sábado, 21 de novembro de 2020

Andar nas nuvens




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Fui andar nas nuvens, flutuar
Buscar não sei o quê
Fui nem sei por quê
Mas fui passear!

Seria o  passeio dos justos
Ou da desolação?
Seria preocupação
Ou vazão a instintos brutos?

Fui andar perto do céu azul
Fui encontrar a paz
Pois é assim que se faz
Aqui no meu amado Sul...

Seria a busca das verdades
Das respostas escondidas
Para as dores sentidas
Para as aflições e as vontades?

 Fui com propósitos e propostas
Fui flutuar nas nuvens brancas
Procurar almas tão santas
Que me dessem as respostas!

E, agora, já sei o porquê
De ter ido buscar ali
Remédio pra dor que senti:
Encontrar você!

Euclides Riquetti

A CANÇÃO QUE VEM DO NADA





Não sei se você ouve
A canção que vem do nada.
Mas sei que eu a ouço sempre
Quando ando pela estrada.                                      Ver a imagem de origem

Não sei como eu ouço
A canção que vem do nada
Que não tem sequer letra
Mas que em mim está gravada.

Mas eu sei que ouço
E sei que ela me agrada
Porque é animadora
A canção que vem do nada.

Talvez ela me traga
Uma saudade desgraçada
Mas fico muito feliz
Com a canção que vem do nada.

Talvez você possa ouvir
A melodia exacerbada
Que insere em seu coração
Uma canção que vem do nada.

Talvez possamos ouvir juntos
A canção que vem do nada
E que nos traz boas lembranças
De nossa história passada.

Meu coração também consegue
Ouvir a que vem do nada
A canção maravilhosa
Em mim eternamente gravada!

É a canção do coro dos anjos
Que me chega na madrugada
E que me faz sentir você
Mesmo que venha do nada!

Euclides Riquetti

Seus olhos entristecidos

 


 


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Navegam seus olhos fundos,  entristecidos
Buscando no horizonte algumas respostas
Talvez buscando entender alguns desatinos
Escrevendo o poema certo nas linhas  tortas.

Navegam seus olhos bonitos nas incertezas
Buscando entender os difíceis mistérios da vida
No rio que leva distante,  em suas correntezas
Histórias de traumas, de lutas,  confrontos e brigas.

Navegam seus olhos com medo de ver as verdades
Estradas que levam no tempo, na busca da cura
E trazem consigo lembranças e muitas saudades
Dos tempos de amor, de ilusão e aventura.

Navegam seus olhos e,  ao longe, encontram os meus
Despertos na espera do encontro que tanto desejam
Que aguardam  respostas que venham de dentro dos seus
Respostam que acalmem meu ser e também me protejam.

Eu olho seus olhos, seguro suas mãos e você nem me vê
Em pensamentos, desejos, pecados, pecados, desejos
Só quero sentir o perfume sutil que vem de você
E, se possível, roubar de seus lábios apenas um beijo.

Um beijo do amor sentido e não correspondido
Um beijo para não mais ser esquecido!
Um beijo meu
Um beijo seu
Nada mais!

Euclides Riquetti

Ficarei te esperando

 



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Ficarei te esperando
Na beira do Mar
Pra te ver mergulhando
Pra te ver nadar...

Serei como a areia
A afagar os teus pés
Bela e  doce sereia
Doce e  bela mulher...

Nas águas do Arroio, sim
Quando vais te banhar
Vais te lembrar de mim
De mim vais te lembrar...

Nas tardes mais quentes
Nas manhãs mais frias
Pensarás como sempre
Na nossa alegria...

Pois estarei te esperando
Na beira do Mar
Num Arroio  nadando
Pra poder te abraçar...

Euclides Riquetti

O Sinaleira - coisas da adolescência - aos meus amigos humildes

         Relembrando: 





           Ontem, pela manhã, ao chegar em Ouro, em frente à antiga Sorveteria Vó Mirian, hoje Sorveteria do Grezele, encontrei o Sinaleira. Ele me olhou, limpou duas vezes a mão direita  nas pernas de suas calças e estendeu-ma. Estendi-lhe a minha, apertei a sua e falei: "Não precisa limpar sua mão para me cumprimentar. Você não me conhece?" Ele olhou-me, reolhou-me, mediu-me, iu-me, iu-me, iu-me e, depois lascou: "Não lembro de você!".

          Bem, eu encontro o Sinaleira seguidamente em Joaçaba, andando nas ruas centrais. Nem sei se ele me vê, mas eu o vejo. Ontem, disse que queria um "particular" comigo, queria R$ 1,00 emprestado. Dei-lhe R$ 5,00, não para gastar naquilo que é acostumado, mas para que comprasse comida. Ele disse que gastaria R$ 4,00 em comida e o outro real para aquela finalidade a que me pedira emprestado. Eu não incentivo o consumo de bebida alcóolica, pois perdi muitos amigos e alguns familiares por causa dela e do cigarro. E censurei-o por ter limpado a mão para estender-me. A um amigo, dá-se a mão em qualquer circuntância e eu tive muito prazer e alegria em ter sido cumprimentado por ele.

         Mas, voltando ao Sinaleira, que encontrei bem em frente à sinaleira da Felip Schmidt,  na esquina com a Professor Guerino Riquetti, mais conhecida como a Esquina do Posto Esso (que já não é Esso, é Shell, mas que vai continuar a ser Esso por uma questão de hábito mental e linguístico, e que para alguns é Posto Dambrós), falei-lhe que eu o conhecia bem, que ele  era irmão do Lauro, e do falecido Castelinho.  Perguntei-lhe se ele conhecia o "Pisca" e ele disse-me que o Pisca era ele mesmo. Respondi-lhe: "O Pisca era eu, você era o Sinaleira!. Lembrei-lhe que jogávamos bolicas (que muitos de  vocês chamam de bolinhas de gude),  ali,  ao lado da casa do Adelino Casara, em Capinzal, num terreno bom, plano, com sombra de laranjeira e tudo. E ele lembrou-se de mim...

          Ser antigo, já escrevi, me permite lembrar mais, curtir mais, navegar mais num passado mais longo do que o de muitos de meus leitores, que têm a vantagem de estarem com menos idade. Mas, hoje pela manhã, ao vir de Joaçaba dirigindo, calmamente, até meu trabalho, comecei a lembrar-me de amigos que tínhamos na época e que, por serem de cor diferente da minha, alguns achavam que eu não deveria misturar-me com eles. Quando saí do Juvenil do Arabutã e fui jogar no "Time dos Engraxates", passei a ser meio rejeitado por algumas pessoas, que achavam  que aquilo era demérito. Mas, lá, convivi com muitos que já se foram e que foram meus companheiros. Tinha o Pelé, filho do Caetano, que fazia panca; o Ferrugem, que só queria jogar com a 10, mas o Pelé queria para ele.O Castelinho,  só conseguia jogar bolicas, mas nada de futebol. Lembrei-me do Chuchu, craque que só jogava bem com os pés descalços, e morreu num incêndio em Piratuba; o  Thclule, que jogava bem e tocava bateria nos Fraudsom... e todos eles já foram para o céu.

          Mas conheci também muitas pessoas que já eram adultas na época, até idosos: A Tia Bena, mulher do Sapeca; a Nega Júlia, que diziam ter sido escrava e tinha mais de 100 anos; o João Maria, que queimava a barba com o fogo do isqueiro pra não precisar cortar; o Zé de Amargá, que foi pioneiro no Navegantes, trabalhou no pesado até o fim da vida, e dizia que comia carne e verdura pra ter energia pra trabalhar bastante; o Sebastião Félix da Rosa, conhecido como "Velho Borges" e "Champanhe", que morreu sentado embaixo de uma árvore, no Navegantes, e que filosofava: "Não cai uma folha de uma laranjeira sem que Deus queira"; seus filho João, Dário e Mário, este último que passou a maior parte de sua vida usando camisa do Arabutã, e vinha em minha casa de madrugada, para saber como estavam as "geminhas", minhas filhas Michele e Caroline; a Dona Júlia, que benzia as pessoas para que não ficasse doentes e que viveu seus últimos dias lá no Alvorada, vizinha das irmãs Clementina e Jurema, todas já idas lá pra cima, juntamente com a Patroa do Pedro Lima. Todos esses amigos foram pro céu, tenho muitas boas lembranças deles.

          Os tempos mudaram. Agora, as oportunidades que o Sinaleira não aproveitou, continuam a existir para quem quiser aproveitar. Há boas escolas públicas, transporte gratuito, apoio dos órgãos públicos para quem quiser estudar e poder buscar um caminho talvez que não traga mais felicidade, mas melhor   padrão de vida.  Só não estuda quem não quer. Mas, o Poder Público precisa oferecer ao cidadão aquilo que a família a muitas vezes não lhe oferece: proteção social.

          Então, posso dizer que tenho muito orgulho em ter sido amigo dessas pessoas todas. E que o Sinaleira continua sendo tão admirado quanto admiro a Thaís Araújo, a Maria da Penha da novela das 19 horas na Globo.


Euclides Riquetti
18-05-2012

Quando a saudade bater em sua porta

 


 

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Quando a saudade bater em sua porta
Talvez você nem mesmo se dê conta
Mas isso agora já pouco nos importa
Pois  a realidade já não amedronta...

Quando a saudade fizer sentir a dor
A dor da perda sem ter a reparação
É porque ainda em nós resta o amor
E só o amor nos dará compensação...

Sempre que retornar aquela tristeza
Aquela que vem com dor e saudade
Que vem por causa de nossa frieza
Ela nos alerta para uma realidade...

O mundo é mais do que gosto e prazer
É feito para o amor e o entendimento
A alegria deve sobrepor-se ao sofrer
É preciso dar asas ao bom sentimento!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Histórias com Torcedores do Vasco e do Arabutã (Capinzal e Ouro)

 



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Masters do Arabutã FC - década de 1980 : Treinador Valdomiro
Correa - Zucco - Altair Secchi - Ademir Rech - Euclides Riquetti
(eu mesmo) - Vicente Gramázzio (Sabará) e Malmir Padilha (Mazo)
Agachados: Domingos dos Santos (Mingo Barbina) - Valêncio
J de Souza - Braga Júnior -Carmelino Nora e Ségio Scarton -
time de peso...


          Sabe aquelas pessoas que têm características especiais e que escolhem ter suas paixões, simples paixões, mas as defendem como seu direito mais sagrado e absoluto? Pois elas existem e marcam nossa vida da maneira mais simples, mas são inesquecíveis.

Voltando no tempo.jpg

D esquerda para a direita, em pé: Nelson Catalan, Marcelo Bonamigo, Sady Brancher, Sueli Caliari, Inês Pelizzaro, Loiva Ferro, Darci Fincato, Taginho. Matos, Santo Golin, Hiran Zocoli. Agachados: Valfrido Vieceli, Tonico da Rosa, Mogica, Guilherme Odil Doin, João Alves (Calçudo), e Sergio Spadini; O mascote é Airton Bertaioli, hoje médico em Três de Maio - RS
Foto de Antoninho Sartori e Jornal O Tempo - Capinzal - Ouro - SC - década de 1960


          Quando eu era criança e ia ao campo municipal da antiga Rio Capinzal, torcia por todos os times da cidade. Desde que o jogo fosse contra os times de fora. Mas eu tinha meu time do coração: O Vasco da Gama. E, agora, eu lembro com saudades de cenas que presenciei por causa do fanatismo, da paixão que tira as pessoas de sua normalidade por causa do seu time de coração. E também lembro de torcedores folclóricos, sobre os quais falarei.



          Numa dada oportunidade, havia um jogo dos aspirantes do Vasco contra o Arabutã. O juiz tinha um time de preferência, mas estava atuando com imparcialidade. Chovia e o campo, pelo intenso uso, estava careca de gramado. O árbitro protegia-se com um portentoso guarda-chuva. Um torcedor do Arabutã, Etelvino, inconformado com uma decisão do juiz, pulou a cerca de madeiras, tomou o guarda-chuva do mesmo e deu-lhe na cabeça...
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Em 1965 A.E. Vasco da Gama excursionou ao Paraguai, disputando um torneio do clube local e
o San Juan, de Posadas - Argentina.

          Pois que havia a Dona Dileta, dona da Barraquinha do Café, onde servia um delicioso pastel  na Estação Ferroviária, vascaína fanática, só não invadiu o campo para entrar na briga deles  porque outros torcedores a detiveram. Os filhos Ico e Binde jogavam no Vasco e ela ficou fula da vida com o Etelvino. Mas com a turma do "deixa disso" os ânimos foram serenados.

          De outra feita, no clássico em que o Arabutã venceu o Vasco por 3 a 1, depois de 10 anos sem se enfrentarem, duas professoras minhas, das torcidas rivais, entraram em "rota de colisão" por causa de seu fanatismo. E, na semana seguinte, na escola, era só constrangimento...

         E não esqueço dos torcedores folclóricos do Arabutã, que iam a pé até a Baixada Rubra, ver os jogos do Arabutã:  o Bugre, que ia ao campo acompanhado de toda a numerosa prole, todos com as suas camisas e bandeira alvi-rubras.  Ficavam na arquibancada, torciam sem alvoroços, ficavam reunidos ali. E, quando a coisa apertava para a Casa, o Bugre fechava os olhos e fazia suas silenciosas orações. Devia ter suas inimagináveis convicções e a inabalável Fé. E davam resultado. Se não davam, dizia: "Deus assim  quis!" ou "Foi a vontade do Pai do Céu".

          Outro  torcedor muito  marcante foi o Mário Borges da Rosa, o "Ferro". Era tão fanático que saía cedo de casa, passava pelos bares, pelas casas, parava os carros, ia a pé. Camisa vermelha, do Arabutã. Levava muitas horas para fazer poucos quilometros. Mas, na hora do jogo, estava lá ele, de pé, ao lado do alambrado, cobrando dos jogadores e reclamando do juiz. Parecia que estava em outro mundo, olhava para a torcida na arquibancada, fazia gestos, erguia os bravos,  mas não perdia a noção do jogo. Depois, ia embora pela estrada, reptindo o método da ida, e resmungando, sabendo que ganhamos ou perdemos. A cidade toda o conhecia.

          O Mário "Ferro", há uns 7 anos, foi para Joinville visitar uma filha, adoeceu e foi pro céu. Pois quando estava construindo minha casa, em Joaçaba, não é que me passa na rua um senhor bem igualzinho ao Mário?! E com camisa vermelha, mesmo tipo de chapéu e calçado. Magro igual, alto igual, pele igual, movimentos de corpo e de mãos iguais.  O perfeito sósia do Mário. Entabulei conversa e descobri que Seu Antônio, o "Pato", era primo do Mário e do saudoso Tchule. Torcedor do Internaciobal e fã da dupla Teodoro e Sampaio, cantores. Que coisa! Viramos amigos, somos quase que vizinhos. E sempre, ao vê-lo na rua, lembro-me do "Ferro".

          Saudades, elemento sempre  presente na vida de todos nós...Saudades das pessoas simples que cruzaram nossa vida!

Euclides Riquetti
02-04-2013

"Reencontro com o Virso" - Homenagendo amigos no Dia da Consciência Negra

 


Reencontrei, hoje, em Herval D´Oeste, o Milton, irmão do Vilson da Rosa. Um bom papo! A gente não se falava há quase três décadas. Dei meu cartão para a Valkíria, com meus endereços. Falamos de antigas histórias. E aqui vai uma delas:


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Balneário Thermas de Ouro - Muros de pedras que são uma
verdadeira  obra de arte - trabalho da família Da Rosa.



          Em minha caminhada matinal, após andar um bocado na Pista do Comercial, aqui em Joaçaba, tomei o rumo de uma rua paralela ä Rodovia  BR 282 para dar uma olhada na evolução da urbanização do entorno da Nova Rodoviária, aquela que está há seis anos em construção e dizem que vai ficar pronta em agosto. Mas também ia ser inaugurada em agosto de 2008 e não foi...
     
         Mas uma agradável surpresa me aconteceu quando estava em meio ao caminho: reencontrei um moço de estatura mediana, bem moreno, muito gente boa, daquelas pessoas que você pode contar com ela em todos os momentos da vida, o Vilson. Um moço sessentão. Acho que o sobrenome dele é da Rosa, meu coleguinha de infância e adolescência vivida nas barrancas do Rio do Peixe e nas ruas de Capinzal. Reconhecemo-nos à distância e foi uma alegria de minha parte reencontrá-lo. Senti o mesmo da parte dele. Gritou-me: "'Óia quem vejo aí, o Riquetão, o Pisca!..."     "Virso! Que bom te vê, amigão! Vamo jogá as ganha, Virso? Te impresto duas bulica!", respondi.

           Meu amigo Engenheiro Roberto de Carli, de longa data, ficou rindo de nosso encontro, da maneira como nos expressamos. Estavam ali para "ver um serviço", um muro de contenção para o Vilson empreitar.

          O Vilson faz parte de uma casta de artistas das pedras, da família "Dos Lautério", que moravam em Capinzal, ao lado da estradas de ferro, nas proximidades da Linha Residência na epoca de nossa infância. Há mais de três décadas vieram para Joaçaba e Herval d'Oeste, a família ficou grande e todos aprenderam o ofício de cortar as pedras "pela veia", no bater das marretas. São todos habilidosos e as melhores taipas e muros do Baixo Vale do Rio do Peixe foram confeccionados pelas mãos dos Lautério. Do ano de  89 a 92, nós os contratamos para cortar paralelepípedos  Arrendamos uma pedreira em Lacerdópolis e alojamos todos eles lá, num acampamento. Produziam muito, já que recebiam por pedra que cortassem. Serviço bm feito, sempre.

          Mas seus belos trabalhos estão espalhados em diversas cidades, e podemos citar todos os muros de contenção do Balneário Thermas de Ouro como exemplo para que se possa avaliar a capacidade de trabalho deles. Hoje  Vilson tem sua própria empresa prestadora de serviços, tem a vida bem organizada.

         Aproveitamos a demora do proprietário chegar para mostrar o serviço e fomos conversando:

          Dizia ele, com seu costumeiro nariz meio trancado: "Ma Riquettão, o que que anda fazendo? Só na boa? Se lembra de quando nóis jogava bulica lá no lado da bodega do Adelino Casara? Você queria me rapá nas ganha!..."

          "Claro que lembro! Você tinha um jeito esquisito de segurá as bulica, Virso. Nóis jogava no búlico e no triângulo. E nossa turma se espalhô..."

          "É memo! Se lembra do Nile? "Já morreu.  Lembra que depois ele dirigia o caminhão da Serramalte quando ficou grande? Ele já era meio grandinho desde piqueno... Morreu faiz tempo!"

          "É, mas morreu também o Pelé. E o Ferruge, o Castelinho... E o Nizinho, lembra? Tá vivo, mas foi pra cana há uns meses. Deu uma facada num amigo dele depois que bebeu..."

          "Mais o Táiro (Tyrone Viecelli), ainda tá por aí. Virô Dotô o bicho! Você não ia junto qua gente quando ele pegava o jipe do véio Armando escondido pra nós i buscá uma melancia lá pros lado do Moinho do Toscan?"

          "Não, minha turma maiava a pé, mesmo! Mas tem uns que foram trabalhar e estudar. Não sei o que é feito do Chiquinho Biavatti, mas o Dinho foi estudá em Ponta Grossa, virou advogado e granjeiro e não voltou mais"...

           E o Virso, de novo: ""É, os que foro istudá ficaro rico. Os que ficaro bebendo cachaça, tão tudo no cemitério!"

           Tomara que els se acertem com o preço do serviço e venha fazer o muro, que daí vou vê-lo muitas vezes. Já combinamos que quando chegar a primavera vamos com "as véia" comer uns peixes e umas polentinhas lá no Pesquepague do Aquilino Pilatti, em Lacerdópolis! Trato feito!

Euclides Riquetti
06-07-2013

O Ximbé e o Virso - Bahia, Meu Deus do Céu!

 

Relembrando e homenageando mais amigos no Dia da Consciência Negra.


Herval d´Oeste - SC...foto antiga...


          Na quinta-feira, fui dar uma banda no centro de Joaçaba. É andar por lá e encontrar amigos de longa data, principalmente quando se anda pela Rua XV. Toda a cidade que se preza tem uma Rua XV. E, em meu estado, também uma Rua Felip Schmidt. Por serem sempre as primeiras ruas a receberem nomes quando das fundações das cidades, estão localizadas sempre na sua área central.

          Pois que ao entrar numa loja para reclamar do defeito de um poduto ( a gente compra de marcas famosas, em lojas igualmente famosas, mas são importados da China também...), deparo com um cidadão moreno, cabelo agrisalhando-se, jeito humilde e simpático, inicio conversa: "Bom dia, senhor. Carteira do Internacional e jaqueta do Vasco?"

          "Sim, respondeu-me. Sou vascarino"!  Na minha cidade de origem, Capinzal/Ouro, quando era criança tinha muios amigos que usavam o termo vascarino em vez de vascaíno. Lembro que o Valério e o João Luiz Beviláqua dizem isso também. São vascaínos!  Trajava uma bela de uma jaqueta preta, da Kappa, com um discreto distintivo do meu time,  Vasco da Gama , aquele senhor. Disse-lhe que também era vascaíno. Cruz de malta na testa. Tenho uniforme, até!


          Perguntei-lhe se era de Herval d'Oeste, confirmou-me que era. (algo me fazia supor que era de lá) Perguntei-lhe se ele conhecia o Vilson da Rosa, o "Virso", e ele começou a rir e imitá-lo, falando igualzinho a ele, com aquela fonética peculiar dele. Conhecia o Virso, sim, até trabalhou com ele há uns quarenta anos atrás, lá em Capinzal, na Pedeira que ficava pra cima dos Caetano, perto de Frestão, um prostíbulo que ali havia no início da década de 1970.  E começamos a conversar como se nos conhecíamos de há muito.

          "Sou o Ximbé, trabalhei com os Lautério, com o pai do Virso. Aprendi a cortá  pedra com eles, pedra de obras, de calçamento, de mão, de tudo o que é tipo", falou-me. Olhei para aquele rosto judiado pelo tempo, mas que irradiava uma indescritível simpatia. Os sulcos e as rugas na testa e no rosto muito visíveis, denotando sofrimento, luta pela sobrevivência, exposição aos danos do tempo, do sol, do frio, das chuvas e dos ventos que roçaram aquele pele envelhecida...

          Deixei-o bem à vontade, ele até sentou num banco ali na loja e continuamos nossa conversa. Eu tinha tempo, estava a esperar o retorno do gerente, para que me atendesse, Contou-me algumas das aventuras deles, rimos muito. Depois, sugeriu-me:"Quando encontrá  o Virso, grite pra ele: Bahia, meu Deus do Céu!. E depois você me conta quanta risada ele deu"!". Perguntei-lhe por que e ele foi dizendo:

         "Uma veiz, quando nóis tava acampado na Pedreira de Capinzal, fizemo uma chopana com madera roliça e cubrimo e fizemos as perede com mato. Tudo de mato. E num é que uma noite uma vela tacô fogo no barraco e queimô tudo? E o Virso, quando viu aquilo tudo, gritô assustado: Bahia, meu Deus do céu! E foi um Deus nos acuda. Mais conseguimo tirá as ropa e as panela antes do fogo tomá conta. E mudemo pruma caverna, um tipo de gruta que tinha no paredão de pedra, e nunca mais fizemo chopana. Tinha o Hélio, otro cortadô, que cada vez que via o Virso, gritava: Bahia, meu Deus do Céu!  E o Virso se matava de tanto dá risada. Dava de vê de longe os dentre branco dele"

          O entusiasmo do Ximbé me contagiou. Disse-me que o Virso é um vencedor na vida, que está muito bem. Fiquei contente. E prometi que ainda nos vamos reunir eu, ele e o Virso para  contar uns  causos. O Ximbé tem três anos mais do que eu e o Vilson. Algo me diz que eu o conhecia dos tempos da infância. O rosto me é familiar, mas o apelido, não.

         Ah, para ajudar você a entender e lembrar, a expressão "Bahia, meu Deus do Céu" vem de uma música do final da década de 1960, da dupla paranaense Jacó e Jacozinho.

          Agora é  esperar que o Virso comece a fazer o muro aqui no Bairro e marcar nosso encontro. Para rir muito, pois isso é impagável, nos faz bem, estimula nossas células boas!

Euclides Riquetti
14-07-2013

O Tchule, o Urco, o Mário Ferro

 


Minha homenagem aos três amigos... 




          No dia em que os brasileiros comemoram o Dia Nacional da Consciência Negra,  minha mente se voltou para alguns amigos com quem convivi e que, ao partirem, me deixaram com muitas saudades. São pessoas que marcaram época em Capinzal e Ouro  pela sua maneira de ser e posso até arriscar a classificá-los como figuras folclóricas: O José dos Anjos, conhecido como Tchule; Vivaldino dos Santos, o Urco; e Mário Borges da Rosa, o Ferro.

          De comum com eles, em alguma época de minha vida vesti a camisa do nosso glorioso  Arabutã FC. Os dois primeiros como jogadores e o último como um aficcionado pelo Rubro da Baixada.

          Conheci o Tchule ainda na infância, tinha um irmão, o Jânio, que chamávamos de "Chefo". O pai deles chegou a aposentar-se como funcionário da Prefeitura de Ouro. O Tchule era uma figuraça. Quando ria, seus dentes brancos eram bem realçados em sua tez morena. Muito simpático, inteligente, habilidoso com os pés, no futebol, e com as mãos e braços no repicar  das baquetas em sua bateria no tempo de "Os Fraudsom". Gostava muito de samba, era muito fera. Trabalhei com ele no Posto Texaco, ali no Ouro, da Família Dambrós. Éramos lavadores e lubrificadores de carros e caminhões. Trabalhávamos muito.

          Jogava no Arabutã, era zagueiro central habilidoso, mas sabia jogar nas outras posições. Quando voltei de União da Vitória e fui morar em Zortéa ele apareceu por lá, no tempo em que estive fora havia jogado no Grêmio Lírio. Na mesma época, a notícia de que foi acometido por uma hepatite que, mal curada, levou-o para o mundo dos mortos. Até hoje guardo seu sorriso bonito e sua maneira educada de resolver as coisas. Uma vez emprestei-lhe minha jaqueta branca e ele me emprestou um de cor gelo, ainda quando lavávamos carros. Era a maneira que tínhamos para ir aos bailinhos...

          Com o Urco, jogamos bola nos veteranos do Arabutã. Além de lateral esquerdo vigoroso, era um bom marcador. Às vezes atuava na zaga. Era também árbitro da Liga e trabalhava no Serviço de Inspeção  Federal na Perdigão, junto com o Bisteca, o Cheiroso e o  Kojak.  Levou azar o amigo, pois foi acometido de Leucemia. Fez transplante de medula óssea em Santa Maria, RS, mas com o tempo a mesma voltou e ceifou-lhe a vida, deixando os filhos, que foram meus alunos na Escola  Sílvio Santos.

          O Mário Ferro foi uma das figuras mais folclóricas que conheci. Só usava camisa de vermelho encarnado, do Arabutã. Na falta de uma, podia ser do Internacional. Trabalhou na conservação do Estádio do Arabutã, era muito caprichoso. Mesmo depois de sair de lá, defendia o clube e o patrimônio como se dele fossem. Aos domingos, ia a pé pela rua de asfalto, meio cambaleando, e chegava ao campo, ficava torcendo de pé, junto ao alambrado. Mesmo não estando perfeitamente sóbrio, sabia tudo o que se passava no gramado. Reclamava do juiz, lamentava as derrotas e invadia o campo após as vitórias.

          Muitas vezes, no frio do inverno, de madrugada, batia lá em casa. Não queria nada, não entrava, só queria me cumprimentar. E perguntava: "Ondé que tão as geminha? Tão durmindo? E a zoinho preto?" Eu ficava um bom tempo lá com ele e ele pegava seu chapéu de aba larga e ia embora. A vizinhança gostava dele, as crianças gostavam dele. De vez em quando filava uma prato de comida na Dona Ézide Miqueloto e depois de brincar com as crianças, a Caroline, a Michele, o Fabrício, o Maxuel, o Felipe, o Júnior, a Evelyn, a Aquidauana e o Thiago,  se mandava. na rua, ia abanando pra todo mundo, conhecia todos e todos o conheciam.  Gostava de ir ao sítio do Nízio Dal Pivo, no Pinheiro do Meio, onde era bem tratado e até ajudava a fazer cachaça no alambique. Viveu a maior parte de sua vida sozinho e, quando foi a Joinville ver uma filha, ficou por lá e morreu. Acho que perdeu seu habitat natural...

          Três pessoas boas, simples, que muito marcaram a vida de muita gente. Que angariaram a simpatia nossa e das pessoas que os conheceram. Então, no Dia Nacional da Consciência Negra, quero homenageá-los, bem como a todos nossos irmãos afrodescendentes. Estejam com Deus, Tchule, Urco e Ferro!


Para refletir: Por que a foto mostra a rosa branca em plano acima da preta? Imagem captada na internet... Não poderia ser ao contrário? Ou há uma pseudo lógica na cultura, que pressupõe que um tipo de ser é superior ao outro? 


Euclides Riquetti


Porque o tempo passa...

 




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Porque o tempo passa
É preciso nascer
E é preciso crescer
Porque o tempo passa..

Porque o tempo passa
É preciso estudar
E é preciso trabalhar
Porque o tempo passa...

Porque o tempo passa
É preciso viver
É preciso dar e receber
Porque o tempo passa...

Porque o tempo passa
É preciso caminhar
É preciso amar
Porque o tempo passa...

Porque o tempo passa
Será inevitável sofrer
Será inevitável morrer
Porque o tempo passa!

Euclides Riquetti

Nas ondas do sonho

 

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(Tainá Hinckel, na Guarda do Embaú, onde mora,
litoral de Santa Catarina)


Nas ondas do sonho
Ganhei  teu abraço
Um beijo gostoso
Um olhar carinhoso
Depois do cansaço...

Nas ondas do sonho
Enrolaste-me em laço
Entreguei-me de todo
A teu corpo cheiroso
Perdi-me em seus braços!

Mulher carinhosa
Na tarde de verão
Na tarde gostosa
Me atacas fogosa
Roubas meu coração.

E nas ondas do sonho
Me levas embora
Com teus beijos de fogo
De amor e de gozo
Me levas, senhora
Me levas embora.

E eu
Por minha própria vontade
Me deixo levar!

Leva-me
Para algum lugar
Onde possas me amar
E me fazer sonhar.
Leva-me
E não me deixes voltar!


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Busque a realização de seus sonhos
Não deixe que nada a  atrapalhe
Busque-os com seu rosto risonho
Pois sem eles a vida pouco vale.

Procure realizá-los com sabedoria
Com a astúcia e a calma necessária
A luta pelos sonhos que contagiam
Não deve ser isolada ou solitária.

Buscar os sonhos mas não deixar
Que eles se sobreponham ao real
Realidade e sonhos,  um belo par
Caminhando juntos em especial.

Quero viver os seus sonhos azuis
Contar na noite as estrelas do céu
Quero viver os seus sonhos de luz
Partilhar sonhos de luz e de véu.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Quando me disseste adeus

 




Quando me disseste adeus, eu não acreditei
É tudo brincadeira...
Foi o que pensei
Mas com o passar do tempo
Bagunçou meu  pensamento:
Onde foi que eu errei?

Quando me disseste adeus, eu não pedi por quê
Estavas me deixando...
Não sabia que te perder
Iria me abalar tanto
Mas para meu espanto
Foi grande o meu sofrer!

Ora, porque somente agora
Descubro que és a musa
Dos versos das canções
De hoje e de outrora?

Ora, porque eu não percebi
Que eras minha luz
A minha inspiração
Que deixou-me e foi embora?

Então, depois que compreendi
O meu amor por ti
Só te peço que me dês o teu perdão
Eu  só peço que tu voltes
E que nunca mais me soltes
Que venhas me trazer teu coração!

Euclides Riquetti
24-02-2014

O crédito moral das pessoas de idade

 

Relembrando...



          É bem perceptível que pessoas jovens não deem muito crédito aos velhos. Velhos, sim, pessoas que viveram por muito tempo, acumularam experiências e,  com elas,  mais conhecimentos. O capital intelectual das pessoas é intransferível. A perda de gente que deixou marcas importantes no meio social onde atuou é sempre muito sentida. Não apenas os seus entes queridos, os mais próximos, lamentam e sofrem com as perdas definitivas. A sociedade sente muito quando isso acontece.

          Exemplos claros disso nos surgem quando se perde um ídolo. Foi assim quando perdemos o Ayrton Senna, naquele fatídico Primeiro de Maio, há 20 anos. Mesmo nas pequenas cidades, o desaparecimento de pessoas bem conhecidas e que têm uma boa folha de contribuições para com sua comunidade sempre é muito sentida. Nos últimos dias, um fato relevante foi amplamente noticiado e chamou a atenção dos brasileiros e até nos meios internacionais: Edson Arantes do Nascimento,  Pelé, o Rei do Futebol, foi internado numa UTI em razão de uma infecção. A situação agravou-se e o seu trabalho renal foi prejudicado, ficando em risco de morte.

          Felizmente, acabou melhorando e já foi liberado para continuar o seu tratamento em casa. Mas ficamos muito apreensivos com a possibilidade de perdermos nosso Rei.  Eu, particularmente, por ter convivido com ele um dia de minha vida, em 1989, quando de sua visita à então Perdigão Agroindustrial, em Capinzal, e pude constatar pessoalmente o quanto ele é educado e gentil para com as pessoas, mesmo as mais humildes, torci muito pela sua recuperação.

          Dia desses, num consultório médico em Concórdia, observava pessoas de idade avançada que buscavam avaliação cardiológica. Algumas vinham acompanhadas de filhos, de cônjuge, outras vinham sozinhas. Fiquei imaginando quantas pessoas assim existem por aí e precisam, elas mesmas, resolver seus problemas. Ainda bem que no consultório o tratamento dado a elas é de primeira qualidade, com as atendentes dando-lhes a devida e merecida atenção. Mas sabemos que não é em todos os lugares que elas são tratadas com respeito. Nós mesmos ajudamos uma senhora idosa  a tomar o elevador quando de sua chegada e na sua saída. Estava sozinha.... Lembrei-me de que sábado, em Alfredo Wagner, numa lanchonete à beira da BR 282, uma senhora que estava no carro da Saúde de um município, que voltava da Capital após tratamento, ao tentar pagar o cafezinho que havia tomado, recebeu a gentil informação da funcionária de que o café era cortesia. Uma pequena cortesia, acompanhada de um sorriso, tudo muito reconfortador.  São pequenos gestos, pequenas atitudes, que nos fazem acreditar que o mundo ainda vai ser melhor, mais humano.

          Pessoas muito simples, humildes, precisam ter o apoio de seus familiares, amigos e de quem de dever. Estes, os funcionários que trabalham no serviço público: saúde, serviço social, organismos de arrecadação tributária, principalmente. Também no transporte coletivo, quando estão lá na pracinha tomando um sol ou conversando com os amigos, quando precisam atravessar a rua. Quando precisam acessar a prédios através do elevador, passar suas compras nos caixas do supermercado e outras situações semelhantes, que você, leitor, conhece muito bem.

          Aprendi com meus pais e avôs que devemos respeitar os mais velhos. Há pessoas que defendem bem os animais ( e isso também é necessário, pois todo o

Ser que sente dor, seja  física ou emocional, precisa ser bem cuidado e bem tratado), e se esquecem do Ser Humano. É da constituição Brasileira que os pais ajudem os filhos na infância e estes os pais na velhice. Mas, sobretudo, devemos tratar a todos muito bem, dando-lhes proteção e carinho, independente da obrigação legal ou  não.

Euclides Riquetti

13-12-2014

Partilhar sonhos de luz

 


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Busque a realização de seus sonhos
Não deixe que nada a  atrapalhe
Busque-os com seu rosto risonho
Pois sem eles a vida pouco vale.

Procure realizá-los com sabedoria
Com a astúcia e a calma necessária
A luta pelos sonhos que contagiam
Não deve ser isolada ou solitária.

Buscar os sonhos mas não deixar
Que eles se sobreponham ao real
Realidade e sonhos,  um belo par
Caminhando juntos em especial.

Quero viver os seus sonhos azuis
Contar na noite as estrelas do céu
Quero viver os seus sonhos de luz
Partilhar sonhos de luz e de véu.

Euclides Riquetti

Quando a esperança renascer das cinzas

 



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Quando a esperança renascer das cinzas
E então o  verde corar todos os gramados
Quando as florinhas amarelas voltarem
Nos campos do Sul de céu azulado...

Quando os seus cabelos forem sacudidos
Pelo vento fresco da manhã de solidão
Quando sua voz movimentar os sentidos
E eu poder ouvir a sua doce canção...

Quando no horizonte eu puder vislumbrar
A silhueta imaginária de seu corpo elegante
Quando na noite, de novo,  puder recordar
As linhas doces  e a beleza de seu semblante..

Eu saberei que valeu a pena!

Euclides Riquetti