sábado, 16 de março de 2019

Vem beber do cálice da paixão


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Vem beber no cálice da paixão
Vem beber do vinho que nos excita
Vem beber de minha alma e de meu coração
Vem beber-me  com tua boca bonita...

Vem, e traz com ela teu corpo sedutor
Os teus olhos amendoados
Delicados...
A tua pele macia
E tua  voz de poesia...

Traz também as tuas mãos carinhosas
As tuas pernas formosas
O teu rosto divinal
O teu corpo colossal.

Vem beber de meus sonhos
De meus lábios risonhos
Vem banhar-te em meu suor
Declamar-me versos de cor.

Vem. Te espero...
Vem beber no cálice da paixão!

Euclides Riquetti

A histórica arte de assentar pedras



Pousada Cantelli - Bento Gonçalves - RS

          A pedra foi, historicamente, um elemento muitíssimo importante na construção da História do mundo. É comum, quando pessoas passem por locais em que há construções feitas com pedras, de qualquer tipo, admirarem-se pela excelência do trabalho das mãos humanas. Em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, conheci o Caminho das Pedras, em que as casas construídas há mais de 100 anos, basicamente em pedras trabalhadas, foram recuperadas recentemente. Dizem, lá, que as casas foram rebocadas no século XX, pois os proprietários tinham vergonha em morar em casas assim. Morar em casa de pedra era sinônimo de atraso, de pobreza... Então, rebocavam as paredes para esconder as pedras, parecendo alvenaria de tijolos de barro.

          Agora, depois que viram que isso é motivo para orgulho e não para vergonha, retiraram  os rebocos e mostraram  a beleza daquela arquitetura. Numa delas, inclusive, filmaram O Quatrilho, há duas décadas, com a participação da Patrícia Pillar e da Glória Pires. Aliás, a respeito disso, ressalte-se que a verdadeira História de O Quatrilho, filme que foi indicado para o Oscar na década de 1990,  aconteceu envolvendo 4 famílias que têm descendentes em nossa região atualmente: Baretta, Dalri, Trentin e Tessari (ou Tessaro). A personagem Pierina, vivida por Glória Pires, representava a Maria Baretta real, a traída na verdadeira história e no enredo. Há descendentes dela morando em Ouro:  em Pinheiro Alto, Linha Caçador e Pinheiro Baixo. Há outros em Joaçaba.

Casa de Pedra da Cantina Ztrappazon - Bento Gonçalves - RS - um dos cenários de "O 4trilho"


         Sempre que o Egito é referido, lembramo-nos da arte das pedras, enormes, maravilhosamente assentadas pelo homem  na construção das pirâmides de Quéops Quéfren e Miquerinos,  quando não se dispunha dos maquinários que possuímos hoje.

          Ontem pela manhã, ao dirigir-me ao centro de Joaçaba, ali defronte ao local onde a 50 anos se instalava a garagem dos ônibus da atual Reunidas, no início da subida para o Aeroporto, vi que demoliram um velho casarão (sepultou-se mais uma história...), e restou um muro de pedras-de-obra aparentes, que certamente será substituído por uma contenção de concreto armado, para suportar, imagino, o estacionamento de um novo edifício. E comecei a perguntar-me o que farão com as pedras que serão retiradas dali...

          Na Praça Pio XII, em Ouro, havia um muro desses para a canalização do Rio Coxilha Seca, que passava por debaixo da área da mesma. Uma enchente, há cerca de uma década,  derrubou-o. Foi substituído por tubulação de concreto de 2 metros de diâmetro.

          Na área do antigo Ginásio Padre Anchieta, dando sustentação ao acesso ao Hospital Nossa Senhora das Dores, há um muro com pelo menos 5 metros de altura. Aos fundos do Hospital, outros, ainda maiores.

          Se andarmos nas cidades colonizadas pelos descendentes de italianos no Vale do Rio do Peixe, veremos milhares de quilometros de taipas remanescentes, com pedras irregulares habilmente empilhadas em firme amarração, a maioria com um século de existência. E estão ali, resistentes. Quem não se lembra de ter ido ao sítio do vovô ou do titio, um dia, e corrido em meio aos potreiros gramados e cercados por taipas,  atrás de terneiros?



          As taipas tiveram duplas  funções quando da colonização: Primeiro, fazer os cercados para que os animais não invadissem outras propriedades e fossem causar estragos nas plantações dos vizinhos, ou até como forma de proteção desse patrimônio; depois, porque a retirada das pedras das áreas que haviam sido desmatadas melhorava o terreno para o plantio, facilitando o trabalho do homem, principalmente no arado, evitando acidentes aos homem e aos animais.  E também para que o trabalho rendesse. Vale registrar que a maioria das nossas taipas foram construídas por lajeanos, que vinham do Planalto para trabalhar nas colônias, em empreitadas. Hoje, a profissão praticamente se extinguiu.

          O último taipeiro de que tenho notícia (podem haver outros, no entanto), é o capinzalense chamado de  Lajeaninho. Fez um muro para mim, na subida para minha casa. Não sabia ler nem escrever. Não usava metro para medir. Ele cortava uma rama de árvore, reta,  do comprimento de seu braço mais o equivalente a uma medida obtida entre o dedo polegar e o indicador  com uma abertura de 90 graus, o obtinha seu metro. Media o comprimento e a altura de sua empritada e multiplicava "de cabeça", dando-me o cálculo certo da quantidade de metros quadrados que executava.

          Outros desses autênticos pedreiros (hoje o termo pedreiro vem para pessoas que não utilizam mais pedras para trabalhar), construíram os muros de contenção dos porões, das frentes e dos fundos da maioria das casas edificadas até a década de 1960 nas cidades do Vale do Rio do Peixe. Conheci alguns deles, como Sr. Matiollo, o Bugre, seu cunhado Mingo Barbina, os Bonadiman, o Adami,  o Leonel, que fizeram muros até essa época. Mas, pelas obras remanecentes, é possível ver-se que nossa região contou com grandes artífices práticos em nossa História. E os calçamentos nas ruas das cidades também contaram com o habilidoso trabalho da mão humana.

          Mas, o que me leva a voltar meu pensamento ao passado, é considerar a magnitude da arte no assentamento das pedras quando na construção de nossa Estrada de Ferro (hoje desativada, abandonada, açoitada...,) desde Marcelino Ramos até Porto União. Dezenas de vezes passei em todo o trajeto utilizando o trem para ir e vir entre Capinzal e o Porto, e o mesmo fizeram meus amigos que foram para o Colégio Agrícola de Ponta Grossa, e os que acompanhavam bovinos e suínos desde nossa Estação do Trem até Sorocaba e São Paulo.



          Há maravilhosas obras de arte ao longo da ferrovia. Só para citar, menciono as  situadas proximamente ao perímetro urbano de Capinzal, nas imediações das residências dos Rossetti, Miquelotto e Costenaro; também aquela sobre o Rio Capinzal, no Centro da cidade; e aquela do Lajeado Residência, na confrontação de Linha Residência com Galdina, onde na margem direita do Rio do Peixe situa-se o Parque e Jardim Ouro, antiga SIAP, nas proximidades do estádio do Arabutã. E, no Rio Leão, não distante do Balneário Thermas Leonense, há uma maior. Em Herval D ´Oeste, é possível divisar-se uma ao sul da cidade.

          Em Pinheiro Preto, o túnel histórico da ferrovia, é emoldurado por um belo trabalho em pedras-de-obra. As pedras, na maioria das construções, tinham uma altura de 40 centímetros e o comprimento  variável. E isso possibilitava uma excelente amarração.  Era uma convenção que não sei por quem foi instituída, mas era nessa altura que saíam das pedreiras.

Túnel RFFSA  - Pinheiro Preto - SC
          A pedra é um símbolo da resistência humana. Parece que dominá-la, com arte, era a glória e a materialização dos sonhos das pessoas. Em Machu Pichu, está presente com toda a maestria da mão humana.  Soberanos, na História do Mundo, fizeram usá-la para edificar suas cidades, suas muralhas para proteção contra o inimigo e para guardar seus domínios e territórios, ou para sua tumba. A custa do suor e do sangue dos escravos. Foi assim nos primórdios das civilizações. Foi assim até recentemente.

Euclides Riquetti
24-01-2013

Meus Poemas Hicai






Olhar de janela
Paisagem de imensidão
Riqueza na mão.

Ponte majestosa
Liga cidades irmãs
E almas bondosas.

No vale encantado
Vai o sinuoso rio
Do peixe e do nado.

Natureza viva
Esperança renovada
Verde e colorida.

Dia ensolarado
Vem meu verão, vem meu sol
Alento esperado.

Só não vem você
Acalentar minha alma
E não vem por quê?

Acho que não vem
Porque há um pecado em querer
E culpa também.

Então pensamentos
De dúvidas povoados
Misturam-se aos ventos.

E eu aqui...

Euclides Riquetti

Na noite da super lua








Na noite da super lua
Tentei agarrá-la
Delicadamente
Deliciosamente
Com minhas mãos segurá-la...

Queria que ela me dissesse
Algo que me comovesse
Algo que me convencesse
Como o sol que me incandesce...

Na noite em que ela desfilou
Bela, maliciosa, altaneira
Bela, majestosa, faceira
Sobre as areias de Canasvieiras
Eu a beijei com minha alma ditosa...

E ela, branca, prateada, caprichosa
Me fez buscar palavras
Em minhas lavras
Para compor o tema
Deste meu poema
Que fiz e guardei para você
Pra você!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 15 de março de 2019

O vento que sopra na tarde



O vento que sopra na tarde
E que move as folhas da planta
Traz-me paz, sem mais alarde
E faz-me sentir qual criança.

Quando a primavera  chegou
Começou a mudar a paisagem
A flor se abriu, desabrochou
No vaso que abrigou a folhagem.

A juventude é assim:
Surge bela, como a flor
Ocupa os canteiros do jardim
Abre-se em sonhos de amor.

Ah, setembro - primavera!
Tempos de vida e de cor
Vem o sol que a gente espera
Traz na  tarde seu fulgor.
 
Euclides Riquetti

Beijar seus pés... com sedução!





Eu queria beijar seus pés com devoção
Acariciar sua pele com sedução
Causar-lhe desejo e emoção
Sim, desejo e sedução
Apaixonadamente!

Eu queria ser aqueles grãozinhos de areia
Que se grudam em seus pés
E os massageiam
Num ritual terno e suave
Que se juntam aos demais
Para pousar nas praias colossais...

Eu queria, docemente, beijar seus pés
Fazer-lhes carinho
E, devagarinho
Acariciá-los!


Sim, docemente
Suavemente
Desejosamente...
Com muita sedução!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 14 de março de 2019

As naus da solidão






Navegam, vagarosamente, nos mares de minha mente
As naus da solidão...
Vão de porto em  porto, vão de mar em mar
Procurando meu corpo para ancorar
Dando as costas à imensidão.
Navegam nas profundezas dos tempos, suavemente...

Navegam, através dos ventos e das as correntezas
Para  buscarem a doce calmaria
Que só eu lhe posso oferecer
Que só eu posso lhe conceder.
Navegam as naus da nostalgia
Pelos mares ignotos das  incertezas...

Navegam, lentamente, plenas de almas solitárias
As naus da solidão...
Vão, nas tardes, na noites, nas manhãs
Em suas andanças libidinosas  e vãs
Buscando a ilusão.
Navegam, sutilmente, as  naus solitárias!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 13 de março de 2019

Inquietação



Há uma inquietação que invade meu ser
Na manhã em que o sol não se faz presente
Na manhã em que tudo me parece indiferente...

Há algo que me perturba, que não sei dizer
Que me deixa indisposto, frágil, sonolento
Que me torna tão volúvel quanto o vento...

Há um mundo de infortúnios e impropérios
Que me assustaria, se não tivesse força pra encarar
Que te amedrontaria, se não tentasses enfrentar...

Mas, mesmo que tudo seja coroado de mistérios
Nada afrontará  meu ímpeto avassalador
Nada me afastará de teu brilho e teu esplendor!!!

Euclides Riquetti

Tragédia em Suzano - massacre na escola Raul Brasil com mortes

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       Oito pessoas foram mortas por dois atiradores numa escola da cidade de Suzano, em São Paulo, cerca de 9,30 horas desta manhã, 13 de março de 2019.  Quatro adolescentes, alunos do Ensino Médio morreram no local, um foi conduzido a um hospital, duas funcionárias no ambiente da escola e os dois assassinos se mataram após causarem pânico, morte e dor. Outros atingidos foram hospitalizados. Antes de atacarem a escola, atacaram um tio de um dos atiradores, que foi hospitalizado mas não resistiu. O tio, conhecido como Jorginho, era empresário garagista de automóveis.
       No educandário, a Escola estadual Raul Brasil, estudam centenas de alunos. Não se sabe o motivo da invasão, mas os dois atiradores portavam armas, uma faca, possíveis coquetéis molotov,  machados, seus rostos estavam cobertos por máscaras, além de uma espécie de arco e flecha, arma medieval conhecida como "besta".  Armados até os dentes, um dos rapazes é suspeito de ter atirado num homem em um posto de lavação de carros próximo à escola, poucos minutos antes do massacre.
       O desespero tomou conta dos alunos e funcionários e de seus familiares, que passaram a correr em direção à escola, na ânsia de ver se  seus filhos e amigos estavam vivos. Os alunos, aos gritos, buscaram proteger-se em casas das imediações. A Polícia, que já estava atendendo à ocorrência no lava-rápido, chegou imediatamente ao local. Havia muitos corpos estendidos ao chão e os dois atiradores já haviam se suicidado num corredor da escola.
       Guilherme Monteiro, 17 nos e Luiz Henrique de Castro, 25 anos foram os autores da chacina.
       lamentável que isso venha acontecendo em muitos lugares do mundo. O ser humano faz coisas que a razão não explica.
       Que os familiares e amigos dos que perderam a vida ou foram feridos tenham o conforto espiritual de que tanto precisam neste momento de dor. Deus os abençoe e proteja!

Euclides Riquetti
13-03-2019

Sem camisa...





Sonhei que te abraçava
Sem camisa
E que te beijávamos
Eu e a brisa...
Era nosso encontro
Com todo o frenesi
Um momento muito santo
Que eu curti
Junto de ti
Ao teu lado
Lábios bem beijados
Corpo bem colado.

Sonhei que te carregava
Nos meus braços
E que eu te namorava
Flutuando no espaço
Éramos apenas nós dois.
Porque houve um antes, um agora
Há em toda a hora
E haverá um depois.

Sim, mas em meus planos
Sem nenhum engano
Som um mais um
E obtenho um "nós dois"

Se sonhar é bem legal
Verdadeiro como o infinito
Vou te ver em meu sonho matinal
Que será muito bonito
E quererei te beijar
Eu e a brisa
E, de novo te abraçar
Sem camisa!

Euclides Riquetti

terça-feira, 12 de março de 2019

Rezo por ti, penso em ti...






Quando a cantoria do  passaredo  te acordar, na madrugada
E a sinfonia que orquestram encher teu coração de alegria
E os primeiros lances de luz invadirem as janelas de tua casa
Anunciando a chegada de mais um belo e novo dia
Quando sentires uma brisa suave adentrar a tua morada
Estarei pensando em ti, por quem nutro uma doce nostalgia!

Penso em ti nas horas do dia e durante a noite que não passa
No tempo de contar os raios de sol e das estrelas que cintilam
Enquanto meu  coração sonha, se enternece e se compassa
E meus versos ganham palavras que se renovam e se sublimam.
Penso nos movimentos de seu corpo, que com elegância e graça
Despertam meus instintos, que se exaltam e se animam.

Rezo por ti nas tardes ensolaradas e nas noites chuvosas
Rezo por ti nas manhãs encantadas da primavera colorida
Rezo por ti nos segundos, e nos minutos de nossas horas
Rezo por ti, peço por ti, em todos os dias de minha vida
Rezo por ti, para que te livres  das águas tormentosas
Rezo por ti, penso em ti, quero tua alma salva e protegida...

Por isso rezo por ti, penso em ti
Quero o melhor para ti
E também para mim!

Euclides Riquetti

A Bicicleta, o Hidramático e o Diulino

Escrevi faz um bom tempo. Recentemente, soube que ele nos deixou. Foi embora muito cedo, mas nos deixou muitas boas e engraçadas histórias...



Neste sábado, à noite, recebi a ligação de um amigo que há muito eu não via ou ouvia, o Diulino Pelizzaro. Então, como diziam meus alunos "me toca" de reprisar, aqui, a história que escrevi sobre ele e os familiares, há uns três nos. Foi uma conversa muito prazerosa. Obrigado por  me ligar, amigão!



          O Diulino foi meu colega de escola  no ensino primário, lá na antiga Rio Capinzal. Sempre tinha uma história boa para me contar. Em algumas ele exagerava, mas, quem  não exagera? Pois então eu vou contar uma dele. Propus-lhe amizade virtual e ele aceitou. Mandou-me uns recados e, não foi no primeiro contato que ele percebeu quem eu era. Ele me conhecia pelo apelido e não pelo nome.  Depois  ele me identificou e respondeu minhas mensagens in box.

          O Diula sempre foi uma figuraça. Era doente por carros. Acabou virando comerciante de caminhonetes e se deu bem. Tinha daquelas que só "doutores" conseguem comprar. Mas, antes disso, lá por 1960 e bem poucos, tinha uma bicicleta. E, quando faltava freio, botava a sola do sapato no pneumático para segurar. Tinha uma mania que era só dele: pedalar morro abaixo e frear perto da esquina.Um dia, saiu do Mater Dolorum, passou pela Casa Canônica, até aí sem pedalar. Mas na Rua ao lado de um engarrafamento de bebidas, onde hoje é a Prefeitura de Capinzal, deu uma pedaladas. Para seu azar, quando ia chegando na esquina, ao frear, não sei se quebrou ou caiu a corrente  da sua Monark e ele atravessou a Rua Carmelo Zóccoli (naquele tempo eram raros os carros nas ruas), bateu no meio-fio e,  com isso,  foi alavancado para a altura de uns 2 metros,  indo bater com a cabeça na parede de madeira da casa amarela que fora construída pelo Carmelo Zoccoli.

          A batida foi tão forte que derrubou um armário que estava num dos aposentos, dentro da casa. Imagine o estrago, não na casa. Nele!

          Quando soube da notícia, no outro dia, fui correndo visitá-lo no Hospital Nossa Senhora das Dores, naquela ala em que se vê a matriz São Paulo Apóstolo pela janela. . Estava lá com a cara preta e vermelha. Quem não o tivesse conhecido antes, não conseguiria imaginar como seria seu rosto. E os amigos iam visitá-lo e o faziam rir, pois todos já conheciam a história de sua aventura maluca. O boca-em-boca levava a informação rapidamente.  Mas ele não podia rir, pois quando era incitado a isso, doiam-lhe todos os músculos das faces. Se ele risse, día muito. Êta azar!... Nós lhe dizíamos que ele teve sorte porque era um "cabeça-dura". Se fosse  um "cabeça-mole" teria se danado.  Gostávamos muito dele. Logo ele voltou à vida normal, graças a Deus ( e ao bom tratamento que recebeu). Deu um susto no Seu Antônio Pelizzaro,  na mãe, nas manas  Angelina e Silvalina. O seu Antônio tinha um cabelão bem arrumado, tipo Elvis Presley, castanho-escuro. Agora está branquinho...

          Mas a obstinação  por veículos estava apenas começando. Uns tempos depois, quando já tinha idade, comprou um belo carro vermelho e branco. Um daqueles carrões importados. Claro que o dele era bem usadão. E nos falou: "É um hidramático". Nós nem tínhamos ideia do que isso fosse. Então, começaram as piadinhas porque ele deu um dinheiro e  mais umas coisas no negócio.  E os outros diziam: "O Diulino  comprou um hidramático. Deu um cavalo, uma bicicleta, uns boizinhos do pai dele, uma espingarda, um revólver  e umas galinhas na troca, um perfeito escambo. Era só gozação nossa, mas bem que ele empurrou um monte de coisas no negócio.

          O problema do carro dele é que esse tipo de carro não podia pegar no tranco quando a bateria não tivesse carga, porque não tinha embreagem. Nós achávamos aquilo tudo muito estranho. E a bateria era muito tranqueira e descarregava. E ele tinha gastado todo o dinheiro no negócio e não tinha como comprar uma bateria nova. Então, quando ia a algum lugar e na hora de ir embora o carro não pegava, ele o deixava onde estivesse. Retirava a bateria, colocava dentro de um saco de ráfia, punha sobre o ombro, ia a um eletricista e  mandava recarregar. Era um baita sacrifício. Mas ele não desistia. Muito antes da propaganda existir, já poderíamos dizer: "O Diulino é brasileiro. E brasileiro não desiste nunca!"

          Num e-mail falei-lhe de seu "hidramático"  e ele respondeu-me: "Agora até os tratores agrícolas são automáticos". O automático, hoje, equivale ao tal de hidramático de nossa época.

          Encontrei-o algumas vezes nos últimos 20 anos. Sempre com belos carrões. Fico contente que ele não aparece mais por aí de bicicleta. Vai que caia, de novo, a corrente dela quando estiver descendo um dos nossos morros...


Euclides Riquetti
03-05-2013

Rezo por ti, penso em ti...






Quando a cantoria do  passaredo  te acordar, na madrugada
E a sinfonia que orquestram encher teu coração de alegria
E os primeiros lances de luz invadirem as janelas de tua casa
Anunciando a chegada de mais um belo e novo dia
Quando sentires uma brisa suave adentrar a tua morada
Estarei pensando em ti, por quem nutro uma doce nostalgia!

Penso em ti nas horas do dia e durante a noite que não passa
No tempo de contar os raios de sol e das estrelas que cintilam
Enquanto meu  coração sonha, se enternece e se compassa
E meus versos ganham palavras que se renovam e se sublimam.
Penso nos movimentos de seu corpo, que com elegância e graça
Despertam meus instintos, que se exaltam e se animam.

Rezo por ti nas tardes ensolaradas e nas noites chuvosas
Rezo por ti nas manhãs encantadas da primavera colorida
Rezo por ti nos segundos, e nos minutos de nossas horas
Rezo por ti, peço por ti, em todos os dias de minha vida
Rezo por ti, para que te livres  das águas tormentosas
Rezo por ti, penso em ti, quero tua alma salva e protegida...

Por isso rezo por ti, penso em ti
Quero o melhor para ti
E também para mim!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 11 de março de 2019

Inundações nas grandes cidades - São Paulo, hoje

       (foto: Moisés Lourenço/Reprodução/Frame/Twitter)


       A toda a hora tomamos conhecimento de inundações nas grandes cidades, a exemplo do que está acontecendo hoje em São Paulo, onde se registram, às 18 horas deste dia 11/03-2019, 12 mortos contabilizados na região metropolitana.
       Quanto maiores as cidades, maiores os problemas! Encostas ocupadas irregularmente, ocasionando desabamentos pela retirada dos calços dos morros quando a implantação de vias. Também em razão de escavações em locais de risco, retirada da cobertura vegetal dos terrenos e, sobretudo, o acúmulo de lixo nas valas, em calças e em terrenos baldios. Muito plástico, papel, garrafas pet, madeiras, entulhos e toda a sorte de material represador de águas.
       Ainda, a cobertura com material concreto, pedras e cerâmicas em quase toda a área dos terrenos. A ganância de se "aproveitar" cada metro quadrado das áreas que deveriam estar permeáveis, permitindo que a água se infiltre no solo. Assim, ela busca seu espaço correndo pelas valetas e bueiros, que se entopem, gerando as inundações, com prejuízos materiais e, sobretudo, a perda de vidas humanas.
       É o descuido do ser humano, que brinca com a natureza, que pensa que está sempre imune às desgraças. Rezar... mas, sobretudo, educar-se. Respeitar a natureza para que ela também nos respeite!

Euclides Riquetti
11/03/2019

De girassóis, canelas e cinamomos


Eu amo as plantas de meu verde vale
Os girassóis, canelas e cinamomos
O alaranjado aroma das pitangas
O vento calmo em seu lufar.
Eu amo as águas de meus rios e de minhas sangas
Qua vagam entre as pedras rumo ao mar...

Nos galhos enramados  os pássaros cantam
E borboletas misturam-se às flores coloridas
As crianças sorriem seus sorrisos brandos
E as mães as abraçam  ternamente.
E elas,  com seus rostos inocentes,  como  anjos
Entregam-se aos afagos docemente.

Aqui  há uma  natureza imensa que nos olha e chama
E nos oferece a vida plena e natural
E,  mesmo que tu chores e  reclames
Dá-te  um mundo de beleza sem igual...
Acredito que é o normal da condição humana
O bem vencer a luta contra o mal.

Euclides Riquetti

Bom dia, com sorriso!





De um bom sorriso
É tudo de  que eu preciso
Para começar a semana bem
Com amor e alegria também.

Então, Bom Dia, gente!
A segunda promete ser quente
O sol vem bem cedo
Mas não fique com medo
Porque tudo vai dar certo
Se eu estiver por perto.

Conte com meu apoio:
Sou trigo, não sou joio
E, quero, em mais este dia
Trazer-lhe desmedida alegria.

Aceite meu carinho
E, com todo o seu jeitinho
Conte com  minha amizade
Meu afeto e lealdade.
Lute, vá em frente
Mas faça tudo alegremente!

E tenha um Bom Dia!

Euclides Riquetti

Uma oração para você



Quando o céu parecer mais azul, atrás dos montes,
E as tímidas árvores receberem os primeiros raios de sol,
E as flores fizerem a vida mais colorida,
E até mais azuis ficarem as águas das fontes...
Então estarei pensando em você, menina!

Quando quente o tempo estiver em dezembro,
E eu estiver um pouco mais velho do que agora,
E minhas noites ficarem tristes sem seu calor,
Mesmo que eu não saiba onde você esteja vivendo,
Eu estarei pensando em você, querida!

Mas o tempo não para e chegará o outono!
As folhas,  já pálidas como eu, cairão sobre a terra,
Virá o vento e nuvens escuras cobrirão o céu,
A chuva fria molhará o meu rosto sofrido...
Mas estarei pensando em você, meu bem!

E quando o inverno chegar novamente,
E eu andar pelas ruas ao encontro do nada,
E como hoje o vento soprar fortemente,
Pensarei em você sem rancor, com saudes...
Pois quem errou fui eu, meu amor!


Euclides Riquetti
Composto em julho de 1973
e publicado no livros "Pismas - volume IV, da Coleção
Vale do Iguaçu", em União da Vitória - PR - em 1976,
(com ilustração).

Bem perto de você





É bom  estar bem perto de você
De seu perfume, de seu corpo, de seus braços
E, sem nenhum cansaço
Me perder, me aquecer, me envolver
É bom estar bem perto de você...

Voltei para bem perto de você
De sua vida, suas palavras, de seus beijos
Pra ter o seu carinho que eu desejo...
Eu quero mergulhar e me esquecer
Mas me lembrar somente de você...

Não quero ficar longe de você
De nenhum jeito, pois preciso muito, muito
Preciso  conversar, eu  tenho muito assunto
E nem sequer precisarei me convencer
Pois não quero ficar longe de você!

Euclides Riquetti

domingo, 10 de março de 2019

Abra seus olhos e sorria



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Abra seus olhos e me sorria
Como se fosse pela primeira vez
Como se não fosse apenas mais um dia
Um dia de incertezas, um dia de um talvez...

Olhe nos meus olhos e me  dê o seu sorriso
Faça como você costuma fazer
Você sabe o quanto eu preciso
Amar, amar, e sentir prazer.

Sinta o que meus olhos têm a dizer
Na manha bonita ou na tarde ensolarada
Na noite misteriosa em que não consigo ver
Quando me acordo durante a madrugada.

Dê-me apenas o brilho do seu olhar
E me faça sorrir e ficar contente
Temos um longo caminho a trilhar
Mas vivamos felizes cada minuto presente!

Euclides Riquetti

Aquela nossa canção



Sempre que ouço aquela canção, eu me transporto até você
É uma balada romântica,  com harmoniosa melodia
Que me leva a me lembrar, com nostalgia
Da canção de que gostamos, e que me faz viver...

Então,  quero saber como vai
Se ainda sente o mesmo que já sentiu um dia
Se ainda me espera com alegria
Se ainda me quer, etcetera e tal....

Sempre que eu ouço a nossa canção
A que me leva, no embalo do pensamento
A navegar por todo o firmamento
Eu me levo a buscar sua proteção.

Porque sou poeta e cantador:
Sou nada mais que um simples compositor
Que tem sonhos e muito amor no coração
Que não vive apenas de ilusão, e que apenas quer saber:
Como vai você?

Euclides Riquetti

Aprender com quem tem algo a nos ensinar: Festa da Uva Caxias do Sul

Festa da Uva, Caxias do Sul, Festa, candidatas, rainha, princesas,



       Toda a sorte de pessoas e todo o tipo de situação e acontecimentos sempre têm algo a nos ensinar. Cabe a nós fazermos as escolhas certas, aquilo que nosso senso pessoal nos diz que é de boa valia, nos é útil e nos faz bem. Aprender é um ofício permanente, nos ajuda a manter ativo nosso cérebro, este que impulsiona nossas ações. Tenho procurado aprender conhecendo, visitando cidades, mergulhando em sua cultura, costumes e economia.

       Na última sexta-feira, rumamos para Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, com o objetivo de rever a terra de nossos pais, participando da sua Festa da Uva. Estive, antes, no Parque da Festa da Uva, mas nunca no dia do evento. Agora, escolhi participar da abertura, na sexta-feira, da festa que atrairá cerca de um milhão de visitantes. Uma estrutura fabulosa está lá à disposição dos que gostam de respirar cultura, fazer negócios, degustar os melhores vinhos e a melhor comida colonial italiana. Um lay-out esplendoroso, onde a uva é a estrela.

       Na abertura da festa, estiveram presentes o General Hamilton Mourão, devidamente escoltado e protegido por forte aparato da Polícia Federal, com o Governador Eduardo Leite, bem como turistas de todos os cantos do Brasil. Muitos paulistas e cariocas por lá, conversei bastante com eles. Muito bem organizada, a Festa da Uva estava composta pelo novo e pelo velho. Do “novo”, a estrutura digital, com 24 catracas eletrônicas na entrada, estacionamento amplo e organizadíssimo, bem sistematizado, com atendentes muito bem preparados. Ainda, o Fiorin Card, o cartão magnético que era utilizado para o pagamento do consumo de alimentos e bebidas, e a aceitação do cartão de crédito, de todas as bandeiras, nos stands e barracas de vendas de produtos locais e regionais.

       No quesito “velho”, justamente o modelo das festas tradicionais, no molde “colonial italiano”, o mesmo propagado em nossas comunidades rurais até o presente, o modelo que sempre deu certo, em que as pessoas trabalham voluntariamente e, ao contrário das festas urbanas, resultam em lucros para as entidades promotoras. Ainda, a percepção do arrojo e da coragem de se promover um evento de tamanha envergadura, numa área ampla, que vem sendo estruturada ao longo dos anos, com bons pavilhões e edificações, não dependendo de locações de alto custo, aquelas que se montam e desmontam em cada evento, que subtraem os lucros ou sobras financeiras. Pessoas de todas as idades, jovens bonitos lá vendendo e promovendo seus vinhos e suas uvas, as iguarias preparadas pelas famílias. Produtos manufaturados de todas as espécies e até um stand do Exército Brasileiro, com soldados orgulhosos em mostrar os equipamentos bélicos e conhecimentos.

       Há de se destacar ainda a simpatia de todos os gaúchos, a beleza das soberanas da festa, de suas embaixatrizes e das rainhas e princesas das cidades menores da região, lá acompanhadas com seus prefeitos, divulgando as festas e exposições que acontecem ao longo do ano em suas cidades. Atualmente, Capinzal e Concórdia conseguem oferecer algo do gênero,  mesmo que em proporção menor.  No âmbito cultural, similar à Tirolerfest, de Treze Tílias, mesmo que com raízes culturais bem diferentes.  Ambiente ótimo para se aprender e, quem sabe, se copiar aquilo de bom que lá oferecem, numa festa que se estenderá até o dia 10 de março, com 17 dias de duração. Vale a pena visitar Caxias do Sul e toda a sua região em todas as épocas do ano, em especial nos próximos dias.
Euclides Riquetti – Escritor – Membro da ALB/SC   www.blogdoriquetti.blogspot.com

Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - em 01-03-2019