Buenos Aires, onde ficou exposto um tempo numa urna de vidro, perfeito, como se houvesse morrido há poucos dias. Depois, foi sepultado no Mausoléu da Família Duarte, no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires. A comovente e apaixonante história da jovem Primeira Dama, após sua morte, é tão envolvente como a de seu tempo em vida.

          A vida de Evita foi revivida num drama musical biográfico dirigido por Alan Parker em 1996, sendo que seu papel foi vivido pela cantora Madonna, contracenando com Jonathan Price, no papel de Peróm, e Antônio Banderas no de Che. Madonna, ao saber da intenção de Parker em produzir Evita, dirigiu-se uma carta praticamente implorando pelo papel. Cher, Meryl Streep, Maria Conchita Alonso e Michele Pfeiffer também estiveram cotadas para o papel, que coube a Madonna.

          A música de Andrew Lloyd Webber, Don´t cry for me Argentina, com letra de Tim Rice foi gravada inicialmente, em 1978, por Julie Covington, para a Peça "Evita".  Em Italiano, por Rita Pavone, e no Brasil por Cláudia, com o título de "Não chores por mim, Argentina". E em muitos outros idiomas. É um trabalho lírico tão envolvente que, em qualquer língua, desperta emoções indescritíveis. "Santa Evita", de quem já existem até intenções de canonização, merece o louvor dos argentinos e de nós que somos seus seguidores.

          Em 25 de julho de 2012, por ocasião do aniversário de 60 anos da morte de Evita, a cédula de 100 pesos argentinos passou a ter estampada a efígie de Evita Perón, substituindo a de um ex-Presidente. Ela mora no coração do sofrido povo argentino, sempre às voltas com seus problemas políticos e econômicos. Mas ainda inspira os romancistas, os cantadores e os poetas. Inclusive eu...

....

Euclides Riquetti
10-12-2012

         

domingo, 9 de dezembro de 2012

Na beira do mar

Fui me pretear
Na beira do mar.
Preteei-me um pouco
Na beira do mar
Pois queria morenar.

Foram sete manhãs
Foram algumas tardes
Sem alardes
Apenas com saudades...

Apenas com a convicção
De que corpo e coração
Poderiam descansar
Na beira do mar.

E me morenei
Quase me preteei
Na beira do mar
Onde havia gavotas brancas
E algumas pardas dentre tantas
Voavam no mar.

Comiam o pão que lhes jogava aquela senhora
Que ali se soleou outrora
Mas que agora
Leva o neto
Esperto
Para ver o mar.

E eu, contemplativo
Fico olhando aquilo
Com a saudade a me  matar
Dos anos que se foram
Passados a sonhar
Vendo a vida passar.
(E melancolia a me judiar)
Na beira do mar.

Euclides Riquetti
10-12-2012




quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer - O Arquiteto do Brasil

          Embora no Brasil tenhamos excelentes arquitetos, é unanimidade considerarmos Oscar Niemeyer o "Arquiteto do Brasil". Foi o introdutor da Arquitetura Moderna no país, com seus trabalhos iniciados  ainda ao final da década de 1930, pois em 1939 já trabalhou em conjunto com engenheiros na projeção do prédio do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, construído sobre pilotis, com a participação do Portinari assinando os azulejos e Roberto Burle Marx projetando a jardinagem. Burle Marx é o que projetou o paisagismo do Aterro da Baía Sul, em Florianópolis.

          Em 1940 projetou para Juscelino Kubitschek o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, e em 43 a Igreja de São Francisco de Assis. O diferencial de Niemeyer foi trabalhar o concreto armado com formas sinuosas, inspirado nas montanhas, nos rios sinuosos, nas curvas sensuais

          . De lá para cá, foram centenas de obras espalhadas pelo mundo, dentre as quais a participação no projeto da sede da ONU, nos Estados Unidos, em 1947, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em 1954 e, a partir de 1957, o conjunto de obras públicas de Brasília, a nova Capital do Brasil, com o Palácio do Planalto, o Édifício do Congresso Nacional, abrigando a Câmara e o Senado, o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Suas obras, hoje, espalham-se pela França, Espanha,  Argélia, Itália e Alemanha, todas dando destaque à capacidade criativa de Niemeyer e da Moderna Arquitetura Brasileira.

          Nascido em 15 de dezembro de 1907, casou-se aos 21 anos com a italiana Anita baldo, 18, e, após seu falecimento, casou-se novamente com sua secretária, de 60 anos, em 2004. Recentemente, perdeu sua única filha, com 82 anos.

          Sua carreira acadêmica inclui a formatura como Arquiteto, em 1935, na Escola Nacional de Belas Artes. Em 2945 filiou-se ao PCB, por sua ligação com Luís Carlos Prestes. No período do Governo Militar, viveu autoexilado, na França.

         No início da década de 1960, no Distrito de Ouro, era construída uma casa, de propriedade de Nízio Baretta,  na rua que dava continuidade à chegada após a ponte Irineu Bornhausen, a suntuosa "ponte nova", que liga o agora município  a Capinzal. É a Rua Professor Guerino  Riquetti e a casa foi construída ao estilo do Palácio da Alvorada, tanto é que, por muito anos, a rua era chamada de Brasília, antes de ter nome oficial. Não menos  suntuosa e exuberante era a casa. Aliás, havia duas casas diferenciadas nas cidades gêmeas do Baixo Vale do Rio do Peixe: a de Nízio Baretta, em Ouro, e a de Sílvio Santos,  Capinzal. A primeira era inspirada nos padrões arquitetônicos de Niemeyer.

          Mesmo com sua extraordinária participação no universo da Arquitetura, compondo seus projetos junto com os mais renomados artistas plásticos e paisagistas brasileiros, sempre exercitou sua humildade, não se apegando ao dinheiro. "Não me sinto importante. Arquitetura é o meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral."

          Um grande homem, humilde, discreto, correto. Um bom exemplo para todos nós, que vemos tantos "bacanas" por aí posando de bons mocinhos...

          No dia 15 de dezembro  deverá completar 105 anos, muito bem vividos e partilhados. Está internado, muito doente. Se estiver vivo, plublicarei esta homenagem que redigi no dia 20-11-2012. Se o perdermos antes, publicá-la-ei no mesmo dia.

Euclides Riquetti
20-11-2012

     

Decorshop - 15 anos

          Há 15 anos, nascia em Ouro, uma empresa que se propunha a levar requinte, beleza e conforto a lares e ambientes de  convivência e de trabalho.  Entendiam seus idealizadores que, qualquer ambiente, por mais simples que seja, quando bem preparado, pode ser alçado a padrões de sofisticação apenas com a introdução de alguns acessórios, desde que criteriosamente sugeridos, escolhidos e adequadamente dispostos. Pode-se, assim, obter ambientes leves, confortáveis e de elevado padrão, sem muitos investimentos.
          Então, com conceitos pré-estabelecidos, concebeu-se uma empresa que viria a proporcionar não apenas bons negócios para os proprietários e clientes, mas  sim a satisfação de ambos,  por entenderem que quem investe, quem compra, quer receber em troca bens e serviços que justifiquem seus investimentos e, ainda melhor, que os resultados superem as expectativas geradas.
          Assim, nascia ao final de 1997 a DECORSHOP, uma empresa de iniciativa familiar, liderada por Marize e Hiroito Riquetti, que funcionou em Ouro até o ano de 2005, quando, buscando um espaço maior, transferiu-se para o alto da Rua XV de Novembro, em Capinzal.
          Oferecendo produtos exclusivos das melhores marcas e  de altíssima qualidade, a empresa vem angariando clientes de várias regiões brasileiras, em especial os que visitam o Baixo Vale do Rio do Peixe. Dessa forma, Marize, Naiana, Hiroito e as colaboradoras Simone e Taila oferecem um atendimento personalizado, sugerindo produtos que mantêm os ambientes leves e elegantes. A satisfação do cliente é a proposta da equipe que forma a família DECORSHOP.
          DECORSHOP 15 ANOS - Parabéns à empresa,  sua rede de clientes  e à família Riquetti. Vocês estão ajudando a tornar mais satisfeitas as pessoas que buscam viver em belos ambientes.

Euclides Riquetti
06-12-2012
       
       
       
       

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Caos da mobilidade

          Os anos vão passando e nós, que  nos vamos  adiantando na idade, estamos presenciando coisas que jamais imaginaríamos em nossa infância. Costumávamos andar tranquilamente nas ruas das cidades, cuidando-nos dos carros, sim, mas nos metiam mais medo os cachorros que perambulam do que os carros, tão diminuta era a sua quantidade. As ruas, mesmo não sendo grandes avenidas, comportavam o trânsito de carroças movidas a boi ou muares, e  todos os carros de cada cidade.

          Veio a indústria automobilística, incentivada pelo Presidente JK, ficamos muitos anos limitados a nos oferecerem duas marcas de carros americanos (Ford e Chevrolet) e uma alemã, Volkswagen, sendo que, ao final da década de  1970 recebemos a Fiat, italiana. Somente depois da década de 1990, quando aquele Presidente falou que andávamos em carroças, abrimos os mercados para outras marcas, de modo que foram tantas, com tantos modelos tentadores, bonitos, ágeis, confortáveis, econômicos, abarrotados de tecnologias, que vimos, em duas décadas, nossas ruas infestadas de lata, vidros e borracha.

          Agora, num momento em que todos estão endoidecidos, estressados, revoltados porque têm que enfrentar o engarrafamento no trânsito, ainda temos o privilégio de contarmos com generosos descontos, a famosa "redução do IPI", que nos permite comprar mais carros ou fazer as trocas sonhadas.

          Mesmo que a intenção da redução dos tributos dos carros esteja entre as mais nobres e belas, que é a de manter os empregos dos trabalhadores na indústria metalúrgica, não podemos esconder que o número de automóveis nas ruas está nos oferecendo o caos na mobilidade. Verifica-se que, mesmo que as cidades algumas), tenham buscado melhorar essa questão, ainda há muito por fazer.

          Lembro bem que quando o Jaime Lerner começou a agir efetivamente em Curitiba, abrindo novas avenidas, indenizando casas e prédios para implantá-las, criando o melhor e mais articulado sistema de transporte coletivo do país, muitos aplaudiram e tentaram copiar, inclusive o Rio de Janeiro e até cidades asiáticas buscaram sua consultoria. E muitas cidades empurraram seus problemas com a barriga, não realizaram as obras na época em que os custos com indenizações seriam bem menores, e agora estão com o abacaxi nas mãos.

          A questão da mobilidade me veio em mente novamente, após uma experiência que vivi ontem, na Capital Catarinense. Para não ir de carro da Praia de Fora até o Centro de Florianópolis, evitando o estresse e os riscos, tomei um ônibus. Foram quase duas horas de percurso, pois o mesmo entrava e saía de todas as ruas e ruelas de Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça, São José e do Continente. A volta, ao meio-dia, foi  tranquila: Apenas uma hora e vinte minutos. Então, as pessoas que saem da Enseada do Brito para a   Capital e voltam ao final da tarde, outra hora de elevado fluxo, ficam 4 horas, diariamente, dentro de ônibus.

          E, diariamente, ouço e leio notícias sobre projetos de mobilidade para a Região Metropolitana de Florianópolis. E isso já faz muito tempo. Ouço de terceira ponte, de túnel subaquático, de transporte marítimo, de transporte intermodal. Mas, com exceção do discurso e das tentativas do Prefeito  Ronério, de Palhoça, pouco vejo de efetivo na questão. É preciso que as lideranças se dispam de vaidades, que se reúnam e botem pessoas competentes para projetarem articuladamente, a mobilidade de cidades conurbadas. E que se tomem as medidas em conjunto, no menor espaço de tempo possível.

          Fico com muita pena de ver pessoas cozinhando-se, apinhando-se, sofrendo dentro de ônibus sem conforto, num calor insuportável, cuno único ar "condicionado" é o que vem pela janela quando fica aberta.

          E continuamos a comprar carro "com desconto", a sair com ele para as ruas mais movimentadas das cidades, gerando o caos do qual não se vislumbram perspectivas de extinção.

Euclides Riquetti
05-12-2012.





       


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Turismo e Encontro de Reiki(anos) em Lacerdópolis

          Estávamos com expectativas em relação a viajar, no domingo, para o litoral catarinense. O contato com o mar, as energias que ele emana, o sol, a areia massageando nossos pés, a brisa, a conversa com pessoas diferentes, o ato de fazer novos amigos, conhecer culturas diferentes através destes, é algo muito aprazível. E, ficar longe dos problemas do cotidiano, melhor ainda. Vale muito aquele ditado: "O que os olhos não veem o coração não sente". Ampliando o entendimento, buscando conotar  isso, podemos perceber a diferença em  estar num ou outro lugar. Principalmente para nós, que geramos muita dependência nos  outros para com nossas lides diárias, no trabalho. Ausentar-se é a maneira de fazer com que as pessoas de nossas relações, sejam quais forem, tenham que ir em busca de soluções para as suas situações de trabalho ou de suas simples relações humanas. Mas um simples convite alterou nossa rotina do sábado, felizmente.

          Convidados por uma filha, fomos a Lacerdópolis para participar de uma reunião de reikianos. Muito já ouvíramos falar sobre o Poder de Cura (as maiúsculas são propositais, mesmo), do Reiki. Chegamos ao anoitecer à Comunidade de São Luiz, ali após o São Roque, na Linha Prando. O caminho se torna exótico já quando se passa ao lado da belíssima Igreja Matriz, dos padres católicos, na sede da cidade. Foi restaurada recentemente e, fora uma pequena "barbeiragem" do responsável pela reforma, que fez substituir uma porta de madeira, histórica, por uma de vidro temperado, está uma verdadeira obra de arte. A arquitetura,  gótica, e tudo o que uma igreja costuma comportar, estão impecáveis.

          As propriedades rurais, nesse município que se desmembrou de Ouro em 1963, são muito bem estruturadas. Há um padrão de "capricho" que não se vê em qualquer outro lugar. Não existem hiatos de padrão, há uma homogeneidade, não de características, mas de qualidade. São pessoas que trabalham muito, têm seu merecido conforto. A estrada rural de acesso tem 60% de seu leito asfaltado, já há três décadas pelo menos. E estão asfaltando outras estradas dali, aos poucos, com um sistema em que o município mesmo realiza os serviços da base, barateando o custo. As cidades pequenas têm sempre um diferencial: Como não têm dinheiro à vontade, precisam gatá-lo bem.

           Não nos surpeeendemos com as atividades que vimos realizarem, mas sim com as presenças ao evento. Reencontramos lá muitos amigos, alguns que não víamos de longa data, como a Ruth Baretta Dambrós, nossa eterna cartorária de Capinzal, que continua com o mesmo semblante que tinha há quatro décadas, quando, com o Vilson, já bailava tangos, valsas e boleros no Ateneu e no Floresta. Ela que realizou o Registro de Nascimento de pelo menos 80% de quem nasceu em Capinzal e Ouro.

          Retomando ao assunto, à chegada, uma fogueira, ao lado da estrada. Pessoas bacanas, que nos recebiam com entusiasmado abraço, a maioria vestindo camisetas brancas, com inscrição nas costas: "Reiki - Energia de cura - Luz e Amor". E, estava estampado no rosto e configurado no comportamento de todos eles o quanto estavam felizes por estar ali. Também fiquei muito feliz, porque vi pessoas que encontro no dia-a-dia e jamais pensei que tirassem de seu tempo para atividades desse gênero. É, quando olhamos as pessoas e as conceituamos apenas pelo que vemos delas no âmbito exterior, não imaginamos o que se passou ou o que se passa no interior de cada uma delas. Mas constatei o quanto elas foram ajudadas pelo Reili. Elas canalizando suas energias e a dos elementos naturais para sentirem-se e verem-se curadas de seus males físicos, espirituais e emocionais. Posso asseverar que quem busca melhorar sua vida no Reiki, consegue.

          Além de tudo o que vimos e do que usufruímos, com palestras, coquetel, música e dança, numa saudável confraternização, também percebemos o quanto aquela colônia de São Luiz, de descendentes de italianos, está evoluindo para o Turismo: Um centrinho de convivência construído com a maior parte do material em costaneiras e bambus, combinados com alvenaria. Muita higiene na bodega, cozinha e banheiros. Uma natureza esplendorosa, muito verde, um campo de futebol iluminado para jogo à noite, muito espaço para estacionarem os carros e, sobretudo, pessoas altamente civilizadas, bonitas, alegres, joviais, com quem dá gosto conviver. E a incontestável liderança de pessoas como a família do Sr.Romano Prando e seus filhos, Paulo, Renato e Rosalino,  do Amarildo Proner e de outros. Já estive duas vezes na propriedade do Prando, que produz aguardente de excelente qualidade, e mudas de plantas. Sobre a propriedade deles, em si, e o que vêm estruturando para receberem pessoas, voltarei a escrever.

          Parabéns aos mais de 200 presentes no encontro de reikianos. Soube que em Capinzal e Ouro já há centenas deles. Enquanto o mundo está aí com tudo conspirando conra a felicidade das pessoas, há quem esteja relizando o processo ao contrário, graças a Deus. E a eles mesmos!

Euclides Riquetti
03-12-2012



                 

         

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O mundo vai acabar dia 21??!!


          A indagação soa cômica mas, assim como existem, especialmente aqui no Vale do Rio do Peixe, pessoas que ainda compram bilhetes premiados de loteria, não é difícil de se imaginar quantos andam preocupados com o fim do mundo, que vai acontecer no próximo dia 21. Na semana passada, uma coitadinha de um velhinha viu seu mundo quase acabar ao dar mais de vinte mil por um bilhetre premiado. Virou notícia, os internautas comentaram barbaridades sobre a ganância das pessoas. Ficou lograda e mal falada, a agora pobre velhinha.

           Para o Joelmir Betting, jornalista renomado e muito bem versado em Economia, o mundo acabou anteontem. Virou cinzas. E, para quantos outros ainda vai acabar nas três semanas que nos restam...

           Quando saí para o trabalho, bem de madrugadinha, fui observando a paisagem, as pedras e as árvores que margeiam as rodovias, as fábricas, as casas,  e imaginando como tudo isso vai ficar depois do fatídico dia 21 do novo mês, tão temido, capaz de tirar o sono de tantos e de tantas, (ou de tontos e de tontas), quando o mundo vai acabar.  Transitei na frente de dois motéis e aventei com a possibilidade de que muitos estejam aproveitando para gastar seu dinheirinho ganho com tanto suor por ali mesmo, suando o suor do prazer, bem melhor do que o outro, o do trabalho...

          Muitos amigos estão discutindo, exaustivamente, a questão der o mundo acabar. O Ademir Belotto escreveu no jornal A Semana que até cancelou ou adiou suas férias, marcadas para o dia 20, embora entenda que isso não vai acontecer. Claro que ele está apenas zoando.

           Lembrei-me de que quando eu tinha uns oito ou nove anos, estavam construindo a casa do Valdemar Baréa, dentista, em Capinzal, e fomos, com meu primo Dinho Casara e o Chiquinho Biavatti, espiar os buracos abertos para os pilares, que já continham água. E já corria a conversa de que o mundo iria acabar por aqueles dias. Iria vir uma escuridão de sete dias e sete noites. Eu não entendia porque haveria escuridão de noite se a noite já era bem escura, mas fiquei com muito medo. Não queria ficar sem meu pai, minha mãe, meus irmãos... Meus amigos gastaram seus dinheirinhos, notas de um e dois cruzeiros, comprando pés-de-moleque, picolés, caquis, e indo ao Cine Glória. Não valia a pena correr o risco de não gastar e perder tudo se  o mundo acabasse nos dias seguintes. As notícias no rádio eram assustadoras. Por via das dúvidas, deixei uns três cruzeiros para a eventualidade de continuar existindo, o que acabou se concretizando. Quem gastou, ficou liso, leso e louco, com o dizíamos na época.


          De minha parte, proponho levar minha vida normalmente nas próximas três semanas. Até já programei uma belíssima viagem para o início do ano, vou conhecer novos lugares, aqui pertinho, na América do Sul mesmo, vou deleitar-me em mordomias, afinal, trabalhei tantos anos e mereço uma compensação, um presente que vou dar a mim mesmo.  Vou amaciar meus tênis correndo todos os dias, nadar, assistir a bons filmes românticos e comédias, tomar muito sorvete, comer chocolate Diamante Negro, igualzinho daquele que havia no Bar Avenida, em Ouro,  na minha infância, mas que eu não podia comprar porque o dinheiro era curto.  Vou comer, também, chocolate branco, crocante, bombons artesanais iguaizinhos daqueles de Treze Tílias e de Gramado. E tomar uns vinhos de altitude, Cabernet Sauvignon ou Sauvignon Blanc, a mãe das uvas do mundo. Pode também ser Chardonay, mas as safras têm que ser 2000, 2002, 2004 e 2005, preferencialmente nessa ordem, pois foram as melhores da década passada.   Quero ir de novo para Curitiba, nem que seja para comer aqueles salgadinhos ali daquelas ruas que cruzam a Rua das Flores, que os chineses fazem, apenas isso.  Ah, não posso esquecer-me de algo muito importante: vou internetar muito, muito!

          Mas há algumas coisas que me fazem matutar, diante da possibilidade de algo estrondoso (poder ser um grande estrondo) vir a acontecer. E, se tudo se confirmar,  o Palmeiras não vai precisar disputar a série B.  E todos aqueles prefeitos e vereadores que se elegeram, vão passar em branco, sem posse, mesmo tendo conquistado, legitimamente, seu cargo.   E o Obama, vai continuar Presidente?

          E você, está fazendo o quê? Como vai encarar isso? Já se programou? Tem também um Plano B para o caso de que o mundo não acabe?

          Se acabar, vai ter algumas vantagens: Não vai precisar renovar o seguro do carro, pagar IPVA, licenciamento, Plano de Saúde.

          Quando o mundo acaba, o seguro paga os prêmios a quem, se todos vão morrer? Será que os donos das seguradoas têm seguro para si, sua casa, seus carros e seus aviões? Sim, porque, teoricamente,  dono de seguradora pode ter um avião, diferente de nós, simples mortais, que no máximo  andamos neles, muitas vezes à custa de 10 vezes no cartão...

          E todos aqueles carros que foram comprados com a redução do IPI, vão ficar esmagados, ou vão virar pó? As moças que se casaram  agora vão ser devolvidas ao vento sem terem conhecido os dois lados do casamento? As promoções nas lojas, que valem até dia 31 de dezembro, como ficam depois do dia 21? E as sogras, vai acontecer o que com elas?

          O  négócio, mesmo,  é esperar para ver o que acontece. Vou fazer como quando era criança: Não vou sair por aí gastanho todos os meus trocos. Vai que o mundo não acabe?

Euclides Riquetti
30-11-2012




         

    

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Identidade Visual de Nossas Cidades

          Você poderia me dizer que elemento identifica a cidade em que nasceu ou onde mora?  Há, por acaso, uma  fotografia que, quando alguém  vê, permite identificar sua  cidade?  Difícil, né?   Penso que isso ocorre porque não há a devida preocupação com esse item importante para a sua divulgação.  Além disso, mais do que ter significação para os seus cidadãos, deve tê-la para potenciais visitantes, que ajudam a mover a economia local. Investem-se recursos na propaganda do nome da cidade, sem muitos resultados, quando a identidade visual pode proporcionar uma divulgação com pouco custo.  Publicitários e designers criam marcas, logos,  para a identidade visual das cidades, como fazem para caracterizar certos eventos. Mas estas, dificilmente emplacam.

         Mas somos unânimes em identificar algumas cidades ou países  do mundo  que têm algo bem característico,  e que isso está aliado ao seu aspecto histórico ou  mesmo por qualquer outra convenção. São muitos os exemplos:

          O Coliseu (Colosseo),  identifica facilmente, Roma., na Itália. O Templo de Atenas, a Capial da Grécia. A Ponte Hercílio Luz, Florianópolis. A torre Eiffel, Paris. Um cidadão de bigode, com um chapéu de confeiteiro ou cozinheiro  na cabeça, Portugal. Uma ponte com o Empire States ao fundo, e a Estátua da Liberdade,  Nova York. Buenos Aires tem a sua Casa Rosada, de cuja sacada Evita Perón falava aos descamisados.  Amsterdam, ou a Holanda, tem  os Moinhos de Vento e as Tulipas Vermelhas. Veneza,  as pontes arcadas sobre as águas,  e as gôndolas.  Londres, a torre da ponte o fog, as edificações sobre o Thames. O Kremlin, a Rússia.

O Pão-de-Açúcar, o Maracanã, o Cristo, identificam nosso Rio de Janeiro. As carataras com um mirante, Foz do Iguaçu. Brasília, tem o conjunto da Esplanada dos Ministérios, o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto, todos ali, bem projetados e articulados pelo nosso centenário Oscar Niemeyer. São João del Rei, suas Igrejas. Salvador, o seu Pelourinho. Treze Tílias, nossa vizinha, tem todas aquelas casas tirolesas. Blumenau, as construções em enxaimel, próximas do Rio Itajaí-açu. Joinville, a  Rua do Príncipe, com suas imponentes e históricas palmeiras. Ponta Grossa, com os arenitos de Vila Velha. Manaus tem o seu Teatro Nacional, majestoso, imponente. União da Vitória, a ponte com arcos, construída em 1944. Irani, tem seu monumento ao Contestado.

          Não estou falando de identificações através somente de algumas edificações, como o caso de São Paulo, com sua Catedral da Sé. É mais fácil identificar São Paulo ou Rio de Janeiro?  Caxias do Sul, tem um monumento ao Colono/Imigrante, mas são poucos que sabem dele. Porto Alegre tem o Parque Farroupilha, a Usina do Gasômetro, mas é difícil que alguém, no mundo, a identifique por estes bens. Curitiba, algo que me  marca é a Ópera de  Arame, mas, segundo uma amiga, é o Jardim Botânico,  embora tenha seu zoológico, o Teatro Guaíra,  e diversas edificações históricas, como a da Universidade Federal, no Centro.

          Capinzal tem a Igreja Matriz e, junto com Ouro, a Ponte Pênsil. Joaçaba, a catedral Santa Terezinha e o monumento a Frei Bruno.  E nossas outras cidades têm o que para chamar nossa atenção?

          Agora, pense e me diga, leitor (a), que outra cidade, quando você vê uma imagem dela na TV ou uma foto na revista ou jornal,  já fica sabendo qual é?

          Ter algo que se apresenta como a característica visual  de uma cidade, algo que realmente a identifique, que não seja uma produção de mídia,  ajuda muito na sua divulgação. E para atrair turistas e, com isso, movimento na economia.


Euclides Riquetti
28-11-2012


         

         

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Morando em República - Um bom modo de viver

          Morar em repúblicas de estudantes, principalmente quando se tem regras de convívio bem definidas e, sobretudo, quando as pessoas se entendem, é muito auspicioso. Posso falar disso de cadeira, pois morei numa dessas em plena juventude, em União da Vitória.

          Cheguei ali no final de fevereiro de 1972 e, após ficar três dias num hotelzinho, busquei uma pensão de custos compatíveis com minhas possibilidades. Encontrei a "Pensão Nova", ao lado da Prefeitura de Porto União, que de nova só tinha o nome. A primeira providência foi comprar um daqueles espelhos de moldura de madeira cor laranja, tão tradicionais, mais para ver minha cara de tristeza do que para corte de barba. Hoje, ainda fazem daqueles espelhos, iguaizinhos, só que com "soada" de plástico em vez de madeira.

          Os primeiros dias naquela cidade foram deprimentes. Ainda bem que as aulas começaram de imediato. Ia para a Fafi, ali na Praça Coronel Amazonas e, ao passar na frente de dois sobrados idênticos, visualizava uma placa" "República Embaixada do Sossego".  No térreo, depois, implantaram a lanchonete X Burguer. Imaginava que seria um sonho poder morar numa república, ter colegas e fazer amigos para conversar, trocar conhecimentos, viver alegremente. Lembrei-me de que em Capinzal havia uma, a dos funcionários do Banco do Brasil, e nela moravam, dentre eles, dois colegas e um professor meu: Valdir Marchi, Itamar Peter e Wolfgang Behling, o Professor Wolf. Este, era muito compenetrado em nos ensinar Matemática, sendo que ás vezes, distraído, colocava o giz entre os lábios e o cigarro punha entre os dedos, para escrever no quadro-negro.

          Meu sonho de morar em República tornou-se realizado graças ao Cabo Leoclides Frarom, meu amigo capinzalense que estava servindo no 5º BE.  Eu andava na calçada, defronte à Casa do Bronze, na Rua Matos Costa, quando passou uma viatura do Éxercito e escutei aquela voz conhecida que gritou: "Rua Professora Amazília, 408 - no Paraná" Passe lá amanhã! .  Fui!!!

          Veio o convite: "Quer morar conosco?" - Convite feito, convite aceito! Fui morar na "República Esquadrão da Vida", colegas muito leais e divertidos. Uma vez mandaram cartão de Natal com a mensagem:  "Nós, da República Esquadrão da Vida, neste Natal e Ano Novo, estaremos alertas e vigilantes" Era a senha  para sua proteção e o cumprimento natalino. 

          Já nos primeiros meses mudamos para o nº 322, da mesma rua. Morar quase 4 anos com a turma foi muito bacana! Quanto aprendi, quanto socializei-me! Primeiro, fui corrigindo minhas pronúncias erradas das palavras. Depois,  alguns hábitos. Minha parte Jeca foi ficando de lado...

          Fiz lá amigos que jamais esquecerei, pois muito me ajudaram: O Cabo  Dionízio Ganzala, que me deu suas chuteiras de presente e um livro de Inglês Básico. O Osvaldo Bet, que tinha já na época poucos cabelos, era faixa laranja no judô, e lá adiante conquistou a preta. O Cabo Backes, que era nativo do Lajeado Mariano, que num final de domingo, após um jogo do Iguaçu,  matou a galinha que a Dona Lídia criava numa gaiolinha e cozinhou sem retirar todas as penas, mas que matou nossa fome. O Evaldo Braun, que estava se despedindo, indo embora para São Paulo.

          Havia o  Aderbal Tortatto, da Barra do Leão, que trabalhava no Banco do Brasil, a quem chamávamos de "Pala Dura, o Impecável", porque se arrumava muito bem para ir encontrar-se com a fotografa de "A Fotocráfica", com quem se casou. O Tortatto, quando foi Cabo do Exército, atuava com jóquéi no final de semana para melhorar a renda... O Odacir Giaretta, marceneiro, palmeirense e coxa  fanático,  que tinha um sonho: Ser contador. Virou contador e foi montar escritório próximo ao estádio do Coxa, em Curitiba. E vieram o João Luiz Agostini (Milbe), que depois trouxe o Carlinhos, seu irmão. E o Eduardo, irmão do Osvaldo, que chamávamos de Betinho. O Mineo Yokomizo, o Japa, que me deu um sapato 39 (o meu era 42, mas usei mesmo assim...), trabalhava no Banco do Brasil, era meu colega de turma.O Francisco Samonek, que o Japa chamava de "Sabonete", ex-seminarista, do BB, agora lidera ações sociais na Amazônia. O Ludus, Luoivino Pilattri, de Tangará, era eventual e tocava violão.

         Mais adiante os cabos Godoy (de Caçador, Odacir Contini (de Concórdia)  e Maciel, também de Concórdia, com quem eu praticava meu Inglês. E o Cabo Figueira, que nos dias de temperatura abaixo de zero tomava banho frio, às 5 da manhã, para ter disposição durante o dia. E o Frei Guilherme Koch, parente do tenista Thomas Koch, parceir de Edson Mandarino. O Frei era Diretor do Colégio São José. Viera aprender como  era a vida real. O "Boles", cujo nome era Boleslau, que tinha um táxi, viera de Cruz Machado.  O Celso Lazarini, o "Breca" de Lacerdópolis, que fora  goleiro do Igauçu. O Celestino Dalfovo, o Funilha, que não gostava de enxugar os pés, era da região dos arrozeiros de Rio do Sul.

          E o Frarom  era nosso "Administrador", controlava as despesas da Mercearia, o ordenado da cozinheira, o aluguel. O convite dele foi muito bom, muou minha vida.

         Lá,  no Esquadrão da Vida, tínhamos uma geladeira que não funcionava. Tomávamos café preto da garrafa térmica, amanhecido, e comíamos pães franceses com margarina (cada um comprava a sua). Todos os dias tínhamos feijão, arroz e um ovo, mas seguidamente tínhamos bifes (um para cada um). De vez em quando saía uma limonada. Ganhávamos gelo para colocar no Q Suco e no Q Refresco,  da mãe do Neomar Roman (primo do Odacir Giaretta), que hoje é médico. Assistíamos às corridas do Emeron Fittipaldi na F1 pela janela. A mesma Senhora deixava a janela da sala dela aberta para vermos TV. Nos revezávamos em nossa janela para ver os "lances" da corrida. Ah, e no domingo, além de frango, tínhamos maionese... Que delícia, que mordomia! Como valorizávamos o pouco de que dispúnhamos!

          Foram esses, sim, os melhores anos de minha juventude. Ter morado com esses e  mais alguns, foi uma grande realização pessoal. Vivi, aprendi, vivi. Um bom modo de viver.  E há, ainda, muito para contar, oportunamente.

Euclides Riquetti
27-11-2012