sábado, 7 de janeiro de 2023

Não maltratem as rosas...

 







Não maltratem as rosas
Nem maltratem as flores
Cuidem bem das cheirosas
E das de todas as cores...

Não maltratem as rosas
Nem as pessoas de bem
Nem as mães caridosas
As daqui e as de além...

Cuidem para que não sofram
Não deixem que as pisem
Cuidem para que não morram
Nem que elas desanimem...

Rosas são deusas vegetais
De quem restarei devoto
Por quem rezarei demais
Com poemas meus próprios...

Cuidem bem de todas elas
Como aqueles que as cultivam
Também eu cuido delas
Pois quero que sobrevivam.

Sei que tu as cuidas direitinho
Dá-lhes água e muito adubo
Muito mais lhes dás carinho
E muito amor, sobretudo!

Também as amo como te amo
Também as quero como as queres
Dou-te uma rosa com ramo
Uma flor que muito venero...

Para ti...
Apenas para ti...
Bem assim...
Só assim:

Uma rosa com muito amor!

Euclides Riquetti

A música do vento...

 





A música do vento... embala meus sonhos
E me leva pra longe... me faz navegar
A música do vento... afaga meu rosto
E me transporta pra perto... pra perto do mar!

A música do vento me vem como uma canção
Que você cantava
Pra me animar
A música do vento acalma meu coração
Me faz pensar em você
E de novo sonhar

Adoro o vento que vem brando
Que sopra suavemente
Que vem me acariciando
Como se fossem suas mãos...

Adoro o vento soprando
Deliciosamente
E que vem acalentando
As minhas doces ilusões...

A música do vento é assim,  prazenteira
A música do vento me traz esperanças
De reencontrar a verdadeira
E a mais saudosa das lembranças.

A música do vento... me faz sonhar!

Euclides Riquetti

Corpos que se esculpem

 



 
 


Corpos que se esculpem e se queimam
Imersos nas brasas da paixão
Corpos que se jogam nas areias
Corpos que se estendem pelo chão...

Almas que se julgam e se penam
Imersas nos pecados, na ilusão
Almas que insurgidas se condenam
Almas enegrecidas de carvão...

Corpos que se vestem de vaidade
Belos, formosos, sedutores
Com almas que se esquivam da verdade
Belos, charmosos, pecadores...

Corpos que se deitam em falso chão
Almas que se atormentam na  razão
Vidas que navegam em  incertezas...
São corpos que envelhecem cedo,  cedo
São almas que levitam,  sem sossego
São vidas que flutuam nas correntezas.

(E se vão embora!...)

Euclides Riquetti

Histórias com bilboquês e petecas

 








          Revirando minhas bagunças aqui em casa encontrei um bilboquê. Belo brinquedo que comprei há uns 4 anos em Porto Alegre, numa feirinha lá do Parque Farroupilha. O Parque Farroupilha é uma enorme área verde daquela cidade. Os portoalegrenses podem orgulhar-se de terem um parque assim, como os curitibanos têm o seu Bariguí, também acolhedor. São extensas áreas onde as pessoas buscam o lazer junto  à natureza, fazendo suas caminhadas diárias. Lugares aprazíveis.

          Os bilboquês e as petecas eram os brinquedos mais disponíveis que tínhamos em nossa adolescência. Também tínhamos bolicas, as de vidro. São as bolas de gude. Também  jogávamos muita bola. No Colégio nos oportunizavam  o "jogo de caçador" nas aulas de Educação Física, que eram raras. No primário, a própria professora regente nos dava a bola para jogar e arbitrava. No ginásio, o Frei Gilberto, Diretor, fazia-nos exercitar e depois nos deixava jogar bola. Isso nos sábados pela manhã. Dava-nos exercícios militares que aprendera na Itália. Fora soldado na  Segunda Guerra Mundial. E era muito severo. Depois jogávamos futsal. Uma vez o Edovilio Andreis, o Vino, descascou o dedão do pé no piso áspero. É que poucos tinham tênis para jogar. E as congas eram muito frágeis. Se jogasse com uma, estragava-se.

          Como não tínhamos muitas opções, então precisávamos encontrar nossa maneira de brincar, criando nossos brinquedos ou comprando-os. Poucas opções havia.

          O bilboquê é um brinquedo de origem francesa e dizem que tem 500 anos. Existem muitos tipos deles, a maioria de madeira: são umas pequenas torres de cujo topo sai um cordão, normalmente de algodão, que se liga num suporte, também de madeira, parecido com um picolé. Há os redondos que exigem muita habilidade da gente, é difícil pontuar com eles. Outros são parecidos com cones, ou então com sinos de igrejas. Eu não podia comprar um, então pegava uma latinha de fermento Royal ou Fleischmann, fazia um furo com um prego, passava um barbante, amarrava num pauzinho e tinha o meu.

          Na escola, na época do Padre Anchieta havia uns feras no jogo. Compravam os brinquedos na Casa Barraquinha, no centro da XV.  O Zé da Barraquinha nos vendia. Alguns compravam na Marcenaria São José o no D ´Agnoluzzo, que tinham torno para madeiras e os confeccionavam.

           Acho que os melhores bilboqueiros da época eram o Ézio Andrioni (o Bijujinha, já falecido); o Volmir Costenaro, o Gauchão, que está no Ceará; o Adelmir, irmaõ dele, que chamávamos de Gauchinho; o Antoninho Carleto, que era conhecido como Volpatinho e voltou recentemente para o Ouro; o Severino Mário Thomazoni, que foi para Araruna-PR, o Vilmar Matté, que está em Campos Novos. Esses davam-nos shows. Pontuavam, faziam piruetas e "passavam recibos"  como poucos. Mas havia muitos outros bons jogadores e jogadoras na época. Nunca me dei bem com o bilboquê. Acertava poucas piruetas.

          As petecas foram a "novidade esportiva" que os europeus encontraram no Brasil. Era um jogo dos índios, que só levaram para a Alemanha em 1936. Lá jogam muita peteca ainda, havendo diversas competições. Os índios as confeccionavam com madeiras envoltas em peles de animais ou palha e com penas de aves. Hoje não é muito diferente.

          Nossa geração jogou muita peteca. Meu último jogo foi numa competição escolar em que formei dupla com a colega professora Neusa Bonamigo, da Escola Sílvio Santos. Jogamos no Abobrão.  Ganhamos os mata-mata e ficamos campeões. Éramos os mais girafudos, tínhamos braços longos e isso ajudou muito. Acho qu fui um razoável jogador de peteca.

          Uma peteca qualquer pessoa podia ter. Era só pegar umas palhas e arrancar uma penas dos rabos dos galos e fazer. Os rabichos, os mais longos, davam uma bela aparência para a peteca. Ter um bilboquê, naquela época, era bem mais difícil do que ter um telefone celular com câmera, hoje. 

          Lembrar dessas pequenas coisas me dá prazer e gosto de dividir isso com as pessoas com que divido minhas amizades. Hoje, quando os brinquedos nas mãos das crianças são, em sua maioria  vindos da China, tenho saudades daqueles brinquedinhos simples com que nos divertíamos. Por isso gosto de meu bilboquê.  Foi o primeiro que consegui comprar e só fiz isso após aposentar-me como professor.  O único que eu tive. Tenho certeza de que muitos de meus leitores e leitoras também viveram isso. E sentem, como eu, muitas saudades. Mesmo que tenham celulares, tablets e Iphones....

Euclides Riquetti
04-02-2013


Reencontro de ginasianos do Padre Anchieta em Capinzal e Ouro

 


 Volmir Costenaro, o Gaúcho, recebeu o livro "Crônicas dos Antigos Rio Capinzal e Abelardo Luz-Ouro e arredores, de Euclides Riquetti.

      Aconteceu na quinta, 05, na sede da AABB, em Ouro, um almoço de confraternização reunindo colegas estudantes ginasianos egressos do Ginásio Padre Anchieta, de Capinzal, na segunda metade da década de 1960, mais precisamente alunos que o frequentaram de 1965 a 1969 e que se espalharam pelo Brasil. Foi uma oportunidade ímpar, pois não nos reuníamos desde 1966, quando estávamos no segundo ano ginasial. Depois, meus colegas se espalharam pelo Brasil afora, sendo que parte deles foi para Ponta Grossa, onde cursaram o secundário em áreas ligadas a agropecuária e florestais. Em algumas vezes, acabava encontrando um ou outro, mas nunca mais em grupo. 

       Quando estudávamos no Anchieta, ali onde está a casa de Formação São  Francisco de Assis, em Capinzal, também conhecida como Escola da Fé, estávamos em idade entre 11 e 15 anos. Integramos uma juventude efervescente, muito ativa, todos com muita energia. A maioria saiu para estudar em outros estados. Perdemos alguns, como o Ézio Andrioni, que faleceu em 05-05-1979, no mesmo dia em que nasceram minhas filhas, e Vitalino Buselatto, falecido em 15 de junho de 2012. José Luiz Pelegrini foi embora, tragigamente, ainda na juventude. O Juventino Vergani, popular Bichacreta, meu vizinho aqui em Joaçaba, não compareceu porque estava a trabalho em Treze Tília. Luiz Alberto Dambrós (Goiânia - Goiás),  Paulo Roberto Calliari (Curitiba - PR), e Euclides Peccinatto (Manaus  - Amazonas) não puderam comparecer. 

      Na oportunidade, estiveram ali convidados de Volmir Costenaro, o Gaúcho, que mora em Fortaleza, no Ceará e que se formou no Colégio  Federal Augusto Ribas, em Ponta Grossa, PR, em 1971, uns como técnicos agrícolas, e outros florestais. Foi um momento para matarem saudades uns dos outros e relembrarem de causos que aconteceram em sua juventude, tanto nas cidades gêmeas, Capinzal e Ouro, quanto em Ponta Grossa.

      Estiveram presentes Volmir Costenaro (Gauchão) e a esposa Vera (Fortaleza – Ceará) ; Mário Morossini (Pina), Alegir Bortolli e Nadilce Dambrós,  de Capinzal; Edovílio Andreis (Vino, Pinóquio), de Concórdia, com sua esposa; Euclides Riquetti (Pisca) e Hermes Susin, de Joaçaba; Adelto Miqueloto (Micuim)e a esposa Diva, e Mário Fávero (Lebrão) , de Ouro; Vilmar Pedro Matté (Nêne) , de Campos Novos; Neivo Ceigol e a esposa Lucinda e Paulo Betinardi (Betina); e Jorge Luiz Soldi (Cajuru) , radialista.

       Também o convidado Polônio Tonini e seu genro Jean Varella, vascaíno radicado em Capinzal.

       Não houve discursos, apenas se falou amenidades e se reavivaram memórias. Sorrisos, gozações, muita alegria e descontração. Política e futebol pouca importância têm na cabeça de amigos que se reúnem nessas condições.

Grande abraço em todos os presentes e saudades sentidas dos ausentes.

Euclides Riquetti

07-01-2022



Levanta-te

 



Acorda-te

Levanta-te

Ontem foi dia de feira

De andar na tua esteira.

Hoje, de arrastar o sári no mercado!


Leva tuas moedas

Cartões de crédito e cédulas

Celular com pix

Para ser feliz

Comprando coisas novas ou antigas

Coisas de que nem precisas

Mas que te deixam contente.

Então, gaste livremente!


Vai e recarrega tuas baterias

Aproveita bem este dia

Pois outros ainda

Nem sabes quantos virão.

Então, com muito amor no coração

Sorria para todos, todas 

Mas não deixes de pagar tuas velhas contas!


Euclides Riquetti

07-01-2023









Andante na noite, solitária

 



 




Andante na noite, solitária

Andas, na noite, solitária
Como é solitária a lua.
Caminhas, na trajetória imaginária
Andas, vagueias na rua.
Buscas não sabes o quê, não sabes onde
Buscas algo que de ti apenas se esconde
Alguém que não ouve essa voz tão tua
Alguém que chamas, que ouve...
E não responde!

Solitária, andas na noite dos passantes
Dos namorados, dos casais, ou dos amantes
Mas andas.
Não sabes para qual porto queres ir
Apenas sabes que teu destino é o teu fingir.
E é o teu fugir
Para  tua liberdade
Com toda a tua...docilidade!

Mesmo assim
Andas na rua solitária
Imaginária
Temerária
Andas...
Vagas palas ruas direitas, pelas tortas
Pois andas em busca de respostas
Sem saber, ao menos
Aonde queres ir
Onde queres chegar:
Talvez... à beira do mar:
Chegar!
Euclides Riquetti

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Uma canção para você

 

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Uma canção para você

Sempre que o sol doura este céu azulado
Traz-me lembranças dos nossos tempos
Marcas de saudades nos vêm do passado
Noites sonhadas, desenhos no firmamento.
Solidão indo embora, fica o amor sonhado
Ilusão em que navego a todo o momento.

Rezo pelo seu bem, sua alegria, felicidade
Adorável mulher, docemente encantadora
Perdição de min´ alma, desejo, saciedade
Catedral do amor, da paixão avassaladora
Alento do coração que sente sua saudade
Acalantos sonhados com você, sedutora!

Radiante, deita na areia o corpo desnudo
Alimenta meus sonhos com a voz macia
Leveza num rosto que ao longe procuro
Seio de amor, de sensualidade, de magia
Candura que provoca meu coração puro
Plana com graça num céu de harmonia.

Campos floridos a esperam calmamente
Exuberante como a ave mais silenciosa
Folhas flutuam e a saúdam alegremente
Olhar contagiante em mulher poderosa
Poesia há nos lábios rosados, contentes
Ternura transborda de sua aura ditosa!

Euclides Riquetti

Volte pelo mesmo caminho

 





Volte pelo mesmo caminho, mas volte
Ultrapasse os obstáculos e barreiras
Deixe que seu coração dengoso se solte
Que busque a sua realidade verdadeira...

Volte pelo caminho em meio às flores
Mesmo que no rude tapete de betume
Deixe-se invadir num mundo de cores
Feliz e  faceira como um vagalume...

Volte, e no seu caminho me reencontre
Onde quer que eu esteja me procure
Passe pelas estradas, passe pelas pontes
Que a trazem de volta vinda de alhures.

De Sul, de Norte, do ensolarado Leste
Venha mergulhar neste pequeno mundo
Ou, então,  me volte pelo lado do Leste
Venha para me dar o seu amor profundo.

De qualquer lugar, por qualquer estrada
Desde que volte porque quer voltar
Venha, sim, venha minha musa encantada
Para meus sonhos de novo embalar!

Euclides Riquetti

Gradação romântica

 







Janela quadrangular, vidro escuro
Roseiras, plantas, calçadas
E, o que haverá além do muro
Atrás da alva parede levantada?

Quem sabe um corpo desnudo
Ou um mistério indecifrável
Uma voz suave, um olhar mudo
Um coração frágil, ou inabalável?

Quem sabe uma rua bem rústica
Ou uma via ricamente pavimentada
Quem sabe uma celestial  acústica
Na mágica imensidão azulada?

Ou montes de concreto armado
Cimento, aço, madeiras e azulejos
Tudo simetricamente desenhado
Em que escondes sonhos e desejos.

Mas que, mesmo assim, ali vicejam
Plantas bem acarinhadas e vistosas
Que tuas mãos delicadamente regam
Com flores multicores e perfumosas!

Euclides Riquetti

No silêncio escuro da noite

 




O silêncio escuro da noite provoca os sentimentos
Enquanto tu dormes o teu sono angelical
E os anjos abençoados dissipam teus tormentos
Enquanto eu os procuro no espaço sideral!

No silêncio escuro da noite enegrecida
Os anjos velam pelo teu sono e te protegem
Zelam por teu corpo, pela tua alma e pela tua vida
Enquanto que a orquestra universal eles regem.

No silêncio harmônico do universo santo e calmo
Espalha-se uma terna e silenciosa melodia
Secundada pelo doce canto daquele antigo salmo
Que de minha voz tímida  tu já ouviste um dia.

Mas, na claridade do dia que vem tão prazeroso
E que dissipa a escuridão pela noite trazida
Reina teu sol dourado, jaz gigante e formoso
E tu te deleitas em cada minuto, cada hora vivida!

Euclides Riquetti

Quando o relógio marcar oito horas

 


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Quando o relógio marcar oito horas
A manhã estará  apenas começando
Meu pensamento irá te procurando
Espera ver teu sorriso sem demora.

Oito horas, em sábado de inverno
Ansioso eu espero pela primavera
É ansiosa, é dolorosa essa espera
É um esperar tão delicioso, terno!

Oito horas, início de uma jornada
Uma perspectiva de outra vitória:
Um dia a ser gravado na memória
Uma boa lembrança a ser gravada.

Então há, em cada manhã de sábado
Um desejo de renovar a esperança
Um desejo a atiçar uma lembrança
De que preenchas um coração vago.

Euclides Riquetti

Meu coração e eu (poema-canção)

 



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'Vamos sair por aí
Meu coração e eu
Andar por aí e sorrir
Meu coração e eu!

Vamos rir e cantar
Viver a vida com cor
Na rua ou outro lugar
Viver com todo amor!

Vamos sair por aí
Meu coração e eu
De mãos dadas sair
Para encontrar o teu!

Vamos rir e cantar
Viver a vida com cor
Vamos sair e sonhar
E reviver nosso amor!

Podemos ir pela rua
Ou pela beira do mar
Min´alma é toda tua
Então quero sonhar!

Euclides Riquetti

Deixe-me beijar seus ombros

 







Deixe-me beijar seus ombros morenos
Tocar de leve na pele de seu belo rosto
Olhar em seus olhos lindos e serenos
Poder fazer isso com prazer e com gosto...

Deixe-me segurar as suas mãos  finas
Apertar,  firmemente,  seus longos dedos
Admirar seu semblante terno de menina
E ajudá-la a afastar-se de seus medos...

Deixe-me mostrar que posso dar carinho
Querê-la com desejo e toda a sedução
Nada de dramas e nenhum espinho...

Mostrar que você é quem eu tanto espero
E poder entregar-lhe meu inteiro coração
Dar-lhe meu amor, só isso é que eu quero!


Euclides Riquetti

Sol de outono ... que saudade!



Sol de outono
Resteia no teu acanhado e belo corpo
Secando o orvalho do gramado
Reativa teu pensamento absorto
E reconforta  meu  ânimo abalado.

Sol de outono
Não é apenas mais um sol que brilha
Não é um sol comum do verão:
Reanima uma alma maltrapilha
Aquece o frágil e tímido coração.

Sol de outono
Sol de dimensão universal
Astro Rei semi-hibernado
Da natureza és o  Deus maioral
Tu  clareias o Universo iluminado.

Sol de outono
Oculto nas frias manhãs de inverno
Reinarás  na primavera ainda ameno
E, no verão, com teu Poder Eterno
Virás de novo:  Rei-Deus, Soberano Extremo!

Sol de Outono, brilha no teu amado coração
Faze penetrar, nele, toda a minha paixão!

Euclides Riquetti

A música da noite...

 




 

A música da noite
Veio embalando a brisa suave
Entrou em meu quarto
E pousou junto de mim.

Foi algo assim
Indescritível
Incrível

A música da noite
Trouxe-me uma mensagem de amor
Uma mensagem de paz
Uma mensagem muito singela
Que veio pela janela
E me deu uma flor.

A música da noite
Trouxe-me a doce lembrança
De minha infância
E de  um rosto com traços suaves.

Ah, quantas saudades
Dessa mulher criança!

Trouxe-me o céu estrelado
A lembrança do passado
Dos anos dourados e dos sonhos sonhados
Mas não realizados.

A música da noite me trouxe você!
E eu me apaixonei...

Euclides Riquetti

Minha Senhora, a poesia

 







Boa noite, minha Senhora
Boa noite, minha Divindade
Tiro-lhe o chapéu, não vou mais embora
Fico esperando, já fiquei outrora...

Espero você, em chegada triunfal
Espero-lhe ansioso para lhe dizer "Bom dia"
Aguardo a hora do encontro formal
Não quero que seja um momento banal
Me abrace, me curta, me envolva e sorria...

Venha logo, depressa, minha dama singela
Venha com o ímpeto de um vendaval
Num andor, secundada por cavalos em sela
Parecendo um cortejo de soldados em guerra
Anime meu dia, me levante o astral...

E eu, seu servo e fiel escudeiro
Liberto meus versos com toda a alegria
Dedico-os a Deus, o meu nobre Guerreiro
Levanto meus braços, sou seu companheiro
Me pegue e me afague, minha boa poesia!

Euclides Riquetti

Lembranças do Mater Dolorum

Replay:

 

 
 
          O Mater Dolorum chegou há 7 décadas...  Chegou pouco antes de mim. E, quando me dei por gente, estava ali, no alto do mesmo morro, impondo-se, sutilmente, sobre Capinzal. Um casarão de madeira com dois pavimentos, um sótão e um "porão". Um edifício muito estiloso, de elevado padrão de arquitetura para a época.

          Em 1961,  adentrei pela primeira vez pelas portas do Mater. Conhecia muitas histórias sobre ele. Meu irmão mais velho e meus primos me contavam sobre isso. Era um educandário particular, de posse e administração das Irmãs Servas de Maria Reparadoras. Justamente naquele ano, iniciara convênio com o Governo Federal, e eu pude entrar ali como aluno, com 8 anos feitos já. Viera de "Linha Leãozinho", que na época ainda pertencia a Capinzal. E, tão logo aprendi a ler, identifiquei uma placa enorme, em que se podia ver: "Plano de Metas do Governo''. Era o plano do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, que tinha como slogan "50 anos em cinco", ou seja, estava dando uma sacudida no País para que deixasse de "dormir em berço esplêndido". Atacava na indústria e na educação. Começavam a fabricar carros e nós a frequentar boas escolas, gratuitamente.

          Minha primeira professora foi Judite Marcon, uma interna do Convento das Irmãs, que havia em anexo. Ela foi embora para continuar seus estudos e veio, em seu lugar, Noemia Zuanazzi. Adiante, passei pelas mãos generosas de Marisa Calza,  Marlene Matos, Tarsila Boff, Marli Sartori,  Marilene Lando e outras. Pelo menos estas foram as mais presentes, pois as outras atuavam temporariamente. Havia a Almeri Pasin, que lecionava para outra turma, onde estudava um primo.

          Algumas lembranças tenho bem claras na memória: Ao lado do casarão de madeiras, edificava-se o prédio do  Mater Dolorum  em seu corpo principal. Lembro-me bem que um dos mestres da obra era o Sr. Valdomiro Viganó.  Adiante, o casarão deu lugar ao auditório, que na nossa memória ficou registrado como "palco". Daquele velho casarão, os medos que vinham com os rumores: No sótão, numa sala bem aos fundos, haveria o fantasma de algumas freiras já falecidas. As histórias que nos contavam eram horripilantes. E nós nos pelávamos de medo das assombrações. Acho que queriam assustar-nos para que não fôssemos meter o nariz onde não devíamos. E nós éramos tão xeretas quanto são os adolescentes de hoje, talvez piores que eles.

          Uma grande expectativa na cidade foi com a chegada do Caminhão "Caçamba" das Irmãs para ser utilizado na remoção de terras das escavações, que foram muitas e geraram grande volume de material a ser retirado para a construção do prédio novo e os pátios, inclusive o a quadra, que exigiu muito trabalho. Trator e carregadeira de esteiras da Prefeitura, que davam apoio. E o caminhão com carroceria basculante, amarelo, Ford F 600 novinho e brilhoso, enfim chegou. Eu nem era aluno ainda quando isso aconteceu. Dizia meu irmão Ironi, que ali estudava, que seria dirigido pela Irmã Terezinha. Mas, na verdade, o motorista acabou sendo o Sr. Loid Viecelli. Este, além de motorista do caminhão, muitas vezes animava as festas juninas com sua gaita para que dançassem a quadrilha.

         Irmã Fermina, Irmã Marinella, Madre Prisciliana são algumas das freiras que muito marcaram a minha vida e a história dali. A primeira, moreninha , franzina, delicada. Marinella, alta, jeito de italiana, dócil. Prisciliana era chamada somente de "Madre", uma mulher magra, de média estatura. e a Irmã Terezinha tinha fama de "braba".  Era bonitona, pele do rosto bonita, usava óculos clássicos. Bem, nunca ninguém viu nenhuma que não estivesse envolta em seu hábito preto e branco, que deixava mostrar apenas o rosto e as mãos. Sapatos pretos com meias. Ninguém nunca lhes viu os pés. Ficávamos imaginando como podiam passar calor nos dias de verão. Mas, não muito tempo depois, mudaram as convenções da Igreja católica e padres e freiras passaram a vestir-se como os cidadãos comuns. Aliás,  a população ficou dividida em relação a isso, pois uns achavam que estavam certos e outros de que deveriam manter-se com as vestimentas características, para facilmente serem identificados e não serem confundidos.

          Muitas histórias boas de meus quatro anos de estudos no Mater Dolorum ainda estão em minha cabeça. E também de minha atuação como professor de Inglês nos seus últimos anos de funcionamento enquanto escola particular, da Congregação Servas de Maria Reparadoras. O educandário legou-me uma educação de alto nível. Aprendi muito do primeiro ao quarto ano, entre 1961 e 1964.  E, sobretudo, aprendi muito em termos de educação e formação pessoal. Mais do que aprender a ler, escrever e calcular, aprendi a ser gente ali! E isso me orgulha muito!

Parabéns, Mater Dolorum, palco de grandes acontecimentos, memórias, eventos, lembranças!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Dona de mim

 


 


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Dona da noite prateada
Enluarada
Dona da noite imaginada
Acalentada
Dona das noites e dos dias
Dona das noites e de minhas poesias
Dos dias encalorados e das noites frias
Dona de todas as noites
Minhas e tuas
Nuas...

Dona das manhãs claras
Das nuvens raras
E das lembranças caras...

Dona das notas das canções
Dos abandonados e dos encontrados
Dos susurros amordaçados
Dos perdidos ... e de nossas perdições...

Dona...
Apenas dona|
Dona, assim
Dona de mim
Dona do meu livre verso
Dona do universo
Sem fim...
Dona de mim!

Euclides Riquetti

Viver o sonho dos apaixonados

 





Quisera te carregar com braços fortes
Beijar teus lábios róseos e formosos
Perder-me nos teus seios deliciosos
Esperar que de manhã sempre me acordes...

Quisera viver o sonho dos apaixonados
Dos amados, desejados, pecadores
Poder entregar muitos ramos de flores
Pra namorada que me faz agrados...

Quisera em todos os momentos breves
Realizar as nossas doces fantasias
E envolver-me em teus afagos leves

E alojar meu pensamento no teu ser
Mergulhá-lo em ti todos os dias
E no teu corpo esbelto me perder!

Euclides Riquetti

Sorriso que me faz bem

 







Sorriso que me alegra e me faz bem
Dá ânimo ao meu dia, torna-o melhor
Sonoro, tímido, ou vibrante também
Já o conheço bem, conheço-o de cor...

Seus movimentos leves e desenvoltos
O balanço de seus abraços é elegante
Seus cabelos macios, secos e soltos
Delineiam seu olhar meigo e cativante.

Mulher idealizada, corpo de menina
Mulher imaginada, jovem,  mulher
Paixão que se incendeia e se ilumina...

Sorriso jovial, harmonia deslumbrante
É tudo o que me coração almeja e quer
Encantadora criatura, bela e cativante!

Euclides Riquetti

És meu fogo...sou tuas lenhas...







Meus sonhos transpõem a imensidão infinita
Na fria madrugada do outono insensato
Buscam te reencontrar formosa e bonita
Para levar-te meus beijos e meus abraços!

Meus sonhos navegam para além das paredes
Buscando encontrar teus afagos e carícias
Para encontrar, em ti, a água para minha sede
Para saber como estás, ter tuas boas notícias.

Meus sonhos não têm limites e nem fronteiras
Voam, livres, pelo incógnito espaço sideral
Para abraçar tua nudez inspiradora e faceira...

Eles vão para ter a ti e para que tu os tenhas
Para nosso colóquio amoroso e magistral
Pois tu és meu fogo e eu sou tuas lenhas.

Euclides Riquetti

Preciso do vento que vem do mar

 






Eu preciso do vento que vem do mar
Preciso da lembrança para me embalar
Preciso do sol nas tardes e manhãs
Preciso de ti nas tardes e manhãs
E no sonho tenro que a noite me traz.

Preciso afirmar minhas convicções
Rever conceitos que me vêm e apago
Conter meus impulsos e frear emoções
Preciso do alento de teus afagos...

Sou como a mão que alinha tijolos
Dispondo-os simetricamente
Como o profeta que prediz os sonhos
Sonhadamente
Como poeta que empilha versos
Livremente, harmoniosamente!

Mas preciso de ti para formatá-los
E só para ti lê-los decerto
E só tu os ouças por certo.
Preciso...

Euclides Riquetti

Você é meu sol, o sol de minha vida

 


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Você é meu sol, é o sol de minha vida
Que brilha e me dá o ânimo necessário
O sol que se estende na praia comprida
Onde caminho em meu trajeto diário...

Você é o sol que doura aqueles corpos
Que os deixa mais bonitos, desejáveis
Que ilumina galés paradas nos portos
Onde eu lembro de momentos afáveis.

E você sendo meu sol, me dá um norte
Um rumo seguro em que possa trilhar
Um aroma exalado, um perfume forte.

E eu, sendo um ser que precisa de amor
Preciso do sol que você está a irradiar
Absorver seu carinho, seu suave calor!

Euclides Riquetti

Ginásio padre Anchieta (Capinzal-SC) - uma escola de feras

 


                                  Nossa antiga Rio Capinzal

          Estudei no Ginásio Padre Anchieta, em Capinzal, nas suas duas primeiras séries, em 1965 e 1966. Funcionava no período da manhã. Meu irmão mais velho, Ironi, também fizera as duas primeiras séries lá. Depois transferiu-se para o Juçá Barbosa Callado, mas não deu sequência aos estudos. Fui para o Juçá em 67 e 68, onde concluí meu ginásio.

          No Padre Anchieta tínhamos um Diretor muito enérgico, Giovani Tolu, nosso saudoso Frei Gilberto. Era natural da Itália, lecionava Matemática e Ciências. Conhecia de tudo, até Engenheiro prático era. Fez a planta de nosso sobradão. Construiu o prédio onde funciona a Casa da Fé, que na época comportava nosso Colégio. Na entrada principal, há arcos de concreto armado, estilo da arquitetura romana. Eles utilizaram taquaras e bambus para moldar e sustentar a estrutura de concreto, no tempo de que não se dispunha de ferro de construção à vontade. Madeiras foram usadas com múltiplas finalidades, antigamente, Disse-me o Hélio Bazzo, meu dentista, que os primeiros pinos para a implantação dos pivôs dentários foram feitos com madeiras. Também tínhamos  as professoras,  excelentes educadoras: Dona Vanda Meyer, de Inglês  e Desenho; Waldomira Zortéa, de  Geografia; Vanda Bazzo, de Português; Lorena Moraes, de História.

          No Anchieta, sob a responsabilidade dos padres, funcionava o Ginásio para os meninos. À noite, no prédio, havia a Escola Técnica de Comércio de Capinzal, que depois mudou o nome para Colégio Capinzalense Flor do Vale e, adiante, Colégio Cenecista Padre Anchieta. Formava Técnicos em Contabilidade. Fiz parte da turma de 1971. As garotas não podiam estudar nas mesmas escolas que os meninos. Então, estudavam seu Ginásio no Colégio Mater Dolórum, controlado pelas irmãs da Congregação Servas de Maria Reparadoras.  Sem meninos junto. Pela manhã, ali funcionava a Escola Normal Mater Dolórum, que formava professoras. Meu pai formou-se professor em 1963. Era o Bendito Fruto entre as Mulheres.

          Questões de moral e de religião ensejavam essa separação dos alunos naquela época.  Somente mais tarde, com o fechamento do Ginásio Padre Anchieta,   meninos e meninas passaram a fazer seu segundo ciclo secundário no Mater, na mesma escola, na mesma sala de aula. Funcionava o curso Científico ali. Havia um conceito, na região, de que o científico era melhor que os cursos profissionalizantes, pois prEparava as pessoas para o vestibular. De fato, alguns professores originários da própria região, que haviam estudado fora e retornado, passaram a lecionar no novo curso. Dessa forma, ocorreu uma leve mudança de comportamento com relação a estudar fora, sendo que alunos faziam as duas primeiras séries na cidade e depois iam para Curitiba para o Terceirão.

          Na verdade, o ensino em Ouro e Capinzal era de alto nível. Poucos professores tinham curso superior na área da Educação, mas havia ótimos autodidatas  na cidade. Os profissionais de Odontologia e Medicina se ocupavam das área biológicas. Os de Engenharia eram bons em Matemática e Física. Os funcionários do Banco do Brasil iam bem nas exatas. Advogados davam sua contribuição em Historia e Geografia. Ex-seminaristas que voltavam para casa atuavam nas áreas humanas. E, assim, conseguíamos ter uma boa base de formação para que, depois, as pessoas fossem cursar o Ensino Superior em outras cidades, principalmente nas capitais.

          Os egressos do Padre Anchieta espalharam-se pelo Brasil. Um dos destinos muito efetivo para a continuidade foi Ponta Grossa. Nas décadas de 1960 e 1970 dezenas de capinzalenses e ourenses foram para ali. Dizem que a formação em nível técnico,  no Colégio Augusto Ribas, equivalente ao atual Ensino Médio, na área da agropecuária, aproximava-se ao nível dos cursos superiores da área atuais. Oportunamente, vou abordar sobre os muitos amigos que foram ali estudar. Por conta disso, vários deles acabaram fixando residência naquela cidade e região paranaense.

          A geração que fez seus estudos em Capinzal nessas duas décadas que se espalhou pelos quatro cantos do Brasil foi muito determinada. Os pais investiram nos filhos porque já acreditavam que o conhecimento era o melhor caminho para sua autonomia. E foram participando dos vestibulares, cursando faculdades e seguindo em frente, alguns galgando a privilegiada condição de pós-doutores. Hoje, quando recebo e-mails, telefonemas ou mesmo reencontro meus contemporâneos, sinto muito orgulho, minha estima sobe. Numa época em que não tínhamos facilidades em comunicações e  nossas cidades só conheciam asfalto através dos documentários que precediam as sessões de cinema no Cine Farroupilha ou no Cine Glória, nossos jovens tiveram a coragem de sair de casa para construir sua autonomia. E continuam, agora os filhos e netos de nossa geração, deslocando-se para os mais distintos lugares do globo, mas sempre  representando bem seu  lugar de origem.

Euclides Riquetti

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Um horizonte azul cor do céu

 


 




Há um horizonte azul a nos esperar
E corpos que  flutuam embalados em canções
Nas ruas da terra , através das gerações.
No azul da cor do céu, no  azul da cor do mar.

Há um horizonte azul  a nos amparar
Em todas planícies verdes deste mundo
Nos mares que cobrem do sol  rotundo
E ombros que me esperam pra chorar.

Havia um horizonte azul no teu olhar
Que me buscou entre os andantes do universo
E um doce abraço teu a me chamar:

Agora, em cada nova manhã de invernos e verões
O Poeta   te exalta  em prosa e verso
Ó  musa de meus encantos e paixões!

Euclides Riquetti

Vale soberano... (do Rio do Peixe)

 






A névoa alva nivela os montes no vale soberano
Torna-se  uma imensidão de algodão desfiado
Como se Deus o tivesse num sopro criado
Para que os anjos pudessem caminhar sobre o  plano.

O Rio do Peixe  se oculta calmo e sinuoso
Até o  ruído das aves some , esconde-se nas plantas
As mães protegem  seus filhotes com as asas  santas
A natureza repousa seu  concerto mudo, silencioso.

Vale encantado de nosso Rio do Peixe, que orgulho!
Venho do planalto e te contemplo  em todas as  manhãs
Mergulham  em ti os vindos  das paisagens  chãs
E eu também mergulho,  nesta tenra manhã de julho.


Euclides Riquetti