sábado, 17 de setembro de 2016

É hora...







É hora
De ir embora
De deixar os sonhos
O mar medonho
E ir embora!

É hora do reencontro
Com a realidade.
E, com serenidade
Escrever um conto
Compor um poema novo.

Tiro papel do caderno
Caneta do estojo
Da alma tiro o fogo
E escrevo no inverno
Um poema que pretendo
Que se torne eterno!

Como eterno é o amor
Como eterna é a cor
De seus olhos...

Euclides Riquetti
17-09-2016





Morando em República - Um bom modo de viver




          Morar em repúblicas de estudantes, principalmente quando se tem regras de convívio bem definidas e, sobretudo, quando as pessoas se entendem, é muito auspicioso. Posso falar disso de cadeira, pois morei numa dessas em plena juventude, em União da Vitória.

          Cheguei ali no final de fevereiro de 1972 e, após ficar três dias num hotelzinho, busquei uma pensão de custos compatíveis com minhas possibilidades. Encontrei a "Pensão Nova", ao lado da Prefeitura de Porto União, que de nova só tinha o nome. A primeira providência foi comprar um daqueles espelhos de moldura de madeira cor laranja, tão tradicionais, mais para ver minha cara de tristeza do que para corte de barba. Hoje, ainda fazem daqueles espelhos, iguaizinhos, só que com "soada" de plástico em vez de madeira.

          Os primeiros dias naquela cidade foram deprimentes. Ainda bem que as aulas começaram de imediato. Ia para a Fafi, ali na Praça Coronel Amazonas e, ao passar na frente de dois sobrados idênticos, visualizava uma placa" "República Embaixada do Sossego".  No térreo, depois, implantaram a lanchonete X Burguer. Imaginava que seria um sonho poder morar numa república, ter colegas e fazer amigos para conversar, trocar conhecimentos, viver alegremente. Lembrei-me de que em Capinzal havia uma, a dos funcionários do Banco do Brasil, e nela moravam, dentre eles, dois colegas e um professor meu: Valdir Marchi, Itamar Peter e Wolfgang Behling, o Professor Wolf. Este, era muito compenetrado em nos ensinar Matemática, sendo que ás vezes, distraído, colocava o giz entre os lábios e o cigarro punha entre os dedos, para escrever no quadro-negro.

          Meu sonho de morar em República tornou-se realizado graças ao Cabo Leoclides Frarom, meu amigo capinzalense que estava servindo no 5º BE.  Eu andava na calçada, defronte à Casa do Bronze, na Rua Matos Costa, quando passou uma viatura do Éxercito e escutei aquela voz conhecida que gritou: "Rua Professora Amazília, 408 - no Paraná" Passe lá amanhã! .  Fui!!!

          Veio o convite: "Quer morar conosco?" - Convite feito, convite aceito! Fui morar na "República Esquadrão da Vida", colegas muito leais e divertidos. Uma vez mandaram cartão de Natal com a mensagem:  "Nós, da República Esquadrão da Vida, neste Natal e Ano Novo, estaremos alertas e vigilantes" Era a senha  para sua proteção e o cumprimento natalino. 

          Já nos primeiros meses mudamos para o nº 322, da mesma rua. Morar quase 4 anos com a turma foi muito bacana! Quanto aprendi, quanto socializei-me! Primeiro, fui corrigindo minhas pronúncias erradas das palavras. Depois,  alguns hábitos. Minha parte Jeca foi ficando de lado...

          Fiz lá amigos que jamais esquecerei, pois muito me ajudaram: O Cabo  Dionízio Ganzala, que me deu suas chuteiras de presente e um livro de Inglês Básico. O Osvaldo Bet, que tinha já na época poucos cabelos, era faixa laranja no judô, e lá adiante conquistou a preta. O Cabo Backes, que era nativo do Lajeado Mariano, que num final de domingo, após um jogo do Iguaçu,  matou a galinha que a Dona Lídia criava numa gaiolinha e cozinhou sem retirar todas as penas, mas que matou nossa fome. O Evaldo Braun, que estava se despedindo, indo embora para São Paulo.

          Havia o  Aderbal Tortatto, da Barra do Leão, que trabalhava no Banco do Brasil, a quem chamávamos de "Pala Dura, o Impecável", porque se arrumava muito bem para ir encontrar-se com a fotografa de "A Fotocráfica", com quem se casou. O Tortatto, quando foi Cabo do Exército, atuava com jóquéi no final de semana para melhorar a renda... O Odacir Giaretta, marceneiro, palmeirense e coxa  fanático,  que tinha um sonho: Ser contador. Virou contador e foi montar escritório próximo ao estádio do Coxa, em Curitiba. E vieram o João Luiz Agostini (Milbe), que depois trouxe o Carlinhos, seu irmão. E o Eduardo, irmão do Osvaldo, que chamávamos de Betinho. O Mineo Yokomizo, o Japa, que me deu um sapato 39 (o meu era 42, mas usei mesmo assim...), trabalhava no Banco do Brasil, era meu colega de turma.O Francisco Samonek, que o Japa chamava de "Sabonete", ex-seminarista, do BB, agora lidera ações sociais na Amazônia. O Ludus, Luoivino Pilattri, de Tangará, era eventual e tocava violão.

         Mais adiante os cabos Godoy (de Caçador, Odacir Contini (de Concórdia)  e Maciel, também de Concórdia, com quem eu praticava meu Inglês. E o Cabo Figueira, que nos dias de temperatura abaixo de zero tomava banho frio, às 5 da manhã, para ter disposição durante o dia. E o Frei Guilherme Koch, parente do tenista Thomas Koch, parceir de Edson Mandarino. O Frei era Diretor do Colégio São José. Viera aprender como  era a vida real. O "Boles", cujo nome era Boleslau, que tinha um táxi, viera de Cruz Machado.  O Celso Lazarini, o "Breca" de Lacerdópolis, que fora  goleiro do Igauçu. O Celestino Dalfovo, o Funilha, que não gostava de enxugar os pés, era da região dos arrozeiros de Rio do Sul.

          E o Frarom  era nosso "Administrador", controlava as despesas da Mercearia, o ordenado da cozinheira, o aluguel. O convite dele foi muito bom, muou minha vida.

         Lá,  no Esquadrão da Vida, tínhamos uma geladeira que não funcionava. Tomávamos café preto da garrafa térmica, amanhecido, e comíamos pães franceses com margarina (cada um comprava a sua). Todos os dias tínhamos feijão, arroz e um ovo, mas seguidamente tínhamos bifes (um para cada um). De vez em quando saía uma limonada. Ganhávamos gelo para colocar no Q Suco e no Q Refresco,  da mãe do Neomar Roman (primo do Odacir Giaretta), que hoje é médico. Assistíamos às corridas do Emeron Fittipaldi na F1 pela janela. A mesma Senhora deixava a janela da sala dela aberta para vermos TV. Nos revezávamos em nossa janela para ver os "lances" da corrida. Ah, e no domingo, além de frango, tínhamos maionese... Que delícia, que mordomia! Como valorizávamos o pouco de que dispúnhamos!

          Foram esses, sim, os melhores anos de minha juventude. Ter morado com esses e  mais alguns, foi uma grande realização pessoal. Vivi, aprendi, vivi. Um bom modo de viver.  E há, ainda, muito para contar, oportunamente.

Euclides Riquetti
27-11-2012

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Você é um privilegiado?


Você, certamente, pode ser considerado um verdadeiro privilegiado,  se:

* Nasceu na década de 1950 ou 1960 e,  em sua juventude, podia ir a festas e bailes e voltar para casa sem precisar meter-se em encrencas ou ser assaltado na saída da boate;

* Conseguiu impressionar a namorada por causa do seu perfume Lancaster ou por causa daquele Avon que tinha um  pêssego na tampa;

* Antes do 30 anos conseguiu ter carro,  e carteira de habilitação antes dos 20;

* Em sua casa, quando criança, já havia sofá, geladeira, Tv e mesa de fórmica com cadeiras estofadas;

* Conseguiu comprar ou ganhar uma camisa "Volta ao Mundo" antes que ela se tornasse muito brega;

* Nunca precisou usar galochas nos sapatos para ir à casa da namorada e não precisar tirá-los para entrar;

* Conseguiu ter um "gravador de rolo" para fazer serenatas para a amada;

* Conseguiu entrar em sessão de cinema "proibida para menores de 18 anos", mesmo tendo só 16 e parecendo maior por causa de seu tamanho;

* Conseguia lavar os cabelos com sabão de coco porque com sabonete ficava muito ressecado e quebradiço;

* Quando inventaram o shampoo você conseguiu comprar um Palmolive 200 ml e fez durar 6 meses;

* Tomou suco liquidificado e peneirado, enquanto seus amigos tinham que amassar as frutas com um garfo;*

* Nunca precisou fazer cola com farinha de trigo para colar as etiquetas dos cadernos porque seu pai conseguia dar-lhe "goma laca";

* Tinha lancheira para levar o sanduíche e o suco para a escola, enquanto que "nosotros" levávamos pão e chimia enrolado em guardanapo de pano, escondido na maleta dos cadernos;

* Nunca precisou colocar bombril na antrena da TV,  nem colar aquele plástico em cores degradê para ver Tv em cores;

* Comprou um guarda-chuva que dava para encolher e só abri-lo quando chovia, enquanto seus amigos se molhavam por não levarem com eles um daqueles padrão família e virar motivo de zoação;

* Conseguiu ter um computador xt e ser um dos pioneiros a ter internet discada;

* Conseguiu morar numa república onde dormiam só dois em cada quarto;

* Teve uma bicicleta Monark  novinha, daquelas que não tinha chaveta no pedal,  antes dos 18 anos;

* Comprava cadernos com espiral, enquanto seus colegas usavam brochuras;

* Teve legítimas Congas e Bambas, não precisando usar imitação;

*  Sua namorada aceitou casar com você sem nenhum teste prévio, tipo "saber se você roncava muito à noite";

* Só usou botas pretas, de borracha, na enchente de 83, para não pegar leptospirose;

* Teve um "fuque" macanudo, com rodas de tala larga, volante pequeno,  e escapamento Kadron;

* Quando inventaram o prestobarba sentiu-se preparado para usá-lo, pois já usava lâmina de barbear Gilette e nunca precisou afiar uma navalha;

* Ia ao cinema no sábado à noite, na matiné do domingo e na sessão das 20h no domingo sem pedir dinheiro emprestado nem vender gibis usados para os amigos;


Bem, certamente que um teste destes permitirá que os madurões e maduronas posam avaliar se foram ou não privilegiados em sua vida! Claro que você tem muitos outros motivos para considerar-se privilegiado e, um deles, é poder estar incluído no meio digital através do facebook. E ler as coisas que eu escrevo...

Euclides Riquetti
08-11-2012

Cadê o sol?




Cadê o sol?
Será que ele se escondeu atrás daquelas nuvens espessas
Cinzentas e travessas?

Cadê o sol
Que me quis abandonar
Aqui nas areias do mar?

Cadê o sol?
Pra onde será que ele fugiu
Quando contigo me viu
Sorridente a andar
Pela orla do mar?

Será que ele saiu em protesto
Com medo dos reclamantes
Que fizeram seu  manifesto
Por causa das águas vazantes
Que trouxeram desconforto
Pra que ia para o aeroporto?

Cadê o sol
Que sumiu bem na hora
Em que a maré mareou
Que, de fato, te assustou
E te fez ir embora?

Euclides Riquetti
16-09-2016



quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Em seu sorriso prateado









Tento encontrar em seu sorriso prateado
Aquele belo sorriso que já foi sereno
Aquele sorrisão dourado
Que adornava seus lábios de veneno...

Saudades de seu sorriso largado
Saudade do seu humor e encantamento
Daquele seu jeitinho despojado
Que atiçou meus francos sentimentos...

Há saudade, sim, e por mais que eu tente
Lembro-me de você ao pisar nas areias
Meu coração há muito já se faz descrente
Enquanto olho para o mar de Canasvieiras...

É isso mesmo, tudo é bem assim
Me faz lembrar você o mar extenso
Eu a quero aqui presente junto a mim
Para lhe dar carinho e amor imenso!

Euclides Riquetti
15-09-2016




Alvorecer




Levanta-se, no céu, emerge de atrás dos montes
A luz da foguenta, quente, e avermelhada esfera
Vem tingir, com suas cores, a superfície da terra
Vem  por réstia nas águas dos lagos  e das fontes.

Como um grande bastidor que se suspende no ar
Obra-prima das mãos perfeitas do nosso Criador
Vem  para inspirar-me os versos para te compor
Um poema-oração para que nós possamos  rezar.

É um  alvorecer perfeito, a beleza que se exprime
Na paisagem divinal da bem-aventurada natureza
É o encantamento a revelar o sentimento sublime.

É neste universo amplo, incompreensível e sedutor
Que me entrego a ti, com toda a doçura e a sutileza
Que navego nas nuvens de nosso mundo de amor.

Euclides Riquetti

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

De todos os versos, o primeiro



Gastei muito papel, talvez o caderno inteiro
Para escrever o poema ideal
Algo fenomenal
De todos os versos, o primeiro
O bonito, terno, sensacional.

Eu queria, certamente, encantar
Chamar toda a tua atenção
Fazer teu coração balançar
Tua cabeça repensar
Despertar amor e paixão...

Gastei todo o meu papel
Risquei e rabisquei ternamente
Até embaralhei minha mente
Busquei retratar com  pincel
Algo belo e  surpreendente!

Eu queria, certamente, chamar
Toda a sua  atenção
Dos seus olhos cor de mar
Os seus sonhos, seu sonhar
Sua alma e seu coração...

Sinceramente
Verdadeiramente
Apaixonadamente...
Apenas isso!

Euclides Riquetti

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Atrás da luz do sol




Atrás da luz do sol está o seu sorriso
Estão seus olhos meigos e brilhantes
Uma mulher muito doce e cativante
Com rosto de fada, com cabelo liso

A luz do sol me provoca e me atiça
Com seu inefável fogo de esplendor
Traz  essências de perfume e de flor
Cheiro de mulher, de mulher noviça.

Luz que se esconde atrás da luz solar
Luz que se embaralha no astro-rei
Luz que vem a mim para me beijar...

Atrás do astro sol há uma outra luz
Muito mais forte do que eu imaginei
Uma luz eu me atrai e que me seduz!

Euclides Riquetti
16-08-2015

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

E o mar me leva até você




Ardem meus olhos amendoados
Doem pela agressão da maresia
Doem a dolorosa melancolia
Dos sonhos que já foram mutilados...

E, se eles ardem sob o nevoeiro
Por esperarem o sol que restou escondido
O que não veio para fazer-se cupido
Salvam-se do mar inóspito e traiçoeiro...

E, se o mar é fechado pelo balanço
Há que se esperar pela calmaria
E de se esperar  pela volta da alegria
Enquanto na areia meu corpo descanso.

Porque nela me renovo e me inspiro
Enquanto as horas passam
Enquanto que as ondas grassam
E reconforto com o ar que respiro.

E o mar me leva até você!

Euclides Riquetti
12-09-2016






Tento reencontrar







Tento reencontrar a inspiração perdida
Que foi se esconder
E algum lugar.

Que morreu faz tempo
Que não veio com o vento
Que não quis voltar...

E a emoção sentida
Que me fez sofrer
Também me fez chorar.

Por isso fui buscá-la
Sob o céu azul
Aqui no Sul
Bem pertinho do mar!

Do mar sem fim...
Bem assim!

Euclides Riquetti
12-09-2016

domingo, 11 de setembro de 2016

Parabéns, Aline!

Minha primeira homenagem para a Aline Rocha foi ao final de 2012. Agora, vamos reeditar textos que escrevi sobre ela. E Torcer para que conquiste uma medalha nos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro;;;

          Aline Rocha é para-atleta joaçabense. Cadeirante, a jovem Aline, treinada pelo namorado e professor Fernando, conquistou duas medalhas de Ouro nos Jogos Abertos do Interior de São Paulo, na quarta-feira, 21, competindo pela cidade de São Caetano, nas provas de 100 e 400 metros. E já vem colecionando medalhas em competições há muito tempo. Ela ficou paraplégica ainda na adolescência, em razão de um acidente.

           Hoje, 23, começa sua participação nos Parajasc, em Brusque, SC. E, no início de dezembro, estará na Terceira Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa em Fortaleza.  Seu sonho é representar os Brasil nas Paraolimpíadas de 2016, aqui no Brasil. Treinou com muito afinco e determinação nas últimas semanas para conseguir seu intento. E brilhou!

          Conheço a Aline há dois anos. Ela treina, com sua cadeira/bicicleta, na pista do Clube Comercial, aqui  em Joaçaba. Cobra muito de si e de seu paciente treinador. Formam um belo casal, educados e atenciosos. Vários são os portadores de necessidades especiais que são treinados pelo Fernando. São muito alegres, treinam, riem, contam piadas, zoam uns dos outros. Vivem mais intensamente e  alegremente do que muitas pessoas que têm tudo e não sabem valorizar o que têm.

          A Aline é patrocinada pelo Laboratório Pasteur, de Joaçaba, que tem como slogan: "Tecnologia Sustentável. Socialmente Responsável". Lembro que esse Laboratório estendeu suas mãos à Aline quando ela não obtinha apoios na cidade. E a determinada atleta, com sua dedicação, simpatia e encanto, vai obtendo suas conquistas.

          Parabéns, Aline e Fernando, pelas suas conquistas. Temos muito orgulho de vocês.

Euclides Riquetti
23-11-2012

Na beira do mar



Fui me pretear
Na beira do mar.
Preteei-me um pouco
Na beira do mar
Pois queria morenar.

Foram sete manhãs
Foram algumas tardes
Sem alardes
Apenas com saudades...

Apenas com a convicção
De que corpo e coração
Poderiam descansar
Na beira do mar.

E me morenei
Quase me preteei
Na beira do mar
Onde havia gavotas brancas
E algumas pardas dentre tantas
Voavam no mar.

Comiam o pão que lhes jogava aquela senhora
Que ali se soleou outrora
Mas que agora
Leva o neto
Esperto
Para ver o mar.

E eu, contemplativo
Fico olhando aquilo
Com a saudade a me  matar
Dos anos que se foram
Passados a sonhar
Vendo a vida passar.
(E melancolia a me judiar)
Na beira do mar.

Euclides Riquetti

Soneto da madrugada


 

No inerte vaso, amarelos cravos em macetos
Cujo perfume em nenhum lugar do mundo há
Meus versos se emparelham  em dóceis sonetos
Nos lanços de palavras que se embalam no ar.

Na madrugada, vagam pensamentos desconexos
A mente voa, vai campear em algum lugar
Buscar espelhos planos, côncavos, convexos
Em mil faces, mil sorrisos se espelhar.

E eu me ambalo nesses sonhos encantados
E neles abraço o teu corpo desejado
Enquanto beijo os teus lábios delicados.

E nas manhãs de sol, vento ou calmaria
Em todos os momentos, noite tarde,  ou mesmo dia
Espero-te: vem juntar-te aos meus pecados.


Euclides Riquetti