sábado, 20 de fevereiro de 2021

Triste...

 






Triste...
Porque a tristeza é melancólica
Real, não metafórica!

Triste..
Porque a tristeza existe!

Triste...
Porque mesmo a manhã ensolarada
Não foi suficiente
Para, na tarde acanhada
Ficar bem contente!

Triste...
Porque há um algo inexplicável
Que me detona, implacável
E me deixa triste
Porque você resiste...

Euclides Riquetti

Pequena sombra nubla os gramados

 





Pequena sombra nubla os gramados

Quando o sol se põe bem na vertical

No largo do bosque verde e colossal

De um cenário sutilmente desenhado


Nuvens de algodão no céu flutuantes

Sol dourando a pele frágil levemente

Pássaros coloridos voando contentes

Com as penas tinturadas por corantes.


E a gazela vai, ágil, veloz, encantadora

Corre, elegantemente, pelas cercanias

Exalando perfume de mulher sedutora.


Então, ao lufar do vento fresco matinal

Volta a meus braços com toda a alegria

Vem me beijar com seu aroma natural.


Euclides Riquetti

20-02-2021









A canção que vem de tua alma

  



A canção sutil que vem de tua alma
Me traz em seus versos toda a poesia
Vem  flutuando sobre a nuvem alva
Vem pra apagar a minha nostalgia. 

Quando minha alma se abre para a tua
Como um sacrário para o pão e o vinho
Espera-te grácil, bela, totalmente nua
Espera que venhas te abrigar no ninho.

É formidável a canção que tu cantas
Que se embala nos acordes sonantes
Como a música que tu sempre danças.

É santificada a luz que tu irradias
A luz de teus olhos meigos  e brilhantes
Que se mistura às belas melodias...

Euclides Riquetti

Feliz...

 


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Feliz...
Por ter amado e sido amado
Por querer e ter quem queira
Por sonhar o sonho desejado
Porque a felicidade é bem maneira!

Feliz...
Por ser rodeado de gente
Que me compreende!

Feliz...
Porque a felicidade se conquista
Com a atitude certa
Na rua turbulenta
Na manhã cinzenta
Ou na praia deserta!

Feliz...
Por ter tido você!

Euclides Riquetti

Nuvem cinzenta

 



Não quero ser uma nuvem cinzenta
A confundir teu pensamento
Quero apenas diluir-me no firmamento
Vagar na atmosfera turbulenta.

Não quero ser apenas um relâmpago
A rabiscar a infinita escuridão
Apenas ser a relva a cobrir  o chão
Aparando a chuva que vem em cântaros.

E, mesmo no pisoteio dos passantes
Restar amassada para ressurgir
E, feita uma fênix emergir
Liberta do peso dos pisantes.

E, sorvendo a energia do sol que haverá de vir
Dizer-te: Vem e pisa em meu coração
Só não mates minha grande paixão
O grande amor que guardo dentro em mim...

Por ti, pra ti, para ti!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O voo da garça

 




A garça voa o voo leve da alma
Voa a garça
Voa como a branca pluma, com graça
Voa a garça.

E, no voo breve, voa lenta, calma
Voa com toda a graça a garça.

Voa o infinito, voa por instinto
Voa sobre o monte a garça...
E pousa na torre da igreja
Ou na árvore da praça
Voa e pousa a garça.

E seu voo atrai o disperso
O menino, o esperto
O velhinho, o passante
E voa de novo a garça.

Vai, seguindo os trilhos dos raios de sol
Cortando o azul, a garça.

E pousa suavemente sobre a nuvem
Uma nuvem feita branco lençol...
E descansa outra vez a garça!



          (A garça povoa os meus sonhos,
orienta minha vida.
          A garça é meu ser, é você, sou eu...
A garça é meu norte seguro, é minha inspiração...
          É minha emoção transmitida no papel...
Euclides Riquetti)

"Na tua janela..."

 




Tento jogar flores amarelas

Na tua janela
Que se esconde de mim
E que se oculta na rua, na estrada sem fim...

O aroma do perfume amargo da arruda
Embalsama as sempre-vivas
Formosas, elegantes, desnudas
Nas doces  manhãs coloridas...

A sinfonia da noite tinge os galhos das plantas
Que sombreiam o jardim onde tu cantas
E a lembrança de teu olhar envolvente
Vem-me com o vento que sopra,  levemente...

E eu mergulho nos pensamentos que me embalam
E me embriagam
No doce frescor das últimas noites de outono
Em que me falta o sono...

E eu me entrego a conceber-te os versos certos
Diversos
Enquanto escrevo sobre as flores amarelas
Que sonhei deixar
Na noite de luar
Na tua janela...

Euclides Riquetti

Beatriz, 10 meses de encantamento

 


(Beatriz surfando...)


Beatriz, são 10 meses de encantamento

Nossa indiazinha esperta, muito feliz

Uma criança que venceu o sofrimento

Nossa bela menininha, Princesa Beatriz!


Ágil, inquieta, criança meiga e saltitante

Vai nossa pequenina, vai engatinhando

Olha pra todos com seu olhar cativante

As pequenas mãos o irmão acarinhando!


De manhã bem cedinho já quer atenção

Pular do berço cercado para a liberdade

Buscar seu lugar no tapete sobre o chão.


Dez meses para nossa pequena menina

A preocupação dando lugar à felicidade

Segue a mãe que a abençoa e a ilumina!


Vô Euclides Riquetti

19-02-2021


(No dia do aniversário de Beatriz

dos Passos Riquetti , filha do Fabrício

 e da Luana, irmã do Ângelo) 

São José dos Pinhais - Paraná






Se te amar amei, amava

 


Se te amar amei, te amava
Também te querer eu te queria
Enquanto verbos eu te conjugava
Tu apenas rias...

Embalar teus sonhos eu embalava
Enquanto tu dormias
E tu não me ouvias, nem escutavas
Porque não me querias...

E eu compunha poemas
Que tu não lias
E eu cuidava de teus dilemas
Mas tu não sentias...

E meus propósitos se findavam
Porque tu não sabias
Que tu rias e eu chorava
Desde aquele dia...

Mas amar-te, eu te amei deveras
Nas noites escuras e nos dias
Chorei invernos, verões e primaveras
Chorei versos, chorei melodias!

Euclides Riquetti

Cheiro de chuva e mato

 





Sinto, em você, o cheiro de chuva e mato
Os odores da paixão que se traduzem
Os sabores da ilusão que se misturam
Com meu cheiro, seu cheiro e o do mato!

Sinto, em você, o frescor da tarde chuvosa
A cor da flor, da semente que foi guardada
E que se tornou planta da mesma germinada
O odor da flor perfeita, do cravo,  da rosa! 

Sinto, em você, o cheiro doce da saudade
Das horas, dos dias e meses que passaram
Ainda  o cheiro das estrelas que apagaram
Que se reacenderam em sua real majestade!

Sinto, em você, o cheiro puro e indizível
E me delicio, em você, tão perdidamente
E me envolvo, com você, alegremente
No cheiro de chuva, de mato, indescritível!

Euclides Riquetti

Preserve seus amigos verdadeiros

 






Preserve seus amigos verdadeiros
Aqueles que lhe querem sempre bem
Os que se mostram leais companheiros
Cuide bem deles se você os tem.

Não pretenda ser o centro do universo
Não pense que só você tem problemas
Pois estes podem bem ser reversos
Tão fácil como escrever um poema.

Busque valorizar quem reza por você
Lute contra o desânimo e o marasmo
Boa amizade a gente tem que perceber

Procure  lutar para ter êxito na vida
Esforce-se, lute, com muito entusiasmo
Agradeça a Deus por ter casa e comida!

Euclides Riquetti

Quando, de novo, o sol brilhar







Quando, de novo, o belo sol nos voltar a brilhar
E pudermos ouvir o coro dos canários e pardais
Quando o doce canto das gaivotas nos acordar
Como nas manhãs de que não esquecerei jamais
E Deus, com suas Divinas Mãos nos abençoar
Entenderei que o pouco é melhor que nada mais!

Talvez nosso desejo de possuir nos torne exigentes
Desperte em nós a vontade do mais ter e do querer
Renunciar a bens preciosos nos deixa descontentes
Quando nos acostumamos a ganhar é difícil perder
E não haverá nada que nos possa deixar contentes
Se não abrirmos mãos de nossa vontade de vencer!

E, quando chegamos ao ponto de sentir pena e dor
De nos martirizarmos por causa de vãs desilusões
É porque dentro de nós ainda existe muito amor.
Mas, quando aprendermos a dominar as emoções
E buscarmos um mundo de beleza e de muita cor
Poderemos brindar à alegria e paz nos corações!

Euclides Riquetti



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

E o sol brilhou, de novo!

 




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O sol brilhou, de novo,  neste inverno
Brilhou em meio a esta fria estação
Brilhou porque eu rezei com devoção
Pedindo sua Proteção ao Pai Eterno.

O sol brilhou com os raios dourados
Aqueles que morenaram o seu corpo
Enquanto eu navegava triste a absorto
Buscando ter meus sonhos ancorados.

O sol cobriu de luz seu corpo bonito
Deixando-o ainda mais belo e sedutor
Pondo em seu rosto um brilho infinito.

O sol me levou de volta a seus braços
Para sentir o seu perfume e seu calor
Perder-me em seus beijos e seus laços!

Euclides Riquetti

Zina e Breca - Cachuca e Cride - uma história real em Porto União





          Dois de junho de 1973 - sábado. Dia de Festa Junina em Porto União, no Colégio Cid Gonzaga. Toda a juventude das cidades gêmeas do Iguaçu estava ansiosa para que esse dia chegasse. É que acontecia uma festa muito badalada por lá. Além dos folguedos, dança na sala do auditório. Talvez que essa fosse a parte mais esperada da festa...


          O Professor Welcedino Cândido da Silva, um "serra-abaixo" catarinense gostava de ter tudo bem organizado. A festa era muito esperada. Quadrilhas de danças, quentão, pipoca, pinhão, doce de abóbora, amendoim, pé-de-moleque... Foguetes espocando no ar. As rádios Colmeia, Difusora e União com seus locutores falando do evento. Os jornais "O Comércio", "Caiçara" e "Traço de União" dando força. E nós, jovens, na expectativa.


          Mandei uma carta para minha irmã Iradi convidando-a. Veio com a prima Salete (Baretta). Foram hospedar-se na casa da prima Gena (Casara) que estava estudando por lá. Chegaram na sexta à tarde. Tudo preparado para irmos à Festa no sábado. Imperdível!


          Mas um imprevisto quase que atrapalha nossos planos. Nosso colega da República Esquadrão da Vida, o Celso Lazarini, o Breca, nascido no hoje Lacerdópolis (quando ainda petencia a Capinzal) e que  morou na casa do Serafim Andrioni, no Ouro, e em 1968 trabalhava nas Casas Eduardo, em Capinzal, estava machucado.  Era o melhor goleiro de futsal em União da Vitória, fora profissional no futebol de campo, goleiro no Iguaçu. Pois na  sexta levou  um chute no nariz, na Quadra do Túlio de França.  O Dorinho  ia fazer o gol, o Breca foi brecar e o pé do artilheiro feriu o nariz de nosso colega. Emergência, cirurgia. Ficamos todos muito preocupados. Víamos o sofrimento do amigo e tínhamos nossa programação de lazer. Não queríamos perder a festa,  nem deixar o amigo sozinho em casa naquele sábado. Precisava de cuidados. Ele dizia que podíamos ir, que ele mesmo se cuidava. Gentil como sempre. É assim até hoje.


          Pertinho de casa havia um salão de estética, o "Silhueta". A Zina, a Célia comandavam. A Ivone, cunhada da irmã da Zina, estava sob seus cuidados. Eram minhas amigas. A Zina estava chorosa, de mal com a vida, deprimindo-se. Pedi-lhe um favor. Perguntei-lhe se poderia cuidar do Breca naquela noite para que pudesse participar da festa junina no Cid. Disse-lhe que ele estava machucado e precisava de cuidados. Pensei que um podia cuidar do outro. Aceitou que eu o deixasse em sua casa. Cuidaria dele. E assim o fez.


          Fomos com os colegas, o Osvaldo e os dois  Odacir, o Giaretta e o Contini, mais  minha irmã  e a prima para a festa. Eu de braços dados com minha irmã. O Boles não foi, tinha que ficar no ponto de táxi com seu Corcel 4 portas. Era um horário bom pra ganhar uma graninha.

Na chegada, percebi que havia uma bela garota com quem eu tinha dançado no "Clube 25"  duas semanas antes. Ela deve ter-se decepcionado comigo, pois eu estava de braços dados com uma de quase minha altura. Não sabia ela que era minha irmã que estava comigo.  Adiante, contou-me que pensou que era minha namorada...


         Na dança, muita animaçao na sala do auditório. Um colega meu era Cabo do Exército Brasileiro, do 5º BE, de Porto União, Odacir Contini. Educado, respeitava as regras dos militares. Quando íamos ao cinema, com os Cabos Frarom, Backes, Godói, Figueira ou Maciel, tínhamos que sentar atrás de qualquer oficial superior deles. Então, no Cine Ópera, entrávamos olhando para as cadeiras e precisávamos  ir ao fundo do cinema ver os filmes e respeitar essa regra hierárquica. Nenhum subalterno podia sentar à frente de um superior.  Pois bem, o Contini falou-me: "Vou tirar aquela morena que está com a Dora pra dançar. E, educadamente, deu a volta por detrás dos  presentes, pois havia um sargento no local.


          Quando vi que era a garota que eu conhecera poucas  semanas antes, cortei caminho pelo meio do salão. Eu não era militar, não  tinha superior, podia ir por onde bem entendesse. E, quando ele lá chegou, eu já estava com ela. E dançamos. Dançamos, dançamos  muito, rimos, contei-lhe piadas.


           Hoje, 40 anos depois, continuamos a dançar, juntos. Temos três  filhos e uma neta...


           E o Breca e a Zina?    Bem, ela está cuidando dele há  40 anos também. Têm uma filha, a Marcela, que voltou recentemente para Porto União depois de estudar na Austrália.  O Breca  vende carros em sua loja numa bela esquina da ida para o Estádio do Ferroviário. A Zina tem seu salão ali perto do Clube Concórdia. Continua igual há  40 anos. A mesma disposição, a mesma silhueta, a mesma amabilidade e a mesma simpatia. Visitei-os na época do carnaval de 2013.  Rimos muito, contei para duas amigas dela essa história. Disseram-me que eu deveria escrever sobre isso. Então aqui está.


           Duas histórias que começaram no mesmo dia. E, mesmo com as dificuldades do dia-a-dia, com todas as barras enfrentadas, formamos nossas duas famílias. A Zina e o Breca, a Cachucha e o Cride.



Euclides Riquetti

Primeiras Lembranças do Mater Dolorum (reedição -atualização)

 


Capinzal - década de 1950 - Observe-se o casarão atrás da Igreja de São Paulo Apóstolo, na parte frontal: era nosso Mater Dolorum.

          O Mater Dolorum completou 65 anos (em 2014, agora está com 71). Chegou antes de mim. E, quando me dei por gente, estava ali, no alto do mesmo morro, impondo-se, sutilmente, sobre Capinzal. Um casarão de madeira com dois pavimentos, um sótão e um "porão". Um edifício muito estiloso, de elevado padrão de arquitetura para a época.

          Em 1961,  adentrei pela primeira vez pelas portas do Mater. Conhecia muitas histórias sobre ele. Meu irmão mais velho e meus primos me contavam sobre isso. Era um educandário particular, de posse e administração das Irmãs Servas de Maria Reparadoras. Justamente naquele ano, iniciara convênio com o Governo Federal, e eu pude entrar ali como aluno, com 8 anos feitos já. Viera de "Linha Leãozinho", que na época ainda pertencia a Capinzal. E, tão logo aprendi a ler, identifiquei uma placa enorme, em que se podia ver: "Plano de Metas do Governo''. Era o plano do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, que tinha como slogan "50 anos em cinco", ou seja, estava dando uma sacudida no País para que deixasse de "dormir em berço esplêndido". Atacava na indústria e na educação. Começavam a fabricar carros e nós a frequentar boas escolas, gratuitamente.

          Minha primeira professora foi Judite Marcon, uma interna do Convento das Irmãs, que havia em anexo. Ela foi embora para continuar seus estudos e veio, em seu lugar, Noemia Zuanazzi. Adiante, passei pelas mãos generosas de Marisa Calza,  Marlene Matos, Tarsila Boff, Marli Sartori,  Marilene Lando e outras. Pelo menos estas foram as mais presentes, pois as outras atuavam temporariamente. Havia a Almeri Pasin, que lecionava para outra turma, onde estudava um primo.

          Algumas lembranças tenho bem claras na memória: Ao lado do casarão de madeiras, edificava-se o prédio do  Mater Dolorum  em seu corpo principal. Lembro-me bem que um dos mestres da obra era o Sr. Valdomiro Viganó.  Adiante, o casarão deu lugar ao auditório, que na nossa memória ficou registrado como "palco". Daquele velho casarão, os medos que vinham com os rumores: No sótão, numa sala bem aos fundos, haveria o fantasma de algumas freiras já falecidas. As histórias que nos contavam eram horripilantes. E nós nos pelávamos de medo das assombrações. Acho que queriam assustar-nos para que não fôssemos meter o nariz onde não devíamos. E nós éramos tão xeretas quanto são os adolescentes de hoje, talvez piores que eles.

          Uma grande expectativa na cidade foi com a chegada do Caminhão "Caçamba" das Irmãs para ser utilizado na remoção de terras das escavações, que foram muitas e geraram grande volume de material a ser retirado para a construção do prédio novo e os pátios, inclusive o a quadra, que exigiu muito trabalho. Trator e carregadeira de esteiras da Prefeitura, que davam apoio. E o caminhão com carroceria basculante, amarelo, Ford F 600 novinho e brilhoso, enfim chegou. Eu nem era aluno ainda quando isso aconteceu. Dizia meu irmão Ironi, que ali estudava, que seria dirigido pela Irmã Terezinha. Mas, na verdade, o motorista acabou sendo o Sr. Loid Viecelli. Este, além de motorista do caminhão, muitas vezes animava as festas juninas com sua gaita para que dançassem a quadrilha.

         Irmã Fermina, Irmã Marinella, Madre Prisciliana são algumas das freiras que muito marcaram a minha vida e a história dali. A primeira, moreninha , franzina, delicada. Marinella, alta, jeito de italiana, dócil. Prisciliana era chamada somente de "Madre", uma mulher magra, de média estatura. e a Irmã Terezinha tinha fama de "braba".  Era bonitona, pele do rosto bonita, usava óculos clássicos. Bem, nunca ninguém viu nenhuma que não estivesse envolta em seu hábito preto e branco, que deixava mostrar apenas o rosto e as mãos. Sapatos pretos com meias. Ninguém nunca lhes viu os pés. Ficávamos imaginando como podiam passar calor nos dias de verão. Mas, não muito tempo depois, mudaram as convenções da Igreja católica e padres e freiras passaram a vestir-se como os cidadãos comuns. Aliás,  a população ficou dividida em relação a isso, pois uns achavam que estavam certos e outros de que deveriam manter-se com as vestimentas características, para facilmente serem identificados e não serem confundidos.


Aos fundos da Igreja Matriz, o majestoso Mater Dolorum - Capinzal - SC
          Muitas histórias boas de meus quatro anos de estudos no Mater Dolorum ainda estão em minha cabeça. E também de minha atuação como professor de Inglês nos seus últimos anos de funcionamento enquanto escola particular, da Congregação Servas de Maria Reparadoras. O educandário legou-me uma educação de alto nível. Aprendi muito do primeiro ao quarto ano, entre 1961 e 1964.  E, sobretudo, aprendi muito em termos de educação e formação pessoal. Mais do que aprender a ler, escrever e calcular, aprendi a ser gente ali! E isso me orgulha muito!

Parabéns, Mater Dolorum, palco de grandes acontecimentos, memórias, eventos, lembranças!

Euclides Riquetti
31-08-2014

Onde está a perfeição?




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Estaria a perfeição na forma da obra do escultor
Ou na premonição dramática do velho profeta?
Estaria ela na arte sacra ou no desenho do pintor
Ou no soneto alexandrino de um pobre poeta?

Estaria a perfeição na grácil destreza da ginasta
Ou nos movimentos harmoniosos da bailarina?
Estaria ela no cometa que vem e logo se afasta
Ou no luar prateado que os namorados ilumina?

Estaria a perfeição nas águas límpidas da fonte
Os nos raios de sol que douram a sua pele macia?
Estaria ela na neve que decora os topos do montes
Ou na nuvem branca que nos encanta e contagia?

Direi apenas que ela está na mulher idealizada
E no rosto ingênuo da criança que eu vejo em ti
Está na musa sedutora, no rosto da bela amada
Está naquela por quem meu coração sorri!

Euclides Riquetti

A muito sentida perda de Roselaine Menegotto

 

      





       Capinzal perdeu, na terça, 16, a jovem senhora Roselaine Maria Menegotto, empresária fundadora  do Laboratório Santa Fé, mãe do Luiz Antônio, o Lizi, e de Fernanda Maria Ribeiro Belotto. Deixa também uma netinha, Maria Luíza. Roselaine sempre foi uma mulher muito determinada, empreendedora, com elevado conceito perante o universo empresarial e social na cidade onde nasceu e onde se realizou profissionalmente, como Bioquímica. Mas, sobretudo, nós a vemos como uma pessoa cordial, afável, amiga confiável e muito digna mãe de família. Deixa-nos um legado de muita seriedade e uma coleção de amigos que angariou em toda a sua vida. Fez a preparação para o vestibular no Positivo, em Curitiba, e Graduou-se pela UFSC, em Florianópolis. 



Com os filhos Fernanda e Luiz Antônio

       Nossa amizade começou de uma relação comercial. Eu era prefeito em Ouro e ela proprietária do Laboratório Santa Fé, localizado em Capinzal. Fornecia-nos serviços de exames clínico-laboratoriais, com resultados altamente confiáveis. Pela relação de amizade dela com minhas primas, suas vizinhas, a gente foi se aproximando. Foi minha leitora, sei que acompanhava minhas publicações no meu blog. Em fins de dezembro de 1992 esteve em minha casa, ali em Ouro. Veio para combinarmos uma maneira de a Prefeitura deixar tudo zerado nas pendências junto a sua empresa. Sempre tivemos bom entendimento. Conversamos muito, eu, ela e a Miriam. Depois, quando fui secretário da Saúde, em Ouro, entre 1997 e 2000, uma aproximação ainda maior. Foram mais de 30 anos dela prestando serviços a Ouro, Capinzal e municípios vizinhos.

      Nos últimos tempos, acometida de grave enfermidade, foi submetida a tratamentos rigorosos e passou a administrar seu laboratório desde sua casa. A filha Fernanda, Bioquímica, passou a controlar os serviços do Laboratório Santa Fé. 

       Em 1970 eu lavava carros no Posto Dambrós, em Ouro. Ela e o irmão, Guilherme, eram alunos do Colégio Mater Dolorum, onde também estudei na infância. Fizeram parte de uma geração muito forte, inteligente, bonita e dinâmica de nossa cidade. Quando jovens, saíram para centros maiores para estudar e depois retornaram, ficaram perto dos pais Jandiro e Maria (Cristófoli) Menegotto. Seus pais ainda vivem e foi um choque muito grande para eles, bem como para a Fernanda e o Lizi, a perda da Roselaine, conhecida na cidade com "Naine". Ambos os filhos foram colegas e amigos de nosso filho Fabrício. 







Com a filha e a neta

       O seu Jandiro vinha ao Posto da família Dambrós, ali no Ouro, com seu fusquinha novo, acho que modelo 1969, cor bordô, um dos carros mais bonitos da cidade. Eu realizava a limpeza interna, lavava, deixava tudo novinho. Aliás, era tão cuidadoso com o carro, que nem sujo estava. Pessoa muito simpática e simplória, conversava com os funcionários, nos dava até uma gorjeta  antes de ir embora, para comprarmos uns picolés. Dava-nos bons conselhos, para que estudássemos, para que trabalhássemos honestamente. 

       A perda da Roselaine foi muitíssimo sentida em nossas duas cidades. Falei com meus familiares de lá, era muito amiga do Hiroito (Piro), minha cunhada Marize e a sobrinha Naiana. A última vez que a vi foi aqui na Havan, em Joaçaba, há uns dois anos. Estavam ela, a Fernanda e a netinha Maria Luíza. Conversamos animadamente, estava sempre otimista e muito contente com os rumos profissionais e pessoais dos filhos e já era uma vovó muito coruja. 

       Resta-nos manifestar nosso mais profundo pesar aos familiares, desejando que Deus abençoe as famílias Menegotto, Ribeiro, Cristófoli e Belotto, pela perde de pessoa cujos gestos e realizações ficarão marcados na memória de todos os capinzalenses e ourenses. 

Um fraterno abraço em todos. 

Euclides Riquetti e Família

18-02-2021

Nós vamos ficar bem...

 





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Nós poderemos voltar  ficar bem
Se buscarmos pequenas soluções
Poderemos  resolver tudo e ir além
Se controlarmos nossas emoções.

As vidas das pessoas são sujeitas
A percalços que as atormentam
A muitos conflitos e turbulências
Às  situações que as alimentam.

Calma, muita calma é preciso
Mesmo que isso pareça impossível
Mas poderá voltar-nos o sorriso
Se acontecer-nos algo imprevisível.

Diálogo, coração muito aberto
Franqueza e muita determinação
A solução pode estar muito perto
Desde que abrandemos o coração!

Apenas isso!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Na noite fria e escura

 



Na noite fria e escura me agasalhei em você
Dividimos afagos e compartilhamos carinhos
Mandei embora meus medos, você sabe por quê
Nós buscamos nos sonhos reencontrar um caminho.

Na noite fria e escura eu rezei com você
Pedimos a Deus por nós dois, pela sua proteção
Rejeitamos viver o que nos faça sofrer
Juramos amor, muito amor, amor e paixão...

A noite fria e escura eu só queria que acabasse
Que as horas corressem bem rapidamente
E que um  dia  de sol de imediato voltasse

A noite é dos anjos, dos seus clarins e seus cânticos
É amiga dos namorados,  de quem se ama fielmente
É a hora do poeta compor os seus versos românticos.

Euclides  Riquetti


Rindo da própria sorte - replay

 




          Na quarta-feira à tarde, em minha "aulinha"  no SESC de Joaçaba, uma de nossas professoras, a Priscila, abriu a mesma propondo-nos uma "dinâmica de grupo". Devo aqui dizer que muitas coisas que deixei de fazer na minha infância, tenho feito agora. Adoro sentir-me "criança" de novo. Por ocasião da Páscoa, pintamos ovos de galinhas, fizemos uma colagem de sementes num "ovão" que a professora Simone França havia desenhado. O ovão foi devidamente pendurado na porta da sala, fotografado pela Liliane e postado no facebook dela. Até gente "grande" gosta dessas coisas, né/ Ou vai dizer que você, leitor, leitora, não gostam disso também?...

          Bem, a dinâmica consistiu, primeiro, em tomar nosso café, que ninguém é de ferro. Depois, apareceram lá umas bolachas. Na aula anterior, o Waldemar trouxe um bolo de chocolate, que foi freneticamente devorado por todos, igualitariamente. Depois de nosso "Café com Risadas", a dinâmica:
Sentamos num círculo (na verdade nas cadeiras...) e cada um tinha que contar uma gafe por que passou. Minha cabeça, na gora, volveu seu pensamento para o passado e começaram a vir lembranças engraçadas. Como sou muito falador (será mesmo??...), solicitei ficar por último.

          A colega Zenaide relatou-nos que, numa dada vez, lecionando Filosofia, estava a imaginar um filósofo (seria daqueles que usam barba??...) e disse que este vivera há 25 Séculos. Uma aluna riu muito... outros se surpreenderam e, só depois, percebeu que, no entusiasmo da aula, nem sabe por que razão, dissera aquilo. O Waldemar contou sobre a noite que chegou em casa da missa com a chave do carro na mão e sem o mesmo, que deixara no estacionamento da Catedral. Voltou lá e o estacionamento já  estava fechado. tece que buscá-lo na manhã seguinte.   O Domingos pediu para "passar adiante", pois não lembrava de nenhuma gafe dele. Quando provoquei, perguntando se lá no INSS nunca lhe acontecera nada, ele se lembrou de uma e contou. Mas eu não entendi direito porque estava com meu pensamento distante. Vou pedir-lhe que me conte de novo. Priscila falou de uma vez que, ainda adolescente, tomou um ônibus num bairro para ir ao centro da cidade. Quando percebeu, distraída que fora, já estava lá em outro bairro. Era fim da linha.

          Ri muito coma história da colega Lurdes. Dizia-nos que, quando saiu lá do Rancho Grande e foi morar na cidade, andava pela rua  meio distraída e deu com a cara e os óculos num poste. Ficou indignada porque o poste estava no caminho dela. Contava e ria! A história dela me fez lembrar de algumas de minhas gafes também. A primeira ligada em poste, como a dela: Foi lá por 1968 que a Celesc começou a trocar a rede de iluminação de Capinzal e Ouro. Começaram pela Rua Dona Linda Santos, a do Belisário Penna e do Juçá Barbosa Callado, em que estudávamos à noite. Trocaram os postes de madeira quadrada por uns redondões, de eucalipto tratado, com luminárias a vapor de mercúrio, que para nós era invenção nova. Retiraram as velhas luminárias com  lâmpadas incandescentes de 150 watts. E as noites viraram dias.

          Pois depois a empreitada chegou à Rua XV, bem no centro de Capinzal. Abriam uns buracões para assentarem os postes. Uma tarde, bem ali na frente da Livraria Central, pertinho do Hotel do Túlio Manfredini, estava eu a olhar para a fila de postes já alinhada no sentido "altos da XV" quando caí dentro de um daqueles buracos. Eu tinha 15 anos e o buraco era meio metro mais fundo do que a minha altura. Uns pequenos esfolões, dei um jeito de sair do buraco, não sem antes olhar para os lados conferindo se alguém vira meu infortúnio. Tive sorte, ninguém viu.

          E, de tombo em buraco para tombo em escadas, foi pra já: Doze anos depois, em setembro de 1980, estava eu fazendo o "Censo 80" em todo o perímetro urbano de Ouro. Quando cheguei na casa do João Tessaro, na Rua Senador Pinheiro Machado, a Jaci, sua esposa,  me atendeu. Deu-me as informações, agradeci e saí de lá. Ao descer uma escava que me levaria à rua, levei um tombo escandaloso. Minha primeira reação foi olhar para os lados para ver se ninguém vira meu fiasco. Depois, catei os óculos, a pasta do IBGE, passei um pouco de saliva nos esfolões dos cotovelos e fui-me embora.

          Alguns anos depois, uma senhora muito discreta, que era vizinha deles, contou-me, num evento público, que vira o tombo que eu levara muitos anos antes...

          Lembrar do passado, ah como é bom! Até nossos atrapalhos nos fazem rir. E, poder dividi-los com os amigos e os leitores me deixa muito contente. Divirto-me só de lembrar! E você, vai querer me dizer que nunca cometeu gafes?

Euclides Riquetti
15-05-2014

Meus versos perdidos

 



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Perdi meus versos ao longo da estrada
Ficaram reversos em meio ao nada
Perdi meus versos na madrugada
Deletei-os, incertos: memória vaga!

Versos românticos, livres, ameaçados
Flechados por uma  sanha enraivecida
Restou-me um poema mutilado
Numa página pelo tempo envelhecida.

Reencontro meus versos em meio às águas
(Nelas me liberto de doridas  mágoas)
Ficaram no azul dos ladrilhos das piscinas...

Reencontro todos os versos perdidos
Os de aqui, os de ali, os lá escondidos
Impregnados nas tranças das morenas meninas.


Euclides Riquetti

Nunca deixe um amor morrer... (um amor de verdade!)

 



Nunca deixe um amor morrer
Nem tire da flor a sua candura
Procure sempre compreender
Laços de carinho e de ternura.

Nunca mate uma esperança
Nem feche as portas já abertas
Nunca troque a boa lembrança
Por estradas rudes e incertas.

Não abandone jamais a razão
E nem renuncie à realidade
Os problemas do seu coração
Precisam de afeto de verdade.

Haverá sempre um horizonte
Um céu azul, um sol brilhante
Alguém que sempre lhe aponte
Um caminho nunca distante.

A vida não precisará seguir
Uma lógica certa e definitiva
Quererei de você sempre ouvir
Palavras de amor e de vida!

Euclides Riquetti

Ângelo risca, Ângelo rabisca!

 

Dizer que é levado

Seria chover no molhado.

Melhor dizer que é inquieto

Que vive contente

Muito esperto

O menino da gente!


O Ângelo é assim:

Gosta de movimento

De ver aviões na janela

Que voam pelo firmamento.

Gosta de flor amarela

De nadar em água barrenta

De correr pelas calçadas

De comer carne assada!


Ah, menino Ângelo

Irmãozinho da Beatriz

Uma menina muito feliz.

Ele tem nome de anjo

Faz suas peraltices

As mais doces criancices

Para alegria do papai Fabrício

E da mamãe Luana. 


Beatriz engatinha pelo chão

Ângelo risca e rabisca

De sua janela

Uma bela de uma vista

Crianças lindas

Do meu coração!


Fabrício e Beatriz

Gente pequenina

Mas muito feliz!


Vovô Euclides 

17-02-2021






Bom dia, sol, bom dia, lua!

 


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Bom dia, sol, bom dia, lua!
Prazer em conviver com vocês
Prazer em louvar vocês
E abraçar crianças na rua!

Bom dia para ambos, bom dia!
Muito contente em saber
Que vocês, eternamente
Estarão ali no céu, firmemente
Para nos dar alegrias!

Bom dia, astros siderais!
Prazer em absorver a energia
Que me emanam com maestria
Para aliviar os meus ais!

Bom dia, senhores celestiais!
Mais um belo dia pra viver:
Cuidem bem das estrelas dali
Que eu cuidarei bem das daqui
E não as abandonarei jamais!

Euclides Riquetti

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Para repousar nos deixarão um ninho




Anciãos, todos seremos, sim, um dia

Porque nosso tempo, sutilmente passa

Pois, se fizer sol, ou se  noite se faça

Continuamos vivendo com ousadia.


Vamos ser uns velhinhos engraçados

Andar, ignorados, segurando bengala

Nossa casa será uma pequena senzala

E nossos modos serão controlados!


No mercado, aquela fila prioritária

No ônibus, nossos assentos marcados

Na praia, sob guarda-sol guardados

Relembrando a juventude imaginária.


Rápidos correm os ponteiros das horas

Lentos são os passos que nós damos

Distantes os  sonhos que já sonhamos

Criaram asas, voaram, foram embora!


Esperanças sempre haveremos de ter

Ouviremos as mais saudosas canções

Que fizeram balançar nossos corações

Que nos fizeram fortes para viver.


Assim vamos seguir nossos caminhos

E andando pelas curvas das estradas 

Boas amizades serão rememoradas

Para repousar nos deixarão um ninho!


Euclides Riquetti (Celito)

16-02-2021
















Como a luz de um farol (inspiradora musa...)

 


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Como a luz de um farol
Você brilha
No domingo de sol
Você brilha!

Também brilha na noite
Com sua roupa platinada
E, na madrugada
Brilha intensamente!

Como a luz de um farol
Você brilha
No domingo de sol
Você brilha!


Como um raio de luz
Você me seduz
E eu me encanto
Com seu sonho santo!

Como a luz de um farol
Você brilha
No domingo de sol
Você brilha!

E o seu brilho dourado
Que na noite é prateado
Torna você minha musa
Inspiradora musa!

Euclides Riquetti