sábado, 14 de fevereiro de 2015

Num castelo azul

Imaginei-te num castelo azul
Onde bailam valsas e tangos
Onde dançam musas e anjos
No meu castelo branco e azul...

Imaginjei-te num castelo com janelas brancas
Escadarias de mármore e de granito
Que nos levavam para o infinito
Além das paredes azuis e das janelas brancas...

Imaginei-te num castelo de telhados risonhos
Arquitetados para nos cobrir na noite e proteger das chuvas
Ladeados de vinhas da mais cândida das uvas
Cobertos prateados e altos, em nosso castelo de sonhos...

Imaginei-te com teu sorriso belo e franco
Com teu olhar de menina amedrontada
Com teu corpo de mulher desejada
Com quem me perco no lençol macio e branco...

Encontrei-te e me perdi em ti e no teu corpo formoso
Encontrei-te no sonho e acordei esperançoso
De te ver de novo!

Euclides Riquetti
14-02-2015

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O tempo que passou...

 

O tempo que passou
Deixou rastros, deixou marcas.
Rastros nos caminhos, nas estradas
Marcas nos corações e nas almas.

O tempo que passou deixou-me lições:
O tempo que passou mostrou-me que as ilusões
São vãs e fugazes.
Mostrou-me que há  o bem, ou o mal
Em todos os lugares.
Mostrou-me que há as certezas
Mas também as incertezas
O ganhar e o perder
Os reais e os imaginários
Mas, todos, muito necessários.

Muitas vezes perdi, outras ganhei
Mas nunca desanimei.
Levantei-me em cada tropeço
E, por isso, meu Deus a quem tanto louvei
Eu vos agradeço.

A quem amei com paixão
A reafirmação
A quem me estendeu a mão
Minha eterna gratidão
E a quem me quis tanto bem
Agradeço também.

E, nas marcas que ficaram
Nas ilusões que se apagaram
Nos ânimos e desânimos
A constatação:
Viver é amar
É ser amado
No desejar
Também ser desejado!

É pedir a bênção de Deus...
E ser por Ele abençoado!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Conhecendo o Palácio de "La Moneda"


          La Moneda é o Palácio Presidencial do Chile. Nós o visitamos na primeira manhã em Santiago, no Chile. Tínhamos visita previamente agendada e chegamos lá via metrô, estação Universidad de Chile. A suntuosidade da casa não vem pela exuberância de sua arquitetura, mas sim pela História que ela insere. Ali, Michele Bachelet, médica pediatra, comanda um país que nos pode ser exemplo em cultura e educação.

         Fomos recebidos por uma belíssima Carabinera, que nos conduziu à recepção, onde soldados engalanados mantinham-se altivos  em seus postos de observação e controle. Identificamo-nos e até nos permitiram tirar umas fotos com eles. Conhecemos um simpático  casal de Volta redonda – Rio de Janeiro. Encontrar patriotas onde quer que a gente vá, é sempre muito agradável.

         La Moneda foi construída para abrigar a “Casa da Moeda” deles, a partir de 1786, com uso a partir de 1805.  Com o tempo, um de seus presidentes julgou que, pela localização e praticidade, o local seria a sede ideal para instalar o Governo do país. À frente uma grande praça, a "Praça da Constituição" e, aos fundos, um fabuloso espaço onde há uma fonte e uma bela lâmina d ´água, a Praça da Cidadania.  Andamos por diversos ambientes e uma guia oficial foi-nos passando valiosas informações.  E, no segundo pavimento, não distante do Gabinete Presidencial, vimos uma parede de tijolos maciços que foi recomposta após uma explosão que ocorreu num atentado de 1973. Sem reboco, fica bem perceptível o desenho da intervenção pelos novos tijolos assentados, após a ocorrência de uma explosão: é uma das mais importantes marcas da História do Chile, quando da deposição do Presidente Salvador Allende, ocasião em que ele morreu.  Emocionante ouvir os relatos sobre um líder político que legou comoção e esta se transformou em sensível lembrança ao povo chileno.
          A visita foi muito proveitosa. Na saída, visitamos o "Centro Cultural Palacio de La Moneda", ali perto. Um espaço público em que são realizadas exposições das mais diversas. Naquele dia havia uma interessante exposição de Arte Islâmica, com peças muito antigas e admiráveis para quem aprecia História e Arte. Na Cinemateca Nacional, ali localizada, acontecia um evento. Como não falo espanhol (apenas compreendo, quando me falam devagar...) apresentei-me em inglês na recepção. Fui convidado por uma senhora funcionária do gabinete Presidencial para a audiência de uma palestra.  À tarde haveria um palestrante do Rio de Janeiro. Dezenas de autoridades trajadas com “terno e gravata”, e as mulheres com elegantes "tallieurs"  se faziam presentes. O tema em debate era a inclusão. Participei, inclusive, de um coquetel no intervalo, muito bem preparado e com gostosos quitutes e frutas. Serviam café e refrigerantes. Depois fui juntar-me à Miriam, Michele e ao Daniel.

         Outras duas visitas que me impressionaram muito foi à de um dos muitos museus de Santiago e a sua Catedral Metropolitana, que foi iniciada em 1748 e que somente no século seguinte recebeu sua duas torres.  Esta é uma magnífica obra de engenharia e arquitetura, com peças esculpidas em mármores. Dezenas de turistas entrando e saindo, fotografando à vontade. Muitas maravilhas que registramos com nossas câmeras.

          Foi um dia muito cheio de atividades. Jantamos depois das 16 horas. Lá, como  escurece por volta das 22 horas, 21 horas no Brasil, convencionamos fazer um “almojanta”, ou seja, um almoço em horário intermediário, com lances ao meio-dia e à noite.

         Visitar os locais descritos foi muito aprazível para nós. Recomendo-os para quem visitar Santiago.


Euclides Riquetti

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Voltaram nossos pecados...

Voltaram os pecados que haviam saído
Que buscaram encontrar os pecados teus
Voltaram leves e punidos
Voltaram os pecados meus...

Passearam,  de mãos dados, os nossos pecados
Foram sonhar os sonhos permissíveis
Desejavam ser perdoados, depurados
Buscaram os perdões mais impossíveis.

Então  a flecha do cupido, a arma tão letal
Sacramentou o perdão de ambos os pecadores
E foi a vitória do bem perante o mal.

E, as negras tintas  foram  dissipadas
A alvas rosas abriram seus botões em flores
E Deus abençoou nossas almas já purificadas.

Euclides Riquetti

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Uma luz que me atrai


Há uma luz que brilha  na escuridão
Não é sol, nem estrela, nem  luar
Mas  é algo que me vem de seu olhar

E que eu guardo, com carinho,  na imaginação.

Há uma luz que me atrai, que nunca se apaga
Não vem do fogo e nem vem de lanternas

Vem de você, de suas palavras  ternas

É uma luz que me embala e me embriaga.

Luzes brilham onde quer que seja
Luzes que nos fazem viver e sonhar

Brilham apenas para o coração que deseja....

Ah, luzes, com seu brilho sutil e  encantador
Luzes da alma, dos lábios e de um  olhar

Luzes que vêm de você, que me  trazem o  amor!

Euclides Riquetti

10-02-2015

Salve, Chile!

Nossa ida para o Chile foi organizada pela Michele e o Daniel, filha e genro. Usando as tecnologias modernas de comunicação, eles escolheram os hotéis e agendaram, previamente, os pontos para nossa visitação, deixando algumas aberturas na agenda.  Foi um tour maravilhoso que eu e a Miriam fizemos com eles. Obrigado por nos proporcionarem isso.

            Chegamos ao aeroporto de Santiago ao final da tarde do dia 21. Lá,  o dia fica bem claro  até quase 22 horas.  Tomamos um ônibus até o hotel. Surpreendeu-me a qualidade dos transportes coletivos e o público, em geral, em todo o Chile. Táxis, ônibus, metrô, vans, e até bondes em Valparaíso. Funiculares para as pessoas subirem e descerem nos cerros. Dá até uma inveja deles. Não há aquela lentidão no trânsito que temos aqui. Menos de metade dos veículos nas ruas são carros de passeio. E, nas rodovias, não há aqueles caminhões enormes carregando mais peso do que devem. Nem aqueles caminhões lentos e velhos que andam em nossas rodovias não duplicadas e sem pista adicional.                                                                                                                      
                Acomodados devidamente, ficamos a menos de dois minutos, a pé, do metrô de Santiago. E a um minuto de um movimentado terminal de ônibus. Muito favorável a mobilidade por lá. Isso nos permitiu que, ainda na primeira tarde, fôssemos ao Província, na área central, onde comemos comida peruana do “Tambo”, um pequeno mas aconchegante restaurante num pátio gastronômico. Foi ali nossa primeira refeição em território andino, no dia 21, bem como a última, no dia 29. Escolhemos pratos com os deliciosos temperos da cozinha peruana. Vinhos das melhores castas chilenas e cervejas peruanas e chilenas.                                                                                         
                 O que me impressionou, no entanto, foi a valorização que os artistas têm no Chile. Poetas, pintores e músicos têm generosos espaços na imprensa, sobretudo nos jornais e TV. Bem ao contrário daqui, onde a política e as notícias policiais tomam conta dos espaços televisivos. Numa parede localizada na frente do restaurante, exatos 100 quadros, de 100 pintores daquele bairro. Cada um com uma menção ao respectivo pintor, todos do mesmo bairro. É assim nas centenas de cafés e restaurantes das cidades de Santiago e Valparaíso, onde as obras de arte estão presentes.                                                                                                                                    
                 Tive o prazer de tomar um café  no “Café del  Poeta”, o lugar preferido de do poeta Pablo Neruda, falecido em 1973. Lá, uma escultura dele e outra  de Gabriela Mistral, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura, tomam café em uma mesa lateral. Sentei com eles e tirei umas fotos. Emocionante, para mim, que tanto gosto de poemas, sentir o clima poético que ali reina.                                                                                                                                                                                   cho                   Temos muito que aprender com os chilenos em termos de valorização da arte. Até me animei a frequentar aulas de pintura em tela na casa da Cultura Rogério Sganzerla, aqui em Joaçaba, a partir de agora. Quem sabe eu possa aprender a por um pouco da arte de Michelângelo e Da Vinci em algumas telas...

Euclides Riquetti
09-02-2015

domingo, 8 de fevereiro de 2015

"O doce aroma que perfuma"

Traz-me o vento que balança a cortina
O doce aroma do fruto goiaba
Que vem perpassando o vão da janela
E me lembra de sua cor linda,  amarela
Cobrindo a polpa vermelho-rosada
Ah, doce aroma que perfuma...e que me anima!

Traz-me de volta seus olhos fugidios
E leva meus lamentos pelas águas do rio.
Traz-me o vento lembranças gostosas
Lembranças que me fazem bem e me afagam
Lembranças verdes e maduras
Que dividíamos com ternura
(E que de min´alma meus pecados apagam...)
Das frutas tenras, macias e saborosas.

Traz-me de volta seus  olhos fugidios
E leva meus lamentos pelas águas dos rio.

Do rio que sai de mim
E que busca você.
Apenas dele...

Euclides Rquetti