sábado, 2 de agosto de 2014

Noites Românticas de Agosto

Noites de agosto

Agradáveis noites de agosto
Escondem corpos alados
Que abrigam corações almados
Amados,  no mês de agosto...

Agradáveis noites estreladas
Dos amantes e dos apaixonados
Dos namorados e namoradas
Dos sonhos acalentados.

Agradáveis noites das nuvens que flutuam
De Alpha e de Centauro, e do Cruzeiro do Sul
Do sol escondido que prateia a lua
Da negritude que sombreia  o universo azul.

Agradáveis noites dos sonhos relembrados
Dos nossos, (dos meus, dos teus...)
De nossos sonhos e pecados
Dos sonhos das Julietas e Romeus...

Euclides Riquetti

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Histórias de Dona Djélci e do Seu Bépi

          O Bébi tinha uma fábrica de vassouras de palha ali na Rua da Cadeia. Magro, grisalho, usava chapéu de palha de trigo para não pegar sol. Era nascido como Victório José Thomazoni, mas, como todo o José, era Bépi!  Dona Djélci, que as vizinhas chamavam de "Djéma" (Gema),  chegara ao mundo como Gelsemina Biondaro, mas as vizinhas só a conheciam cmo Djélci , que era più fàcile da dire! Era uma senhora cordata, mas firme em sua opinião. Reservada, não era de ficar mostrando os dentes à toa. Nós a respeitávamos. Era mãe de dois amigos, Mário e Arlindo. Também da Nina, uma moça prendada.  Com eles, jogávamos bola e brincávamos "de Índio". Os meninos utilizavam as hastes das vassouras para fazer flechas. Na ponta, colocavam ponteiras feitas habilmente com panos para não ferir os "soldados" nas brincadeiras. Um terreno da família De Paoli, onde havia uma pilha grande de tijolos,  era utilizado para a "guerra". Com os tijolos, construímos um forte. Agitávamos o "pedaço". Todos queriam ser índios, porque estes matavam os soldados, aprendêramos assim no Farroupilha e no Glória, nossos cinemas.  Ao lado do forte, um espaço de terra bem socada que comportava uma trave. Jogávamos "campeonatos" de futebol.  Muito divertimento!

          De dia, muita brincadeira para saciar nossa energia e vontade de brincar, principalmente na Primavera e no Verão quando demorava um pouco mais para anoitecer. E, em algumas noites, nos reuníamos em nossa "Sede". A Sede nós fizemos num grande mutirão juvenil. Era uma saleta ao lado da seção de fabricação das vassouras da família Thomazoni, no porão do Bépi. Nós mesmos fizemos a escavação da terra para instalar a sala, feita com madeiras que sobraram da construção da casa. Devia ter uns 12 metros quadrados e tinha uma lâmpada ao centro. Ao redor, bancos feitos com tábuas de madeira de pinheiro "de terceira". Era nosso santuário. Ali, nos reuníamos para combinar nossas promoções e programar os jogos da S.E. Palmeiras, nosso Palmeirinhas da Rua da Cadeia.

          Vez por outra, Dona Djélci e Seu Bépi vinham ver nossas reuniões. E, de futebol, para causos, tudo era muito rápido. Os "velhos" sabiam de muitas histórias. Falavam das assombrações, do Sanguanel e das panelas de dinheiro. Nós, ouvíamos assustados; "Lá nas bandas da Entrada do Campo tinha um fazendeiro muito rico. Ele escondia o seu dinheiro em vasilhas de ferro,  de alumínio ou mesmo de barro e as enterrava. Morreu sem contar aos familiares onde havia escondido seus tesouros. Uma panela bem grande, cheia de moedas de ouro, jamais fora localizada...," dizia o vassoureiro. A esposa, muito séria, concordava com ele e emendava:

          "Muitas pessoas já foram para aqueles lados para procurar a "panela de dinheiro". Vão de noite, que é para que ninguém os veja. Mas, para proteger a panela, o espírito do fazendeiro está sempre rondando por lá. E fica escondido atrás de uma taipa ou de um umbuzeiro. Quando percebe que há gente tentando cavar buracos com uma picareta e pá, pula sobre eles. O espírito é todo vestido de branco. É uma alma penada que não quer que mexam no seu dinheiro. E, quem é assustado pela alma do fazendeiro, se não for rezar três Aves-marias, um Glória e um Padre-nosso, na primeira igreja ou gruta que tenha uma imagem de Nossa Senhora, morre na certa!"

          E nós, adolescentes entre 12 e 17 anos, ficávamos muito assustados, aquilo era de arrepiar.  Dona Djélci era uma mulher muito séria, devota de Nossa Senhora, fazia parte do Apostolado da Oração e não mentiria, nunca! Só poderia ser verdade, aquilo. Terminava uma história e vinha outra. Falavam do Sanguanel, que era um diabinho preto com roupas vermelhas e que vinha buscar as crianças que não rezavam e nem obedeciam.... Tinha também a Mula-sem-cabeça, que aparecia nas curvas das estradas... Meus Deus, quanto medo!!!

          Numa dessas ocasiões,  fui para casa muito asssustado. Já ia com medo do escuro. Nos postes, uma iluminação muito acanhada.  Demorei para pegar no sono. Fiquei imaginando como seria o Sanguanel, a dita Mula-sem-cabeça, a alma do fazendeiro e outras coisas mais. Será que a alma vinha coberta com um lençõl branco ou com uma túnica preta?  Até vinha sonhando com essas criaturas do Demônio. Imagine agora, então, depois de ouvir tudo aquilo!  E, quando foi lá pela madrugada, um galo que estava dormindo debaixo do assoalho da nossa casa de madeira, assanhou-se para puxar os primeiros cantares do dia, o despertador natural das famílias que nem tinham relógio em casa. Ao bater as suas asas, fez um barulhão que me acordou. Fiquei apavorado, gritei, acordei meus pais e irmãos. Achei que o Diabo estava ali a  querer me ferrar..

          Serenados meus ânimos, disseram-me que era apenas o galo velho,  tentei dormir até a hora de levantar-me, mas que nada! Rezei muito, até me arrependi de meus pecados, fiz um "ato de contrição", prometi ser bonzinho com minha mãe, ajudar a recolher lenha sempre que ela pedisse, e  tirar água do poço com a manivela e deixar os dois baldes bem cheios antes da noite para poder lavar a louça e para o café da manhã. Mas não teve jeito, o dia veio sem que eu pegasse no sono.

          Ah, fui muito medroso, sim, na minha adolescência. E não era para menos. Cada vez que quisessem nos amedrontar, nos contavam casos assim. E, os Thomazoni, não faziam isso por mal. Era costume as pessoas irem passando as histórias para a frente. E, como não existia TV e poucas famílias tinham rádio, uma das nossas diversões, à noite, era escutar as histórias horripilantes que os mais velhos nos contavam... Hoje, os adolescentess adoram filmes de terror, de histórias macabras. Mas eu prefiro ver comédias. E escutar bons casos que as pessoas me contam na rua, diariamente. Todos têm uma história interessante.

Euclides Riquetti
02-08-2014

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Parque e Jardim Ouro (em versos)!

Parque e Jardim Ouro

Ao Norte da cidade de Ouro
A Família de Werner da Silva
Fundou um bairro muito nobre
Que recebeu muitas famílias
Nosso Parque e Jardim Ouro
Um lugar que muito brilha!

Sua história é de gente honrada
Honrada e batalhadora
De gente de bem é a morada
Gente honesta e trabalhadora
Uma terra abençoada
Progressista e promissora!

Quantos ali já cresceram
E viram nascer as construções
Das pessoas que ali viveram
Temos muitas recordações
Saudades dos que já morreram
A quem devoto orações!

Frarom, Peroza e Thomé
Grulke, Martins, Bonamigo
Rodrigues, Bernardi e Bonato
Proner e  muitos amigos
Savaris, Lima e Mattos
Moradores muito antigos.

Precisamos também falar
Dos Zóccoli e Vilarino Dutra
E ainda nos  lembrar
Dos Duarte, Faccin e Oliveira
Dos Esganzela e dos Dacás 
Nesta terra hospitaleira.

Vieram depois os Córdova
Os Meneghini e os Deitos
Os Pereira e Schlindenwein
Os Chiocca e os Freitas
Mantovani e Franceschi
Os Andrioni  e os Vieira.

E  também dos Spadini
Com sua seriedade e respeito
Dos  Rosa,  Forlim e  Brandini
Dos Camargo e dos Fonseca
Beviláqua, Coeli e Tidre
Vian, Schwantes e dos Baretta.

Tieppo, Minks, Crippa e Gálio
Zambon, Wulf, Frá  e Franquini
Anjos,  Córdova e Bazzo
Biarzi, Recalcatti e Colpani,
Rático, Storti, Toigo e Santos
Miqueloto, Silveira e Souza.

Minha homenagem aos Garcia
Aos Bassotto e aos Teixeira
Aos Forlin e Morosini
Aos César e aos Possamai
Coronetti e Filipini
Bortolli e a todos os demais.

Os Casara e os Bressan
Pastore, Correa e Chiamolera
Parisotto, Casagrande e  Boz
Basei, Susin e os Durigon
Professora Ione  Dambrós
E ainda Adiles Masson!

Procurei aqui saudar
Os mais antigos moradores
Os pioneiros que lutaram
E ainda os fundadores
Os primeiros que chegaram
Os verdadeiros desbravadores.

Hoje podemos nos orgulhar
Desse povo tão educado
A quem eu quero homenagear 
Com esses versos rimados
Continuem a nos honrar
E sejam por Deus abençoados!

Euclides Riquetti
31-07-2014

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Jujubinha e a Festa do Pijama

          A Jujubinha anda nos encantando cada vez mais. E, muito esperta, nos desperta. Também agita o pedaço... Noite dessas nos enquadrou: "Hoje nós vamos brincar de Festa do Pijama. E você, Vovô, vai ser meu aluno novo. Aluno novo tem que se comportar e fazer tudo direitinho!"

          E, nessa de "aluno novo", coube-me ler historinhas para ela. Escolheu um dos livrinhos que ganhou da Vovó, cuja redação já sabe de cor e salteado, e falou: "Agora a profe Júlia vai mandar o aluno novo, Vovô, ler a historinha que escolheu. a, depois vai apagar a luz e todos vão dormir!"

         Li umas páginas. Eu iniciava e ela ia completando as frases já conhecidas. Depois, apagava a luz e esperava uns 15 segundos. Reacendia e, se estivéssemos acordados, ( o vovô, a vovô e a mama Ine...), nos repreendia, com autoridade. Deu-nos uma canseira, ela. Crianças são assim, sabem como nos enrolar. E nós aceitamos, passivamente, pois temos nosso interesse: divertimento!

          Pela manhã, quis fazer seu omelete: "Vovô, pegue dois ovos e lave bem porque as cascas podem estar contaminadas". Fiz isso e entreguei para ela. Quebrou-os num prato e mexeu-os. Pôs orégano e sal temperado, queijo ralado também. Falou: "Tem que misturar tudo!" E eu fui mexer para deixar no ponto, ela reclamou que eu não estava fazendo como tinha que ser. Deixei que terminasse e pus no microondas. Ela deliciou-se.

         Veio a hora de ir para a escola. No carro, vai olhando tudo, emitindo opinião. Num local, ao lado da rua, viu algo: "Colocaram um sofá no lixo! Deveriam ter colocado dentro do lixo. Não puseram porque era muito grande. Lugar de lixo é dentro do lixo!"

          E, então chegamos na Escola Girassol, aqui em Joaçaba, onde estuda: parada final... "Vovô, sabe a senha para abir o portão? E lascou: 001 ** ** * !" Dirigitei os oito dígitos e entramos. Veio o abraço da Maria Clara, o  oi! dos coleguinhas, o carinho da profe e lá foi ela enturmar-se, isso depois de pendurar a lancheira e a mochila no suporte onde tem o seu nome escrito...

          A Jujuba é um doce de menina. Meiga, está cada vez mais vivaz. Gosta de ler, escrever, fazer pequenos cálculos mentais. Estimulo-a a somar. Ela conta os carros, os postes, as pessoas. E eu formulo pequenas operações para ela ir calculando e me respondendo. Nos entendemos muito. Coisa que só quem é avô e tem netos entende!

Euclides Riquetti
30-07-2014


terça-feira, 29 de julho de 2014

Guarde seu coração para quem o merece

Guarde seu coração para quem o merece
Para quem pensa em você, incessantemente
Para quem a deseja imensamente, ardentemente
Para quem quer, a ama e nunca a  esquece.

Guarde seu coração com todo o cuidado
Deixe-o num lugar salvo  e bem seguro
Siga o caminho da luz, não o do escuro
Aquele em que o nosso destino foi traçado.

E, sempre que precisar de um consolo ou afago
Entregue-se aos pensamentos e à imaginação
Às lembranças dos tempos de namorados.

Guarde seu coração com todas as chaves do mundo
Reserve-o para quem sempre a amou com paixão
Para quem lhe devota carinho e amor profundo!

Euclides Riquetti
29-07-2014

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Olhe para o sol dourado do amanhecer

Não deixe que as mágoas da decepção
Firam de morte seu coração sensível
Nem que as lágrimas da ingratidão
Tornem sua vida um pesadelo terrível. 

Não deixe que seu sonho seja interrompido
Nem que abatam  a sua felicidade
O amor que você guarda não pode ser destruído
Nada pode matar um amor de verdade.

Olhe para a frente e procure uma luz
Algo que a faça lutar pela vida
O norte seguro que a orienta e  conduz

Olhe para o sol dourado do amanhecer
E reenconte a esperança que julgava perdida
E lembre que há alguém esperando por você.

Euclides Riquetti
28-07-2014


O Sol que vem do Oriente

O Sol nasce vermelho no meu horizonte azulado
É a pintura divinal pelas mãos supremas concebida
É um sol que rebenta atrás do verde que o sustenta
E se pendura no céu da manhã que é vinda.

O sol nasce para todos
Pra mim, pra ti, pra nós.
Difunde seus raios de fogo ao alvorecer
Recolhe-os, cansados, no meu entardecer.

E, em nossa noite, vai inundar as ásias
E, em nossa madrugada, clarear as europas
Para, pouco depois, alçando as douradas asas
Dizer-nos Bom Dia e colorir as américas.

O sol nasce para todos
Para nós, para elas, para eles
Lírica, plana, ou ondulada etérea
A natureza viva espera por ele.

Esse mesmo sol que bronzeia peles morenas
Fere as peles alvas
Mas é nosso Sol
Com seus raios que nos abençõam, ou nos maltratam.

Nosso Rei Sol que vem do Oriente
É o mesmo que enseja as premonições dos profetas
E que atiça a inspiração e as emoções dos poetas
É o Leste Sol que fortalece a gente.


E, na sua imobilidade
Conduz nossa mão delicada
Para, com leveza e suavidade
Desenhar sílabas, escrever palavras.

O sol que inspira meus poemas
Que apenas dita meus versos
Assim, sem nenhum estratagema
Far-me reunir os fragmentos dispersos.

E eu vou compondo meus escritos
Frases, versos, poemetos
Inspirado em seus raios benditos
Comporei, sim, eu te prometo...

Prometo pra ti...
Apenas para ti!

Euclides Riquetti