sábado, 25 de fevereiro de 2012

Ter onde chegar

Laranjas verdes, amareladas, maduras
Maçãs verdes, avermelhadas, doçuras
Mangas verdes, amareladas, adocicadas
Limas verdes, amareladas, amaduradas
Uvas verdes, avinhadas,  escuras.

Corações agitados, abalados, esquecidos
Olhos tímidos, invívidos, entristecidos
Mentes vãs, insanas, atribuladas
Almas negras, perturbadas, aflitadas
Seres frágeis, reprimidos, deprimidos.

Há caminhos ternos, tenros, intensos
Caminhos estreitos, pedregosos, imperfeitos
Caminhos de ida, caminhos de ida e volta.

Não importa a cor que cada fruta tem
Nem o fácil ou difícil em cada ser:
Ter onde chegar é o que me importa!

Alfalto

Alfalto molhado, acinzentado
Palco de alegrias e de dilemas
Alfalto de brilho prateado
Inspira-me cantos e poemas.

Alfalto que se perde nas longas curvas
Onde somem  carros e vagam  os conflitos
Os corações despedaçados as almas turvas
As perdas, os abalos, os  aflitos.

Asfalto alongado a se perder de vista
É o vai-e-vem nas faixas de cada  pista
É o desafio ousado  e sedutor

É a provocação, a incerteza presente
É um palco de tragédias inclementes
É a vida ceifada de tanto sonhador...

Euclides Riquetti
25-02-2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Inglês - língua universal

          Cedric Gayasso é um staterrom attendant, originário de  Bluefields, Nicarágua. Valentin é natural da Romênia.  Tatiana Kataeva é russa. Thalassa Travascio é carioca e, como eu, vascaína da gema. Estes, são waiters, têm curso superior e alguma especialização.

         Naiana Santana é de Xaxin, é uma guest services officer. Suellen é mineira de Varginha, casada com um jovem da Macedônia, há seis anos, ambos waiters. Cada um tem sua história, sua origem, sua família. De comum, todos falam Inglês fluentemente e fazem parte da tripulação do navio de cruzeiros "Splendour of the Seas", considerado o mais fabuloso das américas. O navio tem capacidade para mais de 2.000 passageiros, tem mais de 800 tripulantes, originários de 135 nacionalidades. São muitas línguas num mesmo local, mas todos eles entendendo pelo menos um pouco de Inglês, a língua universal. O suficiente para se virarem nas tarefas que lhes são conferidas pelo comando do Splendour, de uma empresa das Ilhas Bermudas e que realiza cruzeiros pela Costa Brasileira e, no nosso inverso daqui, e verão lá, lá na Europa.

          Aprender uma língua estrangeira é um desafio. Hoje, muitos jovens brasileiros, meus antigos alunos, estão morando no exterior. Estados Unidos, Alemanha, Canadá,  Áustria, Suíça, Argentina e outros países. De vez em quando algum se manifesta, ou descubro com seus pais o seu paradeiro. Pais sentem, sempre, muito orgulho de seus filhos. Hoje mesmo uma mãe, que havia sido minha aluna há duas décadas, ligou-me para contar que a filha passara no vestibular e que estava realizando matrícula: vai ser enfermeira.

          Temos, sempre, que admirar pessoas que buscam conhecer, que perseguem encontrar uma base profissional. Mas, hoje, apenas o curso superior é pouco. Alguns diferenciam-se com uma especialização, outros buscam o mestrado ou o doutorado. E há os mais corajosos ainda que,  em plena juventude, cursam pós-doutorado.  E todos buscam conhecer a língua inglesa, que utilizam para acessar textos que dificilmente encontrariam na língua portuguesa. Meu afilhado, Fábio Xavier, Doutor em Engenharia Mecânica, aprendeu falar Alemão , mora na Alemanha, doutorou-se naquele país, onder está, casado e com uma filha. O Fábio é o orgulho da Alias e do Ticão, assim como a Pollyana e a Fernanda.

          Mas, como eu me referia anteriormente, conheci alguns jovens no Splendour, na semana passada, quando estivemos navegando pelo Atlântico. Muita simpatia, gentileza, educação, hábitos virtuosos. Gente bonita por dentro e por fora. E me possibilitaram exercitar um pouco de meu Inglês, que já estava guardado lá, no fundo de meu velho baú. Senti-me um adolescente deslumbrado, como nos tempos da FAFI e do Yázigy, em União da Vitória. E lembrei-me de milhares de alunos a quem tive o prazer de iniciá-los em seus primeiros passos no inglês básico...

Euclides Riquetti
23-02-2012

         
     

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

De volta ao blog

          Finalmente, depois de uma ausência física e virtual, estamos de volta. Ficar sem escrever, apenas descansando, durante 9 dias, foi muito bom. Agora, recarregadas as baterias, vamos recomeçar. Voltar ao trabalho, a reencontrar familiares e amigos, cumprir com nossos compromissos, ler as notiícias dos jornais, da internet, primeiro os sites locais e depois os demais. Ler e escrever são necessidades de minha alma.

           Ficar sem fazê-los, é como ser peixe e não ter água para nadar, é ser uma enxada jogada num porão e ninguém utilizando-a para abrir a terra, onde jogar sementes para novas plantas.

          A escrita libera nossa alma, as palavras nos permitem que outros sintam o que sente nosso coração. Voltar a escrever é voltar a respirar do ar antigo, mas repurificado. É poder dar vazão ao que está comprimido em nosso cérebro, é poder repartir contigo, amigo (a), o que realmente sentimos e pensamos.

          No calor desta terça-feira de carnaval, que bom poder escrever e poder chegar perto de ti.

Euclides Riquetti
22-02-2012.