domingo, 31 de dezembro de 2017

Ter onde chegar

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Laranjas verdes, amareladas, maduras
Maçãs verdes, avermelhadas, doçuras
Mangas verdes, amareladas, adocicadas
Limas verdes, amareladas, amaduradas
Uvas verdes, avinhadas,  escuras.

Corações agitados, abalados, esquecidos
Olhos tímidos, invívidos, entristecidos
Mentes vãs, insanas, atribuladas
Almas negras, perturbadas, aflitadas
Seres frágeis, reprimidos, deprimidos.

Há caminhos ternos, tenros, intensos
Caminhos estreitos, pedregosos, imperfeitos
Caminhos de ida, caminhos de ida e volta.

Não importa a cor que cada fruta tem
Nem o fácil ou difícil em cada ser:
Ter onde chegar é o que me importa!

Euclides Riquetti

Eu e meus pecados - o último poema

Homem Oracao | Vetores e Fotos | Baixar gratis

Aqui estou, meu Senhor
Eu e meus pecados
Não queremos muito, não
Apenas sermos perdoados.

Eu, por havê-los cometido
Por ter perdido,  às vezes,  a razão
Por não ter escutado meu coração.
Eles, por me terem seduzido.

Somos,  ambos,  duas almas descuidadas
Merecemos, assim, o incondicional  o perdão
Não somos da história o vilão
Queremos nossas culpas deletadas!

Preciso em minh' alma toda a alvura
Inicar 2013 novinho em folha
Então, peço perdão, não tenho escolha
Perdoa-me, Bom Senhor lá das Alturas!

Falo por mim e por meus pecados
E por isso mesmo já vou escrevendo
Não podemos terminar dezembro
Sem que sejamos perdoados
Eu... e meus pecados...

Perdão, Senhor, perdão!!!
Euclides Riquetti

sábado, 30 de dezembro de 2017

Splendour of the seas" - replay

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Navio Splendour of the Seas

          Cedric Gayasso é um staterrom attendant, originário de  Bluefields, Nicarágua. Valentin é natural da Romênia.  Tatiana Kataeva é russa. Thalassa Travascio é carioca e, como eu, vascaína da gema. Estes, são waiters, têm curso superior e alguma especialização.

         Naiana Santana é de Xaxin, é uma guest services officer. Suellen é mineira de Varginha, casada com um jovem da Macedônia, há seis anos, ambos waiters. Cada um tem sua história, sua origem, sua família. De comum, todos falam Inglês fluentemente e fazem parte da tripulação do navio de cruzeiros "Splendour of the Seas", considerado o mais fabuloso das américas. O navio tem capacidade para mais de 2.000 passageiros, tem mais de 800 tripulantes, originários de 135 nacionalidades. São muitas línguas num mesmo local, mas todos eles entendendo pelo menos um pouco de Inglês, a língua universal. O suficiente para se virarem nas tarefas que lhes são conferidas pelo comando do Splendour, de uma empresa das Ilhas Bermudas e que realiza cruzeiros pela Costa Brasileira e, no nosso inverso daqui, e verão lá, lá na Europa.

          Aprender uma língua estrangeira é um desafio. Hoje, muitos jovens brasileiros, meus antigos alunos, estão morando no exterior. Estados Unidos, Alemanha, Canadá,  Áustria, Suíça, Argentina e outros países. De vez em quando algum se manifesta, ou descubro com seus pais o seu paradeiro. Pais sentem, sempre, muito orgulho de seus filhos. Hoje mesmo uma mãe, que havia sido minha aluna há duas décadas, ligou-me para contar que a filha passara no vestibular e que estava realizando matrícula: vai ser enfermeira.

          Temos, sempre, que admirar pessoas que buscam conhecer, que perseguem encontrar uma base profissional. Mas, hoje, apenas o curso superior é pouco. Alguns diferenciam-se com uma especialização, outros buscam o mestrado ou o doutorado. E há os mais corajosos ainda que,  em plena juventude, cursam pós-doutorado.  E todos buscam conhecer a língua inglesa, que utilizam para acessar textos que dificilmente encontrariam na língua portuguesa. Meu afilhado, Fábio Xavier, Doutor em Engenharia Mecânica, aprendeu falar Alemão , mora na Alemanha, doutorou-se naquele país, onder está, casado e com uma filha. O Fábio é o orgulho da Alias e do Ticão, assim como a Pollyana e a Fernanda.

          Mas, como eu me referia anteriormente, conheci alguns jovens no Splendour, na semana passada, quando estivemos navegando pelo Atlântico. Muita simpatia, gentileza, educação, hábitos virtuosos. Gente bonita por dentro e por fora. E me possibilitaram exercitar um pouco de meu Inglês, que já estava guardado lá, no fundo de meu velho baú. Senti-me um adolescente deslumbrado, como nos tempos da FAFI e do Yázigy, em União da Vitória. E lembrei-me de milhares de alunos a quem tive o prazer de iniciá-los em seus primeiros passos no inglês básico...

Euclides Riquetti
23-02-2012

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Preciso de você

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Preciso de você, incessantemente
Para melhorar o espírito e meu astral
Para poder me perder, perdidamente
Preciso de você no meu mundo real...

Preciso tanto como preciso da água
Como preciso do ar para respirar
Preciso de alento para minhas mágoas
Como a vela do vento para singrar...

Preciso, sim, e isso é incontestável
É definitivo, não entra em discussão
Preciso do abraço suave e agradável...

Ah, como eu preciso e eu quero ter
Todos os afagos ao meu coração
Ser feliz é amar, ser feliz é viver!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Caminhar juntos... em alguma estrada!

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 Caminhar juntos, depois afastar-se
Lembrar do sorriso, e  imaginar...
E então...   reencontrar-se!
Rever-se, entender-se,  com  apenas  um olhar
Caminhar juntos, em direção ao nada!
Caminhar juntos, pensar, sonhar..
E mais nada!

Sorrir o sorriso que diz tudo
Acenar o aceno da alma leve
Dar falas ternas ao coração que está  mudo
Não dizer adeus, pois a despedida fere...
Ver-nos-emos de novo, ao longo da estrada
Ver-nos-emos de novo, num momento breve
Em alguma estrada...

E, no encontro de todos os caminhos
Nos aclives e declives, com ou sem espinhos:
Você!
Mesmo quando tudo parecer longe, distante
A silhueta divina, doce, elegante:
De novo você!  Para caminharmos juntos
De novo
Eu e você! Só nós dois...

Euclides Riquetti

Objetos em desuso - reflexão para final de ano

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          Quando criança ainda, numa de minhas férias escolares, fui passar um mês com meus avôs em Linha Bonita. Os Baretta  eram comerciantes, tinham um casarão que mais atrás servira também de pousada. E, naqueles idos de 1961, eu era bastante observador, cuidava dos movimentos das pessoas e daquilo que faziam. Lembro que,  nos domingos à tardinha, após os jogos de futebol, vinham os jovens de toda a redondeza para jogar baralho. E tomar umas "birotas". Naquele tempo não tinham geladeira, pois não tinham energia elétrica suficiente, embora a maioria das casas tivessem  um rodão d´água, que acionava um dínamo, que permitia clarear os ambientes apenas para umas duas, no máximo três lâmpadas. Então, a cerveja era resfriada num tanque de alvenaria, construído sob o assoalho de madeira, com água do poço, retirada com baldes de madeira também. E pediam para minha nona, Severina, cozinhar ovos na água, em dúzias, para matarem a fome no final de tarde.

          Lembro que um dos jovens senhores que vinham até lá era o Vitalino Bazzo, com chapéu de feltro cinza, terno da mesma cor, de um xadrez discreto. (Foi na década de 1970 que os paletós "xadrezão" entraram na moda. Combinavam com aquelas calças boca-de-sino e os cabelos longos das pessoas).  baldes do poço. E havia o Américo Módena, o Fernande Maziero, o Dirceu Viganó, o Nézio e o Vilson Rech, o Alcides Antonietto, o Nelson Falk, o Itacir Dambrós, o Valdir Baretta, que se misturavam com outros mais jovens e com meus tios. Tinham chapéu de feltro, que eram os chiques. Alguns, de palha. Comprei um aos 9 anos, quando já estava moranda na cidade e trabalhava. Lavava louça e lustrava a casa para uma prima. Com meu primeiro salário, comprei um belo chapéu.... Ah, e trabalhar não tirou nenhum pedaço de mim, não me queixo disso, mas me orgulho, pois aprendi a valorizar todas as minhas coisas.

          Na época, havia um cidadão que vinha da Estação Avaí, que ficava do outro lado do Rio do Peixe ,o Nelson Martins, e ia ver a namorada, filha de um dos muitos Barettas que ali moravam, do Serafim. E tinha algo que dava inveja a todos os outros: um par de galochas de borracha, pretas. Era um material bem elástico e flexível, um "sapato maior que envolvia um sapato menor", que não deixava que o de couro embarrasse, nem que nele entrasse umidade. E ainda tinha um guarda-chuva com as varetas de madeira, bem grande. Vinha a pé, passava pela balsa ou bote, vinha de uma distância de dois quilômetros e meio para ver a namorada. Quando passava defronte à bodega, todos o invejavam. Naquele tempo não conhecíamos ainda as capas  chuva, de nylon, que apareceram por lá apenas uns cinco anos depois. Imagine o sucesso dele se tivesse também uma capa de chuva. Ter uma, foi um de meus sonhos de adolescência, que não pude realizar, pois só "quem podia" conseguia ter uma. (Só consegui comprar um chapéu...)

          Era o tempo em que não havia tratores para trabalhar. Colhíamos trigo com foicinhas, usávamos as enxadas para carpir, as máquinas pica-paus para plantar milho. E trilhadeira alugada para colher o trigo. Havia máquinas acionadas a mão para debulhar ou moer milho. Depois vieram equipamentos a gasolina e os elétricos. Foi uma "revolução na roça".

          E, relembrando dessas coisas, das galochas que caíram em desuso, lembrei-me do cinzeiro que meu pai ganhou de uma aluna, lá do Belisário Pena, do 4º ano, a Cássia.  Isqueiro  era um presente bonito para um aniversário, dias dos pais, formaturas. (Agora, eu não daria cinzeiros ou isqueiros para ninguém).  E davam também abotoaduras, algumas combinadas com um filete metálico que prendia a gravata, tudo ornando e combinando. E, antes ainda, as mulheres usavam luvas e  chapéus, que as tornavam mais elegantes. Bonitas não, pois bonitas elas já eram, apenas que os ornamentos as deixavam mais atraentes, chamativas, engraçadas.

         Hoje os sonhos de consumo são outros, criaram outrs necessidades para nós, encontraram outras formas de nos atrair, contagiar. As máquinas de escrever foram substituídas por computadores com impressoras. Muitos deixaram de fumar e dar um isqueiro ou um cinzeiro de presente é coisa muito brega e deselegante. Luvas, agora, para o trabalho,  para pilotar motos, ou proteger contra o frio. As máquinas fotográficas convencionais foram substituídas por digitais. Os filmes de pelícola 35 mm estão dando lugar a sistemas digitalizados. As vitrolas , os gravadores de rolo ou fita, os toca-discos, deram lugar a mídias moderníssimas, chegando-se aos blue rays.

          Muitos  acessórios clássicos, tão presentes nas novelas e filmes de época e revistas  podem voltar à nossa mente nesses dias em que paramos para refletir a chegada de mais um final de ano. Pensar nos chapéus de feltro, nas abotoaduras, nas luvas das senhoras, nos isqueiros, nos cinzeiros, nas galochas, nas agulhas dos toca-discos e nos discos de vinil. Quanta coisa mudou e quanto ainda tudo vai mudar. Até as bodegas das colônias desapareceram, junto com a energia da juventude de muitos amigos que se foram ou que estão aí, resistindo ao tempo. Olhamos para trás e vemos um filme que nos traz simples, mas saudosas lembranças.  E nos resta pedir saúde a Deus, e que nossas ideias não caiam de uso, não se tornem obsoletas também!

Euclides Riquetti

É noite


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É noite, dos pensamentos sem dono
É noite de novo...
É noite das estrelas prateadas
Das almas condenadas (perdoadas??).
Mas é noite!

É a noite dos namorados
É a noite dos sonhos encantados...
É a noite das orações
Das dores nos corações...
É, sim, é a noite!

A noite é  dos amantes
Dos beijos provocantes
A noite é dos aflitos
Dos versos escritos e ditos
A noite é apenas a noite...

E, atrás daquela  janela
Alguém se esconde.
Atrás da cortina singela
Uma voz responde:
Estou aqui...
Pensando em ti!
Somente em ti.
Em ti...
(Aqui...)

Como se não existisse paz!

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O mundo está virando... já virou
E ficou virado!
Parece-me que já não há tantas verdades
Há desamor, atrocidades
E que tudo mudou.
Mutilaram-se as cidades
Apedrejou-se o céu, assassinaram os rios
Indefiniu-se o comportamento
Do tempo.
Ora chuvas descontroladas
Ora assolador estio.

Quisera que houvesse menos tragédias
E que a realidade não seja travestida de comédias.

Quisera que imperasse o senso da honestidade
E que as pessoas agissem com mais seriedade.

Quisera que nascessem flores ao longo das estradas
Mas estas precisariam terem sido plantadas.

Quisera que os males tivessem a devida cura
E que as almas pudessem pintar-se de brancura.

Precisamos que a mão da Divina Providência
Nos abençoe com sua força e excelência
Pois:

É como se não existisse mais amor
É como se não existisse paz!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Andar nas nuvens



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Fui andar nas nuvens,flutuar
Buscar não sei o quê
Fui nem sei por quê
Mas fui passear!

Seria o  passeio dos justos
Ou da desolação?
Seria preocupação
Ou vazão a instintos brutos?

Fui andar perto do céu azul
Fui encontrar a paz
Pois é assim que se faz
Aqui no meu amado Sul...

Seria a busca das verdades
Das respostas escondidas
Para as dores sentidas
Para as aflições e as vontades?

 Fui com propósitos e propostas
Fui flutuar nas nuvens brancas
Procurar almas tão santas
Que me dessem as respostas!

E, agora, já sei o porquê
De ter ido buscar ali
Remédio pra dor que senti:
Encontrar você!

Euclides Riquetti
27-12-2017












terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Pra ti

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Saí por aí
Sem ti...

Saio por aí
Sem ti...

Sairei por aí
Sem ti...

Saí por aí sem ti
E senti!

Sairei sem ti por aí...
E apenas pensarei em ti:
Em ti!

Depois retornarei
Pra ti
E mergulharei
Em ti
E então escreverei
Pra ti...

E tu lembrarás
De mim.

Euclides Riquetti

Receba meus versos como se fossem rosas

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Aceite meus versos como se fossem  rosas delicadas
Leia-os com o doce sabor de seus lábios vermelhos
Livre como as garças que voam elegantes e encantadas
Alente seu coração, acalente e alma e alimente os desejos
Seja mais que  a musa que inspira as canções eternizadas....

Apenas abra-se a eles, sem nenhuma condição a impor
Receba-os com amor, frutos de  minha  tênue  inspiração
Creia nos propósitos, nas palavras, nos sonhos do sonhador
Dono  de sentimentos nobres que se transformam em paixão .
Antes de fechar seus  olhos para seu  sono reparador
Atice os seus pensamentos que navegam na imensidão
Diga, então, que também me quer,  e me deseja com ardor.

Idealizada, imaginada, concebida com elegância extremada   
Divinamente descrita nos versos mais bonitos e singelos
Avalanche de amor, de sedução, uma pintura redesenhada
Discretamente, mando-lhe rosas vermelhas ou lírios amarelos
Andante do universo estrelado, musa bela e encantada
Dádiva de Deus a semear beleza a enfeitar,  a perfumar castelos...

Euclides Riquetti

Flor-de-lis


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Um dia você sonhou que era livre
Que voava como o pássaro feliz
Que seu mundo era tão grande, era infinito
Era paz, amor tão puro, Flor-de-lis...

Um dia você sonhou que era feliz
E andou pelos caminhos da paixão
De repente veio a sua decepção
E deixou murchar a bela Flor-de-lis.

Um dia você sonhou o impossível
Para um tempo em que convinham certas normas
E tornou sua vida um sonho tão sofrivel
E deixou que Flor-de-lis caísse fora.

Flor-de-lis foi das paixões a mais querida
Que tomou caminhos novos, diferentes
E a paixão que foi outrora amor ardente
Virou cinza, virou mágoa tão sentida.

Seus caminhos, Flor-de-lis, são diferentes
Mas alguma coisa forte ainda os prende
Ainda acende o seu romance tão bonito
Amor de amor, amor de sonho, sem conflito...

E eu, que nessa história tenho um pouco
Não me conformo em ver o rumo que tomou
Onde um amor de juventude, muito louco
Virou apenas a lembrança que ficou.

Euclides Riquetti
18-08-1993
(Poema para Sheila)

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Com carinho, para ti!

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Eu fiz pra ti estes meus simples versos
Palavras comuns,  mas bem escolhidas
Em frases sinuosas os caminhos certos
Palavras cheirosas a serem sentidas...

Desejo que calem em tua alma confusa
Desenhar no corpo o teu pensamento
Desenhos que te lembrem, doce musa
Que o tempo passa, mas caminha lento.

Dou-te, de presente, este meu poema
Para que jamais te esqueças  de mim
Dou-te, de presente, este novo poema
Para que o leias e guardes, bem assim!

Felicidades pra ti, em data tão preciosa
Quero que a comemores intensamente
Deixo-te esta lembrança bem carinhosa
Para que seja eternizada em tua mente.

Com carinho, para ti!

Euclides Riquetti
25-12-2018






Mr. Safik

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Capinzal - SC - minha terra natal!

          Saudade é um sentimento nobilíssimo. Pessoas que sentem saudades e medo estão sempre vivas, atentas ao derredor.

          Os anos 50 não restam apenas em tua nostalgia, mas na minha, no verdor de minha infância. Boas lembranças dos tempos em que se tomava o bote e se buscava a Ilha da Siap, da malandragem dos mais velhos: primos, irmãos, amigos... na escusa busca de frutas naquelas paragens e, da subida nos cipós, nas brincadeiras de Tarzan, no armar de linhas de pesca nos sarandis, nas brincadeiras de virar o bote, na procura de lugar em que "desse pé", no leito das límpidas águas do Rio do Peixe.

          Juro-te, peloas goiabas, caquis e melancias afanados, que foram os grandes anos de minha vida. Juro-te, pelos lambaris, carás, joanas,  mandis e jundiás pescados, que foram as melhores aventuras de minha vida. Juro-te, pelas águas transparentes das corredeiras da Ilha, que quando avistávamos as meretrizes banhando-se nas margens do lado esquerdo, cobríamos os olhos para não fazer pecado... e quando, por deslize, os dedos se abriam e nossos olhos buscavam, furtivamente, o corpo daquelas banhistas, íamos, na primeira oportunidade, ao confessionário de nossa suntuosa Matriz São Paulo Apóstolo, onde, nos meses de janeiro, gastávamos nossos trocados na pescaria e nos cavalinhos da Grande Festa em que, não raro, bandas animavam o ambiente e o chope animava o povo, que era muito feliz. Não procurávamos o Frei Lourenço, o mais severo dos freis, mas o outro Frei, aquele que vivera as agruras da Segunda Guerra Mundial, viera da Itália, que era mais condescendente e impunha penitências mais leves. Diziam as Senhoras que era o confessor preferido, parcimonioso, atencioso, compreensivo, além de outros "oso" e talvez "ivos".

          Como são boas as lembranças. Boas lembranças do tmpo em que, ma ponte pênsil, trafegavam alguns automóveis, dizem que até o caminhãozinho FORD Gigante (ou era Chevrolet), das Indústrias Reunidas Ouro! Depois, o orgulho de ver a Ponte Irineu Bornhausen ali, imponente e formosa, sombreando as águas e ligando as duas cidades gêmeas do Baixo Vale.

          Como era bom ir à Comercial Baretta e comprar anotando "na caderneta", ir à loja das Indústrias Reunidas Ouro comprar sabão e banha "Ouro", e vinagre "Horizonte"! Tomar gasosas de framboesa no engarrafamento da Indústria de Bebidas Prima, comprar capilé no Bar Avenida, no Bar do Adelino Beviláqua, jogar bola nos campinhos esparramados por aí, como aquele do "Morrinho do Pão-duro", onde hoje é a Central telefônica da cidade, ou no Municipal, nosso "terrão", onde jogavam Vasco, Arabutã, São José, Ouro, Operário do Mandu, Botafoguinho dos Baratieri, Flamenguinho do Coquiara, Fluminense do Rogério Caldart, Palmeirinhas da Rua da Cadeia (o do meu irmão Ironi), Vasquinho dos filhos do Ernesto Zortéa, Ameriquinha dos riquinhos da área central, e outros, que, "pelo conjunto da obra", não deixavam a grama crescer. E havia ainda os recessos, como quando o Circo Robattini veio e instalou-se no campo, com picadeiro vestido de maravalha da Zortéa ou dos Hachmann.

          Realmente, foi de comoção o passamento de Maria Lúcia, que devia ter a sua idade, que ia ao Mater Dolorum com casacão xadrez verde e branco, alguns detalhes em preto. Fora a Dona Linda Santos e depois ela. Depois foram outros. O Juca, o Sr. Sílvio Santos, o Moretto, todos grandes amigos. Que pena! Quanta gente boa se foi... Dos Santos e de tantas outras famílias que ajudaram a construir nossa História.

          Também foi o  de tua professora Julieta, que perdeu a vida em General carneiro, em fevereiro de 1980, em acidente de carro, juntamente com seus pais. Mas a outra professora tua, continua aqui, participando de eventos culturais de nossa cidade.

          Nossas cidades, Ouro e Capinzal, mudaram muito. Uns foram embora, vieram outros. Restaram lembranças, vieram acontecimentos, desenvolvimento, eventos, acontecimentos com perdas e ganhos.

          Assim, Mr Safik, ajudo-te a relembrar algumas coisas: os cinemas deram lugar às locadoras de vídeo, as lojas aos supermercados, as canetas-tinteiro aos computadores, os telefones pretos aos celulares, os jipes e as rurais aos carros modernos. Mas não podemos esquecer da Aero Willys do Barison, das lemosines do Fleck, dos jipes dos colonos, dos DKWs do Atolini e do Carleto Póggere, nem dos ônibus a gasolina da "União da Serra", todos de nossa infância. Abraços!
Touareg - Nascido em 23 de novembro de 1952.

(Publicado no Jornal A Semana - Capinzal-SC, em 25-04-2007, na Columa do Ademir Belotto, com a utilização do pseudônimo "Touareg", em  resposta a uma carta publicada anteriormente, por um autor que utilizou o pseudônimo "Mr Safik", que viveu a juventude em Ouro, trabalhou nos Estados Unidos,  e voltou para Florianópolis após a ataque de 11 de setembro às torres gêmeas.

Euclides Riquetti - o Touareg...

Em 15 de janeiro de 2012.

Um raio de luz

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Um raio de luz marcou a noite escura
Riscou o céu e invadiu minha janela
E me permitiu que eu fizesse a releitura
Do poema que escrevi em folha amarela.

Foi aquele poema gracilmente rimado
Um poema de muito amor e de paixão
Escrito com letra trêmula no passado
Que eu guardo com ternura e devoção.

Uma oração de perdão e sentimentos
As palavras de uma canção bem antiga
Que me vem trazida pelos ventos.

Um poema de amor sublime e bendito
Que compus com esta alma ressentida
Com meu carinho e com ternura escrito.

Euclides Riquetti
25-12-2017







domingo, 24 de dezembro de 2017

Papai Noel esteve aqui

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Foi Natal outra vez
Veio e foi-se o Papai Noel
Sobraram  presentes e papel
Tudo de bom ele fez.

Veio chegando em seu burrinho
Foi entrando pela janela
E da maneira mais singela
Deixou-nos os presentinhos.

Só ele entende de  sonhos
Sabe o que queremos ganhar
Na hora de presentear
Conhece os bons e os medonhos.

No Dia do Menino Jesus
Por Deus e Maria abençoado
Nossos sonhos são realizados
Graças ao Menino de Luz.

Tenhamos muita sabedoria
Pra entender todo esse mundo
E que o amor mais profundo
Traga-nos paz e harmonia.

Vale pra mim e pra ti
Que acreditamos no Bom Velhinho
Foi agora, há um pouquinho:
Papai Noel esteve aqui!

Euclides Riquetti

O Natal que chega amanhã


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Chega, de novo, o Natal das Crianças
No mundo todo, o Natal de Jesus
O Natal das canções e das belas lembranças
O Natal das noites de luz.

O Natal que aguça a tua sensibilidade
O Natal do Menino envolto em mantos
Que enseja partilha e caridade
Mas também  saudades e copiosos prantos.

Vem o esperado Natal do presentes
Da Missa do Galo, das renas e dos trenós
No Norte o frio, no Sul as noites quentes
Natal do amor pleno ou dos corações sós...

Espero o Natal que chega amanhã
Dos docinhos, das uvas, peras e panetones
Das  ceias com aves, pêssegos e maçãs
De "emotions, emoções e emociones".

Que venha, pois,  o Papai Noel
Com a neve no Norte,  ou aqui tropical
A pé, em trenó, ou num carrossel
Só pra te dizer: Feliz Natal!

Oh, oh, oh, oh!!!

Euclides Riquetti

sábado, 23 de dezembro de 2017

A Legião dos Dançarinos Extraordinários

       Quem já não se encantou com danças harmoniosas, passos bem ensaiados, ou mesmo "singles" ou "dobles", que se apresentam em festivais de dança? Quem não se encantou com musiciais que viu na TV ou no cinema?

         Bem, a harmonia da dança á algo extraordinário.Às vezes movimentos espontâneos, outras com grupos cadenciados, articulados extraordinariamente, encantadores. Há, na dança, um inimaginável senso de poesia. É o belo expresso nos movimentos, que nos atrai, embasbaca, embala nossos sonhos, nos leva às mesmas viagens que nos leva a música, o poema, o canto, o voo do pássaro, o flutuar das patas dos animaizinhos sobre a relva, o sorrir e o abanar da criança, a calmaria das ondas nas águas. A dança, como a poesia e o canto, exercem um magnânimo fascínio sobre mim. Tudo se reveste de musicalidade. Definitivamente, é o belo que se expressa em múltiplas formas.

          Mas, o que me tem encantado docemente, nos últimos dias, é a capacidade coreográfica dos componentes da Legião dos Dançarinos Extraordinários. Vi-os num filme, busquei vídeos no you-tube, estudei sobre eles. Encantaram-me, sobremaneira, alguns personagens: Primeiro, Trevor Drift, o menino moço que consegue expressar-se em movimentos harmonicamente extraordinários, e que se incorpora à LXD. Igualmente, Jato e Katana, Katana e Jato, dois apaixonados, pela dança em um pelo coração, pela alma do outro. Jato, com sua estupenda  beleza ( e sutileza) de movimentos de seu corpo, atrai Katana, seu partner, seu amado, e nos embebece, nos envolve, transporta-nos para um mundo irreal, de imedível encantamento.

          E o maravilhoso mundo web nos permite buscar isso, deleitar-nos, navegar pelo universo sem sair de casa. Deus, salve os dançarinos, os músicos, os cantadores, os poetas extraordinários.

Euclides Riquetti - 04/10/2011

Poema de Natal

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É Natal...
Caminhos de luz se desenham no céu
De Noel
Ternos de renas saltitam ao léu
Acima das nuvens de claro de véu
Porque é Natal
Natal das crianças e de Noel!

É Natal
Inverno no Norte, verão no Sul
De céu anil,  azul.

Notas sonoras ecoam nas estradas
Articuladas.

No Polo Norte, anjos entoam cândidos  hinos
No outro, nas torres repicam o bronze dos sinos
Porque é Natal.

Lá, a neve matiza o verde nos pinos
Aqui, o bom velho abençoa os bons e os ladinos
Porque é Natal.

É o Natal dos velhinhos encurvados
Dos presentes desejados
Das crianças embevecidas
Das saudades mais sentidas
Mas é, de novo, Natal...

Natal de luvas, de barbas, de capuz
De sinos, de lembranças de Jesus
É tempo de amor, da cor vermelha que seduz
É, de novo, Natal.
De amor, de perdão, de  luz.

Euclides Riquetti

Futebol no Céu (crônica em homenagem a amigos que se foram)

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Arquibancadas de nosso estádio do Arabutã

FC, localizado em Ouro - SC- (Baixada Rubra).

 

     O Táti, zagueirão do Arabutã, morreu e foi pro céu. Lá,  tinha uma organização de talentos, que eram alojados por setores. Eram pessoas que um dia brilharam aqui na terra e que o destino as levou para morar  lá em cima. Tinha o setor dos atletas famosos: Denner, Adilson, Dirceu e Everaldo, que morreram em acidente de carro; Garrincha, que bebeu além da conta; Serginho e Wagner Bacharel, que morreram em campo; e muitos outros, fora os europeus. Todos estes ouviam, atentamente, os conselhos do Mestre Telê Santana. Tinha o setor dos artistas: Cazuza, que teve aids; o Dollabella, que bebeu todas; o Chacrinha, que animava a Terezinha; o Bossunda, cujo o humor era maior que a bunda; Paulo Autran, esbanjando simpatia; o Paulo Gracindo, nosso Zeca Diabo;  Nair Bello, Mussun e Zacarias, que nos fizeram rir muitos dias ( e muitas noites de nossos invernos e verões). João Paulo agora forma dupla com Leandro, e até que combina:" Leandro e João Paulo"! Tinha também O dos talentos políticos: Rui Barbosa, que defendia a honra: Tancredo Neves, a democracia; Toninho Malvadeza, a Bahia; Brisola, que ia contra "os interésses" da burguesia; e Jânio Quadros, que tropeçava nos cadarços de seus sapatos tortos. O Airton Senna driblava as curvas do Reino de São Pedro, o Dílson Funaro dava cruzados nos brasileiros, enquanto os Mamonas Assassinas encantavam, com suas irreverências, os milhares de jovens que morreram, infelizmente, após as baladas de sábado à noite, em acidentes com carros e motos.
     O Táti olhou tudo, curiosamente, e procurava por algo. Caminhou por entre as árvores e em meio a muitas roseiras e cravos, lavou a cabeçona numa fonte de água, passou a mão nos olhos e, ao abri-los, deparou com um monte de conhecidos: Lá estava o Bailarino, com algumas sacolas, cheias de camisas, calções e meias: Havia as azuis  e brancas, da São José; as pretas e amarelas, do Penharol; as verdes e amarelas, do Grêmio Lírio; as brancas e pretas , do Vasco da Gama; e,  finalmente, as brancas e vermelhas, do Arabutã. Sentiu-se em casa. Finalmente encontrara sua tribo: O Bailarino, poeta, sábio, filosofava e escalava o time: O Orlando vai ser o Goleiro, mas não pode cair do cavalo, pois o Roque Manfredini, que  ficou sepultado lá em Porto União, vai ficar na reserva, porque este jogo não é pra profissional. Na lateral direita, o Darci Moretto, pois o irmão dele, o Valcir Moretto, vamos aproveitar na ponta direita, que ele gostava de jogar também lá. na zaga, vamos deixar a posição vaga, pois logo,  logo vamos receber um zagueirão que está chegando, e vai ser a principal contratação da temporada. Na zaga, o Tchule, que além de bom de bola, gosta de tocar bateria e batucar um samba. Na esquerda, o Urco, que poderá ser o juiz; daí fica o Jonei Cassiano de sobreaviso, para aquele lado, pois ele sabe defender e apoiar muito bem. Cabeça de área, um problema que é fácil de resolver: deixamos o Olivo Susin mais plantado e o Alberi, que é acostumado a arrumar bombas injetoras, com liberdade pra sair jogando e injetar a bola no ataque. O Jundiá, que é liso e tá meio pesadinho, fica com a oito, armando pro Moretto na linha de fundo, pro Camomila, nas esquerda; e, no ataque, o Alcir Masson, nosso matador, bem na frente, chutando forte e reclamando com o juiz. Bem, eu, o Baixinho, escalo o time e entro lá pelo segundo tempo. O Rogério Toaldo, vai ficar de curinga, e me ajudar a cobrar a mensalidade.

     Aí chegou o Juca Santos, Glorioso Presidente, e perguntou: "e o Zagueiro, o Capitão, que você não escalou ainda?"

     Bailarino apontou para o lado e gritou: "Chega, Táti, que a número três tá guardada pra você! E daqui a pouco vai chegar um convidado especial: O Guaraná! vamos ter que arrumar uma brechina também pra ele".

Euclides C. Riquetti - Ouro - SC - escrita em 23-01-2008 e plublicada no Jornal  ""A Semana" - Capinzal-SC

Saudosismos...

      Saudosismo


       Sempre que o Natal e o Ano Novo se aproximam, começo a ficar tomado por um sentimento de saudosismo. Lembro-me de amigos que fizeram parte de minha vida no passado e que partiram para outro Plano de Vida. Pessoas que fizeram parte de minha história ou da história de amigos meus.

       Assim, nos próximos dias, estarem reeditando algumas crônicas que muito me marcaram. Sou saudosista por natureza e essência. Alguns poemas também denotam esse precioso sentimento e serão aqui postadas novamente. Você está convidado a dividir isso comigo e, achando interessante, pode comunicar às personagens enfocadas sobre minhas publicações, sugerindo-lhes a acessarem meu blog e buscarem cada página.

       Grande e carinhoso abraço em todos, muitas alegrias nas festas natalinas e que a passagem para o Novo Ano seja revestida de muito animação.

Euclides Riquetti

23-12-2017

Nas areias claras dos desertos



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Porei as letras de teu nome em meu diário
Quem sabe bordadas em pano de algodão
Que eu  guardarei com zelo extraordinário
Para utilizar na letra de uma nova canção.

Um nome dissílabo, talvez até paroxítono
E quem sabe uma silhueta em frente ao mar
Um nome que eu pronunciarei em uníssono
Uma tela que eu pintei apenas pra te retratar...

E, se as letras não formarem a combinação
As palavras para que eu componha os versos
Procurarei nas areias claras a inspiração:

Com uma varinha mágica  eu configurarei
Teu rosto nas areias claras dos desertos
E, se o vento o apagar, de novo eu o farei.

Euclides Riquetti

Só porque é Natal

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          Em tempo de Natal quero desejar felicidades a tanta gente que me rodeia e a quem tanto quero bem. Quero agradecer a Deus por ter-me dado saúde a mim, a minha família, a muitos de meus amigos.
           Estimo que as pessoas se tornem sempre melhores, que seus corações se abrandem, que elas se entendam, deixando de lado coisas que pouca importância têm e valorizem mais a verdadeira amizade e  os laços sentimentais e sanguíneos.

          Natal é tempo de esperança, da alegria que precisa estar presente, da vida que precisa renascer em cada um de nós. Natal é tempo para se refletir sobre a vida, de começar a se preparar para chegada, em poucos dias, de um novo ano.

          Desejo, com toda a sinceridade, que todos tenham muita saúde, que é o maior bem que nós temos e que precisamos preservar, pois, sem ela, pouco ou nada temos. E que os presentes que foram dados ou recebidos, tenham uma significação sentimental bem maior do que a material.

         A todos os meus leitores, também, meu carinho muito especial! Porque é Natal!

Feliz Natal, só porque é Natal!

Euclides Riquetti
23-12-2017