sábado, 2 de janeiro de 2021

Ande, sutilmente, pelos caminhos do sol

 




          Ande,  sutilmente pelos caminhos do sol,  e vá encontrar o que você procura. Estenda, gentilmente,  suas mãos a quem você ama e entregue-lhe, incondicionalmente, o seu coração, com sua alma desprovida  de incertezas,  e seus olhos de inefável beleza. Vai, siga em frente, sem preocupar-se com pedras que possam estar em seu caminho, com plantas que em vez de flores lhe oferecem somente os espinhos.

 
          Abra seu sorriso franco que a torna feliz, retribua, com alegria, a cada manifestação carinhosa, e dispense a todos sua atitude generosa. Seja compreensiva com os que duvidam de você, mostre-lhes que você é sincera e verdadeira, porte-se com altivez e galhardia, mas não se esqueça de exercitar, em cada momento, a sua humildade. Você é mais você, em todas as circunstâncias.

          Permita, em cada dia, um renascer dentro de você, enseje expectativas em cada um que espera que lhe proporcione algo, esperanças que possam se renovar, possibilidades que se possam reabrir, caminhos que possam, novamente, ser percorridos. Situe-se ao lado do bem, não se importando se os outros pensam diferentemente de você. O que importa, sim, é a paz que restará em seu interior e que você fará resultar nos outros. 

          Dirija seu pensamento para o Altíssimo, faça-lhe orações despretensiosas, mas carregadas de boas intenções. Queira a felicidade para todos, independente de a terem ou não perdoado em seus pecados ou a aplaudido em suas vitórias, pois a vida nem sempre é dada a derrotas, e nem sempre a conquistar a glória.

          Ande, sutilmente, pelos caminhos do sol. E, depois que tiver feito tudo isso, sem que lhe fosse de obrigação ou compromisso, colha as flores que nasceram perto de você, nos caminhos que você trilhou, nos jardins onde as plantou. E verá, certamente, que tudo lhe valeu a pena!

Euclides Celito Riquetti

Ivan Oreste Bonato - relembrando





         Conheci o empresário Ivan Oreste Bonato em 1978, quando eu morava em Zortéa  e trabalhava na Zortéa Brancher S/A - Compensados e Esquadrias. Veio para uma visita ao meu compadre Aníbal Bess Formughieri, de quem era primo. Pediu que fossem conseguidos alguns votos para o exator Otávio Gilson dos Santos, que se canditava pela primeira vez à Assembleia Legislativa. Elegeu-se por diversas vezes. Ivan era um empresário muito respeitado. Era, ainda, Secretário da Fazenda Estadual. Acompanhei sua trajetória política. A empresarial, razoavelmente.

         Bonato  foi um joaçabense ilustre que muito contribuiu para o desenvolvimento de Joaçaba e de Santa Catarina. A família Bonato sempre foi exemplarmente empreendedora. Nascido em 07 de fevereiro de 1937, formado em Agronomia e Economia, foi Vice-Presidente do Grupo Perdigão, Presidnte da Companhia de Desenvolvimento do estado de Santa Catarina, Vice-Presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina, Secretário da fazenda nos Governos de Antônio Carlos Konder Reis e de Jorge Bornhausen. Foi suplente do  senador Jorge Bornhausen, tendo assumido no Senado quando este foi Ministro da Educação, nos anos de 1986 e 1987.

          Um empresário dinâmico e experiente, criou a Rede Catarinense de Rádios, da qual faz parte, inclusive, a Rádio Catarinense, aqui de Joaçaba e da Nova Líder, de Herval D ´Oeste, e nossas FMs.  Também possui empresas em Joaçaba, uma tradição comercial e industrial que vem de décadas.  Há 14 meses perdeu a esposa, Maria Odete Brandalise Bonato, (filha de Saul Brandalise, do Grupo Perdigão). Será velado no Cemitério Parque Jardim da Paz, em Florianópolis, e seu corpo cremado em Balneário Camboriú.

          Joaçaba está enlutada. Santa Catarina também.

Nossas mais sentidas condolências a todos os seus familiares e amigos!

Euclides Riquetti
06-08-2015

Sábado de sol e de cor

 



Sábado de sol e de cor
Dia de alegria desmedida
De andar livre na vida
Nada de tristeza, nem dor.

Sábado com muita euforia
Dia das doces sensações
De dar asas às emoções
Nada de melancolia.

Sábado dos corpos sarados
Dos corações atirando setas
Dos corações sendo flechados.

Dia de comemoração
Nas almas de todos os poetas
Que escrevem com amor e paixão!

Euclides Riquetti

Sábado, dia dois de janeiro...

 



Hoje é sábado, dia dois de janeiro

É um sábado, mas com cara de segunda

O começo de um ano inteiro

Quem sabe mais alvissareiro 

Sem nos deixar marcas profundas...


Apenas um ano de generosidade

Um ano muito promissor

Em que nos volte a alegria, a felicidade

E toda a antiga tranquilidade

Que o corona nos roubou. 


Amanhã, novo domingo no calendário

Dia que parece que perdeu a graça

Sem chance de missa com sacrário

Pouca coisa pra você registrar no seu diário

Num ano quase perdido: medo e desgraça...


Então, ficar vivendo de lembranças

Sentir no peito a dor da saudade

Voltar ao belo tempo da infância

De brincar na rua, de esperar a esperança

De celebrar a alegria da verdadeira amizade!


Euclides Riquetti

02-01-2021







O anjo azul sobrevoou as flores

 



 


 
O anjo azul sobrevoou as flores na tarde cinzenta
Estendeu suas asas e planou divino sobre meu jardim
Abençoou primeiro as rosas champanhe e as magentas
Depois o cravo bordô, o lírio amarelo e o vaidoso jasmim.

O anjo azul entoou um cântico santamente sagrado
Secundado por clarinetes com seus acordes triunfantes
Alegrou-nos com seus versos docemente cadenciados
Encantou-nos com a harmonia das notas ressonantes.

O anjo azul azulou com sua túnica discreta a manhã nova
O anjo azul enfeitou com seus cabelos dourados a manhã ditosa
O anjo azul te protegeu com suas armas em todas as horas...

E eu esperei por ele enquanto olhava pela minha janela
E eu rezei por ele e pedi por ele na oração venturosa
Enquanto o dia passava e eu ficava a esperar por ela...

Euclides Riquetti

O brilho do teu olhar

 



O brilho do teu olhar é natural
Capaz de me contagiar
Capaz de me atiçar
De se tornar...  fatal...

O brilho do teu olhar é singular
Traz-me teu poder sedutor
Convida-me ao amor
Convida-me a amar...

O brilho do teu olhar é diferente
Tem algo que é teu, exclusivo
Deve ser o teu doce  sorriso
Encantador, suave, envolvente...

O brilho do teu olhar é indescritível
A mim e  a todos os poetas
Que não encontrarão as palavras certas
Porque descrever-te é impossível...

Pensa o poeta os pensamentos mais ousados
Que vêm do olhar enamorado
Provocar o coração apaixonado
E os pensamentos mais refinados...

Espera o poeta rever o teu olhar
Espera poder dizer o quanto te ama
Em cada verso que escreve e declama
Porque tu o fazes sonhar.

Apenas sonhar
Com o brilho do teu olhar...
Sem par...
Singular!
Euclides Riquetti

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Morreu o poeta?

 



Morreu o poeta

Morreu o sonhador
Que foi, um dia, profeta
Que foi semeador.

Morreu o poeta
E levou consigo os seus sonhos
Os seu versos risonhos
As estrofes certas.

Morreu o poeta
Foi poetar em outro lugar
Quem sabe numa janela
Vendo a amada passar.

Morreu o poeta sonhador:
Silenciaram suas palavras, versos e estrofes
Restaram apenas das canções os acordes
Das canções que pensou compor ...


Euclides Riquetti

Lágrima de cristal

 



Uma lágrima de cristal
Rolou em teu rosto
Belo
Perfeito
Natural...

Não era uma lágrima de desgosto
Nem de desconforto
Era apenas uma lágrima casual
Como tantas outras que caem
Em momento especiais.

Uma lágrima límpida
Transparente
Insípida
Intransigente
Que apenas queria cair
Rolar
Sumir
No mar!

Uma lágrima de cristal
Como uma joia preciosa
Esplendorosa
Excepcional
De  beleza colossal
Num semblante divinal.

Apenas uma lágrima tímida
Fugidia
Que chegou para me dar bom dia
E foi-se embora
Venturosa.

Euclides Riquetti

Uma carícia em seus ombros

 


Resultado de imagem para foto mulher de costas


Uma carícia em seus ombros
Quem sabe um beijinho delicado
Um abraço leve ou apertado
Um doce agrado, um combo.

Um apalpar na sua pele morena
Gostosa,  suave, cheirosa
Um mordidinha deliciosa
Minha mão em suas melenas.

Um olhar um tanto acanhado
Um sorriso bem matreiro
O seu jeito simples, brejeiro
O desejo de estar ao seu lado.

Então você, bela belíssima
Apenas você, ou nós dois
Agora, antes ou depois
Sempre você e minha cobiça!

Euclides Riquetti

Eu e meus pecados - o último poema

 


Homem Oracao | Vetores e Fotos | Baixar gratis

Aqui estou, meu Senhor
Eu e meus pecados
Não queremos muito, não
Apenas sermos perdoados.

Eu, por havê-los cometido
Por ter perdido,  às vezes,  a razão
Por não ter escutado meu coração.
Eles, por me terem seduzido.

Somos,  ambos,  duas almas descuidadas
Merecemos, assim, o incondicional  o perdão
Não somos da história o vilão
Queremos nossas culpas deletadas!

Preciso em minh' alma toda a alvura
Inicar 2021 novinho em folha
Então, peço perdão, não tenho escolha
Perdoa-me, Bom Senhor lá das Alturas!

Falo por mim e por meus pecados
E por isso mesmo já vou escrevendo
Não podemos terminar dezembro
Sem que sejamos perdoados
Eu... e meus pecados...

Perdão, Senhor, perdão!!!
Euclides Riquetti

O amanhecer silencioso do primeiro dia

 



O amanhecer silencioso do primeiro dia

Do ano novo que se inicia

Trouxe-me apenas o cantar do passaredo

Que se aloja no verde arvoredo.


Nada de carros barulhentos na rua

Nem mesmo uma voz parecida com a sua

Sem perfume adocicado de romã

Nem os odores ácidos da rubra maçã.


Um novo ano que nos devolva a esperança

Dos velhos dias de alegria e de bonança

Tempos de descobertas e de redescobertas

A procura por estradas mais seguras e certas.


Que possamos, então de novo brindar

Colocar os pés nas frescas águas do mar

E envolver-nos em jornadas alvissareiras

Nas areias das praias de Canasvieiras.


Euclides Riquetti

01-01-2121



Foste embora na noite

 



Foste embora na noite, pra buscar outro porto
No barco dos sonhos, procurando outro mar
Foste embora pra longe, deixou-me absorto
Em meus devaneios, perdido a pensar.

Ancoraste num cais de uma cidade distante
Ninguém sabe quando, ninguém sabe onde
Fiquei no lamento, na saudade constante
Chamo por ti, mas ninguém me responde.

Passam meus dias, meus meses, meus anos
Sem nenhuma carta, sem nenhum sinal
Recolho-me no amargo de  meus enganos.

Espero em cada tarde, noite e manhã
Com a alma ferida por teu cruel punhal
Enquanto morro na espera de tua volta em vão.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Um calar-se que faz sofrer

 



Havia um sol a aquecer a tua  aura serena

Um sol que migrou e foi brilhar lá bem longe
Pra encantar uma tímida e frágil falena
Que além do meu vale verde se esconde.

Havia um brilho lunar a pratear teus encantos
Um luar que amenizou a aflição de tua alma
Pra acalmar os teus ais, teus choros e prantos
E fazer-te mais doce, mais terna e  mais calma.

Havia um pedido de perdão e um desculpar-se
Pois um de nós dois, certamente que errou
Um pergunta sem resposta, apenas um calar-se.

Um calar-se que faz sofrer, que nos fere e pune
Mas que não apaga um sentimento que ficou
Pois o tempo que apaga é o mesmo que une....

Euclides Riquetti

Feliz ano novo!

 


Alegria, muita alegria
Nada de decepções
Nada de desilusões
Apenas alegria
Muita alegria!

Alegria que brota do coração
Alegria que se propaga
Que chega acalmar a alma
Alegria de montão
A vida em comemoração!

Muita alegria para mim
Pra ti, pra nós
Jamais ficarmos sós
Simples assim:
Alegria pra ti e pra mim!

Alegria que impulsiona
Que leva a novos caminhos
Sem dores e sem espinhos:
A alegria que se soma
Se eterniza e tem aroma!

Alegria com aroma de flor
De beleza e muita cor
Alegria com muita paz
A alegria que a vida  nos traz:
A alegria de ter o teu amor.

Feliz ano novo!

Euclides Riquetti

Pés descalços

 

Pés descalços
Acariciam as calçadas
Abandonadas.
Corações em percalços
Com batidas descompassadas
Retumbam em almas maltratadas
Rejeitadas, mutiladas.

Pés nus buscam caminhos de luz
E pisam na relva umedecida
Adormecida
Sustentando o corpo que seduz.

O corpo que atrai
E que distrai
Furta meus pensamentos pecaminosos
Libidinosos...
E me mergulha nas águas
Me afoga nas mágoas.

Algo me atira às incertezas do momento
Que vaga lento, lento
Como a nau que vai
E se perde no infinito
Bonito...
Bonito, mas cheio de ruelas obtusas
Confusas
Como eu!

Euclides Riquetti

Adeus ano velho

 



Adeus ano velho

Que seja bom para este povo

Que passe aqui um escaravelho

Para que eu embarque de novo. 


Adeus vinte-vinte

Que chegue amanhã o vinte-e-um

Com saúde, paz e muito requinte

E que apareça pouco bebum!


Adeus carinhoso pra quem se foi

Vitimado pela pandemia

E que logo chegue o depois

Pra que retorne nossa alegria.


Adeus e agora boas-vindas

Ao novo que vai chegar

Que nossas manhãs sejam lindas

E nossas tardes azul cor de mar!


Seja bem-vindo o novo ano

Com toda a alegria possível

Com a proteção do Soberano

Nosso Deus indescritível. 


Felicidades a todos, com saúde e muita alegria!


Euclides Riquetti

31-12-2020











Cai a chuva macia no verão da gente

 






Cai a chuva macia no verão da gente
Nestas tardes quentes de dezembro
Vem refrescar o corpo e minha mente
Tem sido assim desde que me lembro...

Chuvas de verão,  sempre esperadas
Regam os milharais e molham a terra
E as carreiras de plantas enfileiradas
Que aqui vicejam desde a primavera.

Tornam tenras as tardes enfadonhas
Põem ânimo nos corpos preguiçosos
E refrescam as almas mais medonhas.

Mas, depois que ela vem e vai embora
Movem-se meus instintos pecaminosos
Então meu rosto ri e minh' alma chora!

Euclides Riquetti

Há algo especial em você




Há algo muito especial em você
Não sei se é o brilho no seu olhar
Ou o seu modo de sorrir e de falar
E isso é bem difícil de descrever
Mas há algo muito especial em você.

Inexplicável, indizível, diferente
Impossível de não ser percebido
Talvez um segredo bem escondido
Que a torna assim tão atraente
Encantadora, sedutora, envolvente.

Mas, o que pode a alma esconder
Num corpo que busca afagos, busca abrigo
Que espera meu abraço ensandecido
Meus beijos, meu desejo, meu querer
E ser o algo especial que há em você?

Euclides Riquetti

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Aplauda a generosidade humana, aplauda!

 


Aplauda a generosidade humana, aplauda

As pessoas que fazem o bem apenas por fazer

Aquelas cujo amor está inserido em sua alma

Aquelas que pelo ajudar sentem prazer. 


Aplauda as pessoas que oferecem bondade

E que esta brota do fundo de seu coração

De cujos gestos emana plena solidariedade

Que vivem porque para viver há uma razão.


O ser humano é capaz de realizações nobres

De praticar o bem farta e muito largamente 

De beneficiar mesmo aqueles mais pobres. 


Respeitemos o ser humano que souber doar

Aplaudamos, assim, quem doa generosamente

Pois, quem faz o bem, sabe muito bem amar!


Euclides Riquetti

30-12-2020






Quando a lua cheia chegar

 



Quando a lua cheia de novo chegar
Para por romance nos corações dos namorados
E voltar-nos o seu  brilho lunar prateado
Estarei esperando por seus olhos encantados
Que me fazem viver, sentir, respirar...

Quando, solitário,  eu ouço a suave sinfonia
Da natureza que repousa abençoada
Que me cobre com seu manto sagrado
E eu olho para a imensidão estrelada
Sou arrebatado por tênue nostalgia.

Ah, doce sensibilidade de poeta
Vem me confortar com sua inspiração
Vem me animar a alma e o coração
Vem trazer-me a palavra certa
Que me faz rimar amor com paixão.

Vem ensinar-me a esperar
A lua cheia voltar!
Euclides Riquetti

Para beijar os lábios meus!

 



Quando o novo dia chegar

Eu vou poder te rever
Eu vou poder  te abraçar
Te abraçar e te querer
Quando o novo dia chegar...

Mas, antes do sol tem a noite
Tem os sonhos, tem as lembranças
Tem uma dor que se esconde
Num  coração que balança
Antes do novo dia chegar...

Quando o novo dia amanhecer
Quem sabe eu possa entender
Se tu me queres ou me rejeita
Se teu coração me aceita
Quem sabe eu possa saber.

O que me importa, no entanto
É que eu tenho teu coração
E que eu posso escutar o canto
Que vem suave dos lábios teus
Para beijar os lábios meus!

Euclides Riquetti

De minhas "crônicas de antigamente" - Com Ana Raio e Zé Trovão em Treze Tílias



Resultado de imagem para foto ana raio e zé trovão


          Conheci o Jayme Monjardim quando eu tinha 37 anos. Por força de meu cargo público,  era instado, constantemente,  a participar de eventos que reuniam "gente fina". Alguns me consideravam "da fina" e me convidavam. Com isso,  conheci muita gente importante, até famosa. (Há pessoas importantes e isso não significa que sejam famosas, como você, leitora, por exemplo, que mora em meu coração). Num aniversário meu, havia, coincidentemente, um evento no Clube Floresta, em Ouro, e uma convidada muito especial: Márcia Kiatkoski, Miss Brasil. Era uma paranaense de Curitiba e ganhei dela um beijinho "de sobrinha", no rosto, e uma abraço pelo aniversário.

          De outra feita, estavam filmando a novela "História de Ana Raio e Zé Trovão", em Treze Tílias, e, na condição de Prefeito em Ouro, fui convidado pelo Rudi Holwailler, Prefeito de lá, para participar do Baile dos Artistas. Fomos com a Vera e o Caio Zortéa, nossos amigos "de verdade". Lá,  conhecemos o Monjardim, que era marido da bela Ingra Liberatto, a "Ana Raio", que fazia par com o Zé Trovão, o magnífico Almair Satter (Ando devagar porque já tive pressa...). Ai, que vontade de chorar!...

          São 22 anos que se passaram. Agora, depois de muitos trabalhos na TV e de dirigir "Olga", no cinema, o Jayme Monjardim volta à telona com uma adaptação de " O Tempo e o Vento". (Vai ser de chorar de emoção). O nome já diz tudo, e o saudosismo fica intenso nessas ocasiões, principalmente para nós que já subimos uns 60 degraus para chegar no "deck" da maturidade. E, sabem quem estará estrelando o filme: nada mais nem ninguém do que Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda e, sabem quem? Marjorie Estiano!!!

          Na primeira vez que referi a ela, falei que ela tinha o talento da Fernanda Montenegro, que era poprroqueira, que virara atriz, que apenas o talento a deixava bonita. Agora, já estou convencido: Ela é bonitaça! E está mais madura, mais experiente.  Vai fazer muito sucesso. O Diretor do filme , o Jayme, é filho do André Matarazzo e da cantora Maysa. Aposte: a produção vai ser sucesso nacional e internacional.

          Quando assistíamos aos filmes no "Cine Glória" ou no "Cine Farroupilha", em Capinzal, e éramos "teens", não imaginávamos que um dia nos tornaríamos "razoavelmente antigos". E quem nos trazia as alegrias era o Armando  Viecelli, depois o colega Eraldo Markus, com  quem estudei minha "Contabilidade", na CNEC. Hoje, veio a TV, a redenet, os mais fornidos (não estou dizendo fornicados...), já têm ipad, iphone, etc. Mas, todas essas maravilhas nos permitem acesso rápido à informação. E, quando nos damos conta disso, percebemos o quanto já somos vividos, antigos! Mas podemos dizer que, em nossa cidade, tivemos muitos privilégios: uma juventude muito bacana, oportunidade de estudar, cinema, boates, amigos, amigas...

          É, acho que nossa geração  viveu a época melhor da História. Estivemos na linha divisória do convencional para o avançado. Apeveitamos os tempos bucólicos e estamos presenciando a era dos alcoólicos, em que se bebe cerveja como água. Ser antigo me permite analisar, friamente, todas as transformações que acontecem, cada vez em maior velocidade.

Euclides Riquetti - um seu criado
14-03-2012

Um novo tempo, a bela vida

 

 

Resultado de imagem para imagens olhando o horizonte

Buscar um novo tempo, viver a bela vida
Sem traumas, sem tropeços, com alegria
Rejeitar os infortúnios e toda a dor sentida
Sorver, deliciosamente,  o sol do novo dia.

Buscar a paz pra nossa alma, buscar o alento
Jogar para o alto a tristeza, a dor que angustia
Viver intensamente em cada bom momento
Livrar-se de tudo que nos preocupa em cada dia.

Dar lugar apenas àqueles que já mostraram
Que são nossos amigos, amigos verdadeiros
Não se esquecer daqueles que nos amaram
Daqueles que já foram leais e companheiros.

Dar vida à vida dos que nos estendem a mão
Olhar com olhos justos os seres que merecem
Nunca rejeitar quem sabe amar de coração
Viver a alegria sem as dores que entristecem!

Euclides Riquetti

Águas da saudade...bem assim!

 




As águas da saudade levam as esperanças
Para passear
Buscam o rumo das lembranças
Nos  vales a cantar.

Vão-se elas nas andanças
Como a canção de ninar
Levando consigo de herança
O direito de sonhar.

As águas da saudade brotam do amor frustrado
Da história que não deu certo
Do conto que não foi contado
Da palavra que não virou verso!

As águas da saudade vão e vêm
Pra lá, pra cá
Sem incomodar ninguém.

Não ferem o coração
Que se entregou com paixão.
São inofensivas
Compreensivas
Entendem a tua solidão.

As águas da saudade brotam de ti
Vêm até mim
Pra que eu possa te ajudar
A entender
A viver
Suportar!

Suportar a saudade
De dois corações sós:
O teu
O meu
O que se divide entre nós!

E que nos traz a saudade
Muita saudade!

Euclides Riquetti

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Importam-me as vidas dos indefesos

 



Importam-me as vidas dos indefesos

Daqueles que lutam para sobreviver

Que, sob os tratos de diferentes pesos

Falta-lhes quem os ajude a se defender!


Importam-me as vidas das crianças

Daqueles rostinhos tristes e inocentes

Dos velhos sofridos já sem esperança

Das mulheres judiadas pelos serpentes.


Importam-se as pessoas com dignidade

Que trabalham para ganhar o seu pão

Seja nos campos, seja nas cidades...


Importa-me que todos se respeitem

Que valorizem a vida e a terra seu chão

Seres que que aplaudo, seres decentes!


Euclides Riquetti

29-12-2020









Todas as vidas muito me importam

 



Todas as vidas muito me importam

Independente da cor de sua pele

Ou dos credos que elas professam.


Todas as vidas muito me importam

Mesmo que não sejam as humanas

Sem se considerar se se comportam.


Todo o ser tem inestimável valor

Um  homem conta pelo seu caráter

Se for capaz de dar e receber amor.


Todo o ser tem inestimável valor

Assim é com o homem e a mulher

É com o canário, o leão, o condor.


Importa a vida animal e a vegetal

Tudo o que povoa a Terra planeta

Tudo o que move o mundo natural.  


Importam as vidas criadas por Deus

E tudo o que habita o Universo

Assim como sonho os sonhos seus.


Euclides Riquetti

29-12-2020







Tentei parar de pensar

 



Tentei parar de pensar em ti
Esquecer os teus beijos e teu doce sorriso
Mas por mais que tentasse,  eu não consegui
Pois ter o teu amor é de que eu mais preciso.

Tentei jogar fora os poemas que eu fiz
Apagar os momentos em que juntos ficamos
Mas a realidade é que me fizeste feliz
E de certo que  nós muito nos amamos.

Percebi que é difícil te reconquistar
O teu coração não quer mais o meu
Então só me resta  lembrar e sonhar.

Mas há uma dúvida que me tortura e consome
E que me faz acreditar que nosso amor não morreu:
Às pessoas com que falas, ainda dizes meu nome.

Euclides Riquetti

História de um Pescador muito Tchê!

 


Capinzal - SC -década de 1950

Para relembrar: Tchê, o grande e talentoso pescador de Capinzal
          O Tchê era uma figura muita conhecida em Ouro e Capinzal. Era um homem de tez morena, tinha como nome Laurindo, acho. Mas, conhecido mesmo, era por "O Pescador Tchê". Por que "Tchê"? você pode perguntar. Ora, porque esta era a expressão vocativa predileta dele, equivale ao tchô, ao chê, aqui do nosso Sul, que os urbanos de nosso Sudeste chamam de "cara", os britânicos e americanos de "guy". Parafraseando o Obama:  O "Tchê", sim, é o Cara!

          Pois nosso Tchê era uma figurinha carimbada no ambiente pesca. Conhecido nas voltas e travoltas do Peixe. Até as pedras o conheciam e respeitavam. Simplório, calmo, tinha uma bicicleta bonita, reluzente, com espelho retrovisor preso ao guidom.  E uma buzininha tipo fom-fom, que usava para fonfonar para as crianças onde passasse. Andava a uns dez por hora, mas tinha muito cuidado para não atropelar ninguém.  Morana na "Rua do Cemitério", em Capinzal. E  sempre viveu de pesca. Dizem que foi o primeiro a obter "carteirinha de pescador". E, o forte dele, mesmo, era a linha de mão. Sabia "sentir" o peixe chegando no anzol. Farejava cardumes, não sei se pelo movimento das nuvens, do sol ou das águas. Conhecia todos os segredos do Rio do Peixe, desde o Poço dos Moresco, ali logo acima da Siap, passando pelos dos Campioni, pela Ilha, pelo da represa dos Zortéa, até chegar no do Zuchello. Conhecia cada barranco, cada sarandi, cada angico, cada guaviroveira, cada caneleira, cada pinheiro e cada cedro que houvesse numa extensão de uns oito quilômetros, em ambas das margens do Rio do Peixe.

           Com o tempo, já maduro, foi morar no Parque Jardim Ouro. Era apadrinhado pelo Werner da Silva, pelo Luiz Bonissoni e outros. Mas, com o tempo, com a morte desses, foi fincar morada lá na Linha Savóia, bem na margem do rio. Tinha uma casinha, um bote, e um pequeno arsenal de pesca. E um cachorro, pra cuidar da casa.  Dizem que ele ia pescar lambaris com o Armando Viecelli e, era tão amigo do mesmo, que quando este  se distraía, o Tchê tirava punhados da própria sacola  e jogava na vasilha do Armando, sem que ele percebesse.  Quando iam embora, tinham uma quantidade parecida. Mas a proporção de fisgada era mais ou menos de cinco por um. Em favor do Tchê, é claro. Mas ele não contava isso pra ninguém, não era de contar vantagem.

 Uma vez fui lá visitá-lo, convidá-lo para que fosse palestrar para estudantes, para explicar sua profissão e sua arte. Recebeu-me muito bem. Estava lá, isolado, numa curva do Rio do Peixe, mas feliz, Lá, no começo do território do Poço do Zuchello. Sabemos, todos, que era tão habilidoso e sortudo na arte de pescar, que as pessoas chegavam ali, colocavam linha ou caniço perto da dele, e nada. Mas, na dele, sempre vinham os melhores, mais bonitos. E , os seus segredos, duvido que os tenha ensinado para alguém...

          Contam muitas histórias sobre ele. O Barzinho, Aderbal Meyer, era expert em inventar histórias de pescador e atribuir os feitos ao nosso Tchê. As histórias que o Barzinho contava, e que encantavam todos os que o ouvissem, eram sempre muito engraçadas. Lembro de uma delas em que relatava o esforço do nosso Tchê  para retirar um serpelo de um exemplar de Dourado do Poço do Zuchello:  "... e aí, não é que o bicho me judiava um monte, tchê?! Eu ia dando uma corda pra ele, depois puxava um pouquinho, despois soltava de novo, que era pra mor de fazê o bicho cansá. E, despois dele cansado, eu ia puxando até trazê  ele pra cima do bote. E num é que ele vinha tudo suado, tchê?!" Suava o Laurindo,  fora,  e suava o peixe dentro d´água...Saía todo suado".

          Pois agora temos muitos pescadores ainda por aí... Tem o Bruno Fávero, O Hilário Lemes, popular Hile, o Deonir Biavatti, conhecido como Becão, e tem muitos outros. Mas não sei se algum deles herdou a manha do Tchê! O Tchê foi como o Roberto Carlos: "Sempre imitado, mas nunca igualado"! Ele tinha a determinação de Alexandre Magno, a impulsão de nossa Natália Zílio, a habilidade do Neymar, os cabelos do Tarcísio Meira, a ginga e a energia de uma funkete, mas só ele era nosso Pelé  da pesca: Laurindo, nosso Pescador, nosso Tchê, nosso Pelé das pescarias.

Euclides Riquetti
15-06-2013

Desenhei teu coração na areia

 



Desenhei um  coração na areia  do mar

E nele escrevi um belo nome

De alguém que me suga e consome

E que diz não me amar

Mas que me faz cantar

Sem rir, sem chorar:

Sonhar... sonhar!

Na areia longa a se perder

Que borda as ondas e as marés

Onde banhas teus graciosos pés

Procuro o corpo que flutua

Da musa grácil e nua

Que me faz sofrer...

Sofro da doença do poeta sonhador

Que morre por paixão, que chora por amor!

E, na dor indolor

Na onda do sol e do calor

Procuro me reencontrar

No teu suave flutuar

Entre as areias e as ondas

Do oceano a bailar!

Euclides Riquetti

Vai levar os teus versos e os teus encantos

 



Levanta-te e vem caminhar comigo
Traze de volta o  ânimo em teu semblante
Trago-te alento, sou teu verdadeiro amigo
Quero que tenhas a força de um gigante.

Levanta-te, como se levanta o sol nas tuas manhãs
Abre teus braços e vem forte  me abraçar
Faze corar no teu rosto ambas as maçãs
Chama de volta o brilho no teu belo olhar.

Levanta-te,  na manhã ensolarada ou  na manhã chuvosa
Sai por aí distribuindo teu sorriso e teus  afagos
Dize ao mundo que a vida simples é prazerosa
Que em meio aos desertos podem esconder-se os lagos.

Vai, anda pelas ruas, cidades e campos
E, em cada canto,  vai cantar teu canto
Vai levar a todos os teus versos e os teus encantos!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Um novo tempo



Espero  por um novo tempo, um terno  novo dia
Uma nova e bela manhã, uma nova esperança
Um tempo de muito  amor, um tempo de alegria
Um tempo de colher, um  tempo de bonança...

Um belo novo ano, com êxito e sucesso
Saúde, paz e flores, rosas perfumadas
Poemas sem dilemas, versos e mais versos
Pecados absolvidos, almas perdoadas.

Um novo ano feliz,  com abraços e muitos beijos
Uma rosa vermelha, champanhe ou amarela
Lábios de cereja, de doce e de desejo...

Manhãs ensolaradas, tardes de céu azulado
Pensamentos profanos passando pela janela
Indo juntar aos teus, todos os meus pecados...

Euclides Riquetti

Você é a luz de Deus

 



Você é a luz de Deus
Que clareia, que brilha, que aquece
Que à tardinha nos dá adeus
Que chega quando o dia amanhece.

Você é a luz que alimenta
Que anima e que energiza
Que conforta a alma sedenta
E a todos nós ilumina.

Você é quem conforta a planta
Com seus raios que reluzem
Anima-a, com sua força santa
Com seus raios que a seduzem.

Luz protetora  e divinal
Que nos orienta e que nos guia
Com sua energia natural
Nos abençoa todo o dia!

Obrigado, Rei Sol!

Euclides Riquetti

Champanhe

 


Para as tradicionais fotos do brinde cruzado, a Noiva deve ...



Comemore, vibre, entusiasme-se intensamente
Beba uma taça de vinho, uma bebida, champanhe
Eu farei a minha parte,  farei feliz, alegremente
Quero que me abrace, me queira, me acompanhe.

Busque realizar seus sonhos, mas  comigo presente
Torne-me parte integrante de seus projetos pessoais
Agarre-me com seus braços, com força, fortemente
Dividamos nosso coração, nossos laços sentimentais.

Entendamos que o mundo nos impõe muitos desafios
E que é preciso, de nossa parte, muita determinação
Ter coragem para enfrentar todos os mares bravios
E acalmar dentro de nós as inquietudes do coração!

Euclides Riquetti

Derrama teu brilho prateado

 



Derrama, ó lua, teu brilho prateado
Faze  soprarem os ventos da inspiração
Madrinha dos namorados enamorados
Dos poetas e dos cantadores apaixonados
Vem me acalentar  com uma bela canção.

Abençoa-nos em nossos bons momentos
Anima-nos a ver o que os olhos não veem
Protege-nos dos males e dos sofrimentos
Livra-nos dos infortúnios e dos desalentos
Conforta nossa alma e o coração também.

Senhora, dona da noite, abençoada
Traze-me de volta os versos dispersados
Ajuda-me a encarar uma nova jornada
Quero reencontrar minha eterna namorada
Quero beijar teus lábios doces e rosados.

Euclides Riquetti

Saudade existe em mim e em ti

 



Saudade existe em mim e em ti
Saudade existe porque existimos
Porque um dia algo nos uniu
Desde o momento em que nos vimos.

Saudade é uma dorzinha bem gostosa
Que mantém acordados nossos sentidos
Vem de uma lembrança bem prazerosa
Mantém acesos os nossos instintos.

A saudade de alguém nos ajuda a viver
A desejar que volte pra perto de nós
É um verso de amor que  não se consegue esquecer.

Saudade, sempre saudade, simples saudade
Corações que lutam pra não ficarem sós
Apenas buscando a felicidade!

Euclides Riquetti
28-03-2014

domingo, 27 de dezembro de 2020

Se tu me amasses como eu te amo

 


Se tu me amasses como eu te amo

Se tu me quisesses como eu te quero
Se tu me entendesses como eu te entendo
Se tu tivesses saudade de mim como eu tenho de ti
Se tu te importasses comigo
(Como eu me importo contigo)
Se tu me esperasses como eu te espero
Se tu me desejasses como eu te desejo
Se tu gostasses de me beijar como eu gosto de beijar-te
Se tu me escrevesses poemas como eu te escrevo
Se tu te lembrasses de mim como eu me lembro de ti
Se teus olhos olhassem para os meus olhos como os meus olham  para os teus
Se aguardasses um encontro comigo como eu aguardo um encontro contigo,
certamente que...

Tudo seria diferente!

Mas... nem tudo é como se quer e se deseja!

Euclides Riquetti

Gabriela Weber - Uma História de amor!

 



         A Gabriela Weber era uma jovem muito bonita. Estudiosa.  Inquieta. Trabalhadeira. Caprichosa. Preocupada com o futuro. Responsabilíssima. Carinhosa. Generosa. Adorada pela família, pelo namorado, pelos amigos. Sonhadora, tinha os mesmos sonhos da maioria dos jovens de sua idade:  Queria ser feliz!

          Na manhã de 13 de outubro de 2011,  saí de casa muito cedo para ir ao meu trabalho em Ouro. Passei, de carro, pela Escola do Bairro Nossa Senhora de Lourdes, fui em direção à BR 282. Também Passei diante de uma sequência de casas ao lado esquerdo da Avenida Santa Luzia, e de prédios ao lado direito. Eram poucos minutos antes das 6,30. De uma dessas casas, também, saiu com sua motocicleta a jovem Gabriela...

         Gabriela tinha 18 anos, era terceiranista do Colégio Certi, aqui de Joaçaba. Trabalhava numa gráfica aqui na parte alta da cidade, 1 Km distante da sua casa.  No dia anterior, Dia da Criança, Dia de Nossa Senhora Aparecida,  recebeu um telefonema: Era para ir mais cedo do que o horário de costume para o trabalho, na manhã seguinte,  pois com a proximidade do final do ano havia muito serviço a darem conta. Acordou muito cedo naquele dia pós-feriado, plena Primavera. Os dias já costumavam clarear mais cedo, as pessoas eram acordadas pelos cantos dos passarinhos. Próximo à casa de Gabriela, muitos deles  nas árvores. Flores nas floreiras e nos jardins das casas. O vento, no entanto, sacudindo os eucaliptos, as plantas pequenas, as árvores altas. O céu, naquela manhã, teimava em não clarear. Nuvens escuras o  cobriam, havia perspectiva de tempestade, de turbulência.

          Dona Rosa da Silva, a mãe da Gabi, não queria que ela saísse de casa, pois  o tempo estava ameaçador, perigoso. Mas o senso  de responsabilidade da jovem era muito grande. Tinha os sonhos a realizar, precisava ser assídua no trabalho, na escola. Nunca deixara de cumprir seus compromissos e não seria naquele dia que iria falhar.

          Gabriela logo ia casar. Amava e era muito amada pelo namorado, o Jair da Silva. Queria estudar Pedagogia, ser professora, adorava crianças. Não gostava de ver criança chorando, aquilo lhe partia o coração. Tinha a vocação para o magistério, para a maternidade. Gostava de crianças, gostava de animais. Tinha seus gatos  de estimação, não admitia que fossem maltratados. Duas semanas antes,  o casalzinho havia sido  padrinho de um casamento. O sonho deles era o do casamento também.

          Gabriela gostava de jogar  futebol e vôlei, de ir à praia. Viajar a encantava, principalmente quando o destino era estar nas areias das praias, nas águas  do mar. Tinha planos, muitos planos. Trocar a motocicleta por um carro para se sentir mais segura era um deles.

          Fazia amizades com facilidade, tinha amigos jovens, crianças, pessoas de todas as idades. Adorava festas sertanejas, que frequentava sempre que possível. Mas também gostava de estar em casa, junto com a família, escutado música ou vendo filmes na TV. A menina que gostava da cor pink e que tinha sonhos rosados e gostava da música "Sem ar", de D´Black (uma belíssima canção),  também gostava do Grupo Roupa Nova, de Jorge e Matheus, Fernando e Sorocaba, e Paula Fernandes.

          Mas naquela manhã em que saiu antes do horário de  costume para o trabalho, a moça bonita,  de pele macia, olhos brilhosos e cabelos castanhos,  não imaginava o que estava a esperá-la: No trajeto para o trabalho, na Rua 12 de Outubro, paralela à BR 282, os fortes ventos partiram o tronco de uma árvore. Fatalmente, Gabriela Weber ia passando pelo local com sua moto. Atingida na cabeça, teve morte instantânea. Chamada, sua mãe, a Dona Rosa, foi a terceira pessoa a chegar ao local. Foi levada ao Hospital Universitário Santa Terezinha pelos Bombeiros Socorristas, mas lá já chegou sem vida.

          A voz silenciou, o sorriso se apagou, seu rosto serenou... Gabriela partiu deixando uma legião de amigos e os familiares: Rosa e Osmar, seus pais; Carla Cristina, Daiane, Viviane e Douglas, seus irmãos; Vany, a cunhada, e os sobrinhos. E Jair, o namorado, com quem pretendia realizar o sonho maior: O de viver, para sempre, sua História de Amor.

          Dos muitos recados que lhe passaram pelas  redes sociais, escolhi o postado por sua colega  Bonnie, que sintetiza o que seus amigos pensavam dela:

"Gabi, eu gostaria de dizer que você era uma pessoa maravilhosa e que nunca irei te esquecer. Foi um imenso prazer ter te conhecido, nunca me esquecerei de nosso tempo juntas na escola, de como você era simpática e bonita. Nunca achei que isso iria acabar um dia, sempre achei que você teria um grande futuro... Adeus, Gabi, em sinto muito... sem palavras... ( de sua amiga Bonnie)".

          Por dois anos eu  passava diante daquela casa e via a figura solitária de uma senhora que olhava para a rua, para o céu, imóvel sentada numa cadeira da varanda. Ficava imaginando o que aquela família deveria estar passando. E, quando lia notícias de  mães que perderam seus filhos, me comovia. Há uns meses subi a escada e fui conversar com aquela mulher simples e  de aspecto tão triste. Apresentei-me, ouvi sua história, a  da  filha Carla Cristina, e pedi-lhes licença para escrever esta crônica sobre a Gabi. A Gabi, como tantos outros jovens que perderam a vida, não foi  uma simples folha em branco. Teve seus sonhos, sua História. Amou e foi amada.  Não partiu por vontade própria, mas a fatalidade a afastou de seus entes queridos.

          Tenho em mim a lógica de que os filhos é que devem enterrar os pais. Infelizmente, como a Dona Rosa, muitas outras mães tiveram que passar por isso.

          Que Deus tenha para a Gabriela um belíssimo lugar no paraíso. Que possa, com sua bondade e sorriso, ser luz para os que aqui ficaram e que sentem muita dor pela sua perda.

           Esteja bem, tenha a certeza de que seus familiares e amigos muito a amaram também, Gabi!

Euclides Riquetti

Eu vim pra te fazer feliz!

 



Em termos de sentimentos
Já não sou nenhum aprendiz:
Aprendi  a sentir os ventos
A evitar os tormentos
A lembrar sempre de ti!

Em termos de emoções
Aprendi a lidar com elas:
Há, na vida, decepções
Há também desilusões
Quando menos se espera!

Em termos de felicidade
Digo sem nenhum receio:
Com toda a sinceridade
Amo-te bem de verdade
E jamais eu titubeio!

Eu vim pra te dar amor
Dar-te o melhor de mim:
Ofereço-te a vermelha flor
Ofereço meu mundo de cor
Eu vim pra te fazer feliz!

Euclides Riquetti