sábado, 29 de outubro de 2022

O levante do luar dourado

 



 







Levanta-se, no fim da tarde,  no eldorado
O luar dourado que resplandece
E, ao levitar sobre o mar,  extensamente ondulado
De um  prateado fulguroso se reveste
Para abençoar o horizonte santificado. 

Levanta-se, com a cor do ouro casto e polido
O luar fogoso a redesenhar o agreste
E, ao escalar as nuvens, no acorde sustenido
Energiza  os coqueirais perfilados do Nordeste
No quadro fantástico pela  natureza esculpido.

E os sonhos  dos amantes e dos enamorados 
Juntam-se no vagar das ondas da imaginação
Enquanto os ideais já  quistos e projetados
Juntam-se no eternizar do  poema e da canção
No concerto dos ventos gentis ali soprados. 


Euclides Riquetti

Sobre um Pioneiro do Oeste Catarinense - replay

 









Joaçaba - 1942


          Já me referi ao cidadão José Waldomiro Silva, que nasceu no interior de Campos Novos, em 21 de junho de 1902, na fazenda do avô paterno, Jordão Francisco da Silva. Silva é um exemplo de pessoa simples, que deu a volta por cima, que podemos considerar um vencedor, com méritos. Um menino de fibra, que tornou-se um homem de fibra, um líder incontestável. Exerceu, em sua vida,  mais de uma dezena de ocupações. O menino que, aos 12 anos,  ajudava a defender o povoado de Rio Capinzal empunhando uma Winchester 44, mesmo pobre, conseguiu, pela sua maneira simples a carismática de ser, eleger-se duas vezes prefeito de Joaçaba e duas vezes Deputado Estadual. Mas sua biografia vale mais pela maneira como conduziu sua vida simples, mas de sucesso, do que pela carreira política.


          Aos sete anos, mudou-se para as proximidades do Rio Pelotas, próximo da hoje Zortea e, em 1910, a família foi para Rio Uruguai, ali próximo de Marcelino Ramos. Acompanhou a chegada da linha férrea, sendo que seu pai vendia carne para os trabalhadores da mesma. Ficaram pobres depois que revolucionários que vinham do Rio Grande do Sul passaram pela propriedade da família e saquearam seus bens.  Viu a construção da ponte sobre o Rio Uruguai, ligando Santa Catarina ao Rio Grande, em Marcelino Ramos.

          Em seu livro, "O Oeste Catarinense - Memórias de um Pioneiro", ele conta toda a história de sua vida, com riqueza de detalhes sobre a construção da estrada-de-ferro, a enchente de 1911, o assalto ao trem pagador pelo grupo liderado por Zeca Vacariano e Manoel Francisco Vieira. Em 1912 foi  morar em São João do Triunfo (Paraná), voltando, em 1914, aos 12 anos, para Rio Capinzal.

          Sobre essa época,  faz uma minuciosa descrição do centro de Capinzal e dos acontecimentos de então,  sobre os conflitos entre os revoltosos do Contestado e os homens da madeireira Lumber. Conta sobre o acampamento de 500 soldados de uma Força Federal que ficaram acampados nas proximidades da estação Férrea de Rio Capinzal, para guarnecê-la,  na época. Interessante é saber que, naquele tempo,  a área situada à  margem esquerda do Rio do Peixe, chamada Rio Capinzal era ligada por uma balsa de Afonsinho da Silva à do lado direito, o futuro Distrito de Abelardo Luz, onde havia somente a rua central povoada, e hoje se localiza a cidade de Ouro, que pertencia a Palmas,  Paraná, enquanto que a outra, Rio Capinzal,  pertencia a Santa Catarina.

           Vale muito a pena conhecer as descrições e narrações de José Waldomiro Silva, pois foi uma testemunha presencial dos conflitos em nossa região contestada.

          Das descrições em seu livro, citarei uma que julgo importante para todo o capinzalense conhecer, às páginas 21 e 22:   "O nome de Rio Capinzal se originou do seguinte fato: Segundo voz corrente na época, o fazendeiro-proprietário das terras de Capinzal, de nome Antônio Lopes, cuja fazenda de campos e matos fazia fundos com o Rio do Peixe na barra do rio que levou o nome de Capinzal. Para fazer pastagens e invernar suas criações, fez grande desmatação à  margem do Rio do Peixe, da barra do lajeado ali existente, acima e, depois da queima, semeou capim melado ou capim gordura, cuja semente trouxe de São Paulo, para onde viajava seguidamente com tropas de muares que vendia em Itapetininga, tendo assim formado uma grande pastagem (capinzal)"

          Em 1917, quando da criação e instalação de Cruzeiro, no povoado de Limeira (hoje Joaçaba), eles foram morar ali, onde exerceu diversos ofícios, inclusive o de balseiro. Em 1921, morou em Rio do Peixe (Piratuba), depois em Irani, e voltando para Limeira (Joaçaba), ao final de 1924 para exercer a função de Escrivão de Paz. No ano seguinte, foi para Itá como cartorário, voltando a Limeira em 1927.

         Em suas memórias, José Waldomiro Silva fala da Revolução de 1930, da Construção da Ponte Emílio Baungharten, entre Joaçaba e Herval, sobre a passagens dos comboios de trem, sobre a fundação do Clube 10 de maio, de Joaçaba, sobre a morte do pioneiro de Treze Tílias Andreas Thaler, sobre a fundação do Município de Concórdia, o Tiro de Guerra, a enchente de 1951, e outros fatos marcantes.

          Em 1947, já aposentado, foi morar em Ponta Grossa, mas foi convidado a voltar a Joaçaba para concorrer a Prefeito, tendo sido derrotado por Oscar Rodrigues da Nova. Fez sua campanha montado em lombo de cavalos emprestados pelos seus correligionários, visitando as fazendas de Herciliópolis e Irani.

            Novamente candidato, foi eleito Prefeito de Joaçaba, assumindo em 31 de janeiro de 1951, ficando até 1954, ano em que se elegeu Deputado estadual, sendo o mais votado do Estado, reelegendo-se em 1958. E, em 1960, elegeu-se novamente Prefeito de Joaçaba, vencendo ao jovem Paulo Stuart Wright por uma diferença de apenas 9 votos. Ao final da década de 1960 foi morar em Florianópolis e em 1987 lançou o seu livro de memórias.

           José Waldomiro Silva foi propriamente um cigano. Nas cidades onde morou frequentou escolas do antigo primário, mas sua evolução na escrita veio em razão de tê-la praticado muito na atividades cartoriais. Seu livro de memórias nos traz muitas informações valiosas, inclusive citando os nomes dos primeiros moradores dos povoados onde residiu. Vale a pena ler!






Joaçaba - foto atual - aos fundos, Herval d ´Oeste


Euclides Riquetti
14-09-2013

Olhos nos olhos

 


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Olhos nos olhos, peito no peito
Lábios nos lábios, coração com coração
Quero-te amar assim, desse nosso jeito
Quero-te querer com amor e paixão!

Quero divagar junto contigo
Viajar no tempo e te encontrar no espaço
Quero chorar no teu ombro amigo
E percorrer os caminhos que eu mesmo traço!

Quero-te beijar nas noites estreladas
Dar-te carinhos quando anoitece
E afagar teu corpo nas tardes nubladas.

E quando perceberes o quanto eu te amo
E notares que também pra ti o amor acontece
Guardarei os versos com que há muito te chamo!

Euclides Riquetti

Ouro do sol e dos trigais ...

 


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          Ouro do sol e dos trigais/Ouro dos nossos laranjais... Os dois versos que iniciam o Hino do Município de Ouro bem refletem o que ele sempre representou em termos de cultura,  força de trabalho e grande celeiro agropecuário do Vale do Rio do Peixe, onde se localiza,  em território catarinense.
          Já no início do Século XX, começou a receber corajosas famílias de descendentes de italianos que vinham  da Serra Gaúcha, grande parte deles de Caxias do Sul e Farroupilha, e foi-se constituindo num lugar próspero que muito os atraía, em razão das características topográficas  semelhantes  às de seus lugares de origem, tanto na Itália como no Rio Grande do Sul.  Era uma paisagem que lhes trazia sempre as mais  saudosas lembranças.
          A vila que originou a cidade foi fundada em 20 de outubro de 1906, mas a ocupação das terras deu-se ainda antes, existindo aqui muitas famílias de caboclos, que eram chamados de “brasileiros”, sendo que alguns deles chegaram a possuir grandes áreas de cultivo. Depois  vieram os colonos, que desbravaram seu território montanhoso.
          Hoje, a cidade com pouco mais de sete mil habitantes e que está comemorando seu cinqüentenário,  tem sua economia assentada na produção de frangos, suínos,  bovinos, milho, leite e erva-mate. Pequenas manufaturas e agroindústrias, em sistemas associativos, tornaram Ouro a Capital Catarinense do Associativismo. O Turismo é uma atividade  com crescente importância no contexto local. Um balneário com águas termais e a belíssima e verdejante paisagem rural são fortes atrativos.
          Com bons índices em Educação e Saúde, sua população é alegre e acolhedora, uma  gente que trabalha com afinco e que busca sempre o melhor. A religiosidade, com predominância católica, é representada pela  Padroeira, Nossa Senhora dos Navegantes..
          Vale a pena conhecer Ouro, uma cidade que tem grande importância no contexto histórico, social e econômico do Meio-oeste Catarinense.
Colaborou: Euclides Riquetti
Matéria publicada no Diário Catarinense, 
no Caderno Especial para o Meio-oeste
Catarinense, em 29-07-2013

Se eu me apaixonasse



 




Se eu me apaixonasse pelo seu sorriso breve
Será que eu mergulharia na ótica da ilusão?
Ou, então, sentisse de perto seu perfume leve
Eu sentiria o pulsar do sangue em seu coração?

Se eu cuidasse das frases que você escreve
E captasse o que se esconde em cada uma?
Ou, então, eu bebesse da água que você bebe
E você não mais entendesse coisa alguma?

Se eu respirasse o mesmo ar que você respira
Será que eu me deixaria contaminar por ele?
Ou, então, quando o vento me afaga e inspira
Eu flutuaria nas ondas e remansos vindos dele?

Ora, se eu me apaixonasse agora, simplesmente
E mergulhasse num mundo docemente mágico
Eu a amaria com todo o amor, verdadeiramente
Eternizando, no presente, o passado nostálgico!

Euclides Riquetti

Política: Paixão e ódio!

 




       Neste domingo, 30 de outubro de 2022, acontecem as eleições em seu segundo turno para o cargo de Presidente da República e em doze estados para Governador. Também em 08 municípios brasileiros. 

       Em termos de eleições presidenciais, mais de duas dezenas de pesquisas estiveram sendo realizadas na semana que está findando. Independentemente do que está sendo divulgado por cada um dos institutos, autônomos ou contratados por algum veículo de comunicação, existem alguns sistemas que computam as mais variadas informações e que resultam em conjuntos de informações e dados, os "agregados de pesquisas". Por estes, a diferença entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro fica em no máximo 3%. Na consideração dos cientistas políticos e donos de institutos de pesquisa, há um empate técnico entre ambos. Mas, sabemos, por nossas próprias observações, que Lula é ligeiramente favorito. 

       As campanhas dos candidatos fazem o que podem para garantir a vitória. Mas há fatores que vão além das pesquisas, como os elevados percentuais de abstenções que têm ocorrido em cada uma das eleições. O último debate, havido na noite de sexta-feira, 28, não serve para reforçar ou mudar tendências. Foi algo horrível de se ver. Não foram discutidos planos ou programas de governo, mas um destilar de ofensas mútuas. E os eleitores têm duas possibilidades de escolha: Nutrir paixão por Lula e ódio por Bolsonaro; ou nutrir paixão por Bolsonaro e ódio por Lula. 

       Euclides Riquetti    

29-10-2022


Anda, na Chuva!

 


 

 



Anda, na chuva
Caminha, na curva
Anda, no dia desensolarado
Cinzento, nublado
Mas anda na chuva!

Deixa que a água fresca acantarada
Molhe tua alma esbranquiçada.
Deixa que teu  pensamento navegue,  solto
Sobre um mar confuso e revolto
Mas anda na chuva!

Anda, na chuva da tarde, da noite, da madrugada
Caminha na manhã, esperançada.
Abre tua alma (alva) jazida em incertezas
Pensa em mim, pensa com leveza.
Pensa em mim, na curva, na chuva.

Mas pensa em mim!

Euclides Riquetti

Como em nossos sonhos... mais água na minha fonte

 



Como em nossos sonhos

Eu queria poder voar

Eu queria poder sonhar

Os sonhos mais risonhos!


Como se tudo fosse fácil

Eu queria te encontrar

Bem ali perto domar

E afagar teu rosto grácil!


Como se tudo fosse mágico

Apenas os dedos estalar

E então por te abraçar

E reviver o sonho nostálgico!


Poder olhar para o horizonte

E deliciar-me com o que vejo

Mais amor e mais desejo

Mais água na minha fonte...


Euclides Riquetti

29-10-2022




There is no more sun...

 




There is no more sun on the shore

And people seem is gone home

And you, did you go there any more

Or stayed home, looking for the sun?


There is no more sun on my street

Its light got off, and I don´t know where to

I remember your kisses, always sweet

I,ve never forgotten you...


It is like there is no more sunny days

And the rain drops are fallen down, I see

It is like the songs have gone away

And waters, sadly, go down to the seas. 


But I think tomorrow it´ll be better!


Richetti, Euclides

Notícias falsas, fofocas, baixaria (Eleições na reta final)




       Eleições na reta final, veículos de comunicação convencionais ou virtuais propagando notícias falsas, fofocas e baixarias. Tudo muito horrível de se ouvir, de se ver. Espetáculos para envergonhar cada ser humano. Uma guerra de informações e desinformações. Pratos cheios para os comentaristas de TV e rádio, munição para os internautas.

       Enquanto isso, homens matando mulheres, adultos abusando de crianças. Filhos e netos maltratando pais e  avôs. E os políticos ganhando generosos espaços nos meios de comunicação, institutos de pesquisa puxando para o lado que lhes convém.

       Mas as intrigas, fofocas, calúnias e agressões verbais são coisa muito antiga. Agora, porém, tudo está mais intenso e até perigoso. Dentro da máxima de que “toda a ação gera uma reação”, cada palavra mal colocada, cada gesto inadequado, cada atitude inoportuna pode gerar um estrago. Minha vivência e experiência política me instrui a ter muita cautela. Para alguns, a política é o meio de atingirem alguns fins; para outros, uma paixão exacerbada e cega.

       Estive em Capinzal e Ouro no início da semana. Nos locais de encontros de pessoas, apostadores desafiando outros, arrogância e valentia, bem do jeito que está a situação em todos os cantos de nosso Brasil.  Pessoas de convivência próxima digladiando-se, ofendendo-se. Então me reporto a fatos que presenciei na minha eleição para prefeito em Ouro, onde obtive, em 1988, 57% dos votos válidos. Eu sabia que venceria por boa margem. Pessoas que têm experiência política, que estão muitos anos na estrada, mas que não se expõem, conseguem antecipar placares em urnas. Em determinadas comunidades, conseguem prever resultados com notável precisão.

       Nas eleições de 1982, em Ouro, o vice-Prefeito e meu primo, saudoso Sérgio Riquetti, visitou, numa tarde, três comunidades: Linhas Sul, Bonita e Maziero. Conversou  com uma pessoa de cada comunidade e nos disse: Numa ganhamos por dois, noutra podemos perder por dois e numa delas ganhar por um. Resultado: Nas três urnas, na apuração,  tivemos um resultado positivo total de um voto!  Nós tínhamos um candidato e achávamos que ganharíamos fácil a eleição: perdemos!

       Tendo estado em diversas campanhas de amigos e conhecidos, ao longo da vida, acostumei-me a preparar-me para possíveis surpresas. E, na presente eleição, em Santa Catarina, Jorginho Mello deve ser eleito governador por boa margem de votos. Jorginho, PL, e Décio Lima, PT, tratam-se com razoável respeito. Uma das campanhas, na semana, apelou, mas nada que possa mudar o quadro. Em termos federais, mesmo com leve favoritismo de Lula, a campanha de Bolsonaro está bastante ativa. Só nos últimos dias poderemos ter uma noção próxima da realidade. Mais três dias e a bagunça acaba. Para uns a alegria, para outros a ressaca.

       Festas de Outubro – As festas de outubro bombam em Santa Catarina, depois de 3 anos. Aqui em Treze Tílias, a Tirolerfest, maior evento cultural e gastronômico do Meio-Oeste Catarinense, atraiu milhares de turistas.  A Oktober Fest, em Blumenau, mostrando as tradições germânicas e vitrinando-nos para o mundo. Nasceu a partir de 1983, para recuperar a estima dos moradores do Vale do Rio Itajaí, principalmente de Blumenau, que foram castigados por uma grande enchente. Neste ano, o cenário perfeito para se comemorar a superação da Pandemia da Covid-19.

Neste domingo, os eleitores brasileiros poderão escolher entre um populista de direita e um populista de esquerda. E, com isso, de qualquer forma, vai continuar a pauleira no ano que vem!

 

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Na lentidão dos sonhos


 



Na lentidão de meus sonhos, na noite desvalida
Os anjos tocam seus clarinetes, harmoniosamente
Querem acordar-me,  suavemente
Querem apenas  dar-me de presente
Uma  noite já protegida.

Meu sonhos se portam bravamente!
Não é uma bravura com espadas
Nem com revólveres e coronhadas.
Não é um agredir minha agressora
Nem um reagir diante de uma mulher... sedutora!
É apenas um deixar-me levar por ela... mansamente!

Enquanto os cavalos da noite trotam seus galopes
Flechas encupidadas singram os ares embebidas
Para estraçalhar corações de mulheres ofendidas!
Ah, como sofrem aquelas que amam
E não são correspondidas!

E enquanto os sonhos vagam entre medos e coragens
Vão-se fortalecendo as almas que pedem passagem
Que querem se encontrar.
Para  singelos e delicados afagos
Trocarem beijos delicados
E apenas ... querer, desejar.... amar!!
Apenas isso...

Euclides Riquetti

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Olhos nos olhos

 


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Olhos nos olhos, peito no peito
Lábios nos lábios, coração com coração
Quero-te amar assim, desse nosso jeito
Quero-te querer com amor e paixão!

Quero divagar junto contigo
Viajar no tempo e te encontrar no espaço
Quero chorar no teu ombro amigo
E percorrer os caminhos que eu mesmo traço!

Quero-te beijar nas noites estreladas
Dar-te carinhos quando anoitece
E afagar teu corpo nas tardes nubladas.

E quando perceberes o quanto eu te amo
E notares que também pra ti o amor acontece
Guardarei os versos com que há muito te chamo!

Euclides Riquetti

O Tchule, o Urco e o Mário Ferro - personagens de minha cidade!

 




Escudo de nosso Arabutã FC - no qual joguei
futebol com o Tchule e o Urco - O Mário fazia
a manutenção geral do gramado do estádio,
localizado na Baixada Rubra - em Ouro - SC


          No dia em que os brasileiros comemoram o Dia Nacional da Consciência Negra,  minha mente se voltou para alguns amigos com quem convivi e que, ao partirem, me deixaram com muitas saudades. São pessoas que marcaram época em Capínzal e Ouro  pela sua maneira de ser e posso até arriscar a classificá-los como figuras folclóricas: O José dos Anjos, conhecido como Tchule; Vivaldino dos Santos, o Urco; e Mário Borges da Rosa, o Ferro.

          De comum com eles, em alguma época de minha vida vesti a camisa do nosso glorioso  Arabutã FC. Os dois primeiros como jogadores e o último como um aficcionado pelo Rubro da Baixada.

          Conheci o Tchule ainda na infância, tinha um irmão, o Jânio, que chamávamos de "Chefo". O pai deles chegou a aposentar-se como funcionário da Prefeitura de Ouro. O Tchule era uma figuraça. Quando ria, seus dentes brancos eram bem realçados em sua tez morena. Muito simpático, inteligente, habilidoso com os pés, no futebol, e com as mãos e braços no repicar  das baquetas em sua bateria no tempo de "Os Fraudsom". Gostava muito de samba, era muito fera. Trabalhei com ele no Posto Texaco, ali no Ouro, da Família Dambrós. Éramos lavadores e lubrificadores de carros e caminhões. Trabalhávamos muito.

          Jogava no Arabutã, era zagueiro central habilidoso, mas sabia jogar nas outras posições. Quando voltei de União da Vitória e fui morar em Zortéa ele apareceu por lá, no tempo em que estive fora havia jogado no Grêmio Lírio. Na mesma época, a notícia de que foi acometido por uma hepatite que, mal curada, levou-o para o mundo dos mortos. Até hoje guardo seu sorriso bonito e sua maneira educada de resolver as coisas. Uma vez emprestei-lhe minha jaqueta branca e ele me emprestou um de cor gelo, ainda quando lavávamos carros. Era a maneira que tínhamos para ir aos bailinhos...

          Com o Urco, jogamos bola nos veteranos do Arabutã. Além de lateral esquerdo vigoroso, era um bom marcador. Às vezes atuava na zaga. Era também árbitro da Liga e trabalhava no Serviço de Inspeção  Federal na Perdigão, junto com o Bisteca, o Cheiroso e o  Kojak.  Levou azar o amigo, pois foi acometido de Leucemia. Fez transplante de medula óssea em Santa Maria, RS, mas com o tempo a mesma voltou e ceifou-lhe a vida, deixando os filhos, que foram meus alunos na Escola  Sílvio Santos.

          O Mário Ferro foi uma das figuras mais folclóricas que conheci. Só usava camisa de vermnelho encarnado, do Arabutã. Na falta de uma, podia ser do Internacional. Trabalhou na conservação do Estádio do Arabutã, era muito caprichoso. Mesmo depois de sair de lá, defendia o clube e o patriomônio como se dele fossem. Aos domingos, ia a pé pela rua de asfalto, meio cambaleando, e chegava ao campo, ficava torcendo de pé, junto ao alambrado. Mesmo não estando perfeitamente sóbrio, sabia tudo o que se passava no gramado. Reclamava do juiz, lamentava as derrotas e invadia o campo após as vitórias.

          Muitas vezes, no frio do inverno, de madrugada, batia lá em casa. Não queria nada, não entrava, só queria me comprimentar. E perguntava: "Ondé que tão as geminha? Tão durmindo? E a zoinho preto?" Eu ficava um bom tempo lá com ele e ele pegava seu chapéu de aba larga e ia embora. A vizinhança gostava dele, as crianças gostavam dele. De vez em quando filava uma prato de comida na Dona Ézide Miqueloto e depois de brincar com as crianças, a Caroline, a Michele, o Fabrício, o Maxuel, o Felipe, o Júnior, a Evelyn, a Aquidauana e o Thiago,  se mandava. na rua, ia abanando pra todo mundo, conhecia todos e todos o conheciam.  Gostava de ir ao sítio do Nízio Dal Pivo, no Pinheiro do Meio, onde era bem tratado e até ajudava a fazer cachaça no alambique. Viveu a maior parte de sua vida sozinho e, quando foi a Joinville ver uma filha, ficou por lá e morreu. Acho que perdeu seu habitat natural...

          Três pessoas boas, simples, que muito marcaram a vida de muita gente. Que angariaram a simpatia nossa e das pessoas que os conheceram. Então, no Dia Nacional da Consciência Negra, quero homenageá-los, bem como a todos nossos irmãos afrodescendentes. Estejam com Deus, Tchule, Urco e Ferro!

Euclides Riquetti
21-11-2013

Eu quisera ser...

 




Eu quisera ser

Aquele que te encanta

Que te faz tremer...

Enquanto cantas.


Eu quisera ser

Como o beija-flor

Que no alvorecer

Te beija com amor...


Eu quisera ser

Como o sol brilhante

Que te leva a ter

Calafrios a todo o instante...


Eu quisera ser

A canção que tu cantas

E poder te dizer

O quanto me encantas...


Eu quisera ser

Um poeta terno

E poder merecer

Teu amor eterno...


Eu quisera ser

O grande inspirador

E poder te dizer

Que sou teu único amor!


Euclides Riquetti

Além de ti há o mar...

 


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Além de ti há o mar
Uma imensidão azul que te desafia
Um sol que te agride com ousadia
E que tu não o podes enfrentar.

Além de ti há o mar
Majestoso, atrevido e valente
Misterioso, voraz e imponente
E  que tu não o podes dobrar.

Além de ti há o mar
Cujas águas voláteis te cortejam
Como meus olhos que te devoram e desejam
E que te quer para te embalar.

O mar, apenas o mar...
O mar de milhões de anos
Que lava teus medos e teus enganos
E que alimenta teu sonhar.

O mar, simplesmente um mar
A te fazer pensar
A sentir saudades
De eu querer te amar...

Apenas te amar!

Euclides Riquetti

Nas areias macias

 




Brincam, as crianças, nas areias macias
Correm atrás de bolas multicoloridas
Jogam-se nas águas espumosas, frias
Mergulham gaivotas buscando  comida.

O vento fresco borda desenhos criativos
Os pés desnudos repisam nos castelos
Erigidos pelas mãos ágeis das meninas
Areia e água trazida no balde amarelo.

Descreve o poeta a cena do amanhecer
O camelô a oferecer as cangas e saias
A confeiteira acena com doces de prazer
Passam os namorados felizes pela praia.

O camelô vende óculos, bonés e viseiras
Vende sanduíches, churros ou cocadas
Tem batida deliciosa, caipira brasileira
Cuias pra chima habilmente torneadas.

Passam vendendo milhos e pamonhas
Pulseiras do mais bonito artesanato
Bolsas, mantas,  e roupas medonhas
Badulaques e muitos outros artefatos.

Assim é nossa praia bela e hospitaleira
Um pedaço de céu, areia e muito mar
Água que atrai, nossa bela Canasvieiras
Lugar de viver, tomar sol, rir e nadar!

Euclides Riquetti

Atire, em mim, a sua primeira pedra!


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Atire, em mim, sua primeira pedra
Alveje-me com toda a força de sua raiva
Com todo o ódio que sua alma encerra
Com a turbulência de sua mente sem alma...

Fale-me com a força de sua eloquência
Expulse-me de sua mente com furor
Jogue-me na lama com sua insolência
Atire em mim sua frustração e seu rancor...

Ataque-me nas ondas do mar revoltoso
Alimente minha sede com a água salgada
Queime-me com o sol quente e fogoso
Que agride minha pele sofrida e desgastada...

Faça de mim o alvo de suas agressões, mas
Cuide para que os papéis não se invertam
Pois só quem semeia o bem colhe a paz
Só com luz e amor os anjos se contentam!


Euclides Riquetti

Nossas escolhas

 


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Todo o ser detém o poder do livre arbítrio
E, por ele, pode fazer suas escolhas
Pode amparar-se em sólido edifício
Ou agarrar-se à fragilidade das folhas.

Por escolhas erradas, poderá se arrepender
Pelas retilíneas, haverá o bem-usufruir
Mas tudo isso dependerá de cada ser:
De como se entregar ou de como reagir.

Se as escolhas equilibrarem razão com paixão
Se encontrará o ponto de serenidade
Não se maltratará um frágil coração.

Mas, se as escolhas se assentarem na ilusão
No sonho fútil, distante da realidade
Se terá que arcar com a dor da decepção.

Euclides Riquetti

Vagam, na noite, pensamentos mundanos

 

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Vagam pensamentos na noite escura
Levam meus pecados até o seu coração
Vagam nas ondas da imaginação.
Sobrepõem-se às  turbulências, pedras e agruras
Vão buscar alento na imensidão.

Vagam meus pensamentos que se misturam aos seus
Levam-lhe os desejos que excitam minha  mente
Vagam sem amarras, abertamente
Levam aos seus lábios os beijos que são meus
Vão dizer a você o que minha alma sente.

Pensamentos entendem códigos indecifráveis
Têm a liberdade que o corpo não tem
E criam cenários inimagináveis.

Pensamentos, ah, pensamentos mundanos
Vaguem libertos até encontrarem meu bem
Alguém que possa entender meus sentimentos profanos.

Euclides Riquetti

No silêncio da madrugada

 


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Acordo na madrugada, num repente
Apenas a música do silêncio e da magia...
Não há mais barulhos, foi-se a gente
Na fresca madrugada, calma e silente
Apenas uma leve nostalgia!

Na madrugada do lençol macio, da cama quente
Um frágil pulsar de corações
Nos corpos que se encostam levemente
Quando  amantes  se perdem sutilmente
E brotam mil amores, mil paixões.

É no silêncio da madrugada que eu escuto seu coração
Não sei  de onde, mas manda-me sua música contagiante
De seu pulsar harmônico embebido de paixão.

É na madrugada que meu pensamento move-se no ar
E vai em busca  de seus olhos cativantes
Vai em busca de encontrar seu belo olhar...

Euclides Riquetti

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Não quero que me abraces se não quiseres

 





Não quero que me abraces se não quiseres
Quero apenas que me queiras se quiseres
Não quero que me beijes se não desejares
Quero apenas que me desejes se desejares.

Não sou perfeito em minhas perfeições
Tampouco imperfeito nas imperfeições
Não sou o certo que foi convencionado
Tampouco sou incerto para  ser acertado.

Não sou como uma água que contamina
Nem um veneno que te possa contagiar
Beber de mim não é o que se determina.

E, nas minhas perfeições e imperfeições
E em todos os teus quereres e no desejar
Apenas perguntas, apenas interrogações.

Euclides Riquetti

João Libório - o vendedor de bananas

 





          Pessoas podem ocupar generosos espaços em nosso imaginário. E, mesmo que esse espaço seja compactado e armazenado lá no fundo da nossa consciência, é possível que,  de um momento para outro,  ele nos volte à memória, como se as personagens, os ambientes, os fatos, estivessem, de novo, desfilando em nossa frente. E, para determinados seres, não importa se a fortuna os contemplou, se seus nomes ocuparam os noticiários ou as páginas dos jornais ou livros de história. Importa, mesmo, é que essas personagens nos tenham deixado boas lembranças e que, quando elas nos voltam, a realidade parece refazer-se e nos trazer a alegria de uma saudosa e maravilhosa lembrança.

          É possível viver dignamente, estar bem, ficar bem, continuar bem, ter o carinho dos familiares, amigos e vizinhos, quando se tem a bondade na alma, a simpatia se estampando no semblante, a elegância nos gestos. É possível, sim, marcar a presença na cidade,  mesmo sendo um quase que anônimo cidadão, ter a admiração das pessoas, construir uma biografia simples mas recheada de méritos. E o mérito principal ser o de ter vivido e deixado os outros viverem.

          Na minha infância, em muitas de minhas tardes e manhãs, eu presenciava a passagem de um cidadão de altura mediana, magro, rosto fino, pele morena (como diria o Dr. Vítor Almeida, cor de cuia!)  que, alçando alternadamente nos braços  uma cesta de vime, oferecia no comércio, nas casas, ou mesmo para os que andavam despretenciosamente nas ruas, pequenas pencas de bananas,  João Libório. Belas e saudosas lembranças de sua fala calma e macia, de seus gestos delicados, da singeleza de seus modos.
(Não, não é preciso ser "poderoso" para cativar ou influenciar os outros. É preciso ter, em si, algo que nos caracterize, que nos dê uma marca, que nos identifique, que faça com que os outros nos percebam...)

          Pois o Seu João Libório, com seu nome inteiro, assim, não apenas João, nem apenas Libório, vendia-nos bananas, em pencas com oito, nove, dez, onze bananas, dependendo do tamanho de cada uma delas. Mas pencas que dificilmente tinham seu peso distanciado de 1 Kg. Ora, tinha ele tanto conhecimento de seu afazer, que apenas pelo olhar ou por segurar nas mãos uma das pencas, sabia dizer exatamente o seu peso, nem precisava usar de uma balança para verificar isso. Ninguém duvidava dele. E vendia uma cestinha de bananas pela manhã e outra à tarde. Apanhava-as em dois pontos de abastecimento: o Depósito de Bananas do Augusto Hoch ou a Bodega do tio Adelino Casara, em Capinzal. Saía à rua e já tinha os fregueses certos. E, ainda, havia os colonos que estavam a visitar a cidade nas bandas do Ouro ou do Capinzal, e que compravam uma, até duas pencas, para levar para casa. Não era uma fruta rara, mas na época tudo era difícil, não havia os supermercados, os sacolões, como há hoje, onde pudesse ser comprada.

          E, nesta manhã, ao acordar bem cedo, não sei se para sugerir-me o escrever de uma crônica, não sei realmente por qual  motivo, mas algo me trouxe à tona a imagem do João Libório. De origem simples e humilde, um homem honesto, um pai zeloso, um cidadão exemplar, nunca teve telefone, provavelmente não teve aparelho de tevê em casa, jamais imaginou que pudesse ter um carro... Mas nunca  perdeu sua credibilidade, jamais deixamos de confiar na decência e seriedade com que nossa personagem levava a vida e nos deixava bons exemplos, dentre eles o de como tratar bem as pessoas com quem convivemos ou com que nos relacionamos!

Minha homenagem ao João Libório, de cujos descendentes não tenho nenhuma notícia, mas que devem estar por aí vivendo honrosamente como ele viveu.

Euclides Riquetti
04-10-2013

Caem lágrimas do céu



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Caem lágrimas do céu e dos olhos meus
Pois eu choro a dor de meu maior lamento
O choro de meu indisfarçável sofrimento
Choram os crédulos, os crentes e os ateus...

Choram os anjos, como choram os arcanjos
Das divas e sereias, das virgens os gemidos
E assim choram as águias os seus prantos
Lamentam as gaivotas pelo voo perdido...

Cobrem o céu as nuvens densas e escuras
Os raios de sol se acanharam e fugiram
Prometem mais águas vindo das alturas...

E eu me perco nas lembranças, eu reflito
Já não seco minhas lágrimas que sumiram
Olho pro céu enegrecido e apenas medito...

Euclides Riquetti

Memórias de Cadichon



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          Quando estou a pensar no passado, e isso me inspira a escrever, procuro lembrar de situações que marcaram minha vida ou a de outras pessoas de minhas relações  e amizade. Entrei para o primeiro ano do antigo primário com 8 anos feitos, tinha vergonha por ser mais velho do que os outros. E passei por três professoras, Judite Marcon, que foi substituída por Mariza Calza, e depois Noemi(a) Zuanazzi, pois mudaram-me de sala, colocando-me numa turma um pouco mais adiantada.

          Na nossa condição e capacidade de julgar, da época, fazíamos a separação: Primeiro Ano Fraco e Primeiro Ano Forte. Neste, os alunos que cursaram o jardim da Infância. Naquele, "nosotros". Então, após alguns meses de aula, eu já estava razoável em leitura e escrita, então fui para a turma que estava além do a, e, i, o, u. Nós não estávamos errados em nossos conceitos...

          No segundo ano, em 1962,  lá pela metade do ano letivo, eu já lia bem, com alguma fluência, sem solavancos. Eu era muito privilegiado,  tinha professor em casa, meu pai, que estudou no Seminário São Camilo em São Paulo, até o primeiro ano de Folosofia. Então, eu já olhava as velhas revistas Cruzeiro, mais as figuras do que as matérias. E, para as férias, as freiras, (provavelmente a Irmã Firmina ou a Terezinha)   disseram que quem fora bom aluno poderia levar um livro da Biblioteca para ler.

          Seriam  dias de encantamento ter um livro para ler. Retirei um volumoso para minha idade: 256 páginas, uma versão brasileira de uma obra da Condessa de Ségur, nascida em São Petersburgo, na Rússia, em 1799, com o nome de Sophie Rostopchine, mas que aos 18 anos foi para Paris, onde só publicou seu primeiro livro aos 58 anos de idade, em Francês. E adotou o sobrenome de seu marido.Eu peguei a nossa versão  de "Les Mémoires d´un âne", "Memórias de Um Burro".

           Fui para casa de meu padrinho, no Leãozinho, então município de Capinzal, para passar minhas férias de inverno, e com a ajuda das filhas dele, Catarine e Delcia, consegui ler tudinho. Elas me ajudavam a entender as sílabas complexas. Lembro que a personagem principal era um Burrinho, Cadichon, muito injustiçado no início, mas que ao longo da trama salva a menina Paulina e consegue ralizar outrs feitos, ganhando respeito e notoriedade, até.

          Quinze anos depois, em 1977, quando eu já lecionava em Duas Pontes, hoje Zortea, ao participar de um encontro de formação lá no Mater Dolorum entrei na Biblioteca e vi que todos os livros antigos tinham sido encapados. Havia centenas deles. Pedi se tinham "Memórias de Um Burro" e disseram-me que não sabiam. Pedi licença, fui para a prateleira, apanhei um daqueles com capa em papel pardo e abri: Era o primeiro livro que eu li. Fiquei emocionado, retirei-o, li e reli, contei pra todo mundo.
          Cadichon me ensinou que o dinheiro tem alguma  importância no contexto da vida, , mas não é a salvação para tudo. Ainda, que ter amor e amizade são itens fundamentais para vivermos bem. Ser honesto nos garante respeito e o respeito abre-nos as portas com facilidade. Vale a pena ser honesto. Era mais ou menos isso que me ensinava. E eu morria de pena dele porque fora muito maltratado.

          Deste este primeiro livro lido, o  hábito pela leitura colou em mim. Leio de tudo. Não costumo ler modismos, leio a literatura que me dê interesse. Revistas, jornais, folhetos e jornaizinhos de igrejas, rótulos de produtos, placas de sinalização, legendas de noticiários, textos nos sites. Cadastrei-me e tenho senha de alguns sites da grande imprensa nacional. Comento, sempre que julgo conveniente, nos sites locais. Comento. Sou moderado, sigo a linha socrateana que me deu a frase que está no do epitáfio de meu pai: "In médio virtus".

          Hoje, eu o indicaria para muitas pessoas:  gestores públicos,  agentes políticos, profissionais liberais, ambientalistas, engenheiros, veterinários, agrônomos, psicólogos, estudantes e meus colegas professores. E a todos aqueles que acham que a formação acadêmica já lhes deu tudo de que precisam.

         Principalmente, recomendo para pessoas sensíveis. Estas têm, nelas, um pouquinho de Cadichon.

Euclides Riquetti
04-03-2013

Sensação de liberdade


 


 



Sensação de liberdade

De andar na rua ao encontro do nada

De poder ver rostos expressivos

Talvez fazer novas amizades!


Sensação de liberdade

De esperar solitário pela madrugada

De rosto coberto com máscara de tecido

E ficar esperando pela mulher amada!


Sensação de liberdade

De poder viver a vida intensamente

E poder vagar por todas as ruas da cidade

Calmamente!


Euclides Riquetti

Sonhos e sonhos

 


 



Sonhos e sonhos
Desejos, desejos
Sem ter medo
Apenas sonhar...

Sonhos e desejos
Sem medo de errar
Sem medo de amar
Apenas motivos para sonhar...

Sonhos, medos e desejos
Carícias na pele macia
Gostar, amar todos os dias
Viver momentos de extrema alegria...

Sonhos, afagos e carícias
O carinho da companheira
Na manhã que chega prazenteira
No rosto adorável da mulher faceira...

Apenas isso....
Tudo isso...
Muito mais que isso: você!

Euclides Riquetti