sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sexta Crônica do Antigamente

          "Se tomar mais que dois sorvetes, morre?"
          "Morre, sim, respondiam para mim". E, para tantos outros, que gostavam de sorvete, principalmente do "sorvete de uva", que o Sr. Pedro Beviláqua, os Santini, o Casagrande, do Bar Avenida,  o Bar do Carletto,  o Bar do Canhoto, ou mesmo o do Arlindo Henrique faziam, nos anos 60.

          Misturar uva com melancia mata? Uva com leite dá congestão? E se for melancia com leite, pode?
Essas indagações povoavam as mentes confusas de crianças e adolescentes de minha época, que gostariam de devorar tudo o que aparecia pela frente, ficarem  pançudinhos, "matar a bruta" de tanto comer...(Eu era bem  esquálido, porque não tinha dinheiro para ficar pançudinho...)

          Bem, quem, em sua vida, não foi, pelo menos uma vez, "vítima" das boas e bem intencionadas mentiras engendradas pelos pais, com o objetivo de livrar-se do incômodo e desconforto de ver os filhos toda a hora deixando-os de saia justa, porque queriam que queriam dinheiro para comprar "mais" sorvete, e o pediam diante de outras pessoas? A clássica resposta: "faz mal, pode matar", ou: "faz mal, dá uma baita congestão", ou, simplesmente, uma "c....neira", estava sempre pronta.

          O constatável, hoje, pela minha antiguidade, (já disse que sou antigo, muito antigo), é que as pessoas tinham  que encontrar uma forma de se livrar dos filhos pedunchos, e as respostas vinham dos adultos, e de todos os outros que compactuavam com eles, da família ou não. E não havia, naquele tempo, o dinheiro das "bolsas do governo", que pudessem regar um dinheirinho na conta da família.

          Ah, mas como era bom um sorvete de uva, que vinha com aquela cor roxa, bem forte, muito doce, carinhosamente preparado por pessoas que ficavam segurando uma pá colocada obliquamente num cilindro giratório, este mergulhado em água bem gelada e com sal, para que o sorvete se produzisse e pudesse compor-se com aquele conezinho de massa, muito massa, que a gente ia devorando...

          E "gasosa", então... Era mais difícil ainda de comprar. Nós ainda tínhamos o privilégio de morar ao lado da "Indústrias de Bebidas Prima", bem ali defronte à Ponte Nova, no Ouro, que fazia a gasosa de Framboesa, em garrafinhas em ou garrafas, e eram uma gostosura, bem melhor que as tubaínas artificializadas ao extremo e que estão por aí, nas prateleiras dos mercados, para engordar pançudinhos e pançudões...

          É, sim, hoje os tempos são outros. O Zeca Pagodinho ganha uma nota preta para tomar cerveja de graça, a Juliana Paes também, tem aquela que desce redondo, tem o refrigerante que é bom para tomar comendo pipoca, aquele da "pipoca com guaraná". E tudo está mais  fácil, tem dinheiro pra tudo, tem calorias para todos os tipos e gostos, coisa que nós não tínhamos antigamente, naquele tempo em que a Marjorie Estiano ainda não havia nascido. (Agora ela é a Manu, de Vida da Gente, da Globo)

          E, por falar em sorvete, com apenas R$ 10,79 você compra um pote de dois litros, da Italiana, especialmente aquele "leite condensado com frutas do bosque". E, se você tomar todo ele na mesma tarde, desde que não seja numa única golpeada, você não morre!!!  E, se você o comprar,  com esse dinheiro, equivalente a três litros e meio de gasolina, e andar a pé o tanto que você andaria de carro, não comprando a gasosa (lina),  você vai queimar todas as calorias que ganhar. Pode acreditar: sou antigo, sei de algumas coisas! Bem, agora, vou pra geladeira ver se tem um "nata com morango"...
         

       

Imensidão

É nossa toda essa imensidão
É nosso o vento que acaricia minha pele
É nossa toda essa imensidão
É nosso o luar que prateia a madrugada
É nossa toda essa imensidão
É nosso o poema que a alma concebe
É nossa toda essa imensidão
É nosso o canto, sinfonia da passarada.

É nosso o infinito do céu matizado
E também são as cores do arco-íris
É nosso o desenho da planta, articulado
E também o sorriso dos rostos felizes.

É nosso esse mundo de verde, de azul, de infinito
É nosso o frescor no dia que amanhece
É nosso esse vale encantado, bonito
É nosso o sonho que a alma aquece...

São nossos a alma, o sonho, o sorriso
É meu, muito meu, o prazer de estar contigo!

Joaçaba, 13-01-2012
(Pista Olímpica do Clube Comercial)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Amor e Paixão

O que eu sinto por ti,  é amor do mais profundo
É algo tão simples, simples, mas do tamanho do mundo
O que eu sinto por ti, eu nem sei como explicar
É algo pequeno, pequeno, mas é do tamanho do mar.

O que eu sinto por ti, não se mede, não se diz
É algo tão irrisório, mas que me deixa feliz
O que eu sinto por ti, é um sentimento exultante
É algo de pouca importância, mas que me torna gigante.

O que eu sinto por ti, não há palavras que expressem
É algo tão misterioso, como se tu não soubesses
O que eu sinto por ti, está escrito em meu coração
É o que mais importa: Amor, Saudade, Paixão...

Euclides Riquetti
Composto em 25-05-1998