sábado, 13 de junho de 2015

Quando o sol voltar a brilhar

Quando o sol voltar a brilhar
Voltará, com ele, o seu sorriso largo
Para encobrir o sentimento amargo
Do choro, do adeus, do soluçar.

Quando os pingos da chuva matinal
Rolarem nos galhos das laranjeiras
Lembrarei das passagens faceiras
E dos seus olhos brilhantes de cristal.

Quando meus pensamentos dispersos
Reencontrarem o caminho aberto
Voltarei a escrever eternos versos.

E,  quando o sol se por novamente
Declamarei o meu poema mais discreto
Da alma branca, do coração batente.

Euclides Riquetti
13-06-2015


Navegando no Velho Chico

          Passamos um belíssimo dia na Praia do Gunga, em Maceió, onde tomamos sol  e vivemos muita alegria. Um lugar aprazível ao Sul da cidade.  Andamos de buggy e conhecemos as falésias, formações geológicas à beira do Oceano Atlântico. Ficamos na "Barraca da Véinha". Entre ela e o mar, os guarda-sóis e  cadeiras.  Cervejinha, isca de peixe e música agradável.

          Ali,  um cantor single, conhecido como "Força da Terra", animava toda a galera com seu vocal apurado e habilidades nos teclados. Lembrei-me de Laírton e seus Teclados, que muito sucesso fez aqui no Sul do Brasil com o hit "Morando do Nordeste", no início do presente milênio. Pois,  em poucos instantes,  o cantor puxava exatamente esta canção, para nossa alegria. E, em seguida, vieram muitas canções pop e românticas. O rapaz era bom mesmo.

          Um magrelo, cinquentão talvez, nativo do lugar, muito simpático e divertido, vendia cocadas. Dava par perceber que tinha tomado umas. Quando saiu um forrozinho, largou a bandeja e começou a dançar. E, dentro de uma filosofia bem peculiar ali, perguntado se não estava preocupado em vender as cocadas, falou: "Primeiro a diversão e depois o trabalho". Animou e envolveu as pessoas, puxando um trenzinho. E formou-se aquela fila,  serpenteando ao redor dos quiosques.

          Disse-lhe que tinha interesse num CD do Força da Terra. Ele foi lá, buscou um e me vendeu. Chamei os amigos para que também comprassem, pois nele havia uma canção muito bonita que descreve Maceió....

          Nossa colega de viagem, Cândida, irmã das amigas Joana e Lourdes, que descobrimos morar aqui no Clara Adélia, ajudou-o a vender CDs e cocadas. Ela ia com ele às barracas e incentivava as pessoas a comprarem aquilo que ele vendia. Achei muito bonito de parte dela fazer isso. E o senhor ganhou uma boa graninha.

          Recomendo a Praia do Gunga a quem for a Maceió. Fica ao lado de uma fazenda que possui um imenso coqueiral. Mais de um milhão de coqueiros ativos. Cerva de 500 milhões de cocos por ano são ali retirados, com uma produção de 360 unidades em cada planta. Comida boa também.

          No sábado, fomos a Piaçabuçu, 134  Km ao Sul de Maceió, onde o Rio São Francisco separa o estado de Alagoas e o de Sergipe. Duas horas e meia de viagem até o portinho. Lá, tomamos uma embarcação até a Foz do Velho Chico. Uma guia muito simpática e competente, Deisy, estudante de Engenharia Naval, nos passava informações precisas e preciosas sobre o lugar, seu povo e seus costumes.

          Seu Manoel,  o marinheiro que pilotava a barca, nos contava que trabalhou muito na vida e que, agora, bem idoso, aposentado, comprou-a. Quer comprar uma ainda maior, mais forte e ágil, que possa ir além da pororoca, que é o ponto onde as águas do São Francisco se encontram com a do Atlântico, um fenômeno bonito e interessante, até porque estudei sobre isso nos meus tempos de primário, no Mater Dolorum, em Capinzal, na adolescência.

          A menos de 1.000 metros da pororoca, no local de atracação, com belíssimas dunas, uma feirinha dos nativos. A maioria deles  vem de bote provindos da outra margem do rio, de Sergipe. Vendem cocadas deliciosíssimas, com muitos sabores. Um bolo de macaxeira (nosso aipim), com coco, inesquecível. Artesanato em cerâmica e em folhas de coqueiros belíssimos, tudo confeccionado com maestria. Tudo muito barato, fazendo com que os turistas comprassem o que seria possível trazer no avião dentro da cota de peso mas malas e nas valises de mão.

          Cerca de 500 metros da feira, um quilombo onde vivem cerca de 100 quilombolas. Retiram do mar e da natureza o que precisam para viver e não precisam de energia elétrica e nada do que os outros precisam. Vivem a vida simples, reclusos, não se misturam aos outros, nada mais querem do que aquele pequeno pedacinho de terra cercada de dunas e de mar.

         Conhecer o Velho Chico foi uma verdadeira alegria. Pelotas, Uruguai, Das Antas, Itajaí-açu, Rio do Peixe, Iguaçu, Peperi, Chapecó, Canoas, Paraná, Tietê ... Agora, quem sabe, o Amazonas, num futuro próximo. Sentir as pessoas, conhecer seus costumes, suas histórias. Ver, com os olhos e sentir com o coração, ouvir as narrativas dos guias e dos nativos, vivenciar aquilo que s livros nos trouxeram em minha vida.

Euclides Riquetti
13-06-2015

         
         

  

Flores amarelas...

Acariciar o seu cabelo liso
Sentir seu  cheiro seco e perfumado
Imaginar um campo ensolarado
Com flores simples, simplesmente belas
Gramados verdes, flores amarelas
É apenas disso que eu tanto preciso.

Sentir calor em seu abraço quente
Beijar sua boca doce e bem moldada
E no seu corpo que me atiça a mente
Viajar no tempo da vida passada....

Perder-me em sonhos e encantamentos
Nos campos verdes, natureza viva
Flores amarelas brancas, flores vida
Ver nos seus olhos aquele brilho breve
E  no seu rosto um sorriso leve
Alimentar a alma com meus sentimentos

Sentir o vento que sopra num  repente
Devanear sem me lembrar das horas
Comemorar aquilo que a gente sente
Viver  o presente, o aqui e o agora...

Euclides Riquetti







sexta-feira, 12 de junho de 2015

As últimas rosas do outono

 
Foram-se as últimas rosas de outono
Foram-se as pétalas das bordôs e das vermelhas
Que do fogo da paixão foram centelhas
Mas  que imergiram na calmaria...

Foram-se para dar lugar a outras que virão
Foram-se para o reciclo que fertiliza
Nas manhãs de pouco sol e muita brisa
Foram-se nas minhas aliterações e nas sinestesias.

Deixou-me  deliciosas lembranças o sol morno
Que tímido volveu meu ser para o passado
Para um antigo outono cinzento,  mutilado
Que  deixou-te maltratar meu coração.

E,  enquanto minha mente se embaralha
E busca entender da rosa a natural ausência
Rezo para que m'a mande de volta a Providência
Que reste ali, formosa, rosa branca, clara.

Que volte para acalentar meu coração
Que volte ainda antes do verão!
Mas que volte...

Euclides Riquetti

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A deusa, a sereia a musa...

Desenha a natureza o verde dos coqueirais
Desenha o céu o azul nas manhãs ensolaradas
Desenham o mar os recifes e os negros corais
Desenham o dia as brancas nuvens alvejadas.

O sol do ouro alaranjado doura a  morena pele
E o caminhante beija  o vento na manhã divina
A onda espumante que banha acaricia, não fere
O corpo que desafia minha  imaginação felina...

Desenha-se, no mar,  o mais perfeito dos cenários
A imensidão oceânica que colore e perfuma
E se transforma no mais sagrado dos sacrários.

Louva-se, no mar, a brisa que enternece a alma
Louva-se, no mar, a deusa, a sereia, a musa
Louva-se, no mar, o seu sorriso que seduz e acalma...

Euclides Riquetti





De Santa Catarina

Veio chegando gente...
Uma tropa gente fina
Vieram de onde?
Lá de Santa Catarina!

Vieram cá pro Nordeste
Comeram camarão em bobó
Êta gente cabras da peste
Até dançaram o forró!

Bateram pernas pra todos os lados
Brincaram na areia, pisaram no cisco
Mas o que os deixou maravilhados
Foi navegarem no São Francisco!

Suco de caju, graviola e goiaba
Tapioca da hora, paneladas de cuscuz
Macaxera e peixe, que barrigada!
Muita alegria com essa gente do Sul.

Foi bom conhecer pessoas tão educadas
Verdadeiros laços de verdadeira amizade
Que possamos nos rever em outras  jornadas
E que desde amanhã já sintamos saudades.

Dias em que vivemos momentos incríveis
De Joaçaba, Concórdia, Xanxerê. Chapecó e São Miguel
Guardaremos em nós os amigos inesquecíveis
Que fizemos na viagem a Maceió!

Praia do Francês, Maragogi, do Gunga e Marapé
Beleza indescritível que restará na História
Natureza pródiga como a baixa da maré
Paisagens exuberantes que guardaremos na memória.

Abençoa, Deus esses bons viajantes
Nós e nossos caros companheiros
Que nossos futuros sejam longos e brilhantes
Abençoa, deus, todos nós, brasileiros!

Obrigado a todos pela agradável companhia
Obrigado pelo sorriso alegre e espontâneo
Obrigado pelo Boa tarde, pelo Bom dia
Obrigado a vocês, caros conterrâneos!

E que possamos nos reencontrar em outras oportunidades
Não importa quando, nem em qual lugar
E que os reencontros venham precedidos das saudades
Para que juntos possamos comemorar!

Euclides Riquetti


Composto em 08-06-2015 - na despedida de
Maceió, declamado para os amigos da excursão
protagonizada pelo SESC/SC.









Se eu soubesse pintar...

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Jujubinha: "Vovô, faz um mirináiti pra mim?"

          Você sabe o que é um "mirináiti"? Nem eu sei, mas... A história começa na minha adolescência, quando morávamos em Ouro, que ainda pertencia a Capinzal. Morávamos ali na Avenida Felip Schmidt, centro da cidade, perto da "ponte nova", a Ponte Irineu Bornhausen, magnífica e imponente estrutura de  concreto que resiste ao tempo e ao movimento. Movimento acentuado de pesados caminhões!

          Na época, as casas ainda não eram servidas por água tratada. E nossa família, privilegiada, tinha seu poço com "moliner", aquela manivela que acionava um rolete de madeira que era envolvido por uma corda para se tirar água do poço com baldes. Baldes de madeira ou de zinco. Está bem, todos tinham isso! Mas nós tínhamos um motor elétrico que nos ajudava a captar a água de nosso poço e propulsava até a caixa, um daqueles tonéis de 200 litros, bem pintado a óleo. Por isso mesmo éramos privilegiados. Nossa casa, como as demais, tinha sua horta.

           Lembro-me muito bem da horta. Hortas ficam boas e produtivas quando ficam velhas. Isso porque a gente vai enterrando os restos de frutas e comidas pelos canteiros e compostando tudo, tornando-se um material orgânico de alto poder de fertilização. Em nossa horta havia um pé e guajuvira. Isso era um orgulho para nós. Equivalia a ter uma "árvore de estimação". A guajuvira nos permitia fazer excelentes cabos para enxadas, foices, machados, restelos, pás e todas as ferramentas de eu precisávamos. Na minha concepção, ter uma  guajuvira era um baita de um status. Tínhamos também um caquizeiro café, que alguns chamam seus frutos de caqui chocolate. Acho que é caqui café. Meu pai Guerino que plantou.

          Meus pais eram caprichosos com nossa horta, fechada com tela de arame. E nos ensinavam  a cultivar o almeirão, alfaces, repolhos, cebolas, rabanetes, chuchus, maracujás, beterrabas, ervilhas, temperos e chás. E belos tomates! Nunca tivemos muita sorte com cenouras. Tínhamos galinheiro e chiqueirinho. E as galinhas punham ovos caipiras.

          Pois minha mãe, aproveitando que tínhamos ovos e tomates, fazia-nos uma comida de que gostávamos muito. Numa grande frigideira, colocava um pouco de gordura, algumas rodelas de cebolas e levava ao fogão a lenha. Quando as cebolas estivessem amolecidas, acrescentava cerca de uma dúzia de tomates bem graúdos e deixava refogando. Quando estivessem bem cozidos, acrescentava sal e meia dúzia de ovos. Mexia tudo até que os ovos ficassem ao ponto. Isso resultava numa massa de um delicioso amarelo-avermelhado. Misturávamos com o arroz ou com pão. Era uma delícia.

         Fiquei adulto, saí para estudar, constituí família e,  quando as filhas Michele e Caroline estavam por tornar-se adolescentes, lembrei-me daquela deliciosa comida. Minha mãe, Dorvalina, que muitas vezes vinha para ficar com elas quando saíamos para lecionar, me apoiava e passei a fazer para elas. Mas nossa deliciosa comida não tinha um nome. O Fabrício também cresceu comendo-a. E, com o tempo, minhas filhas deram um nome à mesma: "mirináiti". Não sei de onde tiraram a ideia, mas pegou. E continuamos comendo mirináiti até hoje.

          Aliás, tendo voltado de viagem, convidamos a Jujubinha para tomar café conosco hoje de manhã. Ela chegou, olhou-me e lascou: "Vovô, faz um mirináiti pra mim?"

          Ela foi à geladeira e  tirou quatro tomates bem maduros, dois ovos, uma cebola e lavou-os. Eu ajeitei a panela, o sal temperado, a colher de pau e, em poucos minutos, estávamos tomando café com pão recheado de mirináiti. Ela adora! E eu adoro ver como ela se delicia com isso!

Euclides Riquetti
10-06-2015

          

         

O extraordinário gol do Neymar Jr.

          O Neymar Júnior, craque brasileiro formado no Santos Futebol Clube, o Santos do Rei  Pelé, de Pepe, Coutinho, Mengálvio,  Clodoaldo, Edu Américo, Gilmar dos Santos Neves, Diego e Robinho  e outros ícones do futebol brasileiro, fez o último gol da Copa da Liga Europeia, tornando-se artilheiro e fazendo com que seu clube atual, o Barcelona, se  sagrasse campeão mais uma vez. Hoje, divide com o argentino Leonel Messi as glórias do Barça.

          O Neymar é um moleque muito travesso em campo. E num rapaz exemplar para os demais jovens. Teve uma namorada, tem um filho menino com ela. Dá-lhes o devido apoio. Tem seus affairs, mas nada de escandaloso. Veste-se adequadamente a pessoas da idade dele. Ousa nos cabelos, nos cortes, nas tinturas. Tem facilidade em comunicar-se, é simpaticíssimo, tem a alegria nas pernas, o sorriso permanente no rosto, o brilho nos olhos.

          Nosso craque não precisa de quem o promova. Ele mesmo sabe se promover. Aliás, consegue até promover os demais.  Humilde, chegou à Espanha dizendo-se no intuito de coadjuvar o ídolo dos catalães, Messi. Apenas isso! Mas, agora, aos poucos, vai-se destacando, sem, contudo, ofuscar o brilho do companheiro.

          O nível de inteligência dele está acima da média. Além da habilidade no trato com a bola e dos cuidados com seu corpo e sua preparação física, (toma somente água mineral, refutando o consumo de bebidas alcoólicas), cuida bem da alimentação. Não entra em polêmicas. Quando sente que se expressou inadequadamente, de imediato pede desculpas. Eu diria que é um "moço de fino trato".

          Mas, nesta terça-feira, superou-se. Depois de sagrar-se campeão na Liga Europeia, fazendo um gol ao final do jogo, chegou a Porto Alegre e apresentou-se para treinar. E deve jogar nesta quarta-feira pela seleção, no Beira-Rio.  E, no treino de ontem, pegou uma bola, foi para atrás de uma trave do campo e se propôs a fazer um gol. Qualquer um diria; impossível! mas ele fez. Vídeos que estão circulando pela internet mostram a proeza do menino de ouro. Ele foi para atrás da trave, deu um balãozinho com a bola por sobre o travessão, dando-lhe um efeito tal que fez com que ela, tendo caído cerca de dois metros à frente desta, voltou para dentro da meta, resultando em gol.

           Ora, posso dizer que eu também faria um gol assim. Quando jogava, eu conseguia, no tiro de córner, mirando a marca do pênalti, dar uma curva na bola que ela ia parar dentro do gol, entre o goleiro e o segundo pau. E muitos fazem isso. A questão é que nós nunca tivemos a ideia de fazer isso antes. Pode até ser que alguém já tenha feito gol dessa forma. Mas ele teve a ideia de fazer e mostrar para todos os que estavam lá e para os repórteres e companheiros presentes. O fabuloso gol do Neymar me encantou. Sou fã dele. Tomara que possa continuar a mostrar a todos que a inteligência diferencia as pessoas.

Valeu, Neymar Júnior!

Euclides Riquetti
10-06-2015

terça-feira, 9 de junho de 2015

Turismo com amigos do SESC em Maceíó.

          Chegamos em Maceió ao final da terça, 02. Destino: Hotel Pousada SESC Guaxuma. (Estivéramos em Alagoas há três anos e meio, num Cruzeiro com o navio Splendour of the Seas, da Royal Caribean. Um navio fantástico! Naquela oportunidade nos restringimos a algumas horas de passeio no city tour, apenas)  O hotel possui uma vasta área próxima ao mar, uma estrutura excelente, muito bem equipado. Os atendentes, todos muito simpáticos e atenciosos. A comida muito boa e gostosa, padrão SESC de qualidade.

          Desta vez, fomos por transporte aéreo. Saímos do SESC-Joaçaba, em ônibus,  à meia-noite de segunda-feira,  em sete pessoas, rumo ao Aeroporto de Chapecó. Em Concórdia,  nos juntamos a outros 12. Em Chapecó, nos reunimos a outros 20, daquela cidade,  de Xanxerê e de São Miguel D ´Oeste. E ainda uma Guia Turística, a simpática e competente Tatiana Yamamoto Galindo, que veio de Florianópolis. Uma turma magnífica, de 40 pessoas. Voos para Florianópolis, Guarulhos e Maceió. Em algumas horas, todos perfeitamente integrados.

           Divertimo-nos muito, fizemos amizade recíproca. Tocamos ideias, conhecimento, experiências e muitos sorrisos. Lá, fomos recepcionados pelo guia Francisco, um cidadão muito divertido e profundo conhecedor da história, dos costumes e dos atrativos turísticos de Maceió e adjacências. Durante 7 dias ficamos nas mãos habilidosas do motorista Nildo, um senhor muito simpático, que conduzia o ônibus no city tour e nos passeios.

           Na quarta-feira rodamos pela cidade desde cedinho,  e fomos almoçar na Praia do Francês. Um lugar muito bonito, paisagens litorâneas indescritíveis, águas bordadas por areias e arrecifes. Em todos os lugares e em todos  os cantos a paisagem se colore ou com o verde dos coqueirais ou com o dos canaviais. Um muro natural de recifes, a cerca de 200 metros da praia, evita que ondas maiores venham eclodir nas areias, principalmente quando a maré está baixa. Isso permite que as pessoas brinquem, exaustivamente, dentro das águas salinizadas, sem qualquer perigo.  À noite fomos à Maikai, uma casa noturna em que se dança forró. Uma equipe de dança apresentou belas coreografias e o pessoal se divertiu muito.

          Na quinta-feira fomos a Maragogi, na divisa com Pernambuco. Adentramos sete Kms no mar com uma cataramã e fomos nadar em piscinas naturais formadas entre recifes e corais. A água pela altura da cintura. Os peixinhos amarelos, com listras pretas, vinham brincar conosco, muito amistosos. Mordiam-nos e nos divertiam. Ao meio-dia almoçamos num restaurante cuja varanda dava para as águas do mar. Se o almoço na Praia do Francês foi decepcionante (pelo menos para alguns de  nós...) em razão da qualidade não ser compatível com o valor que nos foi cobrado, o de Maragogi foi excelente. Peixe ao molho de camarão com leite de coco. Aliás, tomamos muita água de coco em todos os lugares para onde fomos. Castanhas, cocadas, muitos doces e sucos com as frutas do local. Deliciosos e bem feitos!

          Os três primeiros dias foram muito auspiciosos para todos nós. Sair de casa para conhecer novos lugares muito me anima. Gosto de observar e sentir como as pessoas são, conhecer a sua história, seus costumes. Isso é impagável.

Euclides Riquetti
09-06-2015


         

     


O levante do luar dourado

Levanta-se, no fim da tarde,  no eldorado
O luar dourado que resplandece
E, ao levitar sobre o mar,  extensamente ondulado
De um  prateado fulguroso se reveste
Para abençoar o horizonte santificado. 

Levanta-se, com a cor do ouro casto e polido
O luar fogoso a redesenhar o agreste
E, ao escalar as nuvens, no acorde sustenido
Energiza  os coqueirais perfilados do Nordeste
No quadro fantástico pela  natureza esculpido.

E os sonhos  dos amantes e dos enamorados 
Juntam-se no vagar das ondas da imaginação
Enquanto os ideais já  quistos e projetados
Juntam-se no eternizar do  poema e da canção
No concerto dos ventos gentis ali soprados. 


Euclides Riquetti
09-06-2015


Poema inspirado na lua, a qual sai do mar às 18 horas, no outono, na Praia de Guaxuma, em Maceió. Inicia-se na cor dourada e, em meia hora, torna-se maravilhosamente prateada.

Abraços aos 40 integrantes da Turma de Turistas de Santa Catarina que esteve em Alagoas de 02 a 08 de junho deste ano, nos quais me incluo.

Riquetti Poeta

Apenas mais uma manhã


Uma manhã banal
Como outras manhãs banais
Pode ser uma manhã casual
Como outras tais e tais.

Uma manhã  tentadora
O meu corpo a te querer
A lembrança encantadora
O que mais pretender?

A manhã  inspiradora
Os pensamentos saudosos
Tua pele macia, sedutora
Os momentos só nossos...

O que mais querer?


Querer uma manhã de querer
Apenas mais uma manhã
E, numa manhã, podes crer
Poder crer no amanhã.

A tarde de um amanhã
De um ontem, de um hoje, de um sempre
Pode ser, de repente
Apenas uma tarde vilã...

Mas sempre haverá um mais e um mais
Um bom motivo pra viver
E então, as manhãs banais
Serão manhãs colossais
Serão aquelas manhãs,  tais e tais
Que tanto quero reviver!!!

Pois, queiramos ou não, o tempo passa...

(E nós vamos envelhecendo...)

Euclides Riquetti 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Futebol no céu - crônica



Futebol no Céu (crônica em homenagem a amigos que se foram)

     O Táti, zagueirão do Arabutã, morreu e foi pro céu. Lá,  tinha uma organização de talentos, que eram alojados por setores. Eram pessoas que um dia brilharam aqui na terra e que o destino as levou para morar  lá em cima. Tinha o setor dos atletas famosos: Denner, Adilson, Dirceu e Everaldo, que morreram em acidente de carro; Garrincha, que bebeu além da conta; Serginho e Wagner Bacharel, que morreram em campo; e muitos outros, fora os europeus. Todos estes ouviam, atentamente, os conselhos do Mestre Telê Santana. Tinha o setor dos artistas: Cazuza, que teve aids; o Dollabella, que bebeu todas; o Chacrinha, que animava a Terezinha; o Bossunda, cujo o humor era maior que a bunda; Paulo Autran, esbanjando simpatia; o Paulo Gracindo, nosso Zeca Diabo;  Nair Bello, Mussun e Zacarias, que nos fizeram rir muitos dias ( e muitas noites de nossos invernos e verões). João Paulo agora forma dupla com Leandro, e até que combina:" Leandro e João Paulo"! Tinha também O dos talentos políticos: Rui Barbosa, que defendia a honra: Tancredo Neves, a democracia; Toninho Malvadeza, a Bahia; Brizola, que ia contra "os interésses" da burguesia; e Jânio Quadros, que tropeçava nos cadarços de seus sapatos tortos. O Airton Senna driblava as curvas do Reino de São Pedro, o Dílson Funaro dava cruzados nos brasileiros, enquanto os Mamonas Assassinas encantavam, com suas irreverências, os milhares de jovens que morreram, infelizmente, após as baladas de sábado à noite, em acidentes com carros e motos.
     O Táti olhou tudo, curiosamente, e procurava por algo. Caminhou por entre as árvores e em meio a muitas roseiras e cravos, lavou a cabeçona numa fonte de água, passou a mão nos olhos e, ao abri-los, deparou com um monte de conhecidos: Lá estava o Bailarino, com algumas sacolas, cheias de camisas, calções e meias: Havia as azuis  e brancas, da São José; as pretas e amarelas, do Penharol; as verdes e amarelas, do Grêmio Lírio; as brancas e pretasd, do Vasco da Gama; e,  finalmente, as brancas e vermelhas, do Arabutã. Sentiu-se em casa. Finalmente encontrara sua tribo: O Bailarino, poeta, sábio, filosofava e escalava o time: O Orlando vai ser o Goleiro, mas não pode cair do cavalo, pois o Roque Manfredini, que  ficou sepultado lá em Porto União, vai ficar na reserva, porque este jogo não é pra profissional. Na lateral direita, o Darci Moretto, pois o irmão dele, o Valcir Moretto, vamos aproveitar na ponta direita, que ele gostava de jogar também lá. na zaga, vamos deixar a posição vaga, pois logo,  logo vamos receber um zagueirão que está chegando, e vai ser a principal contratação da temporada. Na zaga, o Tchule, que além de bom de bola, gosta de tocar bateria e batucar um samba. Na esquerda, o Urco, que poderá ser o juiz; daí fica o Jonei Cassiano de sobreaviso, para aquele lado, pois ele sabe defender e apoiar muito bem. Cabeça de área, um problema que é fácil de resolver: deixamos o Olivo Susin mais plantado e o Alberi, que é acostumado a arrumar bombas injetoras, com liberdade pra sair jogando e injetar a bola no ataque. O Jundiá, que é liso e tá meio pesadinho, fica com a oito, armando pro Moretto na linha de fundo, pro Camomila, nas esquerda; e, no ataque, o Alcir Masson, nosso matador, bem na frente, chutando forte e reclamando com o juiz. Bem, eu, o Baixinho, escalo o time e entro lá pelo segundo tempo. O Rogério Toaldo, vai ficar de curinga, e me ajudar a cobrar a mensalidade.

     Aí chegou o Juca Santos, Glorioso Presidente, e perguntou: "e o Zagueiro, o Capitão, que você não escalou ainda?"

     Bailarino apontou para o lado e gritou: "Chega, Táti, que a número três tá guardada pra você! E daqui a pouco vai chegar um convidado especial: O Guaraná! vamos ter que arrumar uma brechina também pra ele".

Euclides C. Riquetti - Ouro - SC - escrita em 23-01-2008 e plublicada no Jornal  ""A Semana" - Capinzal-SC

Nem todas as rosas são vermelhas


Rosas, amo-as e lhes tenho devoção
De todas as cores, de todos os matizes
Amam-nas as donzelas e as meretrizes
Amam-nas princesas e imperatrizes
Sim, amam-nas com paixão!

Nem todas as rosas são vermelhas
Nem tudo o que brilha no céu são estrelas!

As rosas são as flores da nobreza
Perfumam e exalam encantamento
Imagens que se fixam no pensamento
Odores que se espalham pelo firmamento
A propagar o seu charme e sua beleza!

Nem todas as rosas são vermelhas
Nem tudo o que brilha no céu são estrelas!

Ofereço-lhe as rosas e as estrelas
Os perfumes e os brilhos que deleitam
Os jardins e as noites que elas enfeitam
Os laços de amor que em nós se estreitam
Rosas champanhe, brancas e vermelhas!

Euclides Riquetti

domingo, 7 de junho de 2015

Ande, sutilmente, pelos caminhos do sol


          Ande,  sutilmente pelos caminhos do sol,  e vá encontrar o que você procura. Estenda, gentilmente,  suas mãos a quem você ama e entregue-lhe, incondicionalmente, o seu coração, com sua alma desprovida  de incertezas,  e seus olhos de inefável beleza. Vai, siga em frente, sem preocupar-se com pedras que possam estar em seu caminho, com plantas que em vez de flores lhe oferecem somente os espinhos.
 
          Abra seu sorriso franco que a torna feliz, retribua, com alegria, a cada manifestação carinhosa, e dispense a todos sua atitude generosa. Seja compreensiva com os que duvidam de você, mostre-lhes que você é sincera e verdadeira, porte-se com altivez e galhardia, mas não se esqueça de exercitar, em cada momento, a sua humildade. Você é mais você, em todas as circunstâncias.

          Permita, em cada dia, um renascer dentro de você, enseje expectativas em cada um que espera que lhe proporcione algo, esperanças que possam se renovar, possibilidades que se possam reabrir, caminhos que possam, novamente, ser percorridos. Situe-se ao lado do bem, não se importando se os outros pensam diferentemente de você. O que importa, sim, é a paz que restará em seu interior e que você fará resultar nos outros. 

          Dirija seu pensamento para o Altíssimo, faça-lhe orações despretensiosas, mas carregadas de boas intenções. Queira a felicidade para todos, independente de a terem ou não perdoado em seus pecados ou a aplaudido em suas vitórias, pois a vida nem sempre é dada a derrotas, e nem sempre a conquistar a glória.

          Ande, sutilmente, pelos caminhos do sol. E, depois que tiver feito tudo isso, sem que lhe fosse de obrigação ou compromisso, colha as flores que nasceram perto de você, nos caminhos que você trilhou, nos jardins onde as plantou. E verá, certamente, que tudo lhe valeu a pena!

Euclides Riquetti