sábado, 2 de agosto de 2025

Mater Dolorum (Colégio da minha infância)

 

Momento de palestra no Mater, em Capinzal.


Mater Dolorum - o poema
Em manhãs de sol brilhante
Em dias de céu azul como o mar
Eu olho pro alto do monte
E vejo a beleza sem par.

É o colégio dos bons anos
Dos anos de minha infância
A escola onde estudamos
Com toda a sua exuberância.

Em manhãs de inverno eu lembro
Eu lembro com emoção
Dos pique-niques em setembro
Dos passeios no verão.

Eu lembro dos colegas já idos
Que Deus levou para si
E que hoje estão vívidos
No coração que está aqui.

Ah, como a vida era bela
Que saudades do pingue-pongue
Do carinho da Irmã Marinella
De brincar de esconde-esconde.

Saudades eu sinto do amigo
Da amiguinha pura e inocente
Lembranças eu trago comigo
E falo o que minh ´alma sente.

Ah, quantos dias tão saudosos
Em que nós, pequenas crianças
Aprendíamos a ser corajosos
Aprendíamos, eu tenho lembranças.

E hoje, depois de um bom tempo
O Mater ali continua
Majestoso, soberbo elemento
Grandiosa a presença sua.

E eu canto por onde eu ando
Com o orgulho da vitória
A canção que por encanto
Me leva de volta à História.

A História que os filhos ouvem
É a verdade que eu vivi
Até parece que foi ontem
Que escrever eu aprendi.

E, para todos vocês
Colegas tão cheios de vida
Fica o abraço cortês
Meu e de minha família!

Euclides riquetti
26-05-1994 - composto e declamado
mum evento comemorativo do Colégio
Mater Dolorum, em Capinzal - SC,
onde estudei na infância
e lecionei quando adulto.

Euclides Riquetti
www.blogdoriquetti.blogspot.com

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Entenda-me

 




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Entenda-me... compreenda-me...
Procure me entender porque eu sou assim
Procure minha história de amor sem fim
E você vai finalmente me entender!

Pesquise então... busque mais informação...
Procure ler, procure ouvir e saber mais
E vai perceber eu sou do bem, que sou da paz...
Que a realidade determina o rumo de meu chão...

Verifique bem... constate muito bem...
Procure formas de viver a vida como eu faço
Não me entrego nem nas horas de cansaço
Busque viver bem...busque ser feliz também...

Mas me inclua no seu  contexto de cumplicidade...
Não me deixe fora de seus ternos planos
Deixe-me lembrar dos belos rumos que traçamos
De dividir os sonhos, a alegria, a felicidade!

(Bem assim...)

Euclides Riquetti

Um novo tempo

 


 


 


Espero  por um novo tempo, um terno  novo dia
Uma nova e bela manhã, uma nova esperança
Um tempo de muito  amor, um tempo de alegria
Um tempo de colher, um  tempo de bonança...

Um belo novo ano, com êxito e sucesso
Saúde, paz e flores, rosas perfumadas
Poemas sem dilemas, versos e mais versos
Pecados absolvidos, almas perdoadas.

Um novo ano feliz,  com abraços e muitos beijos
Uma rosa vermelha, champanhe ou amarela
Lábios de cereja, de doce e de desejo...

Manhãs ensolaradas, tardes de céu azulado
Pensamentos profanos passando pela janela
Indo juntar aos teus, todos os meus pecados...

Euclides Riquetti

Nas profundezas do mar

 


 



Nas profundezas do mar

Ou no anilado do céu

Buscarei te encontrar

Mesmo envolta em véu.


Duas raras esmeraldas

Adornavam o semblante

Da menina encantada

Com seus cintilantes.


As naus do pensamento

Me levam pelo universo

Me carregam no tempo

Faço o caminho reverso.


Procuro no tempo o nada

Procuro o nada concreto

Até me perco na estrada

Mas eu nunca me liberto.


Mas, mesmo que procure

Eu e minha doce saudade

Nada encontro que mude

A minha vã realidade!


Houve apenas uma alma 

Que habitou um belo corpo

Branca como uma palma

Mas ancorou em outro porto. 


Euclides Riquetti

Flechas que se se lançam

  




São flechas que se lançam

E atingem minha alma

São dores que se sentem

E que não se acalmam...


São flechas que me ferem

Que me atingem em cheio

Aquelas que tu desferes

E me partem ao meio...


São setas embebidas

Do veneno mais mortal

Que atingem minha vida

De jeito muito  fatal...


São mágoas já sentidas

Que não se curam mais

Desde aquela despedida

Que não voltará jamais!


Euclides Riquetti

02-08-2025




sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Me pendure ao sol, no seu varal

 




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Me pendure ao sol, no seu varal
Preciso me secar depois da chuva
Preciso de sua  alegria matinal
Quero ser a mão para sua luva...

Me pendure, me seque, me retire
Me guarde com todo o cuidado
E que seu gesto muito me inspire
A escrever um poema caprichado.

Guarde-me dentro do seu coração
Num pequeno espaço reservado
E quando desejar-me com paixão
Saio de lá novamente animado.

Guarde-me para agora e sempre
Cuide de mim com muito amor
E, se chover de novo, de repente
Cuide de mim, cuide, por favor!

Euclides Riquetti

Doce pecado de amar

 


 


 




Doce pecado
Da maçã vermelha
Da lingerie preta
Do beijo roubado

Doce pecado
Do sangue  quente
Dos labios ardentes
Do desejo malvado

Doce pecado do corpo  molhado...
Da gula que teima
Do fogo que queima
Da incontrolável  paixão.

Doce pecado
Da mente mundana
Na alma insana
Do prazer desregrado, indecente, impensado...


Doce pecado que não tem dor
Doce pecado de sexo, com ou  sem  amor
Na noite sem cor...

Doce pecado que não quer perdão
Doce pecado da doida  ilusão
Que arde no peito...

Apenas um suave e delicioso pecado
Sem apego
Sem medo
Sem punição
Assim, desse jeito
Escrachado, largado
Mas apena pecado....

Doce e eterno pecado de sonhar
Pecado de gostar
Pecado de amar!

Pecado...

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

O Fuscão Azul... (Quem não teve um fusca?)

 


 



          O primeiro carro que entrou para a família foi um Fusca 1300 L, azul, muito bonito. Reinou entre os fuscas em Capinzal e Ouro a partir de 1976. Ficou até 1998, quando meu irmão mais velho, o Ironi, que era seu dono, veio a falecer precocemente. Com a placa OK 0445, tinha rodas de magnésio pneus tala larga, volante pequeno, igual aos de carros de corrida, escapamento da Kadron, toca-fitas onde meus irmãos Ironi e Hiroito ouviam o "Amigo Pedro", do Raul Seixas.... Era belíssimo, o mais  bonito da cidade, só havia dois daquela cor!

          O que me leva a escrever sobre este e outros fuscas é que recebi um e-mail onde me perguntavam se eu era o Riquetti que, há uns 30 anos atrás, tinha um fuscão azul... Respondi que o fusca era de meu irmão mais velho, Ironi, (que faleceu em 1998, aos 51 anos). Mas quem andava com ele, era muito mais o Piro, meu irmão Hiroito, que tem  nome de japonês. Além de ser o primeiro carro da família,  ainda era zero quilometro.

          Em 1977, quando fui morar em Zortéa, também comprei um fuscão, na Auto Elite, em Capinzal. Era um modelo 1500 que viera de Erechim. Um baita "carro de malandro", cor Ocre/ Laranja, muito incrementado. Eu me sentia o cara!  Era diferenciado para a época: tinha os paralamas alargados para que pudessem comportar as rodas baixinhas com pneus super tala larga. Era o único. bancos de couro, reclináveis, volante Fórmula 1 e toca-fitas. Precisava mais?

          Quem vê, hoje, a grande oferta de carros pelas montadoras, que invadem a TV, a internet e as revistas para nos mostrarem, quem vê as ruas entopetadas de veículos, não imagina como era a situação na época. Nem o Gol quadradinho tinham inventado ainda. Nem o Escort, nem o Fiat Uno... Havia, no mercado, no máximo, Brasílias, Chevettes e Corcéis. Para os graúdos, os Opalas, os Passats, os Galaxies e os Landaus, os Dodge Dart e Charger. Nem o Del Rey tinham inventado, ainda.

          Ora, quanta gente teve no pequeno fusca, da Volkswagen, o seu primeiro carro! E quantos há, ainda, por aí! De todas as cores, desde os  modelitos com cachorretes nos para-choques, até os que foram fabricados a partir de 1970, que conservaram o padrão até o atual. Os das sinaleiras pequenas, os das médias e, mais adiante, das "fafás". Tive meia dúzia de fuscas. Para cada um deles eu teria uma história. Quantas viagens com a família, as crianças pequenas, pedindo para parar nos restaurantes e lhes  comprar pastéis, indo de Zortéa, Ouro ou Capinzal para Porto União da Vitória, Curitiba, para Florianópolis, Balneário Camboriú, São Miguel D ´Oeste!...

         E você, leitor, leitora, também teve um fusca em sua família?

Euclides Riquetti

Ame!

 


 


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Ame!
Perca-se, perdidamente
Entregue-se totalmente...

Derrube normas, regras e conceitos
Mostre suas virtudes e defeitos
Suas inquietudes, suas atitudes
E ame!

Dispa-se vivamente
Desnude-se completamente
Esqueça os que se importam com seus jeitos
E aplauda quem rejeita preconceitos:
Ame!

Jamais esconda seu olhar apaixonado
Não disfarce os seus  sentimentos
Em nenhuns  momentos
Apenas cuide daquele amor
Que a procura esperançado...

Quebre comportamentos
Rompa o silêncio
Mergulhe nos prazeres que lhe fazem bem
Ame, com suas forças, limites ou cansaços
Com seus lábios, com sua alma e seus abraços
Mas ame!

Ame nos dias de sol e nas noites estreladas
Naquelas que exaltei em prosa e verso
Nos dias de chuva e nas tardes acaloradas
Ame tudo o que existe no Universo:

Ame!

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

O Governo, o Judiciário e a Diplomacia – quem está falhando?

 


       O grave conflito entre o Brasil e os Estados Unidos vai além das narrativas apresentadas aos  brasileiros tanto pela imprensa patrocinada quanto pela engajada. Lembram da expressão “a torcida é livre”? – Valia para o futebol, a politica, a zoação entre adolescentes e jovens ao longo das décadas em que eu vivi, e que são muitas. Agora, porém, o torcer por uma causa está indo muito além da responsabilidade. Os atores são poderosos e nós, cidadãos comuns, somos as vítimas. Em quem acreditar?

       As especulações, as notícias plantadas e as verdadeiras andam confusas dentro de uma enorme barca. E lá vai o real, natural, em meio ao analógico e o virtual. Estamos numa enorme “Arca de Noé”, muito maior do que aquela que levou os animais com o fito de preservarem-se as espécies diversas e a humana. E ficamos confusos, perdidos, sem um rumo definito. E não temos em quem firmemente acreditar.

       Os interesses norte-americanos são mais econômicos do que políticos. E os nossos se pautam mais na política do que na economia, exceção feita ao empresariado que vive num mar de incertezas, sem saberem se devem continuar produzindo ou parar. Sempre digo que a capacidade de regeneração brasileira é fantástica. Do nada, costumamos ressurgir com forças, a superação é formidável. Mas, no momento, estamos num grande barco à deriva. E, quando isso vai acabar, quando voltaremos à normalidade, só Deus sabe. Eu tenho minha posição pessoal; Tudo pode ser consertado a partir de um novo Governo, em 2027. Até lá, vamos continuar entre pequenas vitórias e grandes derrotas. Catastrofismo? – Não! Apenas a constatação de uma triste e preocupante realidade.

       Aos Estados Unidos muito interessa o aço e o alumínio. E, provavelmente, as terras raras, críticas, sejam o Brasil, da China, da Ucrânia ou de qualquer território que seja. A política é apenas uma cortina de fumaça. O Brasil representa apenas 1,1 por cento do que eles importam. Nossa choramingueira não vai comover o pessoal de lá. Apenas carnes, sucos de laranja, alumínio e aço, café e aviões nossos têm forte mercado por lá. Até a Indonésia e o Vietnã já fecharam acordo com os norte-americanos. Mas o Governo Brasileiro, pela conveniência da candidatura de Luiz Inácio à reeleição, pouco interessa dialogar. Os empresários e oito senadores que para lá foram é que estão tentando arrumar uma saída para a crise das tarifas.

       E o rombo contra os aposentados do INSS, como é que fica? Ninguém vai ser penalizado? As noticias do tarifaço de Trump sufocaram o assunto. Parece que nada aconteceu...

       Perdas humanas irreparáveis – Todo o ser humano tem o seu valor, sua importância. Alguns com maior e outros com menor influência, mas cada ser é único e especial, portanto cada um tem algo a nos oferecer ou a pedir.

       Doutor Miguel Igor Russowsky, o perdemos muito jovem para os tempos atuais. Eu o conhecia há três décadas, tivemos pequenas relações em termos de negócios da saúde. Há dezessete anos moro em Joaçaba e, há pelos menos uns dez, costumávamos conversar na Pista do Clube Comercial, onde eu corria e ele caminhava. Umas paradinhas e umas conversas, a troca de informações, alguns causos, opinião convergente na política, saúde, família, cultura, literatura. Entre eu, minha esposa e ele, foi crescendo uma amizade sincera e desinteressada.

       A notícia de sua partida nos trouxe dor, embora que o que lhe aconteceu era esperado. Seguidamente nos relatava sobre sua condição clínica, muito preocupante. Encarava tudo como se estivesse lidando com os seus pacientes, não como ele mesmo. A literatura nos aproximava, uma vez que era filho de um dos maiores sonetistas brasileiros. E a mãe, Dona Vitória, era capinzalense, minha conterrânea. Doutor Miguel, seu pai, iniciou a carreira de médico em Capinzal. Consolidou-a aqui em Joaçaba, foi grande empreendedor na Saúde e na cultura. Doutor Miguel, Miguelzinho ou Miguelito, não importa como o chamavam, era um ser humano muito sensível, cordato, uma pessoa altamente confiável. Fique com Deus, amigo!

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

em 31-07-2025

As estrelas estão sorrindo

 



As estrelas estão sorrindo

Cintilantes em cor de prata

E nossos sonhos emergindo

Nos acordes de uma sonata...


Os anjos vestindo branco

Com suas coroas cravejadas

Brilhantes de bom tamanho

Todas ricamente adornadas.


As mulheres e as crianças

Seguem os varões ousados

Eu carregando lembranças

Sigo meu destino traçado.


Os velhos estão chorando

Agora não são mais crianças

E assim ficam relembrando

Do tempo de sua infância!


E eu sigo aqui compondo

Estes meus poemas rimados

Divido com você os sonhos

De agora e de nosso passado!


Euclides Riquetti

01-08-2025


www.blogdoriquetti.blogspot.com 








Busque o equilíbrio necessário (... não se deixe abalar!

 







Busque o equilíbrio  necessário para sua vida
Não deixe que perturbações irrelevantes lhe  incomodem
Imagine que há pessoas que têm problemas bem maiores do que os seus...

Pense nos que nada têm
Não têm ninguém a esperar por eles
Não têm sequer uma cama para dormir
Ou uma xícara de café pela manhã...

Faça uma reflexão sobre suas perdas e suas conquistas
Veja que sempre há um saldo favorável
Sempre há um pequeno êxito obtido que pode ser comemorado...

Amanhã é um novo dia!
E virá outro e outros ainda.
Não se deixe abater pelas circunstâncias
Você não pode esmorecer nunca...

Quem venceu uma vez na vida
Vencerá outras  mais.

Deus abençoe você!

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Dou-te doces laranjas

 



 


Dou-te doces laranjas

Com que te encantas

E se te dou alguns figos

Tu me pedes o abrigo

Mas se te ofereço flores

Queres de muitas cores.


Dou-te doces morangos

Cor de vermelho-tango

Algumas verdes maçãs

Bombons sabor avelãs

Misturo doces e frutos

E correm os minutos!


Doutos nos versos

Jogados aos desertos

Nas vastas planícies

Em suas superfícies

Para que tu os salves

Em vasos ou baldes!


Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Sonhos e sonhos

 



 

 



Sonhos e sonhos




 
Sonhos e sonhos
Desejos, desejos
Sem ter medo
Apenas sonhar...

Sonhos e desejos
Sem medo de errar
Sem medo de amar
Apenas motivos para sonhar...

Sonhos, medos e desejos
Carícias na pele macia
Gostar, amar todos os dias
Viver momentos de extrema alegria...

Sonhos, afagos e carícias
O carinho da companheira
Na manhã que chega prazenteira
No rosto adorável da mulher faceira...

Apenas isso....
Tudo isso...
Muito mais que isso: você!

Euclides Riquetti

Nossa Senhora dos Navegantes (oração para...)

 


 


                                          Imagem esculpida em cedro pelo escultor Paulo Voss

                                          (Foto de divulgação do Município de Ouro)


Nossa Senhora dos Navegantes, amada padroeira 

Cobre, com teu sagrado manto, esses teus devotos

Sê, para os ourenses, a forte e virtuosa timoneira

Sê, de todos os navegantes, a mãe rainha altaneira

Rogamos-te pelos presentes, os ausentes, os ignotos.


Senhora dos Navegantes, Mãe gentil e Protetora

Não te esqueças das crianças, cuida bem dos idosos

Divindade que admiramos, és uma louvada genitora

Protege-nos com tuas mãos e tua alma pacificadora

Que tua luz ilumine os teus seguidores venturosos.


Nossa Senhora dos Navegantes, cara mãe Poderosa

Cuida dos doentes, dos fracos, e dos desassistidos

Há lugar para todos nós em tua barca tão generosa

Em nossas orações, pedimos tua bênção graciosa

Abençoa os seres justos, os de bem e os oprimidos!


Euclides Riquetti

As naus da solidão

 


 


 


 

Navegam, vagarosamente, nos mares de minha mente
As naus da solidão...
Vão de porto em  porto, vão de mar em mar
Procurando meu corpo para ancorar
Dando as costas à imensidão.
Navegam nas profundezas dos tempos, suavemente...

Navegam, através dos ventos e das as correntezas
Para  buscarem a doce calmaria
Que só eu lhe posso oferecer
Que só eu posso lhe conceder.
Navegam as naus da nostalgia
Pelos mares ignotos das  incertezas...

Navegam, lentamente, plenas de almas solitárias
As naus da solidão...
Vão, nas tardes, na noites, nas manhãs
Em suas andanças libidinosas  e vãs
Buscando a ilusão.
Navegam, sutilmente, as  naus solitárias!

Euclides Riquetti

Apenas um poema

 


 


Apenas um poema


Não, não é nada!

É só um poema

E o tema

É você!


Euclides 

De Nossa Senhora dos Navegantes e de Yemanjá.

 


 


 





Anualmente, em 02 de fevereiro, após procissão
pelo Rio do Peixe, os fiéis veneram Nossa Se-
nhora dos Navegantes, na Praça Pio XII, em
Ouro - SC




          Em 02 de fevereiro várias cidades do Brasil e de Portugal comemoram o Dia de Nossa Senhora dos Navegantes. Isso  acontece em Pelotas, Porto Alegre  e Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, destaque para Navegantes e Itajaí,  e para algumas praias. Em Salvador, na Bahia, é venerada como Yemanjá, a Rainha do Mar. No bairro do Rio Vermelho, 350 embarcações estarão participando de uma procissão e milhares de oferendas sendo jogadas ao mar. Se foram devolvidas, é porque não foram aceitas. Se o mar as levar, Yemanjá as aceitou.

          No Rio de Janeiro há grande reverência à Rainha do Mar em toda a orla marítima. Estas são as referências mais badaladas anualmente. Contudo, outras cidades pequenas, de menos visibilidade, também veneram a  Santa que está no coração de tantos e tantos. Para os católicos, Nossa Senhora dos Navegantes. Para os umbandistas, Yemanjá.

          Acompanho Nossa Senhora dos Navegantes desde minha infância. Em janeiro de cada ano, meu pai começava a preparar seu bote para ajudar na procissão que costumava acontecer no Rio do Peixe. Ele e os amigos gostavam de trazer a imagem vinda desde proximidades da Ilha, na antiga SIAP, pelas águas do Rio, até o valo que abastecia de água a usina hidrelétrica da família Zoréa, ali abaixo da barragem de pedras. E isso se repete até hoje. É uma magnífica procissão fluvial, ao anoitecer. Um belo show pirotécnico a recebe quando chega, em sua comitiva, próximo à ponte, onde é retirada das águas no portinho da família Costa, seguindo pelas ruas  Giavarino Andrioni,  Guerino Riquetti e Felip Schmidt, até a Praça Pio XII, onde acontece a Santa Missa. Lembro que o Sr. Olivo Zanini era um dos que sempre estavam ali esperando para ajudar a levar o seu andor.

          Padroeira do Município de Ouro, é venerada pela população, que, no dia que lhe é consagrado, feriado, costuma aglomerar-se por sobre a Ponte Nova, na ligação com Capinzal, para presenciar a chegada da imagem que foi esculpida em cedro na década de 1980, pelo escultor Paulo Voss, que residia no Bairro que leva o nome da Santa. Nos dias anteriores, celebra-se um tríduo nos bairros da cidade, em preparação para o dia culminante.

          Diz-nos a História local que o balseiro Afonsinho da Silva, logo após a Guerra do Contestado, construiu um pequeno capitel à margem direita  do Rio do Peixe, colocando uma imagem para sua proteção, próximo ao passo. Contudo, na enchente de 1939 as águas levaram a imagem mas, tendo implorado pela sua ajuda,  foi atendido, salvando-se num momento muito adverso, quando achava que isso já era impossível. Então, adquiriu outra, em Caxias do Sul, que acabou na primeira capela construída, aos fundos da atual Prefeitura e, depois, na esquina da Rua Formosa com a Pinheiro Machado. Atualmente, a imagem esculpida é exposta num belo capitel, na Praça Pio XII.

          Há pelo menos três  fatos que me marcaram a presença da Santa em minha vida: A primeira vez, na metade da década de 1980, eu estava em casa ouvindo no rádio as preocupações  em relação à estiagem que vinha ocorrendo e pensando em Nossa Senhora dos Navegantes. Lembrei que o amigo Reinaldo Durigon, que aniversaria no dia 02 de fevereiro, e era muito devoto dela. De repente, escuto um bater de palmas, é o Durigon vindo a minha casa, coisa que nunca havia acontecido antes. Adivinhei o que seria: veio propor-me realizarmos uma procissão, mexer com a imagem da Santa que, dizem, ajuda a movimentar as águas. Organizamos uma procissão levando a imagem desde a matriz, em Capinzal, até o Seminário, em Ouro, e logo depois choveu.

          Na segunda vez, a estiagem assolando nossas plantações, todo mundo desesperado e pedindo uma procissão para que chovesse. Aguentamos mais uma semana, até o dia 02, quando montamos um palco para celebração em cima de um caminhão do Ivo Maestri, na ponta do canteiro central, próximo do comércio de sua família. Bem na hora do Evangelho veio uma chuva tão intensa que todos foram abrigar-se embaixo das marquises das lojas. A Eliza Scarton trouxe uns guarda-chuvas  para o Frei David continuar a celebração. Restaram somente o Padre e algumas abnegadas senhoras para ajudar. Poucos restaram para receber a comunhão e para os ritos finais...

          Numa oportunidade mais recente,  estava participando da Festa de São Paulo Apóstolo, na área de Lazer, em Capinzal, quando o Sr. Pingo, o Pingo das Cocadas, veio falar comigo, queria autorização para vender seus doces na semana seguinte, dia da Procissão, na Praça Pio XII. Estava a explicar-lhe que a responsabilidade do evento, naquele ano, era da Capela do Bairro Navegantes, liderados pelo Rovílio Primieri. Dizia-lhe que era para falar com ele, que eu concordava, e tentava mostrar-lhe onde se situava a casa do mesmo, apontando com o dedo, para que o Pingo o procurasse lá. Nesse instante, uma mão tocou meu ombro: era o Rovílio. Queria saber porque estávamos olhando para seu bairro! E já se entenderam ali mesmo. Coincidência, ou presença de Nossa Senhora?

          Essas são apenas as minhas histórias, mas há as de outros. A grande verdade é que as pessoas acreditam, firmemente, que Nossa Senhora dos Navegantes tem poder e domínio sobre as águas dos mares e dos rios. Tem poder de regular as chuvas. E ajuda as pessoas a se defenderam das incertezas dos mares da vida. Como Yemanjá ou como Nossa Senhora dos Navegantes, o fato é que ela tem um elevado número de adeptos no país, principalmente nas cidades litorâneas. Então, todos os anos, no Dia da Padroeira, as pessoas   se reúnem para render-lhes graças. E, se for em tempo de estiagem, para pedir por chuva...
       

Euclides Riquetti

Se não for preciso partir

 


 


 


Se não for preciso partir


Sorria, enquanto lhe for possível sorrir

Cante, enquanto lhe for possível cantar

Ame, enquanto lhe for possível amar 

E lhe venha um novo dia,  se tiver que vir.


Ande, enquanto lhe for possível andar

Corra, enquanto lhe for possível correr

Fale, enquanto lhe for possível falar

E escreva um poema se tiver que escrever.


Reze, sempre que lhe for preciso rezar

Peça, sempre que lhe for preciso pedir

Implore, sempre que for preciso implorar

Mas nunca parta, se não for preciso partir!


Euclides Riquetti

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Momentos mágicos do amor...

 


 


 


Momentos mágicos do a amor:



O amor nos traz os momentos mágicos

Nele, o inimaginável pode ser realizado

Mas também já ensejou eventos trágicos

Afinal, o imprevisível nunca é o esperado.


O amor pode ser simples ou  idealizado

Pode brotar em meio à aragem matinal

Ou vir na mente de um poeta apaixonado

Ou é o triunfo do bem na luta contra o mal.


O amor é a razão da existência humana

Está acima de todas as vãs filosofias

Sob o céu, na pele sacra ou na mundana.


O amor habita a alma do poeta sensível

A sonetar nas casas, palácios ou cercanias

Para quem ama, nada jamais é impossível. 

Euclides Riquetti

Lufadas de ar fresco


 





 Lufadas de ar fresco 

Invadem minha casa

Pela porta da frente

E pela janela do lado

Correm pelas salas

E vão se perder

No muro alto e caiado!


Meu pensamento 

Levemente incomodado

Se refaz de repente

E busca forças emergentes

Para a superação

Mesmo que na lentidão

Do tempo que não passa.


Mas horas melhores virão

E poderemos comemorar

O êxito alcançado.

Então, sempre que o sino tocar

Ouvirei os acordes do mar

Lá onde o vento sopra animado

Onde há garças e gaivotas 

Virando cambalhotas

E rodopiando no ar!


E eu, aqui, só pensando em você!


Euclides Riquetti

Pioneiros de Nossa Senhora dos Navegantes - Ouro - SC - reedição

 






          O Bairro Nossa Senhora dos Navegantes, em Ouro, surgiu em decorrência de o ex-Prefeito de Capinzal, Sr. Sílvio Santos, através de sua Urbanizadora Nossa Senhora dos Navegantes, tê-lo idealizado. O loteamento, em si, já existia na década de 1960, com as ruas longitudinais abertas, porém com um mínimo de habitantes.

           Uma descrição simplificada nos remete a dizer que, onde hoje se situa a Rua Formosa, que faz sua ligação com a Felip Schmidt, havia basicamente duas famílias residindo:  a primeira, Família Scapini, ocupava uma casa de madeira no lado direito no sentido sentido de ida do Centro para o Bairro, defronte à propriedade da família do Sr. Biaggio Spada, ali onde há atualmente o casarão azul, com janelas brancas, que foi construído lá atrás, como casa do Cartorário David Cruz. A segunda, após o entroncamento com a Rua Brasil, também do lado direito, onde funcionava um misto de residência e clube de bailes do Sr. João Fontoura. Pejorativamente, os populares o denominavam de "Sete Facadas", embora o nome oficial fosse Salão do Fontoura. Mais adiante a família do Sivo Molitetti veio para ali e está até hoje.

          Ali próximo da Capela de Nossa Senhora Aparecida, logo abaixo, onde reside a família Ribeiro e outros  descendentes, havia a residência do Sr. José Ferreira, que tornou-se conhecido como o "Zé de Amargá". O Vovô Zé  obteve esse apelido porque, para tudo o que as pessoas lhe falavam, dizia: ´"É de amargá" (amargar)!  Era um moreno escuro bem alto, magro,  simpático, forte, e muito trabalhador. Foi trabalhador da Prefeitura Municipal de Ouro, emprego pelo qual se aposentou. Antes, trabalhou para os padres na construção do Seminário Nossa Senhora dos Navegantes.  Foi um dos primeiros funcionários da Prefeitura. Ajudava na confecção de calçamentos e conservação de estradas, tinha muita energia e habilidade para com a pá, a marreta  e a picareta. Após aposentado, continuou a realizar serviços de escavações e remoção de terras, sendo excelente cavador. Com cerca de 80 anos ainda trabalhava como um gigante. Dizia-me: "Preciso trabalhar para comprar carne. Comer feijão, arroz, carne, polente e radici, que isso me dá forças para continuar trabalhando". Morreu com idade avançada e sempre foi um digno pai de família, religioso e  muito respeitado.

          Bem ao centro do morro, próximo de onde se situa a Escola Professor Guerino Riquetti e o Centro de Educação Infantil Raio de Sol, residia o Sr. Sebastião Félix da Rosa, conhecido como "Véio Borges" e também por "Champanhe". Tinha muitos filhos, que eram exímios roçadores de matos e capoeiras. Tinham grande habilidade no manejo das foices e  enxadas. Faziam empreitadas em todas as bandas, tinham resistência para o trabalho. De descendente direto dele ainda temos a Dona Lurdes, casada com o Francisco da Silva, que está ali, rodeada de sobrinhos e netos, até hoje. É uma senhora muito simpática, trabalhou muito em sua Juventude. Quando ofendida, por causa de sua cor, partia pra cima do mal educado e o fazia correr. Não levava desaforo pra casa. Numa casa ao lado, residia o Alípio, conhecido como "Rancheira", um pedreiro entroncado, que cultivava um bigidão. Sua irmã, Dona Jandira Pedroso, é que ficou morando ali na casa da família.

          E, ao final da Rua Agenor Jacob Dalla Costa, morava o Sr. Abílio de Oliveira, com dois filhos, o Nereu e o Irineu, que foram embora para Porto União. Uma filha, antes ainda de ele ir  morar ali, fora dada em adoção, no Engenho Novo, Capinzal. O Nereu era um bom jogador de futebol, tanto na linha como no gol.  Hilário da Rosa, o Chuchu, filho do Sebastião da Rosa, também era um verdadeiro craque de futebol. Era muito habilidoso mas gostava de jogar sem chuteiras. Com estas  nos pés, tinha dificuldades, pois acostumara-se a driblar nos campinhos, sempre de pé no chão. No início da década de 1960,  veio a família do Sr. Olino Lucietti, fixando residência na mesma propriedade, onde até hoje está sua esposa e descendentes.

          Nos primeiros anos da década de 1980 já havia outras famílias morando no Bairro: Os Freitas, lá próximo da casa do Zé Ferreira, os Esganzela, vizinhos do Lucietti, a Dona Aurora Tonini, o Caetano Rech, a Família dos Anjos. O Agnaldo de Souza, que trabalhava como Agente da Estação Ferroviária, tinha uma casa ali, mas estava alugada para um terceiro.

          Como algumas dessas famílias estavam desmembradas, no recenseamento de 1980 contei ali 16 domicílios, pois em algumas unidades havia uma família no pavimento principal e outra no porão das casas. Em 1981 não havia ainda  rede de fornecimento de água nas residências. Nos períodos de estiagem, um caminhão da Prefeitura levava água para as famílias. Esta era despejada nos poços, caixas, tonéis  ou fontes. Na época, o Sr. Vilson Surdi organizou um documento manuscrito, com a assinatura de um representante de cada uma das famílias que ali moravam, menos de 20, solicitando a consrução de rede de águas, sendo que foi atendido pelo Prefeito Ivo Luiz Bazzo. O Sr. Sílvio Santos cedeu um terreno para que o SIMAE instalasse ali o primeiro reservatório de águas. Também doou o terreno para a construção da Capela e de uma cancha de bochas, o que foi possível com o apoio do Prefeito Domingos Antônio Boff. Boff também iniciou a construção da creche local, que foi concluída pelo Prefeito Euclides Riquetti. Este construiu a escola Professor Guerino Riquetti.

          Hoje o Bairro é muito bem estruturado, tendo um bom comércio instalado, bom nível de ensino na Escola, um ginásio de Esportes construído na gestão do Prefeito Sérgio Durigon. A pavimentação de suas ruas foi realizada, gradativamente, por todos os prefeitos que atuaram a partir de 1983. Também comporta, em sua parte mais elevada, as torres repetidoras para retransmissão local das imagens dos principais canais de TV brasileiros. Uma emissora de rádio Comunitária, a Rádio Cidade FM, perrtencente à Associação de Difusão Comunitária Prefeito Luiz Gonzaga Bonissoni ali se situa.

          Do alto do Bairro Nossa Senhora dos Navegantes é possível avistar-se toda a cidade de Capinzal. Uma paisagem encantadora, com o Rio do Peixe dividindo os dois pequenos Municípios. Vale a pena fazer-lhe uma visita.

Euclides Riquetti
23-04-2013