sábado, 6 de dezembro de 2025

O Natal está chegando, minha gente!

 


 



 




Voltam a repicar os sinos que anunciam o Natal

É dezembro no país tropical!

As cidades se embelezam para receber o bom velhinho

Que virá no trenó com renas,  ou montado num burrinho.


Os olhos das crianças brilham de alegria

As mães correm atrás de meninos e meninas

Que querem andar no trenzinho

Que querem ganhar um brinquedinho.


As vitrines das lojas com aquele visual atentador

A atiçar a  imaginação do consumidor...

"Mamãe, pede pro Papai Noel trazar pra mim

Um ursinho grandãããão assim!..."


Não faltarão festas nem presentes

Nem rostinhos bonitos e risonhos

Nem mensagens bonitas, certamente

Nem corações cheios de sonhos:


Pois o  Natal está chegando, minha gente!


Euclides Riquetti


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Frágil coração

 


 


Frágil coração

Não tem rumo, nem direção

Não consegue amar, nem ser amado

Busca um norte, desesperado

Frágil coração!


É como uma poema envelhecido

Como versos esquecidos

Que ninguém mais declama.

É um coração que já foi bandido

Mas que ainda te ama!


Euclides Riquetti

Dizer tudo... num único poema

 



Meu dilema

É querer dizer tudo

Num único poema!


Um poema poemeto

Apenas tercetos

Ou uma redondilha?


Aí a gente se atrapilha

Ou se atrapalha

E sai da trilha?


Importa ser criativo

Ter repercussão

Com amor que cultivo.


Maas precisa ter paixão

Intensidade

Amor de verdade!


Vou te dar o coração

Para que o guardes

Sem alardes.


Deixe dentro do teu

Cuide com devoção

É um presente meu!


Euclides Riquetti

06-12-2025


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Como as folhas caem

 






Vejo, em ti, uma paixão louca que arde
É algo que me atiça e me incendeia
Que me provoca nas noites e tardes
Uma luz quente que brilha na candeia.

Vejo, em ti, algo que muito me entorpece
Um fulgor, um brilho, uma luz dourada
Um jeitinho maroto que me enternece
A fascinação no teu rosto estampada.

Vejo, em ti, a beleza, o charme, o encanto
E todos os seus atributos que me atraem
Por isso mesmo é que eu te quero tanto
E é tão verdadeiro como as folhas caem.

Euclides Riquetti

Voa, pensamento...


 



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Sagaz inspiradora de palavras e  versos
Mergulha-se  em devaneios e ilusão
Escravos pensamentos estão despertos
Companheiros na  sua solidão.

Olhos brilhantes e meigos que  censuram
As palavras nos seus lábios pronunciadas
As mãos graciosas outras mãos seguram
O sonho que rouba as  madrugadas.

Vaga pisoteando pedras entre a verde relva
Vaga sem cuidados, sem limites, sem reservas.
Entre sucessos, tropeços  e conquistas.

Voa o pensamento entre as nuvens alvas
Voa no firmamento sua dileta alma
Enquanto a névoa lhe embaraça as vistas.

Euclides Riquetti

Se os seus sonhos não se realizam

 


 

 



Se os seus sonhos não se realizam

Saia por aí

Busque respostas para suas dúvidas

Para amenizar as suas angústias

Saia por aí!


Se nos seus dias o sol não brilha tanto

Talvez que ele tenha se escondido

Quem sabe atrás das montanha se metido

No meio dos mas, porém e entretanto...


Se as coisas não acontecem como você quer

Procure por aí

Tente encontrar saídas para os problemas

Não se perca em tristezas e dilemas

Procure por aí...


Se os dias não estão como você quer

Imagine que outros melhores virão

Que novos fatos, certamente, acontecerão

Use seu charme e inteligência de mulher!


E, se nada do que digo a satisfizer

Conforme-se com o que já tem

A vida é boa e não pode ser desperdiçada

Mesmo que, no momento, ela esteja freada

Então reze pra que tudo volte a ficar bem!


Euclides Riquetti

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Manhãs azuis de dezembro

 



Manhãs azuis de dezembro

Céu límpido, poucas nuvens a bailar

O passaredo ali na pitangueira a cantar

Mais claras que aquelas de novembro.


Tardes quentes e  ensolaradas 

Pessoas felizes, rindo e cantando

Até minha alma vai-se alegrando

Tardes encantadoras e abençoadas.


Noites bonitas e estreladas

Dos casais de jovens apaixonados

De rapazes e moças enamorados

Alegria de viver das almas iluminadas.


E, enquanto tu me inspiras a poemar

Escolho palavras para meus versos

Escrevo a história em caminhos certos

Meu ofício primeiro é amar o mar, 


Euclides Riquetti

05-12-2025








Lute, sempre, para ter seu grande amor

 


 


 







Lute, sempre, para poder ter seu grande amor
Não deixe que joguem pedras em seu caminho
De meus abraços e beijos sinta sempre o sabor
Sorva-os como se fossem um gostoso vinho...

Lute com toda a força que brota de sua alma
Defenda tudo o que deve ser seu serenamente
Não tropece em pequenas desculpas e ressalvas
Deixe que o amor aconteça verdadeiramente.

Libere-se de todo o tabu e de todo o preconceito
Encare o futuro real, sepulte o que deu errado
Use a  energia animadora que há em seu peito
Viva a vida com amor, viva o paraíso sonhado.

Liberte-se das convenções, libere seus instintos
Veja que nosso mundo, essa tenda a nos abrigar
Nos cobre como um manto em lugares distintos
Viver é querer, é o sonho  inimaginável sonhar!

Euclides Riquetti

Depois da tempestade

 




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Na manhã,  depois da tempestade
Volta o vento calmo do Sul
E lembro-me,  com muita saudade
De teu rosto de divindade
De teu  olhar verde-azul...

Na manhã, depois da tormenta
Volta-me toda a alegria
Meu coração já não  lamenta
E minha alma deseja, sedenta
Navegar nesta calmaria...

Na manhã do dia que chega
O canto dos pássaros a me alegrar
Para mandar embora a tristeza
E, no despertar da natureza
Sentir teu perfume no ar...

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Amar com paixão

 


 


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Amar com paixão



Busco, não sei onde, a resposta de que eu preciso
Para a pergunta simples, algo me parece faltar
Talvez uma nuvem clara, quem sabe o teu sorriso
Pois sinto-me um notívago, um andante a vagar.

Procuro nas estrelas, talvez nos vastos oceanos
Nas montanhas marrom-cinza, talvez nos verdes vales
Na perdição dos corpos, dos pensamentos mundanos
O remédio para minha dor, a cura para  meus males.

Busco, procuro, mas não encontro nenhuma resposta
Procuro, procuro, mas não tenho um endereço certo
A vida não é apenas um jogo, nem uma simples aposta.

A vida é sentir com os olhos, é ver com o coração
É perceber o calor no inverno, e ver água no deserto
É a entrega da alma e do corpo, é amar com paixão!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Lá, onde mora o coração

 


 



 


Lá, onde mora o coração
Há mistérios infindáveis
Há enigmas indecifráveis
Há segredos inconfessáveis
Lá onde mora o coração.

Lá,  onde mora o coração
Consegue chegar o pensamento
Vai pelo ar, com o vento
Vai livre, vai com o tempo
Lá onde mora o coração.

Lá , onde mora o coração
Há lábios certamente rosados
Há lábios por mim desejados
Há amor e há pecados
Lá onde mora o coração...

Euclides Riquetti

Meu girassol encantado

 







Meu girassol encantado
Precisou da chuva
Assim como a mão agora
Precisa da proteção da  luva...
O rosto precisa de máscara
E a vida diáfana
Precisa de motivação...

Meu girassol colorido
Está ali pra te animar
Colocar-te na roda
E ver-te bailar!
Porque o mundo ainda gira
O anjo toca sua lira
Até tudo passar...

Meu girassol encantado
Preocupado com o futuro
Quer saber o que vai acontecer
Se vai  nos voltar o ar puro
Se ainda vai poder cantar
Se vai poder ver o mar
Ou apenas o horizonte escuro!

Meu girassol encantado
Quer receber a poesia
Aquela que o poeta escreveu
E que a musa não leu!
Quer ganhar um "bom dia"
Mesmo com o que aconteceu
Quer reencontrar a alegria!

Euclides Riquetti

Esperei por dezembro chegar

 

 




Esperei por dezembro chegar

Logo, logo, as cantorias natalinas

Cantadas por almas pequeninas

Secundadas por outras femininas

E corações cheios de Fé

Porque agora assim ter que ser e é

Tempo de alegria e de comemorar.


O Natal já está por chegar

E isso se percebe no rosto infantil

No sorriso terno, faceiro e pueril

Na esperança jovial do juvenil

Porque se espera pelo Papai Noel

Santa Klaus que vem no carrossel

A alegria vem surfando pelo ar!


E um Novo Ano também chegará

Tempos de esperanças renovadas

Felicidade incontida, desenfreada

Tardes de sol, noites estreladas

Eu guiado por suas velas coloridas

Inspiração aguçada, paixão sentida

A que veio forte e assim ficará!


Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 


Enquanto você sonhava

 


 


 





Enquanto você sonhava
Eu...sonetava!
Procurava sonetar com rimas perfeitas
Nada de frases feitas...
Pois eu...carpintava!

Carpintar poemas é predileção
Compor sonetos é uma alegria
Mergulhar em redondilhas é dedicação
Desafiar-se em alexandrinos é ousadia!

Carpintar poemas é como pintar quadros
Da renascença ao Cubismo
Ironias me soam como descalabros
Sou romântico de pré-realismo!

Então, enquanto você sonhava
E eu sonetava meus sonetos
Com duas quadras e dois tercetos
Eu também sonhava!

Euclides Riquetti

Incendiando a alma

 



 


 



Incendiando minha alma

Mas acalentando minha paixão

 És mesmo uma rosa branca, alva 

A desafiar meu coração. 


Se minha alma incendeias

Certamente que me atrais, certo?

E simplesmente me presenteias

Com um caminho bem aberto.


Quando as águas da chuva caem

Refrescam o meu corpo quente

Então o calor de mim subtraem

E eu me sinto de novo contente!


Euclides Riquetti

Será que os deuses estão loucos?

 


 







Espere um pouco
Observe o tempo
Ouça o lufar do vento
Será que os deuses estão loucos?

Pare e fique olhando
Olhe bem o sol dourado
O céu de anil azulado
Nuvens brancas flutuando.

Então, por que tanto venta?
Se já vem novembro
Foi-se o outubro nevoento
E o dia não esquenta?

O mundo está  solto
Jogado no espaço infinito
E meu coração em conflito
Acha que os deuses estão loucos!

Euclides Riquetti

Voltei pra ti

 


 





Voltei pra ti...estou aqui!
Vim pra rever nossas rosas
Ali no jardim, orgulhosas
Esperando por mim e por ti!

Rosas vermelhas encorpadas
Todas elas sorrindo
Rosas pink, rosa, rosadas
Compondo um cenário lindo!

Rosas, apenas elas e nada mais!
Com seu charme que atrai
Pra não se esquecer delas jamais
Perfume que vem e que vai...

Voltei pra ti... estou aqui!
Voltei pra te abraçar
Voltei apenas porque senti
Que aqui contigo é meu lugar!

Euclides Riquetti

Fim de tarde ( A noite vem...)

 


 





Fim de tarde:
O sol começa a se por
O coração a se opor...
E as almas ardem.
É fim de tarde!

Fim de tarde:
As sombras da noite se libertam
E flertam...
Flertam comigo
Contigo
Flertam...

Fim de tarde: a noite vem.
Vem, como as demais
Quando cessam os pardais
E há o encontro dos pensamentos casuais
Na noite que vem
Escura...

Fim de tarde:
Da noite emergente é o prenúncio
Da  manhã que vem é prévio anúncio
É mais um fim de tarde:
Como as demais
(Não voltará, não, nunca,  jamais)
O que vai, não volta mais...
Apenas volta, no firmamento
A lembramça de ti em meu pensamento.

Mas, como a tarde, tu também vais
E não voltas...(mais!)

Euclides Riquetti

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Obrigado, meu Deus!


 



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Meu Deus,
Tu que é tão bom
Tu que podes tanto, tanto
Eu te faço esta oração
Porque só Tu és Santo.

Meu Deus,
Tu que me  compreendes
Tu que me dás atenção
Eu peço e Tu me atendes
Porque me dás Tua proteção.

Meu Deus,
Tu que estás sempre comigo
Tu que estás em todo o lugar
Eu Te peço o bom abrigo
Porque quero estar em  meu lar.

Meu Deus,
Tu podes sempre contar
Com a minha fidelidade
Eu aprendi que se eu Te amar
Só vou ter a  Felicidade.

Obrigado meus Deus!

Euclides Riquetti

O sol reclamou da lua


 



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O sol reclamou da lua
Por ter-lhe tomado o espaço
E o dourado se escondeu
Perdeu o lugar que era seu
Pois se tornou opaco
E ela  continuou nua!

O sol nem chegou a se zangar
Pois havia muitos lugares
Onde pudesse acampar...

O sol nem chegou a lamentar
Pois encontraria outros lares
Onde pudesse brilhar...

Então o sol ameno
Pediu à lua o seu perdão
E os dois se deram um beijo
Um beijo com muita paixão
Cheio de amor e desejo
E a lua foi banhar-se
Foi, sozinha, refrescar-se
Na noite de sereno!

Então o sol se refez astro
Fez-se estrela grandiosa
E continuou a iluminar o espaço!

E a lua dos namorados
Ficou ali, toda formosa
Para inspirar os apaixonados!


Euclides Riquetti

Apanhar estrelas, semear sonhos


 








Vou sair por aí para apanhar estrelas
Eu e meus pensamentos medonhos
Apanhá-las-ei em toda a sua realeza
E as distribuirei nos meus sonhos...

Vou apanhar quase todas as estrelas
As prateadas, as grandes, as cadentes
Mas eu não saberei onde escondê-las
Tampouco aceito vê-las descontentes!

Quando já for pego um bom punhado
Escolherei a mais  dócil e mais catita
E voaremos, eu e meu  coração alado
Para deixar para você, mulher bonita.

Então, você poderá distribuir estrelas
Dar a todos os que lhe querem bem
Dê-lhes também sonhos em centelhas
Amar a todos eles e a mim também!

Euclides Riquetti

Quando as verdes folhas dos plátanos voltaram

 










Quando as verdes  folhas dos plátanos voltaram
Vieram  com elas minhas recordações
Dos outonos em que se soltaram
E me avivaram as emoções.

Caídas nas noites de melancolia
Para cobrir as pedras e os gramados
Abrem-me um vazio de nostalgia
Das manhãs dos céus azulados.

E, entre as lembranças que não fenecem
Volvo-me em tênues pensamentos
E perco-me nos sonhos que me enternecem.

E buscarei, no entanto, um novo abrigo
Para me  acalmar em  meus desalentos
No abraço carinhoso  que dividirei contigo.


Euclides Riquetti

Em meio às flores do verão

 



 



Em meio às flores do verão

Está você

Como se fosse em pedestal erigida

Está você!


Embaixo do sol que bronzeia

Está você

Esculpida qual bela sereia

Está você!


Perto do mar calmo e azul 

Está você

Em qualquer praia aqui do Sul

Está você!


E, onde quer que você esteja

Sob o manto celestial

Ou sob um chão de estrelas

Procuro você!


Porque você, assim, doce e natural

Me encanta sinplesmente

E eu, verdadeiramente

Também me encanto por você!


Euclides Riquetti

Toalhas molhadas

 


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Os boxes dos banheiros me lembram você
Assim como lembram as roupas dobradas
Os banhos apressados e as imagens que vê
Me fazem lembrar de toalhas molhadas.

As ruas que sobem me trazem lembranças
E aquelas que descem me trazem também
As pequenas coisas me dão a esperança
E as coisas maiores me fazem tão bem.

As toalhas enroladas me lembram você
E no guarda-roupa os lençóis muito claros
As blusas de malha me lembram além
De nossos encontros que ficaram raros.

Mas os nossos sonhos jamais se dissipam
E nas ruas da cidade vou pensando em você
Porque essas coisas nunca se explicam
Não há um motivo, um algo, um porquê!

Mas toalhas enroladas me lembram você!

Euclides Riquetti

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Está chovendo agora, amor!

 


 




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Está chovendo agora, amor
Enquanto você dorme...
E eu não quero que você acorde
Quero apenas que sonhe comigo
Um sonho de fantasia e de cor!

Estou pensando agora, amor
Enquanto a chuva cai de mansinho
E eu estou aqui sozinho
Desejando estar ali contigo
Pra lhe entregar uma flor...

Estou sonhando agora, é quase dia
E imaginando apenas nós dois
Uma cuia de chimarrão e depois
Um abraço bem mais que de amigo
E então nos perdermos, guria!

Veja, está chovendo muito, amor...
E eu estou escrevendo este poema
Cujo teor, cujo tema
O tema que eu tanto persigo
É o romance, sem sofrimento, sem dor!

Euclides Riquetti

Fim de tarde ( A noite veIO...)


 





Fim de tarde:
O sol começa a se por
O coração a se opor...
E as almas ardem.
É fim de tarde!

Fim de tarde:
As sombras da noite se libertam
E flertam...
Flertam comigo
Contigo
Flertam...

Fim de tarde: a noite vem.
Vem, como as demais
Quando cessam os pardais
E há o encontro dos pensamentos casuais
Na noite que vem
Escura...

Fim de tarde:
Da noite emergente é o prenúncio
Da  manhã que vem é prévio anúncio
É mais um fim de tarde:
Como as demais
(Não voltará, não, nunca,  jamais)
O que vai, não volta mais...
Apenas volta, no firmamento
A lembramça de ti em meu pensamento.

Mas, como a tarde, tu também vais
E não voltas...(mais!)

Euclides Riquetti

Sobre um Pioneiro do Oeste Catarinense - replay

 


 









Joaçaba - 1942


          Já me referi ao cidadão José Waldomiro Silva, que nasceu no interior de Campos Novos, em 21 de junho de 1902, na fazenda do avô paterno, Jordão Francisco da Silva. Silva é um exemplo de pessoa simples, que deu a volta por cima, que podemos considerar um vencedor, com méritos. Um menino de fibra, que tornou-se um homem de fibra, um líder incontestável. Exerceu, em sua vida,  mais de uma dezena de ocupações. O menino que, aos 12 anos,  ajudava a defender o povoado de Rio Capinzal empunhando uma Winchester 44, mesmo pobre, conseguiu, pela sua maneira simples a carismática de ser, eleger-se duas vezes prefeito de Joaçaba e duas vezes Deputado Estadual. Mas sua biografia vale mais pela maneira como conduziu sua vida simples, mas de sucesso, do que pela carreira política.


          Aos sete anos, mudou-se para as proximidades do Rio Pelotas, próximo da hoje Zortea e, em 1910, a família foi para Rio Uruguai, ali próximo de Marcelino Ramos. Acompanhou a chegada da linha férrea, sendo que seu pai vendia carne para os trabalhadores da mesma. Ficaram pobres depois que revolucionários que vinham do Rio Grande do Sul passaram pela propriedade da família e saquearam seus bens.  Viu a construção da ponte sobre o Rio Uruguai, ligando Santa Catarina ao Rio Grande, em Marcelino Ramos.

          Em seu livro, "O Oeste Catarinense - Memórias de um Pioneiro", ele conta toda a história de sua vida, com riqueza de detalhes sobre a construção da estrada-de-ferro, a enchente de 1911, o assalto ao trem pagador pelo grupo liderado por Zeca Vacariano e Manoel Francisco Vieira. Em 1912 foi  morar em São João do Triunfo (Paraná), voltando, em 1914, aos 12 anos, para Rio Capinzal.

          Sobre essa época,  faz uma minuciosa descrição do centro de Capinzal e dos acontecimentos de então,  sobre os conflitos entre os revoltosos do Contestado e os homens da madeireira Lumber. Conta sobre o acampamento de 500 soldados de uma Força Federal que ficaram acampados nas proximidades da estação Férrea de Rio Capinzal, para guarnecê-la,  na época. Interessante é saber que, naquele tempo,  a área situada à  margem esquerda do Rio do Peixe, chamada Rio Capinzal era ligada por uma balsa de Afonsinho da Silva à do lado direito, o futuro Distrito de Abelardo Luz, onde havia somente a rua central povoada, e hoje se localiza a cidade de Ouro, que pertencia a Palmas,  Paraná, enquanto que a outra, Rio Capinzal,  pertencia a Santa Catarina.

           Vale muito a pena conhecer as descrições e narrações de José Waldomiro Silva, pois foi uma testemunha presencial dos conflitos em nossa região contestada.

          Das descrições em seu livro, citarei uma que julgo importante para todo o capinzalense conhecer, às páginas 21 e 22:   "O nome de Rio Capinzal se originou do seguinte fato: Segundo voz corrente na época, o fazendeiro-proprietário das terras de Capinzal, de nome Antônio Lopes, cuja fazenda de campos e matos fazia fundos com o Rio do Peixe na barra do rio que levou o nome de Capinzal. Para fazer pastagens e invernar suas criações, fez grande desmatação à  margem do Rio do Peixe, da barra do lajeado ali existente, acima e, depois da queima, semeou capim melado ou capim gordura, cuja semente trouxe de São Paulo, para onde viajava seguidamente com tropas de muares que vendia em Itapetininga, tendo assim formado uma grande pastagem (capinzal)"

          Em 1917, quando da criação e instalação de Cruzeiro, no povoado de Limeira (hoje Joaçaba), eles foram morar ali, onde exerceu diversos ofícios, inclusive o de balseiro. Em 1921, morou em Rio do Peixe (Piratuba), depois em Irani, e voltando para Limeira (Joaçaba), ao final de 1924 para exercer a função de Escrivão de Paz. No ano seguinte, foi para Itá como cartorário, voltando a Limeira em 1927.

         Em suas memórias, José Waldomiro Silva fala da Revolução de 1930, da Construção da Ponte Emílio Baungharten, entre Joaçaba e Herval, sobre a passagens dos comboios de trem, sobre a fundação do Clube 10 de maio, de Joaçaba, sobre a morte do pioneiro de Treze Tílias Andreas Thaler, sobre a fundação do Município de Concórdia, o Tiro de Guerra, a enchente de 1951, e outros fatos marcantes.

          Em 1947, já aposentado, foi morar em Ponta Grossa, mas foi convidado a voltar a Joaçaba para concorrer a Prefeito, tendo sido derrotado por Oscar Rodrigues da Nova. Fez sua campanha montado em lombo de cavalos emprestados pelos seus correligionários, visitando as fazendas de Herciliópolis e Irani.

            Novamente candidato, foi eleito Prefeito de Joaçaba, assumindo em 31 de janeiro de 1951, ficando até 1954, ano em que se elegeu Deputado estadual, sendo o mais votado do Estado, reelegendo-se em 1958. E, em 1960, elegeu-se novamente Prefeito de Joaçaba, vencendo ao jovem Paulo Stuart Wright por uma diferença de apenas 9 votos. Ao final da década de 1960 foi morar em Florianópolis e em 1987 lançou o seu livro de memórias.

           José Waldomiro Silva foi propriamente um cigano. Nas cidades onde morou frequentou escolas do antigo primário, mas sua evolução na escrita veio em razão de tê-la praticado muito na atividades cartoriais. Seu livro de memórias nos traz muitas informações valiosas, inclusive citando os nomes dos primeiros moradores dos povoados onde residiu. Vale a pena ler!






Joaçaba - foto atual - aos fundos, Herval d ´Oeste


Euclides Riquetti
14-09-2013