sábado, 22 de novembro de 2025

Beijo de sorvete trufado




Beijo de sorvete trufado 


Me dá um seu beijo bem gostoso

Mas nada de sabor mentolado

Eu quero algo muito delicioso

Sabor capuccino ou creme trufado.


Um beijo quente com gosto gelatto

Daqueles de tirar o fôlego da gente

Desafiando o meu instinto sensato

Atiçando a paixão da alma quente.


Um beijo sabor sorvete cremoso

Da Chantilly, Sabrina ou Italiana

Ou mesmo Dihêlo, tão saboroso.


Beijar teus lábios deliciosamente

Amar-te sob os lençóis de tua cama

Abraçar teu corpo perdidamente!


Euclides Riquetti (Elyseo Dechamps)

Amor de paixão

 


 




Bem sei onde moras, bem sei o teu nome
Bem sei como és, como são o teus olhos
Sei a cor de tua pele, o sabor  de teus lábios
Sei do vinho que bebes, dos doces que comes.

Sei sobre tudo o que pensas e tudo o que escreves
És um livro aberto, uma casa sem portas
Sobre  os versos que escrevo, longos ou breves
Sei quanto que os lês, e com quantos te importas.

Bem conheço tua alma e  teu corpo sensual
És a perfeição que não se encontra num lugar qualquer
A dama que transborda de perfume magistral.

Não quero mais chamar-te de  amiga do coração
Mulher linda e poderosa, mulher, bela mulher
Quero apenas que sejas meu amor de paixão.

Euclides Riquetti

Lembranças do Mater Dolorum - reedição

 



 


Capinzal - década de 1950 - Observe-se o casarão atrás da Igreja de São Paulo Apóstolo, na parte frontal: era nosso Mater Dolorum.

          O Mater Dolorum completou 65 anos (em 2014, agora está com 76). Chegou antes de mim. E, quando me dei por gente, estava ali, no alto do mesmo morro, impondo-se, sutilmente, sobre Capinzal. Um casarão de madeira com dois pavimentos, um sótão e um "porão". Um edifício muito estiloso, de elevado padrão de arquitetura para a época.

          Em 1961,  adentrei pela primeira vez pelas portas do Mater. Conhecia muitas histórias sobre ele. Meu irmão mais velho e meus primos me contavam sobre isso. Era um educandário particular, de posse e administração das Irmãs Servas de Maria Reparadoras. Justamente naquele ano, iniciara convênio com o Governo Federal, e eu pude entrar ali como aluno, com 8 anos feitos já. Viera de "Linha Leãozinho", que na época ainda pertencia a Capinzal. E, tão logo aprendi a ler, identifiquei uma placa enorme, em que se podia ver: "Plano de Metas do Governo''. Era o plano do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, que tinha como slogan "50 anos em cinco", ou seja, estava dando uma sacudida no País para que deixasse de "dormir em berço esplêndido". Atacava na indústria e na educação. Começavam a fabricar carros e nós a frequentar boas escolas, gratuitamente.

          Minha primeira professora foi Judite Marcon, uma interna do Convento das Irmãs, que havia em anexo. Ela foi embora para continuar seus estudos e veio, em seu lugar, Noemia Zuanazzi. Adiante, passei pelas mãos generosas de Marisa Calza,  Marlene Matos, Tarsila Boff, Marli Sartori,  Marilene Lando e outras. Pelo menos estas foram as mais presentes, pois as outras atuavam temporariamente. Havia a Almeri Pasin, que lecionava para outra turma, onde estudava um primo.

          Algumas lembranças tenho bem claras na memória: Ao lado do casarão de madeiras, edificava-se o prédio do  Mater Dolorum  em seu corpo principal. Lembro-me bem que um dos mestres da obra era o Sr. Valdomiro Viganó.  Adiante, o casarão deu lugar ao auditório, que na nossa memória ficou registrado como "palco". Daquele velho casarão, os medos que vinham com os rumores: No sótão, numa sala bem aos fundos, haveria o fantasma de algumas freiras já falecidas. As histórias que nos contavam eram horripilantes. E nós nos pelávamos de medo das assombrações. Acho que queriam assustar-nos para que não fôssemos meter o nariz onde não devíamos. E nós éramos tão xeretas quanto são os adolescentes de hoje, talvez piores que eles.

          Uma grande expectativa na cidade foi com a chegada do Caminhão "Caçamba" das Irmãs para ser utilizado na remoção de terras das escavações, que foram muitas e geraram grande volume de material a ser retirado para a construção do prédio novo e os pátios, inclusive o a quadra, que exigiu muito trabalho. Trator e carregadeira de esteiras da Prefeitura, que davam apoio. E o caminhão com carroceria basculante, amarelo, Ford F 600 novinho e brilhoso, enfim chegou. Eu nem era aluno ainda quando isso aconteceu. Dizia meu irmão Ironi, que ali estudava, que seria dirigido pela Irmã Terezinha. Mas, na verdade, o motorista acabou sendo o Sr. Loid Viecelli. Este, além de motorista do caminhão, muitas vezes animava as festas juninas com sua gaita para que dançassem a quadrilha.

         Irmã Fermina, Irmã Marinella, Madre Prisciliana são algumas das freiras que muito marcaram a minha vida e a história dali. A primeira, moreninha , franzina, delicada. Marinella, alta, jeito de italiana, dócil. Prisciliana era chamada somente de "Madre", uma mulher magra, de média estatura. e a Irmã Terezinha tinha fama de "braba".  Era bonitona, pele do rosto bonita, usava óculos clássicos. Bem, nunca ninguém viu nenhuma que não estivesse envolta em seu hábito preto e branco, que deixava mostrar apenas o rosto e as mãos. Sapatos pretos com meias. Ninguém nunca lhes viu os pés. Ficávamos imaginando como podiam passar calor nos dias de verão. Mas, não muito tempo depois, mudaram as convenções da Igreja católica e padres e freiras passaram a vestir-se como os cidadãos comuns. Aliás,  a população ficou dividida em relação a isso, pois uns achavam que estavam certos e outros de que deveriam manter-se com as vestimentas características, para facilmente serem identificados e não serem confundidos.


Aos fundos da Igreja Matriz, o majestoso Mater Dolorum - Capinzal - SC
          Muitas histórias boas de meus quatro anos de estudos no Mater Dolorum ainda estão em minha cabeça. E também de minha atuação como professor de Inglês nos seus últimos anos de funcionamento enquanto escola particular, da Congregação Servas de Maria Reparadoras. O educandário legou-me uma educação de alto nível. Aprendi muito do primeiro ao quarto ano, entre 1961 e 1964.  E, sobretudo, aprendi muito em termos de educação e formação pessoal. Mais do que aprender a ler, escrever e calcular, aprendi a ser gente ali! E isso me orgulha muito!

Parabéns, Mater Dolorum, palco de grandes acontecimentos, memórias, eventos, lembranças!

Euclides Riquetti
31-08-2014

CAMINHAR JUNTOS


 


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Caminhar juntos

 Caminhar juntos, depois afastar-se
Lembrar do sorriso, e  imaginar...
E então...   reencontrar-se!
Rever-se, entender-se,  com  apenas  um olhar
Caminhar juntos, em direção ao nada!
Caminhar juntos, pensar, sonhar..
E mais nada!

Sorrir o sorriso que diz tudo
Acenar o aceno da alma leve
Dar falas ternas ao coração que está  mudo
Não dizer adeus, pois a despedida fere...
Ver-nos-emos de novo, ao longo da estrada
Ver-nos-emos de novo, num momento breve
Em alguma estrada...

E, no encontro de todos os caminhos
Nos aclives e declives, com ou sem espinhos:
Você!
Mesmo quando tudo parecer longe, distante
A silhueta divina, doce, elegante:
De novo você!  Para caminharmos juntos
De novo
Eu e você! Só nós dois...

Euclides Riquetti

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Um poema de primavera



No poema da primavera, a exaltação
A sensibilidade em observar e sentir
As palavras simples, beleza, discrição
Harmonia e cores que haverão de vir.

O cedo da manhã clara, bela natureza
O murmúrio das aves, o som do vento
As folhas que se movem na delicadeza
A vontade de propagar os sentimentos.

As manhãs primaveris estão chegando
Com o céu azul, com seu sol dourado
Os perfumes exalados se espalhando...

Tardes com a alegria de um pré-verão
Mais do que um novo dia ensolarado
Meu ser indo em busca de seu coração!

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Um sábado belíssimo: fique bem...

 


 





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Tenha um sábado belíssimo
Um dia levemente ensolarado
Um céu azul com matizado
De nuvens brancas, lindíssimo!

Tenha um sábado de alegria
Muita jovialidade e animação
Muita paz no seu coração
E o prazer de viver este dia!

Tenha um sábado diferente
Com suas coisas dando certo
E meu espírito estará perto
Cuidando de você, certamente!

Tenha um sábado gracioso
Muita motivação para a vida
Reencontros sem despedidas
Um dia simplesmente gostoso!

Pois vou fazer-lhe uma oração
Pedir pra todos muita saúde
Equilíbrio com amplitude
Muito carinho no coração.

Fique bem, fique muito bem!

Euclides Riquetti

Na harmonia do universo

 





Pássaros azuis prateados vagam na noite enluarada

Seguem o caminho onde passam os cavalos alados

A estrela maior cintila soberana na manta sagrada

Que cobre o sol ausente e o esconde no outro lado.


Cantigas saudosas flutuam em leves ondas sonoras

E em alfa e centauro flertam com o cruzeiro do sul

Navegam, discretas, nas mentes ágeis e prodigiosas

E afagam as almas puras que rondam todo céu azul.


Partículas estáticas se desprendem dos astros soltos

Que se perdem no ar e se espalham pelo céu infinito

E se curvam diante das divindades e ídolos revoltos.


E, na harmonia do universo meus olhos te procuram

Buscam encontrar teu corpo moreno e o rosto bonito

Pois no leste e no oeste os sonhos nascem e perduram!


Euclides Riquetti

Nas incertezas de nosso tempo

 



 



Nas incertezas de nosso tempo

Tu também te perdes, mulher...

Tudo foge à lógica no momento

As coisas não são como se quer.


Visão de tristeza, de melancolia

Muito desânimo e até depressão

E esperar que nos volte a alegria

O sentir da vida, o amor, a paixão.


Que nos venha, logo, a esperança

O raiar da bela e colorida aurora

Energia pueril no rosto da criança.


Que a ciência nos dê os remédios

Que fiquemos aqui, sem ir embora

E a imaginação nos livre do tédio!


Euclides Riquetti

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

O vento sutil que afaga o rosto


 


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(O vento sutil que afaga o rosto)

Afaga-me o rosto o vento sutil
Acaricia-me com a maciez de suas mãos delicadas
Beija-me com os aromas das flores encantadas
A suavidade da manhã primaveril
E vem nutrir de amor minha alma esperançada.

Inunda-me de desejo o pensamento que devaneia
E que me leva até a fonte que me inspira
Sob os acordes da sedutora lira
Que a harmonia pelos ares  e espaços semeia
Atiça o fervor de um coração que  delira.

Doce musa que provoca o acanhado poeta
Que lhe desperta os sentimentos  já esquecidos
Que remete aos momentos eternecidos
E agiganta os instintos na hora mais incerta
Vem, vem  animar os meus instintos adormecidos
Vem!!!

Euclides Riquetti

Silêncio no Asfalto - soneto undecassílabo


 









Euclides Riquetti recebendo premiação das mãos de Jucelino Ferraz, Prefeito em Exercício de Joaçaba, pelo primeiro lugar no "Concurso de Poesias Dr. Miguel Russoswsky", em 20-12-2018, por obter  Primeiro Lugar na categoria Soneto. O concurso foi promovido pela Gerência  da "Casa da Cultura Rogério Sganzerla" 



Silêncio no asfalto


O asfalto liso, azul-cinza matizado
É palco de nostalgias e de dilemas
O asfalto que tem o brilho prateado
É canteiro de meus prantos e poemas.

O asfalto escuro vai perdido na curva
Onde morre o sonho e vagam os atritos
Coração dilacerado em alma turva
Na sentida dor, abalos e conflitos.

O asfalto inóspito se alonga na vista
Duas faixas douradas decoram a pista
No desafio sutil, terno e sedutor.

É um instigar e uma dúvida presente
Tétrico palco da tragédia iminente:
Calou-se a voz do poeta sonhador...



Euclides Riquetti

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

O vento que move as folhas


 


O vento que move as folhas das aroeiras arredias
É o mesmo que me acaricia com seu dileto açoite
Que me traz as estrelas e o frescor da noite
Após as chuvas ditosas do final do dia...

O vento que beija teus lábios de vermelho maçã
É o que me inspira na noite sedutora
Que me acalma com sua aragem redentora
E alenta meu corpo e minha alma sã.

Ah, noite de verão que meus medos esconde
No aguardo do outono que derruba a folha
Noite para pensar em quem está longe.

Pensar, sim, viajar pelo ignoto  firmamento
Que essa seja a nossa melhor escolha
Buscar-te  na noite, embalado ao vento...

Euclides Riquetti

O nada... o amor sem fim!

 


 





O nada

Que se contrapõe ao tudo

O ócio

Da depressão o entrudo

O papel em branco

Sem lápis

Sem caneta

Como água sem rio

(Um grande e solitário vazio)

Sem valeta!


O não ter

O tudo faltar

A noiva sem altar

A casa sem goivos

A noiva sem noivo

O velho que não teve o novo

O novo envelhecido pelo tempo

Impuro

Prematuro!


O básico que falta

O silêncio do ostracismo

A vilania do consumismo

O poema sem rimas

A pobreza literária

A agonia primária

As confissões íntimas...


O cãozinho adestrado

Obediente

Inteligente

Educado.

O cabelo bem arrumado

As unhas aparadas

Delicadamente pintadas

Os sonhos sonhados

Os desejos frustrados

Abortados.


A vida é o movimento

O branco das nuvens intensas

Densas.

O azul do firmamento

O vão e frágil sentimento

A saudade

A reciprocidade

A flor sem jardim

O amor sem fim!


E eu, pensando em você:

Bem assim!


Euclides Riquetti

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Esperavas que eu te mandasse rosas

 


 



Esperavas que eu te mandasse rosas
Talvez vermelhas ou amarelas
Desde que fossem cheirosas
Com suas pétalas singelas...

Esperavas que eu te mandasse flores
Mesmo que fossem gerânios
Ou cravos extemporâneos
De  matizes multicores...

Mas eu te mandei, gentilmente
Versos que na noite compus
Versos de amor e de luz...
Que eu compus sutilmente.

Versos que me dispus a compor
E que espero que tu aceites
São meus eternos  presentes
Meus doces versos de amor!

Para ti, somente para ti!

Euclides Riquetti

Quando o frio chegou...

 



 




O frio chegou
Quando a tarde começou
Chuvosa.

O frio veio lentamente
Anunciando-se sutilmente
Porque estava com saudades!

Queria apenas reencontrar
O seu velho lugar
Na minha mente saudosa.

Ele veio e pra ficar
E no inverno respirar
Nossos perfumes e nossos ares.

Quer apenas acariciar
E seu rosto beijar
Na tarde chuvosa
De lembranças, de saudades
Das saudades mais saudosas...
Das nossas saudosas saudades
Dos tempos eternos
Dos outros invernos.

Veio, como vieram outros tantos
De todos os nortes e de todos os cantos:

Ele veio de mansinho
Quietinho
Devagarinho
E quer apenas ficar!

Euclides Riquetti

domingo, 16 de novembro de 2025

Zortéa - um Pouco Mais de sua História



         Voltei a Zortéa na terça, 24 (24-06-2014). Fui trabalhar com os alunos da Professora Amanda, da Escola Major Cipriano Rodrigues Almeida,  no projeto Memórias Literárias e Poemas, para a Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa. Saí bem cedo de Joaçaba, na manhã chuvosa,  e antes das 8 horas me apresentei na Escola. Gosto de ver as mudanças havidas desde 1980, quando saí de lá. Foram muitas. Localizada entre Capinzal e Capos Novos, Zortea tem tudo para crescer. Embora que o conceito de crescimento, para mim, é muito relativo. Não vejo por que uma cidade ter muitos habitantes. Vejo como importante a qualidade de vida que eles detêm.


          Pela topografia privilegiada, é possível se prever que a área urbana, com o tempo, será ampliada. Há espaços para crescimento por todos os lados. A estrutura viária do núcleo urbano atual é muito boa. Temos, juntamente com Lourenço Brancher e Aníbal Formighieri, algum crédito em relação a duas áreas lá: a Educação e a Urbanização. A primeira, porque enquanto Diretor Administrativo da Zortéa Brancher, o Aníbal dava grande suporte à Escola, muito bem dirigida pela Vitória, sua esposa. Mas é justo dizer que toda a Direção da ZB dava-lhe apoio. E, quanto à Urbanização, grande crédito ao Dr. Lourenço, Diretor Comercial, que tinha ideias fabulosas, e uma delas foi a de que deveríamos abrir ruas largas para a vila.


          Assim, em 1979, numa ação administrativa e política  muito arrojada, fomos convidados pelo Lourenço a darmos um "choque" nas ruas que eram muito ruins e estreitas. Dessa forma, a empresa se propôs a cobrir os custos (óleo diesel, lubrificantes, borracharia, horas extras, alojamento e alimentação), para máquinas, caminhões e motoristas/operadores do município de Campos Novos, concedidos pelo então Prefeito Sebastião Correa. Lembro que 86.000 litros de óleo diesel foram disponibilizados pela empresa para as máquinas e equipamentos da Prefeitura. E ainda foram colocados dois tratores de esteiras da empresa para o alargamento e os nivelamentos necessários. A ideia inicial era a de que precisávamos realizar uma forte intervenção no trecho que se iniciava na Estrada Estadual até a empresa. Nos dias chuvosos, os caminhões trucados e carretas tinham enormes dificuldades para acesar o distrito.


          Mas, para que isso pudesse ser realizado, tínhamos que ter permissão dos proprietários das terras por onde a estrada passava. Parte delas pertencia à ZB e isso facilitava. A outra pertencia à família de Honório Cassiano. Fomos eu e o Lourenço à casa deles para falar da ideia e do que pretendíamos fazer. Pois aquele Senhor muito que prontamente autorizou-nos a mudar a cerca de arame, adentrando em áreas de sua propriedade.  Então, com a equipe do Sr.Cavichon, que realizava os reflorestamentos, com aquela pick up Toyota Bandeirantes, foi executada uma nova cerca, bem como mudados de local os postes do telefone, único disponível no Distrito. O cabo vinha de Capinzal e a manutenção era realizada pelos Srs. Darci Zílio e Ivo Holetz, que também respondiam pela manutenção elétrica na empresa.


          Tudo preparado, veio a execução da obra, com os alargamentos, as correções de leito, assentamento de tubulação, encascalhamento com macadames de uma jazida localizada na saída para Campos Novos, e a devida compactação. Ficou uma avenidona! Hoje, asfaltada e devidamente sinalizada, só quem a conheceu no passado sabe da grande transformação havida no local.


         Nesse tempo, o Dr. Lourenço teve uma ideia que considero a mais feliz que aconteceu nos três anos que lá morei: Deveríamos projetar e fazer executar uma avenida na subida até a Escola, a partir do riacho central. Mas teríamos uma enorme dificuldade: a Família de Pedro Santos (irmão do saudoso Artur), filho do João Santos, era proprietária de um novo loteamento na área defronte à major. Tinham uma belíssima área de campo, com plantação de soja. Os lotes e ruas já estavam  demarcados, ou "piqueteados", como se costuma dizer. Era só começarem a venda dos lotes.


          Visitamos a família, fomos recebidos pelos proprietários, que nos deram atenção. Bem nos moldes da educação que os "Santos" sempre tiveram. E, para nossa alegria, concordaram em mudar toda a localização do loteamento, demarcando novamente as ruas e os lotes. E, a exemplo dos Cassiano, doaram a área para alargamenmto da rua. Era intenção do Lourenço projetar duas pistas, uma de ida e outra de volta, com canteiros no meio. Iniciamos com os tratores de esteiras operados pelo Matarazzo e o Jacaré  (Ou seria Graxaian??) e a rua foi aberta, ficando a terra em montes. Mas, com a dissolução da sociedade empresarial e o retorno das máquinas à Prefeitura, os montes firaram lá por mais de uma década...


          Felizmente, com a criação do novo Município, na Administração do Alcides Mantovani foi revestida por camada asfáltica, ficando nos padrões atuais. Daí a análise: Se, na época, não se tivesse tomado tais providências, seria apenas uma ruela. Hoje, pelos padrões da cidade, podemos dizer que seja uma bela avenida!


          Na palestra aos alunos, contei-lhes estas e outras histórias. Felei de quando jogávamos no Grêmio Lírio, nas glórias desse clube que era respeitado na região. Também da poderosa equipe de futsal que, ao final da década de 1970, reforçada por jogadores vindos de Passo Fundo, fazia bonito nos campeonatos que eram realizados no Ginásio Abobrão, hoje André Colombo, no Ouro. Falei-lhes do Camomila, Neguinho, Tchule, Massaroca, Olivo e muitos outros. Encontrei, lá, dentre os alunos, netos de meus colegas de trabalho da época e de futebol da época. Os anos se passaram, mas guardo as melhores lembranças de Zortéa, aquele lugar bucólico onde vivíamos intensamente o trabalho, os estudos, o futebol, a Igreja, as festas e bailes no grêmio Esportivo Lírio, o belíssimo clube onde trouxemos o "Band Shou da Polícia Militar de Santa Catarina" e a "Orquestra Cassino de Sevilha", com aqueles espanhóis que davam um belíssimo show durante o baile.


          Ressaltei aos alunos presentes à palestra sobre a importância de conhecerem a história do lugar onde vivem, de ler muito, escrever, estudar e calcular. Muitos jovens ali nascidos, hoje, moram no exterior ou já estudaram na Europa e Norte da América. Para as pessoas bem intencionadas e com bons propósitos não existem fronteiras. Senti que a força jovem de Zortéa é bastante efetiva e que, no futuro, a base intelectual e, por conseguinte de desenvolvimento, será muito forte. Eu acredito nisso!


          Ora, lembrar, sim! Lembrar porque isso me alegra e nos alegra. Lembrar porque, registrando, podemos legar para o futuro, um pouco de conhecimento sobre a história local. Registrar e dar crédito, sempre, aos que merecem, independentemente das posições políticas, empresariais, rlogiosas e ideológicas. Registrar para que não se perca...


Um abraço ao amigo Marcelo Jung, Diretor, aos professores e funcionários e alunos de nossa Major!

Euclides Riquetti

27-06-2014

Bom dia, mamãe!

 


 









Bom dia, mamãe!
Bom dia pra você que cuidou de seus filhos, que os educou com carinho, que teve o apoio do esposo com quem dividir as tarefas de cuidar, educar e prover...

Bom dia pra você que, por uma ou outra razão, teve que cuidar deles sozinha, sem um companheiro leal e digno com quem dividir as responsabilidades (porém com quem não precisou dividir o mérito e o êxito da tarefa bem cumprida...), foi mãe e pai...

Bom dia pra você, que não teve como ficar junto ao filho ou à filha, não por questões de preferência, mas por causa de circunstâncias que levaram a isso, causando-lhe dor e sofrimento...

Bom dia pra você, que perdeu seus filhos, cuja vida tornou-se um recordar de bons momentos, sem a condição da presença deles, mas que sabe que os amou e foi por eles amada, e que um dia se reencontrarão num outro plano...

Bom dia pra você que teve que ralar, teve que trabalhar desde o amanhecer de cada dia, até tarde da noite, mas que o fez sem queixar-se, sabendo que como resposta e prêmio terá sempre o amor incondicional de filhos e dos demais descendentes...

Bom dia pra você que partiu cedo, foi morar com Deus, mas que ficou confortada pelas orações dos filhos que ficaram, e que sempre sentirão saudades...

Bom dia pra você que abre mão de seu conforto, de seu próprio lazer, para dedicar aos filhos e netos o seu tempo, provendo-os de amor e, muitas vezes, de seu sustento...

Bom dia pra você que pode orgulhar-se de seus filhos, de tê-los amado sempre, lhes dado a maior atenção e digno apoio, e que os viu seguirem seus ensinamentos e buscado propagar o bem...

Bom dia a você, criatura adorável, que teve o coração do tamanho do mundo, que fez caber neles tanta gente, que conseguiu dar-lhes amor incondicional e sem tamanho, foi uma verdadeira mãe...

Bom dia a você, que de alguma forma, com sua  complexidade ou simplicidade, com seu orgulho ou sua humildade, com sua força ou fraqueza, com sua determinação ou timidez, mas que, sempre, foi uma verdadeira mãe!

Parabéns a vocês, queridas Mães!

Euclides Riquetti

Para as mães, todas as flores

 


 


 


Para as mães, todas as flores

Todas as rosas de todas as cores

Brancas, vermelhas, azuis, amarelas

Porque todas as flores são singelas!


Para as mães, os abraços dos filhos

Dos abastados aos mais maltrapilhos

Porque são, sempre, os filhos amados

Não importando os seus predicados!


Para as mães, o carinho imedível

Todos os gestos do amor possível

As homenagens mais sinceras 

Por todas as noites de longa espera!


Para as mães, o amor incondicional

O abraço de afeto mais fraternal

E o ideal para este momento

Do filho amado o reconhecimento!


Para a minha mãe que está lá no céu

Um arranjo de flores envoltas em véu

À minha mulher-mãe me resta aplaudir

Meu beijo ardoroso com ela dividir!


Para a mãe-filha e a mãe-nora parabéns

Para as mães amigas o aplauso também

E, que no dia que a todas é consagrado

O meu fraterno abraço apertado!


Euclides Riquetti

Olhe ao redor de você

 


 


 





Olhe ao redor de você, preste atenção
Veja quantas flores há, quantas plantas
Sinta o perfume que vem do seu chão
E veja todas as belezas, tantas, tantas
Sinta meu massagear em seu coração
Sinta meu orar pela sua alma santa!

Perceba as belezas que há neste mundo
Quantas coisas bonitas para admirar
Curta nosso ar puro, respire bem fundo
Veja quantos pássaros voam pelo ar...

Olhe bem, veja as coisas formosas
E, nesse tempo, lembre-se de mim
Veja todas as flores maravilhosas:
O cravo, o lírio, a dália e o jasmim...
Sinta o encanto que vem das rosas
Veja que o mundo é um belo jardim!

E, no belo cenário, procure o poeta
Que lhe escreve o poema preferido
Lírico-amoroso, em letra discreta
Para lhe revelar seu amor bandido!

Euclides Riquetti

Olhos nos olhos, lábios nos lábios...

 


 


 



Olhos nos olhos, peito no peito
Lábios nos lábios, coração com coração
Quero-te amar assim, desse nosso jeito
Quero-te querer com amor e paixão!

Quero divagar junto contigo
Viajar no tempo e te encontrar no espaço
Quero chorar no teu ombro amigo
E percorrer os caminhos que eu mesmo traço!

Quero-te beijar nas noites estreladas
Dar-te carinhos quando anoitece
E afagar teu corpo nas tardes nubladas.

E quando perceberes o quanto eu te amo
E notares que também pra ti o amor acontece
Guardarei os versos com que há muito te chamo!

Euclides Riquetti

Na noite em que choveu

 









Na noite em que choveu, perdi o luar
Perdi as estrelas, perdi a estrada
Só não perdi a madrugada
Que ficou para me afagar...

Afagaram-me o miados da gata
Os latidos da fêmea desconsolada
Os relinchos da zaina domada
Na noite chuvosa e... ingrata!

Afagou-me a mulher sem nome
Que me desejou bons sonhos
Leves, coloridos, rionhos
Que falou-me ao telefone

Mas, sobretudo, afagou-me quem me acariciou
Me abraçou, beijou, amou
E me fez feliz!


Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com

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Zortéa - Tempos que não voltam mais (vale a pena ver de novo)

 



Zortéa - Tempos que não voltam mais 


          Uma parte de minha vida, do início de 1977 ao final 1979, morei no Distrito de Zortéa, que pertencia ao município de Capos Novos. Lá eu convivia com três segmentos sociais distintos: Havia os professores e alunos da Escola Básica Major Cipriano Rodrigues Almeida; meus colegas de escritório da Zortéa Brancher S/A - Compensados e esquadrias;  e a turma do futebol, que atuava numa quadra de esportes com piso de cimento e no campo gramado do Grêmio Esportivo Lírio.

          Na condição de professor, eu atuava pela manhã e noite e, à tarde, no Departamento Financeiro da empresa, na função de controlar os débitos para com fornecedores e redigir correspondências. Traduzia as que chegavam do exterior e vertia para o Inglês  as que eram enviadas para o Reino Unido, Argentina, Haiti, Iraque, Arábia Saudita, dentre outros. E ainda emitia faturas pro-forma para a venda de compensados nas exportações. Foi uma época em que muito aprendi e muito me diverti. As pessoas, lá, eram muito felizes.

          Em 1978 a comunidade católica recebeu os Padres Missionários, com quem fizemos muita amizade. Havia o Padre Mantovani, que chamávamos de Gringo, era natural de Lacerdópolis, muito carismático, conseguiu envolver, com seus colegas, a comunidade local para a religião, para a busca do bem. E o envolvimento vinha com a escola, a família, a comunidade, e até a empresa, que realizava turnos de trabalho diferenciados de forma que os empregados pudessem participar das Missões.

          Bem, acabei envolvido de tal maneira que me tornei celebrante de cultos religiosos. Fiz isso durante dois anos. Mas, paralelamente, jogava minha bolinha, treinando nos finais de tarde e jogando aos sábados e domingos, preferencialmente futebol de campo. E, aí, me vem uma  história que me faz  rir:

         Marcamos um jogo  dos professores e maridos das professoras contra os alunos, para um domingo de manhã, às 10 horas. E, naquele domingo, era minha vez de celebrar o culto. Cheguei cedo à Capela, deixei meu fusca branco,  novinho,  estacionado "em ponto de bala" na estradinha ao lado dela, com meu kichutte na bolsa. Tão logo terminasse o culto, eu iria para o campo jogar.

          Fiz minha parte na celebração e quando eram nove e quarenta anunciei o canto final. E, enquanto cantavam, saí, liguei o fusca e desci para o campo. Jogamos alegremente, numa boa.

          Na segunda-feira, bem cedo, o amigo Darci Zílio, que era Ministro da Ecaristia, procurou-me: " O que aconteceu que você não deu a bênção final e saiu de  fuque,  sem terminar o culto?" Argumentei que eu acabara o culto, anunciara o canto e saíra para o jogo.

          O Darci me cai na gargalhada: "Seu maluco, você esqueceu de dar a bênção final!"  Todos ficaram um bom tempo esperando. Achavam que você tinha se sentido mal e saído às pressas. Como você não voltou,  eu mesmo dei a bênção!" Que vergonha!...

          Bem, há poucos instantes eu soube, pelo seu filho, Vanderley, via facebook, que o Darci já morreu há 8 anos...

          É, fiquei devendo uma pro amigo Zílio, que me ajudou naquela. Agora, é rezar um pouco pra que ele tenha a recompensa, lá em cima, por tudo o que sempre fez pelos amigos e comunidade de Zortéa.

Euclide Riquetti
20-11-2012

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

A Saudosa Biblioteca do Major...formando uma geração de leitores em Zortéa - reeditando

 




          Só quem já percorreu longos caminhos na vida pode ter uma dimensão mais apurada de quantas mudanças de costumes já ocorreram e a velocidade como isso aconteceu. E, aqui do alto da cidade, também do alto e sagrado altar da maturidade, posso contemplar as planícies da vida e relembrar de incontável número de fatos que já presenciei em minha existência terrena. A outra, vou ter que aguardar para ver como é, o que me reserva, a mim, a você, a todos nós. Do futuro tenho medo, por ter medo do desconhecido, o que é natural no Ser Humano. E eu não sou diferente dos demais... Um caminho para desvendar os mistérios que nos cercam e encorajar-nos a conhecer o futuro é o livro. Viajar através dele, volver-se ao passado e projetar o futuro, imaginar o porvir!

          Lembro que,  na época em que me iniciei, efetivamente, na carreira de professor público, em Duas Pontes, hoje município de Zortéa, após ter lecionado temporariamente no Colégio Industrial Coronel Cid Gonzaga, em Porto União, e no Instituto de Idiomas Yázigy, em União da Vitória, encontrei na Escola Básica Major Cipriano Rodrigues Almeida uma Biblioteca sensacional.

          Funcionava numa sala bem arejada, com uns 48 metros de área, as prateleiras bem fornidas de livros, e as mesas e cadeiras de madeira natural envernizadas que foram doadas pela Zortea Brancher S/A, a empresa madrinha da Escola.  Vivi ali uma das melhores e mais saudosas experiências de minha vida. Dentro das aulas de Língua Nacional, hoje Língua Portuguesa, costumava levar os alunos para a Biblioteca, cada turma uma vez por semana, onde fazíamos a entrega de livros para os alunos levarem para casa e lerem. Faziam a retirada e iniciavam a leitura ali mesmo.

         Uma pergunta frequente lá: "Professor, posso levar mais do que um?" - podiam, sim!  E liam, positivamente, verdadeiramente, maravilhosamente. E, depois, tínhamos um método de produção de textos com uma sequência lógica de aprendizagem, baseada no sistema do Samir Curi Meserani, com seu "Redação Escolar - Criatividade" - o método tinha sido introduzido pelas professoras Elza Melo Zanetti e Vitória Leda Brancher Formighieri, esta também Diretora da Escola, que mais tarde veio a tornar-se minha comadre, madrinha da filha Caroline, gêmea com a Michele, que nasceram quando lá moramos e trabalhamos. As professoras deram o pontapé inicial, uma base formidável para um trabalho sequencial com expressivos resultados.

          E, o gosto pela leitura bem disseminado,  mais o trabalho de motivação, somados a uma prática de escrever textos,  dentro de uma linha de aprendizagem progressiva de estruturas do Método Meserani, resultavam na formação de alunos escritores. Faziam maravilhosas redações, contos,  crônicas, poemas, notícias para nosso jornalzinho. Eram leitores e escritores. Quando me afastei de lá, fui sucedido por outra professora que deu sequência ao nosso trabalho, uma contumaz leitora a Gena Casara.

          Mas preciso fazer o registro que mais me apraz do valor incomensurável de nossa Biblioteca: uma coleção de encadernações contendo centenas de exemplares da revista "Seleções do Reader's Digest",  que foi doada para a Escola pela família Brancher.

          Quantas e quantas vezes peguei aquele material na mão, admirei, abri, li relembrei, viajei no tempo, fui conhecer as reportagens realizadas nos campos da Segunda Guerra Mundial. Edições a partir da década de 1930 até a de 1960. Um material valioso, belo, atraente, encantador.

          Mas, com os vendavais ocorridos no início da década de 1980, um ciclone destruiu o prédio escolar e tudo ficou arrazado. Que pena! Todos aqueles livros destruídos, desde  "As Terras do Rei Café" até "Os Capitães d ' Areia", de Jorge Amado. E todos os de José de Alencar, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Camilo Castelo Branco, Maria Clara Machado, Euclides da Cunha, Érico Veríssimo, Cecília Meirelles, e milhares de outros,  tudo ficou destruído...

         Hoje tenho saudosas mas muito boas lembranças daquela escola, de meus colegas professores, de meus alunos. Formamos uma geração de leitores, por issomesmo vencedores. Agora, com as modernas e rápidas tecnlogias de comunicação, consigo ter contato e reatar amizades que ficaram adormecidas, muitas delas por mais de três décadas. Mas vale a pena relembra  e comemorar que nossos alunos foram buscar seus espaços em vários estados brasileiros. Que as modernas tecnologias venham todas, mas o  livro, esse bem sólido e material,  que nos traz em si inimagináveis recursos  para nos deleitar, permaneça sempre entre nós!

Euclides Riquetti
12-07-2013