quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A greve dos caminhoneiros

          "Sem caminhão o Brasil para", era a frase usada há alguns anos pelos caminhoneiros para chamar a atenção das autoridades sobre as dificuldades que a classe encontra para sobreviver nas estradas. E, convenhamos, as estradas brasileiras, apinhadas de veículos e a maioria de seus trechos não duplicados (duplicação é raridade) não tendo sequer a terceira faixa nos aclives, apresentam-se assustadoramente perigosas.

          . É uma aventura para ti e para mim, leitor (a), andar em nossas estradas. Isso sem contar a precariedade de muitas delas, com buracos nas pistas de rolamento, acostamentos precários ou inexistentes, sinalização horizontal e vertical deixando muito a desejar. Ah, e ainda há os condutores  malucos nas rodovias, , principalmente aqueles que realizam perigosas ultrapassagens em dupla faixa amarela, sinal impeditivo para que vocês desloquem o veículo para a outra faixa. E os que dirigem desatentos. E os que dirigem após ingestão de álcool...

          Mas, o que chamou a atenção dos brasileiros e do mundo, nos últimos dias, foi a greve dos caminhoneiros. A greve é inevitável. É um recurso legal que permite que os brasileiros recusem-se a fazer aquilo que não desejam quando se sentem prejudicados. Falo de uma maneira simplista, deixo as conotações jurídicas para quem tem conhecimento e desejar fazê-lo. Fui grevista também, tendo liderado, na condição de presidente da APROC - Associação dos Professores de Ouro e Capinzal, a greve de 1987, quando paramos por 58 dias todas as escolas de Ouro, Capinzal, Lacerdópolis, Zortéa, Piratuba e Ipira. Apenas uma professora voltou ao trabalho depois de duas semanas, os demais continuaram firmes. Lutamos e, apesar de não termos obtido  muitas conquistas, nossa classe mostrou-se  unida e conseguimos mostrar para a sociedade o quanto éramos desvalorizados.

         Agora, no presente episódio, em que houve paralisação dos caminhões em grande número de estados brasileiros, principalmente nas regiões onde se situam as agroindústrias, vimos o quanto têm de importância para a economia brasileira. Aqui em Catanduvas, a 25 Km de minha casa,  concentrou-se uma manifestação na BR 282, rodovia pela qual é escoada a produção do Grande Oeste Catarinense. E isso também serviu para mostrar para as autoridades o quanto é importante o asfaltamento da Rodovia Ouro-Jaborá como estrada alternativa para o transporte de mercadorias em casos emergenciais.

         Os caminhoneiros estão cansados de pagar a conta. Pagam um valor elevado pelo óleo diesel, realizam pesados investimentos para adquirir ou substituir seus caminhões, estão sejeitos a todo o tipo de risco com relação a sua segurança nas estradas, e ainda têm que se submeter a leis que os que as elaboram desconhecem a lida do motorista, quer seja patrão, quer seja empregado.

         E, ainda, há os pedágios para lhes infernizar a vida ( e o bolso...). Em Santa Catarina, acredito que se limitam à Rodovia BR 101 e têm custo razoávelmente pequeno. Mas, no Paraná e outros estados,  estão tirando o couro dos caminhoneiros e mesmo condutores de veículos de passeio. Na Rodovia entre Curitiba e Ponta Grossa, por exemplo, um carro popular bem conduzido gasta mais em pedágio do que  com combustível. Para quem utiliza eventualmente, tudo bem, é possível suportar. E, para aqueles que precisam da estrada para seu trabalho diário, como é que fica?

          O que as autoridades deixaram de considerar é que as concessões foram efetuadas tendo-se em conta uma quantidade x de veículos trafegando diariamente, mas com os incentivos oficiais o número de carros emplacados anualmente cresceu acima do que estava programado. E não se vê nenhum idicativo de que isso esteja por mudar. E muita gente está ganhando muito dinheiro com essa insensatez.

          A questão das 8 horas de trabalho diárias, e o intervalo de meia hora para descanso para os caminhoneiros, foi a tônica do movimento e da  pauta reivindicatória. Os condutores vão parar ao lado da rodovia, vão ser multados, assaltados e, se não fizerem isso, os proprietários vão receber pesadas multas. Isso é risível. Fazem leis para não serem cumpridas, mesmo. Criam um monte de leis que atrapalham a vida dos cidadãos e não preveem as condições de  aplicabilidade.

          Hoje, durante todo o dia, foi possível ver os caminhões nas estradas, em fileiras indianas, tentando recuperar o tempo perdido... E isso poderia ter sido evitado se as autoridades não tivessem substimado a força dos caminhoneiros. É, sim, "sem caminhão o Brasil para". Não podemos, nunca, querer pagar para ver. É tiro no pé (das autoridades brasileiras).


Euclides Riquetti
01-08-2012

domingo, 29 de julho de 2012

O jantar dos torcedores do Internacional em Joaçaba

          Na última sexta-feira, 27, participei, a convite do amigo Denir Zulian, Engenheiro da AMMOC, de um jantar promovido pela Associação dos Torcedores do Internacional em Joaçaba e Herval D ´Oeste, que tem como presidente o Manuel Traverso, professor da Unoesc e irmão da amiga Luciana Traverso, que atua a Universidade Federal do Paraná em Silveira Martins, RS. O pai deles, o João, Veterinário da Cidasc, estava lá com uma camisa do Inter daquelas mais antigas, branca, com uma faixa diagonal vermelha. Lá revi  muitos amigos de Ouro e Capinzal: O Vander Rech, o Maikel e o Fábio Bebber, o Jorge Soldi, o Janecir, dentre outros. Aproximadamente 1.000 torcedores estiveram no jantar e dezenas deles não puderam adentrar ao Pavilhão Frei Bruno, por falta de lugar, voltando para frustrados. Ninguém estava ali para comer, apenas para abraçar seus antigos ídolos.

          Na oportunidade, fui com minha camisa do Vasco, aquela com a faixa vertical dourada e a cruz de malta bem no peito. Conheci o Caçapava, o Cludiomiro e o Fabiano (este de geração mais recente). Conversei com o simpático Caçapava, disse-lhe que estava ali representando a "grande nação vascaína", ele sorriu, deu-me boas vindas, um abraço. Lembro-me de quando ele participava  daquela "máquina colorada", que meu compadre Anibal Bess Formighieri e meu saudoso vizinho Leopoldo Minks tanto enalteciam quando morávamos no Zortéa, e da qual faziam parte o goleiro Manga, Falcão, Figueiroa, Valdomiro, Flávio (Peito de Aço),  Lula, e outros craques que foram bicampeões  brasileiros em 1975 e 1976. Na década de 70 o Inter  reinou absoluto no Sul do Brasil e foi a sensação dos campeonatos de nível nacional. Foi muito bom ter podido participar.

          Jantamos com o Dante D ´Agostini, filho do Osvaldoni e da Tere, pai do João, amiguinho da Júlia, minha neta. Também nos enturmamos com o Betinho Wesoloski e sua simpática esposa, o André Dalsenter, o Ruaro (irmão do Roberto) e o papo sobre boas lembranças correu solto. Revi o Roni Fabro, que falou-me sobre seu pai, advogado conceituado de Joaçaba, que está com dificuldades de movimentos. Contei para o Dante sobre o tempo em que eu estudava com o Osvaldino, no Juçá Barbosa Callado e fizemos o Ginásio Normal. Tínhamos como colegas o Chascove, os irmãos Andrioni  (Nelci, Terezinha e José Carlos), o Valdir Caresia, o Júlio Rodrigues, qu veio de fora trabalhar no Banco do Brasil, o Ivan Ramos, que trabalhava no Posto do João Flâmia, o Celito Baretta, a Erondina Moro, a Nelcinda Savi. O Osvaldino Vinha com uma Kombi e dava carona para nós, meninos. O Júlio tinha um fusquinha bordô e todos os outros iam para a escola a pé, com exceção dos saudosos professores Valdemar Barea, (que tinha uma aero-willys, e o João Bronze, que tinha uma fusca). Relembrar  daqueles difíceis mas muito bons tempos é uma das minhas predileções...(De vez em quando aparecia o Frei Adelino frigo, com a Rural dos padres, ou o Dioni Maestri, .com aquela aero-willys bordô, modelo arredondado, do Benjamim Barison.

          Ocasiões assim permitem nossa interação com a comunidade, o reencontro com amigos antigos e atuais, o bom papo, a zoação, a flauta, tudo no maior respeito. E havia os candidatos às eleições, quase todos com a camisa do Inter. (Entendemos, né??)

Parabéns, Manuel e sua turma. Vocês conseguiram motivar, muito, os torcedores do colorado gaúcho.

Euclides Riquetti
29-07-2012