sábado, 12 de novembro de 2016

Abra seus olhos e sorria




Abra seus olhos e me sorria
Como se fosse pela primeira vez
Como se não fosse apenas mais um dia
Um dia de incertezas, um dia de um talvez...

Olhe nos meus olhos e me  dê o seu sorriso
Faça como você costuma fazer
Você sabe o quanto eu preciso
Amar, amar, e sentir prazer.

Sinta o que meus olhos têm a dizer
Na manha bonita ou na tarde ensolarada
Na noite misteriosa em que não consigo ver
Quando me acordo durante a madrugada.

Dê-me apenas o brilho do seu olhar
E me faça sorrir e ficar contente
Temos um longo caminho a trilhar
Mas vivamos felizes cada minuto presente!

Euclides Riquetti
02-10-2015

Sonhos são sempre sonhos



sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Sinto em ti , o sabor da uva madura




Sinto, em ti, o sabor da uva madura
Há, em ti, a energia do sol dourado
A força que brota do vinho tinto
A destreza de um animal alado
Um anjo de docilidade e formosura.

Sinto, em ti, o calor das areias do deserto
A calmaria da nuvem embranquecida
O perfume do lençol bem limpo
O aroma da baunilha  amarelecida
E o frescor do intenso vento do inverno.

Vejo, em ti, a agilidade de uma andorinha
A singeleza e a esperteza de uma criança
A beleza e a realeza da princesinha.

Então...
Reúno todos os teus predicativos
Os teus sabores e a tua energia
As qualidades, todas em harmonia
Todos os melhores dos adjetivos
Para te dizer, com toda a alegria
Que me inspiras no meu dia a dia!

Euclides Riquetti
29-09-2015

Voa, pensamento...



Sagaz inspiradora de palavras e  versos
Mergulha-se  em devaneios e ilusão
Escravos pensamentos estão despertos
Companheiros na  sua solidão.

Olhos brilhantes e meigos que  censuram
As palavras nos seus lábios pronunciadas
As mãos graciosas outras mãos seguram
O sonho que rouba as  madrugadas.

Vaga pisoteando pedras entre a verde relva
Vaga sem cuidados, sem limites, sem reservas.
Entre sucessos, tropeços  e conquistas.

Voa o pensamento entre as nuvens alvas
Voa no firmamento sua dileta alma
Enquanto a névoa lhe embaraça as vistas.

Euclides Riquetti
29-09-2015

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Segunda Crônica do Antigamente

Segunda Crônica do Antigamente   (Reprisando: escrita e publicada no blog em 29-11-2011)


Vera Fisher - nossa conterrânea catarinense, em sua juventude.
A mesma, na idade bem adulta, mas sempre muito bonita e talentosa como atriz.
Sou antigo. Bem antigo, mais do que a Marjorie Estiano. Não mais que a Vera Fischer, que é um ano mais velha. Mas sou antigo. E isso me permite ter muitas lembranças. Lembranças do Cine Farroupilha, de Capinzal,  que amanheceu em cinzas, num domingo do final dos anos 60. Da desativada fábrica de refrigerantes da família Brambilla, ali onde é a Escola Sílvio Santos, no Ouro, que também amanheceu queimando, poucos dias depois. Já haviam queimado a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, ali na esquina da Formosa com a Pinheiro Machado...

Lembro do Zeca Gomes, que concorreu a Prefeito contra o Gravata e levou, numa eleição satirizando o eleito Cacareco, em São Paulo. Zeca Gomes bebia e fazia gestos, resmungava coisas quase que ininteligíveis:  "Cê tá abusando c´o deputado! Num vai mais abusá c ´o Deputado! E vinha, cambaleando, pela Ponte Nova, dirigindo-se à casa do Laurindo Biarzi, uma boa alma que lhe dava pouso e comida. Na manhã seguinte ele era outro!

Mas sou antigo. Do tempo em que as pessoas matavam  passarinho, armavam arapucas, prendiam eles na gaiola.  Do tempo em que alguns iam para a escola e outros iam trabalhar.  Só os que tinham "boa  idéia" eram escolhidos para a escola, os outros tinham que se virar. E outros iam para o Seminário...

Sou do tempo em que o Estádio Municipal, em Capinzal, era ali onde fica a Rodoviária. Nem sobrava tempo para a grama vingar. E quando não era o futebol era o Circo Robattini, com a bela Valéria Robattini) ao trapézio. Ah, quantas saudades.

Sou do tempo em que o Mater Dolorum era um casarão de madeira e diziam que no sótão tinha assombração de uma freira que havia morrido antigamente. Uma não, duas. E do tempo em que nas calçadas da Quinze havia argolas de ferro presas ao meio-fio para amarrar os cavalos. E que, na Rádio Sulina o jovem Celso Farina fazia sucesso como locutor. E que a Maria Fumaça passava pelo menos umas quatro  vezes ao dia pela estrada de ferro, buzinhando e trazendo aqueles vagões cheios de gente faceira. E outras tantas com os vagões de carga trazendo areia de Porto União, ou belíssimos automóveis importados que vinham de São Paulo e iam para Caxias do Sul e Porto Alegre.

Sou antigo, sim, e minha antiguidade me permite dizer coisas que meu coração registrou e que minha mente reproduz, com muita saudade... Sou antigo, sim, mas não tão antigo quanto a Vera Fischer.

Águas salgadas de Marte



Diz a N.A.S.A
Que em Marte tem
Água salgada!

Não sei se ali vão erigir hotéis
Nem se construirão bordéis
Se asfaltarão as estradas!

Não sei se alojarão profetas
Nem sei se será destino de poetas
Se haverá noites e madrugadas!

Dizem que a água aparece na primavera
Corre nas encostas no verão
E, no outono, vai desaparecendo

Eu não tenho tempo pra ficar na espera
Não posso esperar um tempão
Pois que irei envelhecendo...

Enquanto isso, escrevo poemas arretados
Enquanto correm as águas de setembro
Enquanto me inspiro e relembro.
E os ventos arrancam telhados
Das eiras e das beiras
Como na última quinta-feira!

Euclides Riquetti
28-09-2015

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

No mar...


Eu quero te dar este poema
Que, mesmo com rimas pobres
Enseja sentimentos nobres
Por isso te faço  este poema...

No mar, o barqueiro rema
(Ou será o canoeiro?)
E eu articulo palavras e versos
Procuro ordenar pensamentos incertos
Enquanto o barqueiro rema...
(Ou será o canoeiro?...)

Fiz para ti um desenho na areia
De sóis, de estrelas, de musas
Foram apenas imagens confusas
Mas fiz para ti um desenho na areia...

E, no a(noite)cer, apenas o murmúrio do mar
Harmoniado no embalo da triste canção
Escura é  a paisagem na imensidão
Mas agora, no a(noite)cer, apenas o murmúrio do mar...

E lá, mais lá, como cá, sopra o vento...
Move as folhas verde-escuro tingidas de noite
A maré lança às pedras  o seu doce açoite...
E lá, como cá, sopra o vento!

E eu penso em ti...

Euclides Riquetti
Praia de Itapema- SC.

Aquela nossa canção


Sempre que ouço aquela canção, eu me transporto até você
É uma balada romântica,  com harmoniosa melodia
Que me leva a me lembrar, com nostalgia
Da canção de que gostamos, e que me faz viver...

Então,  quero saber como vai
Se ainda sente o mesmo que já sentiu um dia
Se ainda me espera com alegria
Se ainda me quer, etcetera e tal....

Sempre que eu ouço a nossa canção
A que me leva, no embalo do pensamento
A navegar por todo o firmamento
Eu me levo a buscar sua proteção.

Porque sou poeta e cantador:
Sou nada mais que um simples compositor
Que tem sonhos e muito amor no coração
Que não vive apenas de ilusão, e que apenas quer saber:
Como vai você?

Euclides Riquetti
27-09-2015

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Bem perto de você




É bom  estar bem perto de você
De seu perfume, de seu corpo, de seus braços
E, sem nenhum cansaço
Me perder, me aquecer, me envolver
É bom estar bem perto de você...

Voltei para bem perto de você
De sua vida, suas palavras, de seus beijos
Pra ter o seu carinho que eu desejo...
Eu quero mergulhar e me esquecer
Mas me lembrar somente de você...

Não quero ficar longe de você
De nenhum jeito, pois preciso muito, muito
Preciso  conversar, eu  tenho muito assunto
E nem sequer precisarei me convencer
Pois não quero ficar longe de você!

Euclides Riquetti

Uma Oração para Você


Quando o céu parecer mais azul, atrás dos montes,
E as tímidas árvores receberem os primeiros raios de sol,
E as flores fizerem a vida mais colorida,
E até mais azuis ficarem as águas das fontes...
Então estarei pensando em você, menina!

Quando quente o tempo estiver em dezembro,
E eu estiver um pouco mais velho do que agora,
E minhas noites ficarem tristes sem seu calor,
Mesmo que eu não saiba onde você esteja vivendo,
Eu estarei pensando em você, querida!

Mas o tempo não para e chegará o outono!
As folhas,  já pálidas como eu, cairão sobre a terra,
Virá o vento e nuvens escuras cobrirão o céu,
A chuva fria molhará o meu rosto sofrido...
Mas estarei pensando em você, meu bem!

E quando o inverno chegar novamente,
E eu andar pelas ruas ao encontro do nada,
E como hoje o vento soprar fortemente,
Pensarei em você sem rancor, com saudes...
Pois quem errou fui eu, meu amor!


Euclides Riquetti
Composto em julho de 1973
e publicado no livros "Pismas - volume IV, da Coleção
Vale do Iguaçu", em União da Vitória - PR - em 1976,
(com ilustração).

domingo, 6 de novembro de 2016

Bom dia, com sorriso!




De um bom sorriso
É tudo de  que eu preciso
Para começar a semana bem
Com amor e alegria também.

Então, Bom Dia, gente!
A segunda promete ser quente
O sol vem bem cedo
Mas não fique com medo
Porque tudo vai dar certo
Se eu estiver por perto.

Conte com meu apoio:
Sou trigo, não sou joio
E, quero, em mais este dia
Trazer-lhe desmedida alegria.

Aceite meu carinho
E, com todo o seu jeitinho
Conte com  minha amizade
Meu afeto e lealdade.
Lute, vá em frente
Mas faça tudo alegremente!

E tenha um Bom Dia!

Euclides Riquetti
06-11-2016







De girassóis, canelas e cinamomos


Eu amo as plantas de meu verde vale
Os girassóis, canelas e cinamomos
O alaranjado aroma das pitangas
O vento calmo em seu lufar.
Eu amo as águas de meus rios e de minhas sangas
Qua vagam entre as pedras rumo ao mar...

Nos galhos enramados  os pássaros cantam
E borboletas misturam-se às flores coloridas
As crianças sorriem seus sorrisos brandos
E as mães as abraçam  ternamente.
E elas,  com seus rostos inocentes,  como  anjos
Entregam-se aos afagos docemente.

Aqui  há uma  natureza imensa que nos olha e chama
E nos oferece a vida plena e natural
E,  mesmo que tu chores e  reclames
Dá-te  um mundo de beleza sem igual...
Acredito que é o normal da condição humana
O bem vencer a luta contra o mal.

Euclides Riquetti

A Bicicleta, o Hidramático e o Diulino






Neste sábado, à noite, recebi a ligação de um amigo que há muito eu não via ou ouvia, o Diulino Pelizzaro. Então, como diziam meus alunos "me toca" de reprisar, aqui, a história que escrevi sobre ele e os familiares, há uns três nos. Foi uma conversa muito prazerosa. Obrigado por  me ligar, amigão!



          O Diulino foi meu colega de escola  no ensino primário, lá na antiga Rio Capinzal. Sempre tinha uma história boa para me contar. Em algumas ele exagerava, mas, quem  não exagera? Pois então eu vou contar uma dele. Propus-lhe amizade virtual e ele aceitou. Mandou-me uns recados e, não foi no primeiro contato que ele percebeu quem eu era. Ele me conhecia pelo apelido e não pelo nome.  Depois  ele me identificou e respondeu minhas mensagens in box.

          O Diula sempre foi uma figuraça. Era doente por carros. Acabou virando comerciante de caminhonetes e se deu bem. Tinha daquelas que só "doutores" conseguem comprar. Mas, antes disso, lá por 1960 e bem poucos, tinha uma bicicleta. E, quando faltava freio, botava a sola do sapato no pneumático para segurar. Tinha uma mania que era só dele: pedalar morro abaixo e frear perto da esquina.Um dia, saiu do Mater Dolorum, passou pela Casa Canônica, até aí sem pedalar. Mas na Rua ao lado de um engarrafamento de bebidas, onde hoje é a Prefeitura de Capinzal, deu uma pedaladas. Para seu azar, quando ia chegando na esquina, ao frear, não sei se quebrou ou caiu a corrente  da sua Monark e ele atravessou a Rua Carmelo Zóccoli (naquele tempo eram raros os carros nas ruas), bateu no meio-fio e,  com isso,  foi alavancado para a altura de uns 2 metros,  indo bater com a cabeça na parede de madeira da casa amarela que fora construída pelo Carmelo Zoccoli.

          A batida foi tão forte que derrubou um armário que estava num dos aposentos, dentro da casa. Imagine o estrago, não na casa. Nele!

          Quando soube da notícia, no outro dia, fui correndo visitá-lo no Hospital Nossa Senhora das Dores, naquela ala em que se vê a matriz São Paulo Apóstolo pela janela. . Estava lá com a cara preta e vermelha. Quem não o tivesse conhecido antes, não conseguiria imaginar como seria seu rosto. E os amigos iam visitá-lo e o faziam rir, pois todos já conheciam a história de sua aventura maluca. O boca-em-boca levava a informação rapidamente.  Mas ele não podia rir, pois quando era incitado a isso, doiam-lhe todos os músculos das faces. Se ele risse, día muito. Êta azar!... Nós lhe dizíamos que ele teve sorte porque era um "cabeça-dura". Se fosse  um "cabeça-mole" teria se danado.  Gostávamos muito dele. Logo ele voltou à vida normal, graças a Deus ( e ao bom tratamento que recebeu). Deu um susto no Seu Antônio Pelizzaro,  na mãe, nas manas  Angelina e Silvalina. O seu Antônio tinha um cabelão bem arrumado, tipo Elvis Presley, castanho-escuro. Agora está branquinho...

          Mas a obstinação  por veículos estava apenas começando. Uns tempos depois, quando já tinha idade, comprou um belo carro vermelho e branco. Um daqueles carrões importados. Claro que o dele era bem usadão. E nos falou: "É um hidramático". Nós nem tínhamos ideia do que isso fosse. Então, começaram as piadinhas porque ele deu um dinheiro e  mais umas coisas no negócio.  E os outros diziam: "O Diulino  comprou um hidramático. Deu um cavalo, uma bicicleta, uns boizinhos do pai dele, uma espingarda, um revólver  e umas galinhas na troca, um perfeito escambo. Era só gozação nossa, mas bem que ele empurrou um monte de coisas no negócio.

          O problema do carro dele é que esse tipo de carro não podia pegar no tranco quando a bateria não tivesse carga, porque não tinha embreagem. Nós achávamos aquilo tudo muito estranho. E a bateria era muito tranqueira e descarregava. E ele tinha gastado todo o dinheiro no negócio e não tinha como comprar uma bateria nova. Então, quando ia a algum lugar e na hora de ir embora o carro não pegava, ele o deixava onde estivesse. Retirava a bateria, colocava dentro de um saco de ráfia, punha sobre o ombro, ia a um eletricista e  mandava recarregar. Era um baita sacrifício. Mas ele não desistia. Muito antes da propaganda existir, já poderíamos dizer: "O Diulino é brasileiro. E brasileiro não desiste nunca!"

          Num e-mail falei-lhe de seu "hidramático"  e ele respondeu-me: "Agora até os tratores agrícolas são automáticos". O automático, hoje, equivale ao tal de hidramático de nossa época.

          Encontrei-o algumas vezes nos últimos 20 anos. Sempre com belos carrões. Fico contente que ele não aparece mais por aí de bicicleta. Vai que caia, de novo, a corrente dela quando estiver descendo um dos nossos morros...


Euclides Riquetti
03-05-2013

Rezo por ti, penso em ti...





Quando a cantoria do  passaredo  te acordar, na madrugada
E a sinfonia que orquestram encher teu coração de alegria
E os primeiros lances de luz invadirem as janelas de tua casa
Anunciando a chegada de mais um belo e novo dia
Quando sentires uma brisa suave adentrar a tua morada
Estarei pensando em ti, por quem nutro uma doce nostalgia!

Penso em ti nas horas do dia e durante a noite que não passa
No tempo de contar os raios de sol e das estrelas que cintilam
Enquanto meu  coração sonha, se enternece e se compassa
E meus versos ganham palavras que se renovam e se sublimam.
Penso nos movimentos de seu corpo, que com elegância e graça
Despertam meus instintos, que se exaltam e se animam.

Rezo por ti nas tardes ensolaradas e nas noites chuvosas
Rezo por ti nas manhãs encantadas da primavera colorida
Rezo por ti nos segundos, e nos minutos de nossas horas
Rezo por ti, peço por ti, em todos os dias de minha vida
Rezo por ti, para que te livres  das águas tormentosas
Rezo por ti, penso em ti, quero tua alma salva e protegida...

Por isso rezo por ti, penso em ti
Quero o melhor para ti
E também para mim!

Euclides Riquetti