sábado, 22 de agosto de 2015

Preciso do vento que vem do mar


Eu preciso do vento que vem do mar
Preciso da lembrança para me embalar
Preciso do sol nas tardes e manhãs
Preciso de ti (nas tardes e manhãs)
E no sonho tenro que a noite me traz.

Preciso afirmar minhas convicções
Rever conceitos que me vêm e apago
Conter meus impulsos e frear emoções
Preciso do alento de teus afagos...

Sou como a mão que alinha tijolos
Dispondo-os simetricamente
Como o profeta que prediz os sonhos
Sonhadamente
Como o poeta que empilha versos
Livremente, harmoniosamente!

Mas preciso de ti para formatá-los
E só para tu lê-los,  decerto
E só tu os ouças por certo.
Preciso...como preciso do vento
Que vem do mar!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O humor está de luto: Morre Willmutt.

          O Paraná está de luto! O Sul do Brasil está de luto! O humor brasileiro está de luto! Perdemos, na tarde desta sexta-feira, o humorista paranaense Cleiton Geovani Kurtz, mais conhecido pelo apelido de seu personagem, o alemão "Willmutt". Ele perdeu a vida por volta das 14 horas, em acidente automobilístico acontecido próximo à  cidade de Aporé, no estado de Goiás. Willmutt  tinha 39 anos, sendo natural de Marechal Cândido Rondon, aqui no Oeste do Paraná.

          Ele transitava, com um companheiro, pela Rodovia GO-184, e no KM-91 seu carro teve um pneu estourado, provocando grave acidente, tendo como consequência a sua morte. A repercussão de seu falecimento foi muito forte nas redes sociais. Ficou muito conhecido por aplicar trotes em call-centers. Ligava para as empresas através dos fones 0800 e, com sotaque e jeito alemão, aplicava trotes nos atendentes. Era muito divertido o Willmutt. Muitas e muitas  vezes ouvi gravações com seus trotes.

          Willmutt tinha muito  prestígio no Sul no Brasil. A presença dele em eventos era garantia de grande público.  Tanto que, há meia década, esteve em Capinzal, levado por uma entidade que com grega empresários. Na mesma noite, um Café Colonial que, tradicionalmente reunia centenas de pessoas, em Ouro, comemorativo ao Dia do Colono, teve uma mínima frequência de público.

        A sua fala propositalmente atrapalhada, com ele encarnando seu personagem alemão, nos fazia rir muito. Foi assim que ficou conhecido e tinha um grande número de fãs.

         O personagem surgiu de uma brincadeira entre amigos, no ano de 2003, quando ele começou a passar trotes telefônicos que fazia e que ganharam as redes sociais. Cleiton, filho de uma família da cidade de Marechal Cândido Rondon, trabalhou como servente de pedreiro, carteiro e vendedor de loja, tendo, depois, ficado famoso ao se tornar umorista.

           O primeiro trote que aplicou  foi em uma operadora de telefonia celular. Os amigos guardaram a gravação e em 2005 divulgaram na internet.
A história correu o país pelas redes sociais. Willmutt ganhou um site e passou a trabalhar como humorista. Willmutt, em seus trotes costumava manter o respeito ao próximo. Fazia  humor sem ofender ou denegrir a imagem de quem estivesse  do outro lado da linha. levar trote dele já era motivo de orgulho pelas pessoas.

          No site www.willmutt.com.br é possível que você, leitor, leitora, se divirta conhecendo dezenas de trotes e pegadinhas dele.

         À família enlutada nossas mais sentidas condolências.

Euclides Riquetti
21-08-2015

A ambulancioterapia e a enganação!

         
          O governador eleito em Santa Catarina, LHS, governou o Estado por dois mandatos. Em sua campanha, prometeu que ao eleger-se e tomar posse, iria acabar com a "ambulancioterapia" em Santa Catarina. Isso porque, sempre que transitava pelas estradas catarinenses, deparava-se com ambulâncias do Oeste, do Meio-oeste, do Norte e do Sul do Estado transportando doentes, originários dos municípios dessas regiões, para nossa  capital. Ia investir, maciçamente, nos hospitais "do interior" para que as pessoas pudessem ter tratamento digno e especializado em suas respectivas regiões.

         Eleito e reeleito, elegeu seu sucessor, Colombo, que também foi reeleito. Agora, vejam o que copiei, hoje,  do blog do jornalista Moacir Pereira, do Diário Catarinense:

"Tema polêmico das últimas campanhas, a ambulanciaterapia só cresceu em Santa Catarina. Ontem, às 12h, estavam estacionadas perto do Hospital Celso Ramos 19 ambulâncias. Placas de Matos Costa, Painel, Taió, Rancho Queimado, Campo Belo do Sul, São Ludgero, Rio das Antas, Gravatal, Matos Costa, Pomerode, São Bonifácio, Irineópolis, Governador Celso Ramos, Major Gercino, Ouro, Petrolândia e Campos Novos."

          Ora, "prometer é fácil, fazer é que são elas". Ouvi isso muitas vezes em toda a minha vida. A falácia, o discurso fácil, em todos os níveis, ao longo dos anos, ter servido para que candidatos se elejam e reelejam. Dizer que "Saúde e Educação" é prioridade é a coisa mais manjada que já vi. É chavão inconsistente. Hoje, acrescente-se também "Segurança Pública" no rol. E acrescente-se "Estradas". E "Habitação".  E outros itens que você, leitor, leitora, já ouviu tantas e tantas vezes, de políticos de situação e de oposição. Em termos de hospitais, o atual Governador, Colombo, tem apoiado grandemente o HUST, de Joaçaba, e medianamente o Nossa Senhora das Dores, de Capinzal, que é filantrópico. Mas bem mais que seu antecessor, o que discursou, prometeu e não fez.

           Lamentavelmente, quando os candidatos  divulgam seus "Planos de Governo", colocam tudo o que julgam que vão fazer, mas nunc a dizem como. E, bem calçados por publicitários, os "estrelas" das eleições, encontram mil formas de encantar e iludir o eleitor.

          A região do Meio-oeste de Santa Catarina, está com a situação das rodovias em estado de calamidade. Em termos de estaduais, a Estrada da Amizade, no Vale do Rio do Peixe, de Luzerna a Videira, está sofrendo uma intervenção importante em termos de obras, mas a demora na execução está deixando os usuários indignados. A estrada entre Jaborá e Concordia (até a BR 153), uma vergonha. A que liga a comunidade de lajeado Mariano com a Barragem de Machadinho, no Rio Uruguai, no Município de Piratuba, nem de estrada pode ser chamada mais, diante de tantos buracos, com a pista deteriorada. Trecho da estrada de Engenho Novo a Barro Preto, em Capinzal, da qual participei da inauguração dos asfalto, em 1989, já foi patrolado. Melhor ficar com a estrada britada do que asfaltada.

          Nesta semana, ao passar pela estrada entre Luzerna e Água Doce, de madrugada, estava tão difícil de desviar dos buracos que tive um pneu e uma roda danificados, pois você desvia de um e cai no outro. Um perigo e muito risco aos motoristas. Aconselho a não utilizarem a mesma durante a noite...

         Ora, é previsível que, depois das chuvas, surjam buracos nas pistas. Então, ter a aquisição prévia de massa CAUQ (Concreto Asfáltico usinado a Quente), para retirada de junto às usinas quando há a necessidade, é uma prática que os administradores dos órgãos públicos devem proceder.

          E, a população, cada vez mais está percebendo e cobrando que a palavra emprenhada pelos políticos seja cumprida. Palavra empenhada é promessa feita. E precisamos que seja cumprida...

Euclides Riquetti

         

        

Bom dia! (reprisando uma história de simplicidade de um conterrâneo)


          Dia desses, creio que numa manhã de sábado, saí a curtir o centro de Joaçaba. Pela geografia da cidade, há ali grande concentração de prédios, as ruas são um tanto acanhadas, não como as avenidas de Curitiba ou Brasília, e grande contingente de pessoas circulam pelas calçadas, movimentando o comércio. Alías, pela condição de polo microrregional, a ciade, com pouco mais de 25.000 habitantes, atrai uma população estimada em mais de 100.000 que têm interesses aqui. São milhares de veículos que ficam desfilando pelo centro, com uma ou no máximo duas pessoas em cada um. Carros bonitos, a maioria, de profissionais liberais, das mais afamadas marcas mundiais e dos modelos mais sofisticados.

          Eu já tenho meus lugares estratégicos para estacionar, nas periferias, preferindo andar a pé, vendo pessoas, as vitrines das lojas, uma feirinha defronte à Praça da Prefeitura, aquelas máquinas de sorvetes, os carrinhos de xixo, pipocas, cachorro-quente... E também aqueles que gostam de fazer brincadeiras no semáforo da XV, caracterizados de palhaços, para ganhar seu honesto dinheirinho.

          Estive no local onde meu filho trabalha, dei-lhe um abraço, cumprimentei seus colegas, saí. Bem defronte à empresa, na calçada, passava um senhor franzino, mais de 80 anos, humilde, boné verde bastante soleado na cabeça, roupinha modelo social surradinha, com aquele semblante de gente boa, humilde, dos que não fazem mal a ninguém. Apenas agradecem a Deus por estarem vivendo...

          "Bom dia!", sapequei-lhe. Ele já tinha passado por mim uns dois metros, voltou-se e, suavemente, retribuiu ao meu cumprimento. E me disse; "Muito obrigado por me cumprimentar. As pessoas não costumam falar comigo, principalmente as com jeito de importante como o senhor". Fiquei assustado em saber que há pessoas que não cumprimentam pessoas com quem se esbarram, que encontram no dia-a-dia, mas as que ignoram, parecendo que elas não existem. Mas isso não pode me surpreendeer, pois em todos os lugares há pessoas que se portam assim. E eu não sou mais importante que aquele amável senhor pois, certamente, tem mais história do que eu, viveu mais dias, conheceu mais pessoas, trabalhou mais, ajudou mais, viu mais amanheceres e entardeceres, mais noites parou para contemplar o luar, ver as estrelas, tomou chimarrão com a esposa e os filhos mais vezes, enfim, tem uma bagagem cultural maior do que a minha e talvez que a sua, caro leitor (a).

          Em cinco minutos descobri que seu nome é Pedro Moreira, temos em comum termos nascido em Capinzal, ele é parante dos Andrade, lá dos lados de Alto Alegre e Lindemberg e se orgulha muito disso. Apenas que é pobre, que mora em Herval D ´Oeste há algumas décadas, está aposentado e controla muito bem seu dinheirinho para que não lhe falte quando precisar comprar remédios. Foi-me gratificante conhecer o Seu Pedro, como me foi conhecer tantos a quem já dei carona no trevo e tantos que deram carona pra mim.

          Ainda ontem, no meu bairro, na caminhada costumeira, encontrei um cara manquitolando, com uma muleta, a quem já  dei algumas caronas, o Clóvis, frentista de de posto de gasolia, meia idade.  Não o via há quase um ano. Contou-me que teve um acidente, que está desde fevereiro assim, mas que em um ano vai estar bem, disse-lhe o médico. Deu-me os detalhes do acidente, que não vou relatar. Algo bem inusitado, salvou-se por pouco. . Adiante, encontrei o Jaime, que perdeu o emprego por causa de uma reestruturação na empresa onde trabalhava, era jardineiro e zelador, agora uma "consultoria" sugeriu a ela terceirizar o serviço e ele ficou na mão. Mas esteve numa construtora que lhe indiquei, prontifiiquei-me  em ser referência para ele,  prometeram que o ficham já em janeiro. Por enquanto está fazendo uns biscates, está satisfeito porque está bem com a família e isso é o que mais lhe importa.

          Como o Pedro, o Clóvis e o Jaime, conheci milhares em minha vida. Dei-lhe a atenção possível e isso nada custou-me. É muito fácil fazer com que as pessoas fiquem contentes, sintam-se valorizadas, incluídas. A formação que meus pais me deram, as dificuldades para estudar, trabalhar, manter uma família, foram-me moldando à vida, a aprender a respeitar os outros, ser gentil. Realizo-me pelas amizades que venho angariando em minha nova cidade, onde vivo a mais de 4 anos. Então, o que recebi deles em troca de meu cumprimento, foi-me sempre valioso, ajudou, quem sabe, a suportar pessoas intoleráveis, prepotentes, que me sugaram. Então, se você não sabe dizer: Buongiorno, Buenos Dias, Bonjour, Good Morning, Guten Morgen ou Namastê, então abra um sorriso e, em qualquer outro lugar do mundo, onde quer que esteja, vão entender que você é um ser humano, que percebe que há outros além de você.

          O Bairro Nossa Senhora de Lurdes é meu chão, agora. Tenho centenas de conhecidos aqui. Ando a pé, frequento os lugares, somo amizades. Tudo ao preço de um sorriso, de uma Boa Tarde ou simplesmente por causa de um sincero "Bom dia"!!!

Euclides Riquetti
14-12-2012

Olhe para o céu anil


Olhe para o céu anil que nos cobre com seu manto
Para os pássaros que voam em direção ao mar
Que nos maravilham com seu belo cantar
E nos abençoa e brinda com seu terno encanto.

Olhe para este céu azul que nos abriga
Que nos abençoa, envolve e nos protege
O grande cobertor que a natureza rege
E nos ampara com sua imensidão amiga.

Olhe e nunca se canse de admirar
Esta fortaleza sutil que domina o infinito
Que inicia nos continentes e que atinge o mar.

E, nos momentos em que se sentir abandonada
Volte seus olhos para este palco tão bonito
E sinta-se por Deus abençoada!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Neve de 1965 - 50 anos depois...reprisando:

Neve de 1965 - Uma paisagem europeia
          Quando se fala em épocas em que as pessoas viveram, ou mesmo para estimar quantos anos viveram, muitos têm o hábito de dizer:  "A fulana (ou o fulano), viveu mais de 100 anos, porque sempre me dizia que tinha presenciado x florações das taquaras".  Bem, uma pessoa que deve ter vivido muitas florações das taquaras foi o "Caboclo Estevão", que morou em Pinheiro Baixo, Ouro, e era homem de confiança de um de nossos pioneiros, o Veríssimo Américo Ribeiro, carroceiro. O Estêvão teria vindo com o colonizador da região de Vacaria-RS, trabalhou com os Ribeiro e depois foi para Bonsuecesso, e os que o conheceram dizem que ele era uma  pessoal leal e bondosa. Guardo comigo uma foto dele, cedida pelo amigo João Américo Ribeiro, que cuida da propriedade da família em Pinheiro Baixo. Ele deve ter vivido mais de 100 anos...  O caboclo tinha uma mão enorme. (O Benito Campioni, irmão da Márcia, minha colega de trabalho, também tem uma mão daquelas de segurar e derrubar boi no chão). Quando o encontro, brinco muito com ele sobre isso,  meu ex-vizinho, gente boa.

          Esse intróito todo, fi-lo para chegar ao assunto do título: as neves que tive o prazer de presenciar, e que marcaram, de alguma forma, a minha vida. Mas, diferentemente das florações das taquaras, ela não tem um ciclo definodo para vir.

          O inverno de 1965 foi muito forte no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Eu tinha doze anos, estudava no Ginásio Padre Anchieta, e começou a fazer muito frio naquela estação. Tínhamos uma casa nova, de madeira, bem desenhada, ali na Felip Schmidt, ao lado da Indústria de Bebidas Prima, onde produziam refrigerantes e engarrafavam vinhos e outras bebidas. Quando fizeram o "engarrafamento", escavaram o terreno e deixaram um barranco, que com as chuvas que precederam o inverno foi desmorronando, pondo nossa casa em risco de desabamento. Na noite do dia 19 para 20 de agosto, fazia muito frio. De manhã, meu pai, Guerino, acordou-nos cedo para vermos e espetáculo que se desenhava à nossa frente: Ali onde hoje há o Posto da Combustíveis da Família Dambrós, havia uns gramados e umas plantinhas sobre as terras que eram jogadas para formar um aterro, e tudo estava coberto de neve. A Ponte Nova estava recoberta por um manto alvo, e o mesmo era contemplado nos telhados das casas, a maioria de madeira. Até os cabos de aço de sustentação da ponte pênsil acumulavam camadas de neve. As ruas de Ouro e Capinzal pareciam aqueles caminhos que se veem em filmes,  numa autêntica paisagem europeia. Os poucos carros que havia, e as carroças e charretes, estavam todos recobertos pelo branco brilhante. Os telhados do Hospital São José, do Hotel Imperial, do Hotel do Túlio, do Cine Glória, do Cine Farroupilha, da Distribuidora de Peças e Acessórios, da Casa do Ernesto Zortéa, do Marcos Fortunato Penso, do Pedro Surdi, da Dona Dileta da Silva, do Adelino Casara, do Adelino Beviláqua, e de muitas outras edificações, era possível vê-los por nós, que observávamos a paisagem com nossos olhos originários do Ouro.

          O peso da neve mexeu com a estutura de nossa casa. Tivemos que abandoná-la. Fomos distribuídos nas casas dos parentes, dos tios Arlindo Baretta,  Adelino Casara e Victório Riquetti. Eu, fui para a casa da Tia Maria, do meu primo Moacir. Lembro-me bem, que à tarde, precisei ir à Comercial Baretta fazer umas compras para a tia, e meu único par de sapatos estava molhado, gelado. Fui com as chuteiras do Moacir, que tinha as traves altas , e que minha ingenuidade fazia-me pensar que a sola ficaria mais alta que a neve. Só ilusão: congelei os pés. Aulas suspensas. O Frei Gilberto (Giovani Tolu), suspendeu nossas aulas, estava muito feliz, porque via, aqui na América do Sul, a mesma nostálgica paisagem que sua mente trazia de sua infância na Itália.

          O Joe e a Bunny,  eram  norteameriacanos que atuavam junto aos Clubes 4-S no interior do Ouro, havendo um clube pioneiro em Linha Sul ( o primeiro de Santa Catarina),  moravam de pensão na casa do Sr. Guilherme e da Dona Mirian Doin.  Eles eram dos 4-H, clubes dos Estados Unidos da América que tinham as mesmas funções e objetivos que os 4-S do Brasil:  Head,  Hands, Heart, and Health, que em português entndíamos como: Saber, Servir, Sentir e Saúde.  Acostumados com a nove do Norte, fotografavam, faziam bonecos e esculturas. O Joe, que jogava basquetebol na quadra do Padre Anchieta com o Dr. Leônidas Ribeiro, o Rogério Toaldo e outros, era alto e usava óculos ( até para jogar). Ficou maravilhado com a neve. E, nós, tivemos que demolir nossa casa, da qual tenho muitas saudades...

         Como resultado do frio, houve perdas e animais nos sítios e fazendas. Lembro que houve muita mortandade de abelhas. Até mesmo o mel que vinha de Abdon Baptista, não veio mais. Não vinha mais o caminhãozinho carregado, com as latas de 20 Kg, com que estávamos acostumados. E o produto encareceu. Alías, ficou sumido pelos anos seguintes, até que os enxames e as colmeias foram-se recompondo.

          Além dos eventos climáticos que resultaram na enchente de 1983, penso que a neve de 1965 seja o outro fenômeno que mais nos marcou.

          Ah, acho muito bonitas a neve e a geada. Mas, agora, com ar quente no carro, é muito mais fácil de encarar o frio. Viva a bela lembrança do passado!  E viva a moderna tecnologia!

Euclides Riquetti
15-07-2012

Só para ti...

 
Guardei o meu amor, guardei aqui
Deixei bem escondido muito tempo
Guardei só esperando um bom momento
Para dizer que eu o guardei só para ti!

Guardei por muitos anos meu amor
Deixei-o num lugar dentro de mim
Não me peças porque eu agi assim
Mas guardei só para ti com muita dor!

Perguntas e respostas hão de vir
Por que será que eu fiquei calado
Por tantos anos mudo, amedrontado
Perguntas e respostas vão surgir
Mas guardei o meu amor só para ti!

Respostas que eu não tenho mais comigo
Respostas às perguntas indiscretas
Repostas às nossas cartas secretas
Eu te amo e só quero ficar contigo
Guardei o meu amor só para ti!

Euclides Riquetti

Diamante negro

 
Diamante Negro
Um olhar acanhado, uma sutil timidez
A discrição, a virtuosa e doce sensatez
Uma lembrança, um sorriso,  um segredo!

Diamante que se enobrece com o passar dos anos
O mais singelo, magistralmente  lapidado
Soprepôs-se a tudo pelo tempo já passado
E ainda  resplandece e povoa meus sonhos profanos!

Diamante que exala elegância, charme, sensualidade
Mas que esconde, em si, mistérios indecifráveis
Sentimentos ocultos e infindáveis
Que esbalda a fragrância, o perfume, a veleidade...

Diamante de beleza singular
Diamante negro como a noite mais morena
Divindade cândida, dócil, serena
Preciosidade rara e sem par!

Diamante negro, mais do que um corpo bem esculpido
Mulher amada, musa, anjo deslumbrante
Mulher desejada, tal qual raro diamante
Mulher do sorriso de luz, do olhar eternecido!

Mulher diamante
Amada
Distante
Segredo
Que me traz medo!
Tão rara quanto...
Diamante Negro!

Euclides Riquetti
11-08-2014

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Todas as rosas do mundo


Imaginei que se eu te mandasse
Todas as rosas que há no mundo
De todas as cores que eu encontrasse
Dos solos mais férteis, mais fecundos
Quem sabe, tu te lembrasses
Que um dia te dei meu amor profundo...

Imaginei que as mais perfumadas
Todas as que estão nos vasos
As amarelas, as brancas, as rosadas
As que se misturam aos cravos
São todas flores abençoadas
Que libertam  os corações escravos.

Mas de que adiantaria
Mandar-te todas as flores
Se tu não as perceberias
Mesmo com seus perfumes e cores?

Assim, dou-te uma única rosa
Dou-ta com amor e paixão
E, quem sabe, com isso eu possa
Conquistar teu coração?

Ah, mas se eu pudesse
Mesmo que tu não quisesses
Eu ter mandaria um montão
De rosas, amor e paixão!

Euclides Riquetti

História de dois principezinhos e uma princesinha

          A princesinha pegou um caderno e um lapisinho, rabiscou algo e passou para o principezinho. O príncipe Luís César estava a catar raízes. Uma raiz de uma planta boa para fazer chás. O Xá do Reino deles era um chato de galochas.  Depois foi tomar um cafezinho no bar do chinesinho, que era seu vizinho. A mulher do chinês fazia limpeza no bar da empresa do marido. A altivez da mulher do chinês era de dar inveja.

          Luís César tinha um primo, Luiz Adriano,  que lhe dava atenção máxima, extrema. A compreensão deste  para com as defecções daquele eram de verdade. O maior defeito dele era não gostar muito de estudar, pois havia muitas matérias chatas. Ambos haveriam de encontrar um meio de gostar delas.  Até que uma xícara de café cairia bem. Daria um pouco de ânimo a eles.

          Os primos planejavam fazer uma viagem. Estavam enrolando-se, então alguém disse: "Viajem logo, pois é  inverno e haverá neve na montanha. Haverá problemas para escalarem as árvores. E, ainda, vocês sabem, terão dificuldade em encontrarem um guia montês por lá se estiver frio".

          Ajeitaram suas mochilas e partiram. Antes, despediram-se da princesa. Sua Alteza era uma bela de uma moça. Uma moça bem moçoila. Cochichavam: "os guardas do palácio tinham cara de chuchu"! As mulheres iam tomar banho de cachoeira e deixavam partes do corpo à mostra", e outros cochichos. Luiz deu a Luís uma amostra do que iriam ver na montanha: tinha uma foto de um urso marrom perseguindo uma hiena. Será que seria perigoso o lugar, além de terem que enfrentar um frio rigoroso?

          No dia aprazado, foram. Deveriam executar o seu plano, sem exceções. Fazer com que seu projeto fosse exitoso de qualquer jeito. Encontraram um velho caçador que morava numa choupana e que fora assessor de um parlamentar cassado, daí ter requerido aposentadoria e se dedicado a guiar pessoas nas montanhas. Os animais que fossem caçados não deveriam ser abatidos. Na verdade, deveriam apenas serem capturados. Uma captura bem diferente das que costumamos ver nos filmes.

         Nas montanhas,  encontraram alguns montanheses trabalhando na lavoura: usavam enxadas para  carpir, foices para roçar,  e enxós para cavoucar nas madeiras e fazer canoas e utensílios caseiros, principalmente gamelas e pilões para a cozinha. Moravam em casinhas pequenas.

          Os simpáticos colonos, de origem japonesa, indicaram-lhes os lugares onde se encontram animais, principalmente raposas e aves raras. Luís César e Luiz Adriano localizaram algumas raposas de pele matizada. Eram matizes de marrom, cinza e branco. Elas são muito ariscas e não se deixam apanhar. E, como já dito, nada de tiros. Caçar, sim, abater, não! E as aves, com suas penugens coloridas, embelezavam grandemente o cenário.

          Pegaram suas câmeras digitais e  fotografaram tudo. Era a melhor maneira de caçar, sem fazer qualquer tipo de mal aos animais. E, ainda, cuidavam de não esbarrar em plantinhas para não prejudicar seu crescimento. Plantas e animais, água muito limpa, neve lá nos picos das montanhas. É assim que se compõe o mais ilustre cenário da natureza. Abater animais, jamais!

          Já em casa, a princesa os esperava com um pote de 2 litros de sorvete Sabrina, importado de Herval d ´Oeste, uma cidadezinha  que fica perto de Joaçaba, no Vale do rio do Peixe, em Santa Catarina.  Tomaram todo o sorvete, que estava  muito delicioso. E, juntos, postaram as fotos no facebook, ganhando milhares de curtidas, centenas de comentários e  dezenas de compartilhamentos.

Foi uma bela de uma caçada, em que todos ganharam, ninguém perdeu. E, sobretudo, ganhou a natureza, que foi preservada.

Euclides Riquetti



          


      

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Busque, sempre, horizontes favoráveis

Busque, sempre, horizontes favoráveis
Não deixe de lutar pelo que você quer
Sobreponha -se aos seres indesejáveis
Fazendo valer sua condição de mulher.

Busque, nos mais recônditos lugares
O alento que sua alma tanto procura
Nas matas, montes, planícies e mares
Não deixe que tirem de você a doçura.

Busque, na calmaria da noite de lua
Os bálsamos pra cura de seus males
Busque os consolos para a vida sua.

E, depois de andar pelos caminhos
Vagar nas estradas estreitas e vales
Livrar-se-á das pedras e dos espinhos!

Euclides Riquetti
18-08-2015

Décima Terceira Crônica do Antigamente


Mais uma de minha série de reprises:

          Conheci o Jayme Monjardim quando eu tinha 37 anos. Por força de meu cargo público,  era instado, constantemente,  a participar de eventos que reuniam "gente fina". Alguns me consideravam "da fina" e me convidavam. Com isso,  conheci muita gente importante, até famosa. (Há pessoas importantes e isso não significa que sejam famosas, como você, leitora, por exemplo, que mora em meu coração). Num aniversário meu, havia, coincidentemente, um evento no Clube Floresta, em Ouro, e uma convidada muito especial: Márcia Kiatkoski, Miss Brasil. Era uma paranaense de Curitiba e ganhei dela um beijinho "de sobrinha", no rosto, e uma abraço pelo aniversário.

          De outra feita, estavam filmando a novela "História de Ana Raio e Zé Trovão", em Treze Tílias, e, na condição de Prefeito em Ouro, fui convidado pelo Rudi Holwailler, Prefeito de lá, para participar do Baile dos Artistas. Fomos com a Vera e o Caio Zortéa, nossos amigos "de verdade". Lá,  conhecemos o Monjardim, que era marido da bela Ingra Liberatto, a "Ana Raio", que fazia par com o Zé Trovão, o magnífico Almair Satter (Ando devagar porque já tive pressa...). Ai, que vontade de chorar!...

          São 22 anos que se passaram. Agora, depois de muitos trabalhos na TV e de dirigir "Olga", no cinema, o Jayme Monjardim volta à telona com uma adaptação de " O Tempo e o Vento". (Vai ser de chorar de emoção). O nome já diz tudo, e o saudosismo fica intenso nessas ocasiões, principalmente para nós que já subimos uns 60 degraus para chegar no "deck" da maturidade. E, sabem quem estará estrelando o filme: nada mais nem ninguém do que Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda e, sabem quem? Marjorie Estiano!!!

          Na primeira vez que referi a ela, falei que ela tinha o talento da Fernanda Montenegro, que era poprroqueira, que virara atriz, que apenas o talento a deixava bonita. Agora, já estou convencido: Ela é bonitaça! E está mais madura, mais experiente.  Vai fazer muito sucesso. O Diretor do filme , o Jayme, é filho do André Matarazzo e da cantora Maysa. Aposte: a produção vai ser sucesso nacional e internacional.

          Quando assistíamos aos filmes no "Cine Glória" ou no "Cine Farroupilha", em Capinzal, e éramos "teens", não imaginávamos que um dia nos tornaríamos "razoavelmente antigos". E quem nos trazia as alegrias era o Armando  Viecelli, depois o colega Eraldo Markus, com  quem estudei minha "Contabilidade", na CNEC. Hoje, veio a TV, a redenet, os mais fornidos (não estou dizendo fornicados...), já têm ipad, iphone, etc. Mas, todas essas maravilhas nos permitem acesso rápido à informação. E, quando nos damos conta disso, percebemos o quanto já somos vividos, antigos! Mas podemos dizer que, em nossa cidade, tivemos muitos privilégios: uma juventude muito bacana, oportunidade de estudar, cinema, boates, amigos, amigas...

          É, acho que nossa geração  viveu a época melhor da História. Estivemos na linha divisória do convencional para o avançado. Apeveitamos os tempos bucólicos e estamos presenciando a era dos alcoólicos, em que se bebe cerveja como água. Ser antigo me permite analisar, friamente, todas as transformações que acontecem, cada vez em maior velocidade.

Euclides Riquetti - um seu criado
14-03-2012

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Alvorecer

Levanta-se, no céu, emerge de atrás dos montes
A luz da foguenta, quente, e avermelhada esfera
Vem tingir, com suas cores, a superfície da terra
Vem  por réstia nas águas dos lagos  e das fontes.

Como um grande bastidor que se suspende no ar
Obra-prima das mãos perfeitas do nosso Criador
Vem  para inspirar-me os versos para te compor
Um poema-oração para que nós possamos  rezar.

É um  alvorecer perfeito, a beleza que se exprime
Na paisagem divinal da bem-aventurada natureza
É o encantamento a revelar o sentimento sublime.

É neste universo amplo, incompreensível e sedutor
Que me entrego a ti, com toda a doçura e a sutileza
Que navego nas nuvens de nosso mundo de amor.

Euclides Riquetti
18-08-2015






A Onda Guarani


         Na década de 1960,  acompanhei pelo menos duas perfurações de poços artesianos em Capinzal, uma próxima ao Cine Glória e outra aos fundos do Banco do Brasil, a primeira das agências instaladas no Baixo Vale do Rio do Peixe, ali na Rua XV de Novembro. Os operadores das perfuratrizes, as pica-paus, como eram chamadas, viraram amigos meus e moravam numa pensão ali no Ouro. Curioso, acompanhei os demorados trabalhos para atingirem o "lençol d´água", de onde retirariam o precioso líquido.

          Em termos de abastecimento de água, era uma revolução para a época, uma vez que nossas cidades não tinham sistema de abastecimento de água tratado, o que só viria a acontecer na década seguinte, quando eram Prefeitos Apolônio Spadini e Adauto Colombo, respectivamente, de Capinzal e Ouro e, através da Fundação SESP,  implantaram o SIMAE Capinzal/Ouro. Hoje, a coordenação dos SAMAEs em Santa Catarina é efetuada pela Funasa.

          Foi, talvez, a maior conquista da história das duas cidades. Joaçaba, Herval D ´Oeste e Luzerna também têm as autarquias intermunicipais SIMAE.

         Os primeiros poços tubulares abertos nas duas cidades anteriormente mencionadas, buscavam captar água do Aquífero Fraturtado da Serra Geral, que no Vale do Rio do Peixe pode estar  até a 150 metros de profundidade. É  possível obter-se água facilmente entre 80 e 100 metros, os poços rasos. O primeiro geólogo com quem passei a conviver a partir de 1988 foi o Custódio Crippa, que me passou muitas valiosas informações a partir de 1989, quando fomos, juntos, localizar ponto ideal para implantar um poço no Distrito de Santa Lúcia. Ele me deu as descrições de características de lugares onde se poderia encontrar fendas subterrâneas, em convergênciuas de vales, e o levei para a Cascata de São Cristóvão. Achou que o lugar era o ideal e contratamos a abertura do poço, que deu água o suficiente para abastecer uma comunidade de mais de 100 famílias e está correspondendo positivamente há 23 anos.

          Na época, dizia-me o geólogo que já existiam máquinas no Brasil, as rotopneumáticas, que em apenas dois dias poderiam perfurar poços com 800 metros de profundidade, captando água do Aquífero Guarani, mas que custariam uma valor correspondfente a um ano de arrecadação do Município de Ouro.  E que poderia ser encontrada água igual à do Thermas de Piratuba, quentes e sulfurosas. E que até seria possível constuir-se um balneário em nossa cidade. Eu imaginava isso impossível, mas passei a ligar-me em assuntos relacionados ao Aquífero Guarani. Hoje, a situação mostra-se bem diferente.Obtém-se água com investimentos de menos de R$ 80.000,00.

          Posso asseverar que, nos últimos 20 anos, ouvi todas as barbaridades possíveis a respeito de poços artesianos tubulares, rasos ou profundos. Os rasos, do Fraturado da Serra Geral, e os profundos, do Guarani.  Mas também ouvi muitas preocupações verdadeiras e com lógica. Formei meu próprio senso e meu censo sobre isso. Em Ouro, onde mais acompanho, há quase que uma centena de poços razos já perfurados, muitos deles desativados. O perigo não é a abertura de um novo poço, que precisa estar licenciado junto à FATMA, ter ART assinada por Geólogo como responsável Técnico,  e outras convenções necessárias. O perigo reside nos chamados "poços secos", que foram abertos e não lacrados devidamente. Os outros, como receberam o encamisamento à altura do subsolo e do  solo, estão protegidos da invasão de águas contaminadas, dejetos de animais, ou venenos. Mas também há a preocupação com a contaminação das áreas de recarga, que é onde a água da chuva  penetra na terra e desce até os lençóis.  Os abertos nos últimos 10 ou 15 anos, foram bem monitorados, os secos lacrados.   A preocupação deve recair sobre os anteriores, quando não havia licenciamento e acompanhamento. E o cuidado em não poluir as águas superficiais deve persistir sempre, para que só se utilizem as águas dos poços na falta das superficiais.

          Mais recentemente, nos últimos 10 anos, o foco passou a ser a busca de captação no Aquífero Guarani, reserva que tem 45 trilhões de metros cúbicos de água e está localizado na América do Sul. No Brasil, atinge os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em tertmos de localização, o AG se distribui 70% em território brasileiro, 5% no Paraguai, 5% no Uruguai e 20% na Argentina.  E, em Santa Catarina, a recarca inicia-se na região de Lages. A preocupação é tanta, e as autoridades e técnicos ambientais estão muito atentos, que até uma pedreira em Lages foi fechada, há uma década, para que não ocorresse a poluição na recarga do Guarani.

          Posso até estar errado, e aceito contestações e observações, mas minhas estimativas são de que, se a água do Guarani sob o território nacional fosse utilizada apenas para o consumo dos lares brasileiros, à razão de 10 metros cúbicos por mês, que é o que eu gasto em minha casa, teríamos reservas para 5.250 anos aproximadamente, sem considerar a recarga ou reposição. Então, é muita água. Basta que cuidemos bem dela, não causemos contaminações nessas recargas e estaremos adequadamente servidos, bem como as  250 gerações que nos sucederem. E, com a reposição, infinitos tempos. É nosso grande capital. Temos águas superficiais em abundância, chuvas suficientes e luminosidade capazes de gerar alimentos como em nenhum lugar do mundo.

          Nas conversas que tenho tido  com os geólogos Custodio Crippa e Jorge Augusto da Silva, meus amigos e ambos residentes em Ouro, tenho conseguido informaões que me permitiram formar meus conceitos sobre isso. E, acompanhando as prospecções, constatei que as águas são localizadas sempre a cerca de 100 metros acima do nível do mar. Ou seja, se a altitude for de 400 metros,  o lençol poderá ser alcançado  uma profundidade de 300 metros. E pelo menos três poços existem em Ouro em que foi obtida a água do Guarani a menos de 300 metros. É um norte aproximado, não uma conclusão definitiva. Como Guarani é um platô inclionado e a composição geológica é irregular, é possível que se tenha que ir alguns metros mais ao fundo para encontrar o líquido. E, quanto mais você for para o Oeste, mais profundo será, sendo que em São Miguel D ´Oeste encontrou-se água com 1.410 metros de profundidade.

           No Balneário Thermas Leonense, da Barra do Leão, aqui próximo, com 280 metros chegou-se a ele num dos poços. Encontrados vestígios de petróleo, com mais uma pequena intervenção foi possível chegar-se a uma água límpida e com temperatura maior. E o poço foi revestido com tubos, isolando-se a área onde haveria o petróleo.

          Então, estão certos aqueles que têm preocupação com a grande quantidade de poços já perfurados. Mas a perfuração, em si, não é o problema. O problema reside em não se cuidar das águas superficiais e da erradicação dos possíveis locais de contaminação.

            Lembro a todos os leitores (as) que é nosso dever sugerir e exigir medidas e contenção da poluição em todas as suas modalidades de  geração. E que nós, potenciais poluidores, façamos nossa parte, não esperando que sejamos cobrados, pela natureza, a fazer isso. Quando ela cobra de nós, o seu preço é sempre muito alto. Preservemos!       
         

Euclides Riquetti
20-12-2012

De todos os versos, o primeiro

  
Gastei muito papel, talvez o caderno inteiro
Para escrever o poema ideal
Algo fenomenal
De todos os versos, o primeiro
O bonito, terno, sensacional.

Eu queria, certamente, encantar
Chamar toda a tua atenção
Fazer teu coração balançar
Tua cabeça repensar
Despertar amor e paixão...

Gastei todo o meu papel
Risquei e rabisquei ternamente
Até embaralhei minha mente
Busquei retratar com  pincel
Algo belo e  surpreendente!

Eu queria, certamente, chamar
Toda a sua  atenção
Dos seus olhos cor de mar
Os seus sonhos, seu sonhar
Sua alma e seu coração...

Sinceramente
Verdadeiramente
Apaixonadamente...
Apenas isso!

Euclides Riquetti

domingo, 16 de agosto de 2015

Morre Ionice Bazzo, a Nice

          Recebemos, há pouco, a notícia do falecimento da amiga Ionice Bazzo, a Nice, mãe da Thaís e do Gustavo Andrade, (Gustavinho), filha dos saudosos  Sr. Ivo Luiz Bazzo, (ex-prefeito em Ouro-SC), e de Dona Iracema Maestri Bazzo, irmã da saudosa Ivonete; também  do Ivoney e da Ione Bazzo Dambrós.

           A Nice foi nossa amiga desde que a conhecemos, em 1980, quando assessorei o pai dela na Prefeitura. Na época, estava na primeira série do antigo Segundo Grau, no Mater Dolorum, em Capinzal. Havia cursado o Primeiro Grau na Escola Sílvio Santos, em Ouro. Além de se destacar como uma estudante dedicada, era, também uma atleta talentosa. Tinha uma compleição física que a favorecia para o voleibol. Jogava  também basquetebol e handebol. Mas foi no vôlei que se destacou, tendo atuado nas CMEs de Ouro, Capinzal e Joaçaba.

          A Família Bazzo perdeu, nos últimos 4 anos, a Ivonete, o Ivo, Dona Iracema e o Hugo, e agora a Nice. É uma carga emocional muito grande para todos eles. Falei, há pouco, com a Gustavo. Eles sabiam da gravidade do quadro de saúde dela, mas não imaginavam que isso pudesse acontecer agora. Estava muito debilitada, mas submetendo-se a tratamento em Chapecó.  Deixa-nos aos 50 anos. Nasceu em 02 de junho de 1965.

         Nice era funcionária do quadro efetivo da Prefeitura de Capinzal, tendo atuado, por algum tempo, no Museu Dr. Vitor Almeida e na Ciretran. Muito atenciosa, tínhamos uma amizade franca e sincera.  Agora, foi reencontrar-se com os demais, num plano maior, junto de Deus. Temos certeza de que encontrará a paz celestial e a felicidade eterna.

Aos familiares, em especial ao Gustavo e à Thaís, nossas mais sentidas condolências. Que Deus os abençoe.

Abraço carinhoso de Miriam, Euclides, Fabrício e Luana e demais familiares!

         

Atrás da luz do sol

Atrás da luz do sol está o seu sorriso
Estão seus olhos meigos e brilhantes
Uma mulher muito doce e cativante
Com rosto de fada, com cabelo liso

A luz do sol me provoca e me atiça
Com seu inefável fogo de esplendor
Traz  essências de perfume e de flor
Cheiro de mulher, de mulher noviça.

Luz que se esconde atrás da luz solar
Luz que se embaralha no astro-rei
Luz que vem a mim para me beijar...

Atrás do astro sol há uma outra luz
Muito mais forte do que eu imaginei
Uma luz eu me atrai e que me seduz!

Euclides Riquetti
16-08-2015