sábado, 8 de agosto de 2020

Quando o vento já tiver soprado






Quando o vento já tiver soprado
E levado as folhas que o outono derrubou
Você olhar para ver o que restou
Depois do  inverno rigoroso já chegado...

Quando a chuva já tiver caído
E lavado as cinzas que ficaram
Da queima das ilusões que não prosperaram
E dos corações que jazeram em fogo ardidos...

Quando nossa jovialidade já tiver se ido
E estiver chegada nossa doce velhice
Nos restando apenas uma suave faceirice
Nos rostos que não disfarçam o sofrido...

Quando tentarmos refazer os sonhos concebidos
Mesmo que tudo pareça  destruído pelo tempo
E nossas almas repousarem no relento
Ou se perderem em caminhos desconhecidos...

Ainda haverá um motivo, uma chance
Para que nossas mãos se alcancem
De novo...

Euclides Riquetti
22-06-2016

Meu pai: uma lição para toda a minha vida

Reprisando, porque é bom relembrar...

Saudades de meu pai - Posts | Facebook



          Dia dos pais, dia de reflexão! Dia de, quem ainda o tem, dispensar-lhe o abraço carinhoso, dizer-lhe que o ama, talvez dar-lhe um presente bonito, quem sabe uma camisa, uma calça, ou um par de sapatos. Ou uma assinatura de jornal ou revista, quem sabe um livro. Dia de levá - lo para um almoço, provavelmente  ver um jogo de futebol, jogar uma sinuca, tomar um sorvete. Dia de comemorar...

          Recebi telefonema do filhão Fabrício, mensagem dele e da sua Luana no blog. Moram em Maringá, não têm como dar-nos um abraço mútuo. Telefonema da Michele, que mora em Ponta Grossa, sempre muito alegre e preocupada com a gente. Abraço da Caroline, que veio almoçar conosco. A Carol que nos deu a Júlia, com quem a gente se entende muito bem. Coisas que muito valorizo, fico contente, gosto que me liguem a toda hora, que me contem sobre o seu trabalho, o seu lazer, as suas inquietações. Gosto deles, tenho amor extremado por eles,

          Tive um pai maravilhoso, perdi-o em 1977, ele tinha apenas 55 anos. Guerino era seu nome, nome de "guerreiro". Era uma pessoa muito culta, tenho muita semelhança com ele, assim como tenho com meu filho. Lembrei-me, hoje, que minha mãe fazia um bolo para ele no Dia dos Pais. Sempre! Ele comprava refrigerantes, coisa que não era muito comum na época.  E nós lhe dávamos alguma uma coisa,  simples que fosse, tipo um par de meias, algo assim. Mas era de nosso coração.

          Mesmo depois de 38 anos, lembro-me dele como se tudo fosse como na época. Sonho muito com ele. Ele sempre me parece estar bem. Mostra sua calma, sua capacidade de compreender-nos. Quando ele se foi, encomendei uma placa de bronze com sua foto em porcelana, com a gravação de frase: "In médio virtus". Pode ser também "In médio stat virtus".  Foi a frase do filósofo Aristóteles que ele me mandou numa carta que me escreveu nos temos em que eu estava na Faculdade, em União da Vitória, para dar-me um conselho. A frase em latim,  que me pauta até os dias de hoje. "A virtude está no meio". Quando o encontrei, perguntei-lhe o que queria dizer com isso. Respondeu-lhe: "Não seja um muito pra frente, um prafrentex, como vocês jovens costumam dizer. mas nem um "pratas", um para trás, que se deixa passar a perna pelos outros, ou alguém que não acompanha a evolução das coisas, do mundo".

          Foi uma grande lição que ele me deixou, além de muitas outras: trabalhar e progredir honestamente, estudar, respeitar para ser respeitado. Agora, lembrar sempre disso, rezar sempre por ele,  ter isso em conta e dar aos filhos o mesmo carinho que meu pai me deu...

Euclides Riquetti
09-08-2015

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Ao meu pai

Meu pai faria 99 anos hoje. No entanto, nos deixou aos 55, em 1977 - É como se tivesse sido ontem... saudades...




Dias sem pássaros, noites sem estrelas
Dias de densas nuvens, o vento a volvê-las
Noites tão escuras, luar contido, ausente
Fazem dos meus sonhos futuro sem presente...

Dias de chuva forte, sem sol, sem luz no céu
Dias sem esperança, cinzento mausoléu
De alguém que foi distante, buscando seu destino
Tombando para sempre, subindo ao céu divino.

Conforto-me em saber que fez o bem na terra
Que pela sua bondade fará novos amigos
No céu que é manto azul, é flor da primavera
Verá,  mais uma vez, seus entes tão queridos.

E entre dias sem lindas noites, noites sem dias lindos
Eu fico recordando, pensando nos já findos
Em que você se foi, naquele longo inverno
Buscando nova vida, buscando o Pai Eterno!

Euclides Riquetti
Composto em julho de 1993.

Eu te amo...


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Abre a janela e olha pro céu
(Eu te amo)
Abre a janela e vê o sol
(Sim, eu te amo)
Fecha os olhos e vê as estrelas
(Ah, sim, como eu te amo)
Fecha os olhos e vê as  rosas amarelas
(Sinta que, realmente, eu te amo).

Abre o teu coração e sente que o amor existe
(Percebe que eu te amo)
Abre teus braços e me abraça com toda a paixão
(Claro que eu te amo!)
Traze  teus lábios para perto dos meus
(E veja que muito eu te amo)
Quero sentir o calor dos beijos teus
(Eu te amo, eu te amo, eu te amo!)

Euclides Riquetti

Memórias da Juventude (Bom dia, Silvestre!)

Reprisando, em razão do comentário recebido:


Bom dia, o Silvestre é meu sogro, passei suas resenhas a ele que ficou emocionado, se puder passar dados para contato em artur_pavan@hotmail.com, agradeço pois ele solicitou, obrigado pela atenção e pelas palavras! em Memórias da Juventude (Bom dia, Silvestre!)
Anônimo
em 06/08/20

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Simca Chambord

          Trabalhei com o Silvestre Schepanski na Rua Clotário Portugal, 974, em União da Vitória (PR), na concessionária da Mercedes-Benz, então Álvaro Mallon e Filhos, de 1972 até o início de 1977, quando fui morar em Zortéa. Eu estava em meu primeiro ano de faculdade, na FAFI. Trabalhei na seção de peças e, nos dois últimos anos, fui gerente da filial, na Avenida Manoel Ribas, na antiga sede da Transiguaçu, próxima ao Posto Ipiranga, dos irmãos Ravanello.

           Silvestre era meu chefe. Estudava à noite, fazia o "ginásio" no Túlio de França, estava na sexta série do então Segundo Grau, em 1972. Não gostava de novelas. Dizia que tinha um cunhado que ficava vidrado com a "Selva de Pedras", em que a Simone (Regina Duarte), fazia par com outro jovem ator, Francisco Cuoco. Achava que isso era uma extrema perda de tempo. Anos depois, converteu-se a noveleiro também.

          O Silvestre tinha uma Simca Chambord e uma bicicleta. Não raro, alguém tinha que empurrar a Sinca, pois a bateria dela não era lá essas coisas. A bicicleta nunca o deixava na mão. Ah, bem que eu gostaria de ter aquela Chambord branca e vermelha, hoje. Ou a Sinca Jangada, do meu professor de Direito usual na CNEC, em Capinzal, Benoni Zóccoli. Hoje, o Silvestre está com os filhos bem encaminhados, anda de caminhonete poderosa, é um empresário bem sucedido, tem uma fazendinha, imóveis, e é dono da "Auto Peças Silvestre", na Marechal, em União da Vitória, uns 500 metros abaixo do Estádio Enéas Muniz de Queirós, do Ferroviário.

          A grande virtude do Silvestre era defender os seus subordinados perante os chefes das outras sessões. Ele era muito bem dado com o Romeu da Silva, que era vendedor de caminhões, e a quem ainda me referirei numa crônica. Quando alguém da oficina mecânica da concessionária pegava no nosso pé por alguma razão, ele nos defendia. Depois, em particular, mostrava nossos pontos certos e nossos pontos errados. defendia, arduamente, os interesses da empresa. Aprendi muito com ele.

          O Silvestre era natural de Canoinhas, jogou no Santa Cruz, tinha intimidade com a bola, isso nós percebíamos quando de jogos da nossa turma da Mercedes. Magrão e alto, bigode bem arrumado, era um zagueiro que sabia sair jogando para distribuir a bola ao ataque.  Lembro que, na época, ele tinha dois filhos: o Gérson e a Mari. Hoje, eles tocam as negócios do pai. Na última vez que estive na loja de peças deles, conversei com todos. o atendimento é bom e fornecem peças até mesmo para concessionárias, tão variado e organizado é seu estoque.

           Deixo aqui meu reconhecimento a ele, ao Altamiro Beckert, ao Mauro (Iwankio?), à Sandra  Probst (Bogus), a saudoso Solon Carlos Dondeo e a todos os que, de alguma forma, me ensinaram alguma coisa em 1972, quando iniciei meu trabalho lá. Tudo o que aprendi na Mercedes, muito me ajudou em minhas atividades comerciais e mesmo públicas, em minha vida profissional.

Grande abraço em todos!

Euclides Riquetti
25-11-2015

Aniversário de minha mãe e de meu pai

    
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            Minha mãe, que faleceu em 09 de janeiro de 2000, estaria de aniversário, hoje, dia 11 de agosto. No dia 07, foi aniversário de meu pai. De ambos tenho muitas saudades...

           Saudades, dá saudades, sim...  Sempre! É tudo como se fosse ontem, como se o tempo não tivesse passado, como se nada houvesse mudado. Sentimentos reais e verdadeiros são permanentes, eternos, não fugazes. Sentimentos, laços de família, são a expressão do amor mais singelo e verdadeiro, aquele que não se apaga, não se extingue, não se deixa abalar.

         Saudades, dá saudades, sim... Porque quem amou e foi amado não esquece nunca. Não importa se foi uma vida de facilidades ou dificuldades. Não importa que os dias tenham sido diferentes, que em alguns tenham havido tempestades ou alegrias... Importa, sim, é que tenham sido vividos com intensidade, que tenha havido o respeito mútuo, o amor mútuo. Importa, sim, que a memória nos compila a irmos em busca das lembranças que estão escondidas em nosso ideário. Importa que tenhamos a condição de perceber que um dia eles foram importantes e que isso não se extingue. Importa que guardemos em nosso coração uma elevada gama de carinho para podermos expressar nosso afeto para com eles. E, minha maneira de homenageá-los é reviver os sentimentos e lembrar dos bons momentos. E, sempre que possível, manifestar-me aqui, dividindo com meus leitores minha sensibilidade.

          Feliz aniversário, mãe Dorvalina. Feliz aniversário, pai Guerino!

Euclides Riquetti

O tamanho do seu sorriso





O tamanho do seu sorriso
É tão grande como sua alma
É dele que eu tanto preciso
Porque só ele me acalma!

O seu sorriso é um alimento
Que fortalece todo o meu ser
É com ele que eu me sustento
Me animo apenas em lhe ver!

Quero ele somente pra mim
Quero-o para minha alegria
Seu sorriso largo, sem fim
Para me animar todo o dia!

Quero seu sorriso bem assim:
Franco, bem bonito e sedutor
Sorriso de anjo querubim
Sorriso de carinho e amor!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Dona de mim...








Dona da noite prateada
Enluarada
Dona da noite imaginada
Acalentada
Dona das noites e dos dias
Dona das noites e de minhas poesias
Dos dias encalorados e das noites frias
Dona de todas as noites
Minhas e tuas
Nuas...

Dona das manhãs claras
Das nuvens raras
E das lembranças caras...

Dona das notas das canções
Dos abandonados e dos encontrados
Dos sussurros amordaçados
Dos perdidos ... e de nossas perdições...

Dona...
Apenas dona|
Dona, assim
Dona de mim
Dona do meu livre verso
Dona do universo
Sem fim...
Dona de mim!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Na primeira noite...


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Na primeira noite de inverno, sonhei
Sonhei que o dia era sol
Que a noite era luar
E que eu caminhava na beira do mar!

Na primeira noite de inverno, sonhei
E no meu sonho aparecia
Uma alma idealizada
Que num belíssimo corpo se alojava!

No primeiro dia de inverno veio o sol
E ele me aquecia...

Então a tarde se iluminou
E a noite me esperou
Como esperei por ti...
Mas não vieste!

E eu fiquei a me lamentar...
Só a me lembrar...
E a chorar
Por causa de ti!

Euclides Riquetti

Uma cabana branca







Transporte-se a um cenário bucólico, silvestre
Árvores frondosas, imbuias, cedros, caneleiras
Palmeiras esvoaçantes, o lufar do ar campestre
Uma cabana branca em meio a muitas laranjeiras.

Imagine-se numa rede, na  varanda bem arejada
Mergulhada em lembrar de meus versos românticos
Olhos fechados, em mil pensamentos embalada
Enquanto me perco nos meus léxicos e semânticos.

Vislumbre um riacho de águas limpidamente claras
Pássaros que se orquestram em harmonia celestial
Flores de beleza infinita, das variedades mais raras.

Sonhe com os momentos mais íntimos e deleitosos
Abrace o meu abraço com seu jeito tão especial
Embale-se nas ondas de meus afagos carinhosos.

Euclides Riquetti

terça-feira, 4 de agosto de 2020

A Igreja Católica se dividindo, perdendo adeptos e perdendo espaço


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Prédio do Seminário Camiliano de Iomerê - SC
Hoje abriga a Prefeitura Municipal daquela cidade.

       A Igreja católica está se dividindo, perdendo adeptos e perdendo espaço. A transição religiosa é uma realidade muito presente e, se em 1940 a Igreja Católica detinha 95% de adeptos no Brasil, há estudos que indicam que, daqui a dois anos, terá apenas 49,9%. Ainda não aprendeu a lição que já deveria ter aprendido há 30 anos. Nesta última dezena do mês de julho, ela volta a ser notícia por se manifestar politicamente. Está querendo marcar posição, como já marcaram os evangélicos. Então, vou lembrar de fatos que presenciei na convivência com os católicos.

       Meu pai foi seminarista camiliano em sua adolescência, iniciando-se no Seminário São Camilo, aqui em Iomerê. Continuou seus estudos em São Paulo, na mesma congregação, sendo noviço lá onde hoje de situa o Instituto São Camilo, na Vila Pompeia. Já cursava Filosofia quando saiu do Seminário, por uma encrenca que teve com outro noviço, Albino Baretta.  Mentiam para ele de que seus pais haviam falecido, aqui em Linha Bonita, Distrito de Ouro, na época pertencente ao município de Cruzeiro, durante Segunda Guerra Mundial. Ficou nove anos como seminarista e nunca visitou seus pais, embora de São Paulo para nossa região havia trânsito regular de trens. Viveu dois anos clandestino no centro de São Paulo, sem documentos, que ficaram retidos no Seminário. Somente 30 anos depois recuperou seus documentos escolares, já tendo feito nova carreira escolar, em Capinzal, para reabilitar-se e habilitar-se ao exercício do magistério. Fez alistamento militar, casou-se, teve filhos, viveu nova vida civil. Os padres “bonzinhos” o sacanearam por mais de 30 anos!

       Mesmo com tudo isso, induziu os seus filhos a seguirem os seus ensinamentos, seguindo a Religião Católica Apostólica Romana. Tanto que eu, antes ainda de ser eleito prefeito em Ouro, fui eleito Presidente do Conselho Administrativo Paroquial, da Paróquia de São Paulo Apóstolo, em Capinzal (mesmo morando em Ouro), congregando 47 capelas nas comunidades de Capinzal, Ouro e parte de Campos Novos. Tínhamos um pleno entendimento com os demais colaboradores, plena harmonia com os conselheiros das capelas, muita afinidade com os freis da Paróquia e muito trabalho dedicado à mesma. Na época, sabem qual o maior problema que tínhamos a administrar? Era a revolta das pessoas que vinham cobrar dos conselheiros sobre as posições que a Igreja Católica tomava em relação à política partidária, a partir da influência do pessoal de Chapecó que tinha atuação política. Com bom entendimento, sempre imperou a harmonia entre as lideranças, mesmo composta por pessoas de diversas tendências. O que nos atrapalhava mais, no entanto, eram as orientações que vinham “das instâncias superiores”.

       Agora, vemos que 152 bispos são signatários de um documento que está em discussão para a manifestação de críticas ao Governo Federal, mais na pessoa do Presidente Jair Bolsonaro. No Brasil, há 481 bispos, sendo 312 na ativa e 169 eméritos. Não são, portanto, uma maioria, embora representem um número considerável. A “classe está muito dividida”, haverá desdobramentos, podem ter certeza. Nossa região é conservadora, a Igreja Católica vai perder mais adeptos ainda com isso. Várias lideranças com histórico de trabalho social e comunitário já trocaram de barco, estão em outras religiões.

       Tenho que registrar aqui minhas mais sentidas condolências aos familiares do ex-Prefeito Raul Furlan, de Joaçaba, que nos deixou no final de semana. Fomos prefeitos à mesma época. Ele também foi presidente do Conselho Paroquial em Joaçaba no passado. Fomos bons amigos e políticos alinhados nas ideias, embora em agremiações partidárias opostas. Participamos da vida política do Meio-Oeste Catarinense através da AMMOC, juntamente com os saudosos Agenor Piovesan (Erval Velho), Irineu José Maestri (Capinzal); e ainda Nelson Primo (Herval d´Oeste), Euclides Miazzi (Lacerdópolis), Saul Leovegildo de Souza (Catanduvas), Noveli Sganzerla (Água Doce), Rudi Ohlweiler (Treze Tílias), Ozires Randon (Pinheiro Preto), Faustino Panceri (Tangará), Ari Ferrari (Ibicaré), saudoso Santin Palavro Júnior (Abdon Batista) e Romildo Titon (Campos Novos).  Formamos um grupo de políticos relativamente jovem, pessoal cheio de energia e unidos em favor de nossa microrregião. Na época, o foco principal foi a construção do Hemocentro, o apoio à FUOC e ao Hospital Santa Terezinha, a realização de feiras industriais regionais no CPJ, como projetos microrregionais. E muitas outras ações em conjunto!

Euclides Riquetti – Escritor – Autor de “Crônicas do Vale do Rio do Peixe e Outros lugares” e “Crônicas dos Antigos Distrito de Rio Capinzal e Abelardo Luz/Ouro” 

Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC -  em 31-07-2020

Parece que meus versos já não têm efeito




Parece que meus versos já não têm efeito
Parece que já não conseguem despertar sua atenção
Desprotegidos,  são como aquela oração sem sujeito
Ou um pecador que já não consegue obter perdão.

Parece que meus versos estão sendo ignorados
E que minhas rimas perderam todo o seu valor
E que meus sonhos foram sendo maltratados
Que no meu jardim já não resta mais nenhuma flor.

Parece que as tardes tendem a ficar mais longas
Porque o inverno vai indo e logo vem a primavera
E, pelos medos, as pessoas estão ficando tontas
Não há certeza do que o amanhã nos reserva...

No entanto, tenho que ter em mim a esperança
De que logo, logo,  tudo volta à normalidade
Então, que me voltem as coisas boas à lembrança
E que o que não estiver bem apenas fique na saudade!

Euclides Riquetti
04-08-2020



Todos os versos que eu carpintei






Gostaria de que tu lesses
Todos os versos que eu carpintei
Que compuseram as estrofes
Dos poemas que eu publiquei.

Carpintei alguns rimados
Alguns com cheiro de poesia
Outros bem elaborados
Para que tu os ouvisses um dia.

Gostaria de ver-te me ouvindo
Atenta às minhas declamações
Que eu sussurraria em teus ouvidos
Como as palavras das canções.

Carpintei dezenas, centenas deles
Carpintei, talvez, milhares.
Inspirados,  todos eles
Em teus sorrisos, em teus olhares.

Gostaria de ouvir, vindo de ti
De que gostas muito de ler
Todos os poemas que escrevi
E dos que ainda vou escrever...

Euclides Riquetti

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Beijo sabor goiabada


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Quer um beijo sabor goiabada?
Ou beijo de sorvete napolitano?
Quer primeiro ser abraçada?
Ou pode ser algo mais profano?

Posso te dar o que você quiser:
Beijos, abraços, muito carinho
Coisas de homem para mulher
Doces sonhos em meu caminho!

O beijo de fruta polpa magenta
Com suaves odores naturais
Ou, quem sabe, sabor de menta!

O beijo que me envolve, frutado
Em seus lábios muito sensuais
Beijo seu, que eu quero, roubado!

Euclides Riquetti

Canção da pequepê (humor poético?)










Noites românticas de agosto

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Agradáveis noites de agosto
Escondem corpos alados
Que abrigam corações almados
Amados,  no mês de agosto...

Agradáveis noites estreladas
Dos amantes e dos apaixonados
Dos namorados e namoradas
Dos sonhos acalentados.

Agradáveis noites das nuvens que flutuam
De Alpha e de Centauro, e do Cruzeiro do Sul
Do sol escondido que prateia a lua
Da negritude que sombreia  o universo azul.

Agradáveis noites dos sonhos relembrados
Dos nossos, (dos meus, dos teus...)
De nossos sonhos e pecados
Dos sonhos das Julietas e Romeus...

Euclides Riquetti

domingo, 2 de agosto de 2020

Cuide bem das garças






Cuide bem das garças
Que voam por sobre as águas...
Cuide delas com carinho
Pois reabrirão o seu caminho...

Cuide das garças com amor
Pois elas voam no frio e no calor
E, nas tardes cinzentas do inverno
Fazem o voo fraterno...

Cuide das garças como um filho
Príncipe, princesa ou maltrapilho
Cuide das garças em todos os momentos
Pois elas enfeitam o firmamento...

Cuide das garças como cuida de mim
E eu lhe retribuirei bem assim:
Dar-lhe-ei versos compassados
Compor-lhe-ei  poemas encantados...

Cuide delas todas...
E eu cuidarei de você!

Euclides Riquetti

Frases que me marcaram


Replay...



Reedição

 "Tem gente que é tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro." (José Granado, leitor do site G1, comentando uma notícia de que uma casal armou um barraco muito grande num voo que saiu de São Paulo para Nova York às 3 horas de hoje, 28 de dezembro de 2016, causando tanta confusão, que o  avião teve que pousar no aeroporto de Brasília, de onde só partirá às 19 horas para NY).

            Você, certamente, já ouviu alguma frase que o marcou. Ou pelo apelo inicial, ou pela sua repetição. Mas belas frases não precisam se constituir de pensamentos de filósofos ou pensadores. Podem vir de pessoas muito simples. Também de peças publicitárias. Ou de um comercial de rádio ou TV.
        
          Lembro-me, seguidamente, das propagandas que eu escutava na minha adolescência nas rádios "Catarinense" e Herval D ´Oeste, ambas de Joaçaba, ou na Rádio Clube, de Capinzal, mas que funcionava no Ouro.  Aquelas propagandas das Casas Pernambunacas, cantadas, por exemplo: "Não adianta bater/Que eu não deixo você entrar. As Casas pernambucanas/É que vão... aquecer o meu lar" E seguia-se: "Vou comprar flanelas, lãs e cobertores, eu vou comprar? E não vou sentir/O inverno passar". Certamente que você, leitor madurão, deve ter ouvido isso...

           Ivo Luiz Bazzo, duas vezes Prefeito em Ouro, SC, me introduziu à política. E me dizia: "Fazer o que se pode com o que se tem"! À época, isso parecia denotar certo acanhamento em ter arrojo. O tempo, depois, mostrou-me que esta é uma verdade insofismável. Se as pessoas, em sua família, em sua empresa, ou mesmo na Gestão Pública, assim agissem, talvez não tivéssemos, num primeiro momento, um desenvolvimento acelerado. Mas, com o tempo, observar-se-ia que "dar o passo conforme o tamanho das pernas", pode resultar num crescimento mais firme, seguro e sustentável. Não aconteceria o que acontece hoje, com tanta quebradeira de empresas, pessoas físicas e instituições públicas.

         O próprio prefeito Bazzo me contava de uma frase que o Sebastião Félix da Rosa, o "Véio Borges", pioneiro do Bairro Navegantes,  costumava dizer: "Não cai uma folha de uma laranjeira sem que seja vontade de Deus". Fiquei com as frases de ambos em minha cabeça. Assim como já havia ficado quando o professor Francisco Filipak, na FAFI, em União da Vitória, nos  falava de uma pequena paródia que fizera da famosa "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias: "Meu amigo passageiro/Quando a viagem lhe convenha/Pelo solo brasileiro/Vá e venha pela Penha"! E a usava para nos explicar as "redondilhas maiores" para nós, seus estudantes da disciplina de Teoria Literária.

           Como a beleza das frases não precisa ter época, podem ser atemporais, vou mencionar duas ainda, atualíssimas: a primeira, da Pedreira Joaçaba, que uma época constava numa faixa colocada defronte à casa do Zé Masson, ali no Ouro: "Nós movemos as pedras para construir seus sonhos"... Quando beleza numa frase para fazer propaganda de pedras britadas. Já parabenizei aos amigos a Pedreira Joaçaba por isso, pois acho a frase magnífica. Bem que eu gostaria de saber quem foi o seu criador. Atualmente, ainda é utilizada em suas propagandas no rádio. A segunda, vem de um locutor da Rádio Catarinense, aqui em Joaçaba, o locutor Marcos Valnei, que ao finalizar seu programa "Rádio Saudades", ao final da tarde, diz: "Escreva no seu presente a história de suas futuras saudades".

          Precisa dizer mais??

Euclides Riquetti
14/03/2015

No solstício de inverno







No solstício de inverno
Quando se puser o sol vermelho
Far-se-á  cinza  o entardecer...

No solstício de inverno
Procurarei por um espelho
Que reflita o meu amanhecer...

No solstício de inverno
Estarei um pouco mais velho
Quando o dia anoitecer...

No solstício de inverno
Virá o frio mais gélido
E eu lembrarei apenas de você...

No solstício de inverno
Simplesmente lembrarei
De você!

Euclides Riquetti