sábado, 22 de fevereiro de 2014

Agarra-te aos teus sonhos firmemente

Agarra-te aos teus sonhos firmemente
Não permitas que eles se afastem de ti
Sonha-os, nas tuas noites, alegremente
Transforma-os em realidade, docemente
Em abraços com todo o frenesi.

Lembra-te de que o tempo anda depressa
E que um novo dia pode não se repetir
Poderás não ver outra manhã como esta
A vida não é apenas um teatro, uma peça
Agarre o mundo que está a te sorrir.

Vive, com intensidade e emoção,  cada bom momento
Cada instante, cada hora, todos os dias.
Quisera eu que o tempo andasse muito lento
E que meus versos chegassem a ti através do vento
Levando-te meu amor, meu carinho, minha alegria.

Somente isso!

Euclides Riquetti
22-02-2014

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Esteja bem, amiga Nica!

          Ouvindo o rádio, na manhã da sexta-feira, 21, uma notícia chocante: Falecera, em Porto Alegre, a Senhora Olímpia Costenaro da Silva, conhecida como Nica. E o comunicado de que ela seria cremada às 17 horas, no Crematório Metropolitano São José, na Azenha, em Porto Alegre. Mais uma amiga de longa data nos deixando. E deixando o marido, Serginho, que trabalha aqui na Ford, em Joaçaba, os filhos  Danielle, a Daiane e o Daniel.

          Eram raras as pessoas que sabiam seu nome. Chamavam-na de "Nica", Nica da Coletoria, lá em Ouro e Capinzal. Chegou há três décadas, a Danielle, filha,  era nossa aluna no Colégio Sílvio Santos. Ela e o Selésio Guido Lopes, qua também partiu prematuramente, prestavam atendimento na Exatoria Estadual, ali no centro do Ouro. Em pouco tempo ela já tinha uma extensa lista de amizades. Era uma jovem disposta, cheia de energia, tinha um sorriso muito especial, uma maneira muito delicada e educada no lidar com as pessoas, mesmo quando, depois, veio morar em Joaçaba e atuar na Fiscalização da Fazenda Estadual, com seu trabalho, basicamente, nas estradas da região.

          Quando aqui viemos morar, há cinco anos e pouco, encontrei-a na rua. Descobri que morava cinco minutos a pé de minha casa, mas que estava indo de mudança para o centro da cidade, morar em apartamento, pois sua casa era grande e dava muito serviço manter. E que estava acometida de CA, que vinha lutando, estava otimista, frequentava a RFCC de Joaçaba. Encontrávamo-nos, eventualmente, no comércio local, na rua. E pude constatar que ela tinha um rol de amizades muito grande, era muito querida pela suas amigas da Rede. Participava, ativamente, das campanhas do Outubro Rosa e de todas as demais. Com o tempo, tornamo-nos amigos no facebook, sempre que eu encontrava o Serginho perguntava sobre ela, ele sempre dizia que a situação estava sob controle. Recentemente, descobri que o mesmo Daniel que eu conhecia já adulto,  era seu filhinho dos tempos da infância dele. É um rapaz animado que gosta muito de pescar e trabalha no Caitá.

          A partida da Nica entristeceu Joaçaba, Ouro e Capinzal. São as cidades em que ela era mais conhecida, fez centenas de amigos. Solícita, sempre tinha opinião, um conselho a dar, um sorriso muito franco para agradecer, para retribuir. Deixou-nos, infelizmente.

          Consegui contato com o Serginho às 15 horas, por telefone. Estavam se preparando para a Cerimônia Religiosa, sob as bênçãos de São José. Transmiti-lhe as condolências de parte dos amigos. Ele informou-me que,  na quarta-feira, 26, provavelmente às 15,30 h, haverá uma celebração na Catedral de Joaçaba.  Suas cinzas serão trazidas para Joaçaba, segundo ele.

          A mensagem deixada para ela no facebook pela sua amiga Edi Aparecida Reis, resume o carinho que suas companheiras tinham por ela: "A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Joaçaba perdeu uma das integrantes mais feliz, mais risonha, mais alegre, mais humana"!

          Assim era a Nica. Que Deus abençõe e receba bem a amiga. E que conforte o Sérgio, a Danielle, o Daniel e a Daiana, dando-lhes muita força e ânimo para superar o evento tão adverso.

Um carinhoso abraço!
Euclides Riquetti
21-02-2014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Águas da saudade

As águas da saudade levam as esperanças
Para passear
Buscam o rumo das lembranças
Nos  vales a cantar.

Vão-se elas nas andanças
Como a canção de ninar
Levando consigo de herança
O direito de sonhar.

As águas da saudade brotam do amor frustrado
Da história que não deu certo
Do conto que não foi contado
Da palavra que não virou verso!

As águas da saudade vão e vêm
Pra lá, pra cá
Sem incomodar ninguém.

Não ferem o coração
Que se entregou com paixão.
São inofensivas
Compreensivas
Entendem a tua solidão.

As águas da saudade brotam de ti
Vêm até mim
Pra que eu possa te ajudar
A entender
A viver
Suportar!

Suportar a saudade
De dois corações sós:
O teu
O meu
O que se divide entre nós!

E que nos traz a saudade
Muita saudade!

Euclides Riquetti
21-02-2014

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A Matemática, o Amílcar e o Gelo.

          Muitos leitores já me abordaram na rua, ou mesmo "in box", com relação ao comportamento do Amílcar. Ele é bonachão, mesmo não sendo obesão. É que, trabalhando muito e, de vez em quando jogando uma peladas, ele é um cara "em forma" para a idade dele. Está dento do padrão "terceira idade elegante". É um cara muito divertido, sempre foi. É difíicil tirá-lo do sério. Faz graça nas situações incômodas, gosta de crianças, de chimarrão, da Nena... Diz que gosta, mesmo, não é que tenha medo dela. É amor do muito antigo.

          Na semana passada, saí para dar uma banda no centro de Joaçaba. Joaçaba tem centro, na XV.   Florianópolis tem na Praça da Figueira,  Curitiba tem na Rua das Flores.  Erechim tem na Maurício Cardoso. Capinzal tem, na XV. Porto União tem, na Praça defronte à desativada estação Ferroviária. Em União da Vitória, na Manoel Ribas, entre o Clube Apollo e os trilhos. Em algumas cidades, "espalhadas", é difícil achar o centro. Antigamente, no centro das cidades tinha que ter, obrigatoriamente, "Casas Pernambucanas, Estação Rodoviária, Igreja e Bradesco" E, pouco adiante, uns 500, 800  metros do centro, uma "cadeia e uma zona de meretrício". Em Porto União, a Rodoviária e o Bradesco eram no centro, mas as Casas Pernambucanas estavam na cidade gêmea, União da Vitória. Bem no centro!

          Em Ouro, tínhamos uma cadeia, mas estava fechada por falta de detentos. Um que outro, quando havia, era alojado em Capinzal, não havia porque ter uma cadeia menos de 2 Km longe da outra. E o pessoal que precisava, usava o "Frestão", lá do outro lado do rio, indo pro Zortea.  Diziam que toda a cidade tinha que ter isso, senão não era considerada uma cidade. Até hoje Ouro não tem esses itens básicos, mas não fazem falta. Igrejas, só nos bairros. Exceção, né?!

          Na minha juventude, quando fui prefeito lá, estive em audiência com o Ênio Branco, que era Diretor do Deter, em Floripa, para pedir uma Estação Rodoviária para minha cidade. Argumentei que eu era prefeito de uma cidade que não tinha esses itens básicos. Que tínhamos que usar os da cidade geminada, Capinzal. Ele riu muito e me disse que não havia porque ter uma rodoviária que apenas ficasse longe da de Capinzal uns 200, 300 metros, que só o Rio do Peixe separava as duas cidades.  E deu-me uns abrigos pára passageiros de ônibus, uns cinco.

          Bem, mas voltando ao Amílcar e ao centro de Joaçaba, uma caixa de uma big loja da XV me falou: "Riquetti, li aquela sua crônica em que seu amigo veio visitar você e vocês foram comprar balas e a atendente usou a calculadora para somar R$ 3,00 + R$ 3,00. Achei um absurdo, mas tenha a certeza de que existe gente assim. Dia desses veio uma aqui e comprou dois produtos de R$ 11,00 cada um. Pediu que eu somasse e eu disse que dava R$ 22,00. Admirou-se que eu não usei calculadora. Queria parcelar em DUAS VEZES, porque aqui parcelamos em parcelas  a partir de R$ 9,90. Ela me pediu quando daria cada uma das duas prestações."

          Liguei para o Amílcar e contei a história para ele. Riu muito, disse que ia contar pra Nena.Pedi como é que ele estava se virando lá em Palmas com um calor desses. Disse que pra tudo há, sempre, uma solução. Que, outro dia, foi num hotelzinho no Porto e não tinha ar condicionado, só ventilador. Saiu, comprou dois saquinhos de gelo "da promoção", a R$ 2,99 cada, pôs em duas sacolas e levou para o quarto. Colocou as bolsas de gelo no chão, em cima de um jornal e ligou o ventilador. Foi uma delícia! O quarto ficou refrescado e dormiu como um anjo...

          Oras, não me surpreende a criatividade do Amílcar. Vocês não pensem que ele é louco. Ele é louco de esperto, isso sim!

Euclides Riquetti
20-02-2014

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O cravo branco e o cravo bordô

O cravo branco, com sua calma e simpatia
Me disse "Bom Dia'!
E me recomendou que eu tivesse cuidado
Com o cravo bordô avermelhado...

Ora, um cravo falante
Era só o que me faltava!
Nunca vira isso antes:
Falava, ria, cantava.

Seria um cravo narcisista
Invejoso
Egoísta
Ou apenas um fiore formoso
Amoroso
Faceiro, artista?

Nunca vi coisa assim:
Uma flor que encantava
E que perfumava
Todo o espaço do jardim.

Mas,  depois,  entendi:
Há, entre as flores,  o desejo incomum de nos agradarem
De ver nossos olhos brilharem.
E, com meu próprio coração, eu vi
E com meus olhos,  senti:
Só pensavam em me alegrarem!

Adoro flores:
Rosas, dálias, crisântemos e margaridas
De todas as cores
Nos  jardins e nas casas floridas.

Mas o que me traz mais agrado
(Em termos de perfume...)
Certamente que é o cravo
Branco, bordô... ou rosa matizado!

Euclides Riquetti
19-02-2014

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Na manhã de domingo ( você partiu)

Foi na manhã de domingo que você partiu
Deixou muita dor em todos os  corações
Levou os sonhos bonitos que você construiu
Ficaram para nós só  recordações.

Você partiu com toda a sua singeleza
Com seu jeito de ser, de gostar de viver
Deixou um anjinho de amor e beleza
Uma flor perfumada que saiu de você.

Você foi embora num domingo de sol
Deixou entre nós as profundas lembranças
De seus tempos de infãncia, dos tempos de escola.

Aconteceu assim, foi tudo tão de repente
Mas o reencontro eterno ainda é a esperança
De todos nos revermos um dia novamente.


Euclides Riquetti
18-02-2014

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Michela Buselato - o adeus!

          A comunidade capinzalense e ourense perdeu, pouco antes do meio-dia deste domingo, a jovem Michela Buselato, 34 anos, mãe da Pietra. Filha do Naudi e da Edite (Bearzi) Buselato, quando criança tinha um cabelão cacheado, castanho-escuro, quase negro, volumoso. Tinha um sorriso que parecia triste, um olhar reservado. Um sorriso tipo "Mona Lisa", discreto, indescritível. Uma alma singela, uma pessoa reservada, autêntica...

          A Michela era uma criança que tinha a idade das nossas  filhas. Começamos a conviver com a sua família em 1989, quando o pai dela, o Náudi, era vereador. Construímos, numa parceria entre o Poder Público e a comunidade de Novo Porto Alegre, o Pavilhão Comunitário. Estreitamos laços com a família Buselato. Adiante, foi minha aluna na Escola Sílvio Santos, no Ouro.  Muito estudiosa, cursou Psicologia. Tornou-se nossa colega de trabalho, sempre mantendo uma ótima postura ética e profissional. Muito calma, sabia ouvir as pessoas, estava em franca espansão de suas habilidades pessoais.

          Num evento,  há cerca de dois anos,  encontrei-a na Praça Pio XII.  Eu fora com minha neta, a Júlia, e ela estava lá com sua Pietra. Conversamos, rimos, falamos de crianças e da alegria de tê-las com a gente. Estava muito feliz e realizando-se como mãe. Depois disso, sempre que eu a encontrava com a filhinha, eu a elogiava. A menina era graciosa e bonita.

          Tendo-me desligado da cidade, tive contato com ela apenas no facebook. No entando, ao final de novembro, numa visita que fiz a um amigo, no Hospital Santa Terezinha, aqui em Joaçaba,  encontrei o Maico e a Edite, irmão e mãe da Michela, perguntei-lhes o que estavam fazendo por lá. A Edite veio, desesperada, chorando, e me disse que a filha estava internada, que o caso não era bom, tinha CA no útero. Ficamos chocados, pois ela era jovem ainda e tinha sua filhinha de 3 anos.

          Disse-lhes palavras confortadoras  à Edite e ao Maico. Falei que a medicina está bastante avançada, que ela certamente teria a cura. Soube, depois, que ela descobriu estar com a doença há pouco tempo, no exame preventivo.  Agora, apenas cinco meses depois de ter descoberto isso,  ela foi  buscar seu lugar no céu...

          Quando, na meia tarde deste domingo, uma amiga me escreveu perguntando se eu soubera do ocorrido, fiquei chocado e fui fazendo perguntas. Entrei no facebook dela, onde tem na página a foto de sua filha, e passei a perceber que já havia muitas mensagens das amigas para ela. Emocionei-me. Lembrei-me de que,  há oito dias, passei  na frente da casa deles, no Novo Porto Alegre, e estava toda fechada. Gostaria de ter notícias da Michela, uma vez que sabia que estava em tratamento, que vinha lutando bravamente contra a doença que a tomara.

          E neste belo domingo de verão, a velinha que foi, por muitos anos, a alegria do  casal Náudi e Edite, e do mano Maicon, da cunhada e dos sobrinhos,  apagou-se, num Hospital de Chapecó. Desolação entre seus amigos.

          Copiei do facebook dela a mensagem de minha prima Regina Jung, que a conhecia muito bem e era sua amiga, que sintetiza tudo o que a Michela representava:
           "Michela, mãe exemplar, profissional dedicada, uma filha amada,  preocupada com sua família ...quantas palavras de incentivo dedicou às pessoas que lhe procuravam em seu consultório, pelas ruas...
Mas Deus a chamou e mesmo sendo difícil aceitar...  ELE sabe o que faz e não tem engano, nem erros...
Que DEUS conforte a família, principalmente a Pietra, uma menina amada, alegre, inteligente que seguirá sua caminhada terrestre sem a mamãe Michela,  que tanto a amava!!!!
Descanse em paz Michela Buselato!!!! - (Regina Jung)."


          Aos familiares e a todos os amigos da Michela, as mais sentidas condolências, pois a luz que aqui se apagou, certamente se acendeu no Plano de Deus!

Euclides Riquetti
16-02-2014