sábado, 4 de junho de 2016

Feche seus olhos e responda...





Feche seus olhos e me responda
Não quero que me diga que não me entende
Não quero que nada, nunca me esconda
Pois sei que se você quer, você me compreende.

Feche seus olhos e escute minha voz
Quero que ouça o que tenho a lhe dizer
Quero que saiba que eu estou muito só
E que em todos os momentos só penso em você.

Deixe que seu pensamento me busque e me encontre
Que venha juntar-se a meus sonhos românticos
Para que eles sejam entre nós uma doce ponte.

E, quando ouvir os anjos tocarem seus clarins
E eles orquestrarem os seus mais belos cânticos
Pensarei em você e espero que  pense  em mim....

EuclidesRiquetti

Sentir o perfume

 

 

Sentir o perfume de teus cabelos castanhos
O calor em teu corpo exuberante e sedutor
Beijar os teus lábios com frenesi e ardor
Distanciar-nos dos pensamentos mais tacanhos.

Sentir que teus olhos têm o brilho da alegria
O pulsar de teu coração que se acelera
Amar tudo o que fazes com paixão e quimeras
Que tenhas paz interior e permanente euforia.

Sentir em ti a mais intensa reciprocidade
A confiança que está na alma branqueada
Dividir contigo a nobreza da cumplicidade.

Somar sonho com sonho, vislumbrar horizontes
Querer da vida presente o que se teve na passada
Beber das águas das mais puras fontes.

Euclides Riquetti

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Na doce inquietude da madrugada


 

Na doce inquietude da madrugada
Almas insones, corações aflitos
Reportam-se a canções e escritos
Na doce inquietude da madrugada...

Na manhã de sol suave e prazenteiro
O poeta  escreve versos românticos
Anjos entoam os mais sacros cânticos
Na manhã de sol suave e prazenteiro...

Na tarde da nostalgia e da meditação
Saem da pena maravilhosos versos
Que jaziam nos pensamentos submersos
Na tarde da nostalgia e da meditação...

Na noite em que as estrelas nos desafiam
Invadem meu ser as valsas das nostalgias
Os tangos me bailam com presteza e maestria
Na noite em que as estrelas nos desafiam...

Nos dias de cada outono  e de  cada inverno
Manhãs, tardes, noites, em todas as horas
Peço que me queiras, que  não vás embora
E te darei o amor de sempre, o amor eterno.

Amar-te-ei na noite abençoada
Na manhã hiemal, na tarde amena
Rezarei por tua alma branca e serena
Na doce inquietude da madrugada!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 2 de junho de 2016

A sobrevivência da incompetência


Reeditado:



          Uma vez conversava com um cidadão que atuava nos meios de comunicação. Nem sequer cursara a quinta série do fundamental. Sugeri-lhe que estudasse e ele me respondeu que para o serviço dele estava bom assim.  Agora, dez anos depois, constato que o cara ficou estacionado no patamar em que estava à época...

          Ultimamente, como tenho tempo disponível, tenho-me dado a observar mais atentamente aquilo que as pessoas fazem, como se portam no trabalho, qual o nível de desempenho em suas funções. Uma espécie de "estudo sociológico" de terceira categoria, mas um estudo, sim. Observar, analisar, concluir.

          Faço perguntas às pessoas e, felizmente, ainda ninguém me respondeu ou disse: "O que que você tem a ver com isso?" Mas posso asseverar-lhe, caro leitor, que me preocupo, muito, com o que vejo. Vendedores que trabalham em empresas especializadas em algo, elétrica, por exemplo. Quanta divergência de opinião sobre materiais dentre os funcionários  de uma mesma empresa! Vejo que as pessoas têm apenas o conhecimento funcional, bem básico, que angariaram junto aos vendedores mais antigos. São reprodutores de informações que ouviram dos outros e nem sequer procuraram verificar se o que dizem tem algum fundamento.

          Fui vendedor de peças "Mercedes-Benz" de 1972 a 1877 em união da Vitória, no Mallon. Fui uma grande escola para mim, pois tínhamos a supervisão e os treinamentos por técnicos altamente gabaritados, em Curitiba, mesmo com pessoal vindo da Alemanha e da Holanda para nos orientar. Aprendi muito com eles em termos de organização, planos de negócios e sobre a necessidade de conhecer cada detalhe do serviço e dos produtos. Assim, quando não havia grande movimento na seção  de peças, eu ia para a oficina ver como faziam para desmontar e remontar caixa de câmbio, diferencial, sistemas de freios e carcaças. E a aprender os números das peças de reposição para não bater muito a cuca na hora de emitir notas fiscais ou anotação nas Ordens de Serviço.   E ia aprendendo para ter melhor desempenho no atendimento, com agilidade e segurança. Isso me permitia uma boa folha de pagamento de salários ao final do mês.

          Acho que a maturidade nos torna muito exigentes. Cobro, com minha ação que normalmente  resulta inócua,  das operadoras de Tv a Cabo, Telefonia e Internet, a eficiência. Quando me dizem que têm 24 horas para resolver meus problemas, digo: "Gravem bem aí: O direito e a obrigação vocês conhecem, mas a eficiência está longe de vocês!"  Sei que, se todo mundo reclamar, um dia alguém cria vergonha e as coisas podem melhorar. Eles cobram  dos seus colaboradores resultados quantitativos  e os funcionários  fazem tudo às pressas para ir  atender a outro reclamante. A incompetência está muito presente em concessionárias de serviços  púlicos. Ganham rios de dinheiro e prestam péssimos serviços. Então, é a incompetência sobrevivendo ali também.

         Ora, caro leitor, leitora, você deve ter imaginado sobre os critérios que tem para escolher seu atelier, sua farmácia, seu posto de gasolina, confeiteira, cabeleireira, manicure, maquiadora. E, se você volta a esses lugares com frequência, é porque eles lhe estão propocionando algo que lhe agrada. Estão sendo competente em satisfazer suas necessidades de consumidora (a) de produtos ou serviços. Quando você muda de cidade, mais ainda fica atento à qualidade do atendimento, podendo escolher com discernimento e formando seu novo rol de lugares de convivência.

          Os incompetentes sempre existirão e cruzarão seu caminho. Mas você é que tem o poder de estimulá-los ou ajudar cortar-lhes as asas. Aliás, nem é preciso tanto. O tempo fará com que tropecem em suas próprias limitações. E  chegará o dia em que os incompetentes e os molengas deixarão de existir, certamente. Rui Barbosa já esperava por  isso...

Euclides Riquetti

Gostei de você... quero você só pra mim!






Gostei de você
Desde que a vi
Pela primeira vez...

Esbelta...
Elegante...
Cabelo seco e...
Esvoaçante!

Gostei de você
Porque senti que havia
Um algo diferente
Talvez um porquê
Que havia em você...

Gostei, simplesmente
Talvez porque seu jeito era diferente
Seu corpo muito envolvente
Sua palavras doces e carinhosas...

Gostei...
E não há palavras suficientes
Para descrever
A maneira com que me atraiu
Me chamou a atenção
Encantou meu coração...

Então
Fugindo da lógica convencional
E, de uma maneira muito natural
Preciso lhe dizer:
Preciso de você!

Apenas isso...bem isso... bem assim
Quero você
Só pra mim!

Euclides Riquetti
02-06-2016









quarta-feira, 1 de junho de 2016

Falando de poesia na Escola Nossa Senhora de Lourdes, em Joaçaba

 




         A Escola Municipal Nossa Senhora de Lurdes, aqui em Joaçaba, foi construída há quatro décadas. Recebeu ampliações e tem, em anexo, um Centro de Educação Infantil, muito bem organizado, cuja diretora é nossa vizinha, aqui da frente de casa, a professora Eliane de Souza Bütner.

         Na manhã da  terça, 31, estive conversando com os alunos do quinto ano da Escola, que se situa distante dois minutos a pé de minha casa. Recebe, diariamente, cerca de 200 alunos. Tem uma equipe muito competente e habilitada de professores e um corpo funcional bastante dedicado. É visível o capricho e a organização em todo o recinto escolar.  Passo defronte à mesma algumas vezes ao dia, principalmente nas minhas caminhadas. Fui convidado pela Diretora Elizalda Casagrande, filha de ourenses,  e por indicação da professora Rosangela Dalla Costa.

          Os alunos são atendidos pelas professoras Kelly Anily Pereira Bressan e Cláudia Marien Arnhold. Quase que três dezenas de alunos, muito atenciosos e educados. Eles vão participar de um projeto-concurso de poesias e fui lá para mostrar meu trabalho e referir-me sobre criação poética. Fazer poemas é uma questão de habilidade, mas que você a detém se tiver saudáveis e permanentes hábitos de leitura.

         Falei-lhes dos tempos em que, em Capinzal e Ouro, organizávamos nossos recitais de poesias, ocupando o auditório do Colégio Mater Dolorum, em Capinzal, que lotávamos com os alunos dos educandários das duas cidades. Durante o ano, os professores de Língua Portuguesa trabalhavam com seus alunos sobre a criação de poemas. Eu, juntamente com as professoras Iliane Ribeiro dos Santos Patrícia Boff ( a professora das unhas bonitas...), e a Márcia Coronetti, incentivávamos nossos alunos a produzirem seus próprios poemas e obtínhamos ótimos resultados.

         A produção de poemas ou de qualquer outro tipo de composição vem como resultado do incentivo. Se o professor gosta de escrever, poderá ter alunos escritores. No caso de poemas, especialmente, é preciso que haja a superação da vergonha. Sim, porque os alunos compõem mas, inicialmente, têm vergonha de ler ou declamar aquilo que escrevem. Mas, tudo isso, pode ser superado se for criado um ambiente propício.

           O que os leva a terem vergonha é que imaginam que podem ser ridicularizados pelos colegas se expuserem ou revelarem sentimentos que têm guardados em si. Então, quando na atividade, eu compunha meus poemas e lia para eles, desde o início do ano. Com isso, iam se acostumando com a ideia de expor o que faziam. Posso dizer que todos os meus alunos do Ensino Médio da Escola de Educação Básica Prefeito Sílvio Santos, onde lecionei de 1980 até 2008, compunham e liam seus poemas.

          Os recitais de poesias eram esperados pelos alunos. Nas salas de aula, os próprios colegas sugeriam quais os poemas que devessem ser declamados. E, o autor concordando, ia para a participação nos eventos.

          Agora, dentro da Olimpíada de Língua Portuguesa, em que se preconiza o "escrevendo para o Futuro", os alunos irão compor sobre o meio onde vivem. Combinamos com eles que comporão sobre as coisas de nosso Bairro, o Nossa Senhora de Lurdes, aqui em Joaçaba. Depois, junto com os professores, veremos como seus trabalhos podem ser melhorados e um deles vai ser escolhido para as etapas seguintes da competição. Mas considero que, mais do que a própria  competição, é importante que o espírito de poeta energize os alunos.

Grande e carinhoso abraço em todos e sucesso a vocês, amigos da Escola.

Euclides Riquetti
01-06-2016
  

Lute, sempre, para ter seu grande amor





Lute, sempre, para poder ter seu grande amor
Não deixe que joguem pedras em seu caminho
De meus abraços e beijos sinta sempre o sabor
Sorva-os como se fossem um gostoso vinho...

Lute com toda a força que brota de sua alma
Defenda tudo o que deve ser seu serenamente
Não tropece em pequenas desculpas e ressalvas
Deixe que o amor aconteça verdadeiramente.

Libere-se de todo o tabu e de todo o preconceito
Encare o futuro real, sepulte o que deu errado
Use a  energia animadora que há em seu peito
Viva a vida com amor, viva o paraíso sonhado.

Liberte-se das convenções, libere seus instintos
Veja que nosso mundo, essa tenda a nos abrigar
Nos cobre como um manto em lugares distintos
Viver é querer, é o sonho  inimaginável sonhar!

Euclides Riquetti
01-06-2016


terça-feira, 31 de maio de 2016

Juliana Kaminski no "Sempre Bonita" - Hábitos Saudáveis X Fórmulas Milagrosas

         



          A Juliana Juliana Kaminski nasceu na mesma hora em que estávamos casando. Nós em União da Vitória e ela nascendo em Curitiba. A Sirlei, minha cunhada, e o Celso, não puderam vir para o casamento. Mas, em compensação, veio ao mundo uma graciosa menina que se chamou Juliana, a quem chamo de July.  A July sempre foi muito fera na escola, o Colégio Bom Jesus, no centro de Curitiba. Aliás, por lá passaram sua mãe Sirlei, e os irmãos Fernando e Cassiano, todos Kaminski, né?!

          Quando criança, a família costumava encontrar-se na casa da Vó Ana, em União da Vitória. Os priminhos, uma coleção deles, brincavam muito e cada um contava, nas conversas de rodinha, as suas aventuras e desventuras. E riam muito. Bons tempos em que tudo era festa... Também nos visitaram algumas vezes no Ouro, quando íamos para nosso sítio, lá na Linha Vitória, e brincavam nos gramados do potreiro, tiravam frutas das plantas, queriam pegar nos terneiros e ver tirarem leite das vacas.

          Aos dezesseis anos terminou o Segundo Grau e passou no vestibular de Medicina da Católica e da Federal. Nesta, formou-se em Medicina e hoje é médica endocrinologista com consultório no Cendicor, em Curitiba.

          Dia desses, localizamos uma matéria no site Transamérica, da capital paranaense,  em que ela é entrevistada no Programa "Moça Bonita", pela Carol Valle, com o tema:  Hábitos Saudáveis X Fórmulas Milagrosas. É uma entrevista em que podemos aprender, com ela,  sobre como podemos ter um modo de vida  saudável cuidando bem de nossa alimentação regrada e da prática de exercícios físicos.

          Vale a pena ver. Clique no link abaixo e verá o "Acesse o link". Clique de novo sobre este  e estará acessando ao vídeo em que ela dá recomendações para que tenhamos um vida melhor.


https://youtu.be/npcSKtvCj6o

Grande e carinhoso abraço, sobrinha July!

Euclides Riquetti
31-05-2016

Cuide, com carinho, de seu coração



 
Quando seu coração estiver triste, sentindo-se maltratado
Porque alguém não lhe deu o devido valor ou não o compreendeu
Quando sentir que você deu de seu amor e nada em troca recebeu
Porque ele não entendeu a grandeza e o tamanho de seus sentimentos
Ou ou mesmo porque  não aprendeu o que é um verdadeiro amor.
Lembre-se de que, na vida, temos bons e maus momentos
Que há, nela, turbulências com que nos devemos habituar
E que, depois de cada noite triste e silenciosa
Um novo sol dourado com o céu  azul  pode chegar
Uma manhã límpida,  agradável, terna e prazerosa.

Não permita que  insultem ou maltratem o seu coração
Porque quem o faz não merece as suas lágrimas e melancolia
Nem as noites de sono perdidas por causa da desilusão.
Imagine, então, que pode haver alguém esperando com alegria
Alguém que nunca foi percebido nem notado
Mas que pode, realmente, ser um grande apaixonado
Que espera, há muito,  pela oportunidade de lhe ter.

Então, lute firmente para ser feliz
Sem desesperar-se e nem chorar por quem não a merece
Pois, amanhã, a situação pode se inverter
E o seu sofrimento de hoje pode  alojar-se do outro lado.
Jamais se submeta ao sofrimento e nem à humilhação
Cuide com carinho, cuibe bem, muito bem,  DE SEU CORAÇÃO!

Euclides Riquetti

Gente que fez e que faz.. Clementino Anzolin e Valério Dal Cortivo.




 
Motociclo Jawa


                                                                     Rádio Semp

          Clementino Anzolin tem 87 anos e mora em Erechim, no vizinho estado do Rio Grande do Sul. Valério Dal Cortivo tem 84 anos e mora em Joaçaba, aqui pertinho de casa. Quando estraga algum aparelho eletro-eletrônico, levo para ele, deixo lá  e quando busco, está consertado. E funcionando perfeitamente.

         Pessoas como o Tio Clementino e o Tio Valério, que na verdade é primo e não tio, mas o respeito me leva a tratá-lo como tio, são figuras em extinção por aqui. Aprenderam seus ofícios na adolescência, até hoje fazem seu trabalho com dedicação, mais por prazer do que por necessidade.

         Clementino tem uma oficina de consertos de motosserras na Rua Sarandi, 500 metros longe da Avenida Maurício Cardoso, no centro de Erechim.  É irmão de minha sogra. Perdeu os pais quando tinha 5 anos apenas (o pai com 34 e a mãe com 32 anos). Tinha um irmão, João Anzolin, dois anos mais velho, o qual faleceu há dois anos. Uma irmã, Anita, dois anos mais nova, minha sogra, que mora na Meia-Praia, em Itapema. E dois irmãos que são gêmeos, Francisco e Luiz, de Capo Erê. O Chico faleceu há menos de dois anos.

        A oficina do Seu Clementino fica aos fundos de sua casa. Lá ele tem toda a sorte de ferramentas que foi comprando durante quase que sete décadas. Uma verdadeira coleção, de todos os tamanhos e para todos os serviços. Muitas vezes, começa a trabalhar às seis da manhã, pois tem muito serviço a fazer. Ele costuma me mostrar as peças das motosserras, opina sobre o material de cada uma. E, quando uma peça nova custa caro, ele mesmo fabrica as peças. Na última vez em que lá estive, estava fazendo uma peça utilizando nylon. Diz que é muito resistente e ele consegue passar para o cliente por metade do preço do que uma unidade importada. Mostra-me a falta de cuidado que as pessoas têm para com suas motosserras. A maioria das vezes, os danos vêm pela falta de prática no seu manuseio ou pelo desleixo com que é cuidada. Na juventude, era mecânico de motociclos, motocicletas. Era exímio piloto de motocicletas Jawa. Milhares de motociclos e motosserras passaram pelas mãos habilidosas dele.

         Como seus filhos tomaram rumos diferentes do seu, não tem sucessores em vista. Diz que o Juliano, sobrinho dele, filho do Tio João, é  o que tem mais interesse, mas que trabalha como matrizeiro numa fundição e que não teria tempo para trabalhar com ele. Acho que, merecidamente, todo aquele arsenal irá acabando, merecidamente, nas mãos do Juliano, que sabe dos ofícios quase que tanto quanto seu tio.

         O Seu Valério, marido da Dona  Terezinha, que costura fantasias para uma  escola  de samba aqui de Joaçaba, por sua vez, fez e tudo na vida. Foi colono em Nova Petrópolis, gaiteiro (tocou muitos bailes na região...),  alfaiate, inventor, mecânico de máquinas de costura, aposentou-se como eletricista. Tem sua oficina num dos compartimentos de sua casa, aqui na Rua Albino Sganzerla. Menos de 100 metros de minha casa. Nas prateleiras, na mesa e,  mesmo penduradas pelas paredes, têm ferramentas e objetos os mais diversos. Na última vez que estive lá, levei meu rádio Motorbras que ganhei há poucos meses. Fez testes, disse-me que havia algo de errado na condução da voz para o alto-falante.  Quando lá retornei, recebeu-me sorrindo e disse que "o doente estava curado"! Liguei-o e estava tudo uma maravilha. Outra vez, levei uma furadeira que diziam, nas especializadas, que não tinha mais conserto. Ele fez uma peça para substituir a que estava com desgaste e deixou tudo funcionando.

         Isso tudo me faz lembrar dos ferreiros, sapateiros, funileiros, latoeiros e açougueiros da antiga Rio Capinzal. Com exceção dos dois últimos, os demais pertencem a castas em extinção. Mas há poucas pessoas dispostas a aprenderem os citados ofícios. Tais profissionais, artesanalmente, consertaram utensílios calçados, máquinas e equipamentos durante sua vida. Hoje, altas tecnologias estão colocadas no mercado consumidor para serem descartadas intensamente. Ocasionando montes de lixo...

         Aqui, minha homenagem ao Clementino Anzolin e ao Valério Dal Cortivo, verdadeiros artistas em suas funções!

Euclides Riquetti
31-05-2016

Uma estrela na escuridão






Há uma estrela singular em meio à escuridão
Uma nuvem branca em meio à turbulência
Uma doce musa que me traz a inspiração
Uma presença que compensa todas as ausências.

Há um gemido de prazer que vem de uma janela
Um sussuro no ar que me chama à atenção
Um reencontro provável depois de longa espera
Um aceno de olhar, uma provável paixão.

Há uma esperança renovada, uma nova luz que brilha
Uma retomda de caminho, uma possibilidade
Para uma alma frágil, débil, maltrapilha.

Mas há uma força que me levanta, impele e anima
E que me devolve a uma bela realidade:
A de lutar por quem meu coração sugere e determina!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Eu quisera que tu me quisesses






Eu quisera que tu me quisesses como eu te quero
Eu quisera que tu me entendesses como eu te entendo
Eu quisera que tu me dissesses,  pois  não compreendo
Por que não dizes as palavras que eu tanto espero?

Eu pensei que  em teus sonhos divinos  estivesse presente
E mergulhei na paixão desmedida que tanto nutri
E agora me vejo sozinho, afastado de  ti
Sedento de amor e desejo na noite fervente!

Os anos passam, o mundo anda ligeiro, ligeiro
Não há porque não deixar as coisas acontecerem
E os sonhos precisam ser vividos agora,  por inteiro.

Os anos passam e as pessoas também se vão
Sem que elas possam tudo isso perceberem
Sem conviver  com  a alegria de uma paixão...

Euclides Riquetti

A Onda Guarani --- e os balneários em Ouro e na Barra do Leão


 
 
                                Balneário Thermas de Ouro, abastecido pelo Aquífero Guarani.

 
Balneário Termas Leonense, também com captação de águas do Guarani.


         Na década de 1960,  acompanhei pelo menos duas perfurações de poços artesianos em Capinzal, uma próxima ao Cine Glória e outra aos fundos do Banco do Brasil, a primeira das agências instaladas no Baixo Vale do Rio do Peixe, ali na Rua XV de Novembro. Os operadores das perfuratrizes, as pica-paus, como eram chamadas, viraram amigos meus e moravam numa pensão ali no Ouro. Curioso, acompanhei os demorados trabalhos para atingirem o "lençol d´água", de onde retirariam o precioso líquido.

          Em termos de abastecimento de água, era uma revolução para a época, uma vez que nossas cidades não tinham sistema de abastecimento de água tratado, o que só viria a acontecer na década seguinte, quando eram Prefeitos Apolônio Spadini e Adauto Colombo, respectivamente, de Capinzal e Ouro e, através da Fundação SESP,  implantaram o SIMAE Capinzal/Ouro. Hoje, a coordenação dos SAMAEs em Santa Catarina é efetuada pela Funasa.

          Foi, talvez, a maior conquista da história das duas cidades. Joaçaba, Herval D ´Oeste e Luzerna também têm as autarquias intermunicipais SIMAE.

         Os primeiros poços tubulares abertos nas duas cidades anteriormente mencionadas, buscavam captar água do Aquífero Fraturtado da Serra Geral, que no Vale do Rio do Peixe pode estar  até a 150 metros de profundidade. É  possível obter-se água facilmente entre 80 e 100 metros, os poços rasos. O primeiro geólogo com quem passei a conviver a partir de 1988 foi o Custódio Crippa, que me passou muitas valiosas informações a partir de 1989, quando fomos, juntos, localizar ponto ideal para implantar um poço no Distrito de Santa Lúcia. Ele me deu as descrições de características de lugares onde se poderia encontrar fendas subterrâneas, em convergênciuas de vales, e o levei para a Cascata de São Cristóvão. Achou que o lugar era o ideal e contratamos a abertura do poço, que deu água o suficiente para abastecer uma comunidade de mais de 100 famílias e está correspondendo positivamente há 23 anos.

          Na época, dizia-me o geólogo que já existiam máquinas no Brasil, as rotopneumáticas, que em apenas dois dias poderiam perfurar poços com 800 metros de profundidade, captando água do Aquífero Guarani, mas que custariam uma valor correspondfente a um ano de arrecadação do Município de Ouro.  E que poderia ser encontrada água igual à do Thermas de Piratuba, quentes e sulfurosas. E que até seria possível constuir-se um balneário em nossa cidade. Eu imaginava isso impossível, mas passei a ligar-me em assuntos relacionados ao Aquífero Guarani. Hoje, a situação mostra-se bem diferente.Obtém-se água com investimentos de menos de R$ 80.000,00.

          Posso asseverar que, nos últimos 20 anos, ouvi todas as barbaridades possíveis a respeito de poços artesianos tubulares, rasos ou profundos. Os rasos, do Fraturado da Serra Geral, e os profundos, do Guarani.  Mas também ouvi muitas preocupações verdadeiras e com lógica. Formei meu próprio senso e meu censo sobre isso. Em Ouro, onde mais acompanho, há quase que uma centena de poços razos já perfurados, muitos deles desativados. O perigo não é a abertura de um novo poço, que precisa estar licenciado junto à FATMA, ter ART assinada por Geólogo como responsável Técnico,  e outras convenções necessárias. O perigo reside nos chamados "poços secos", que foram abertos e não lacrados devidamente. Os outros, como receberam o encamisamento à altura do subsolo e do  solo, estão protegidos da invasão de águas contaminadas, dejetos de animais, ou venenos. Mas também há a preocupação com a contaminação das áreas de recarga, que é onde a água da chuva  penetra na terra e desce até os lençóis.  Os abertos nos últimos 10 ou 15 anos, foram bem monitorados, os secos lacrados.   A preocupação deve recair sobre os anteriores, quando não havia licenciamento e acompanhamento. E o cuidado em não poluir as águas superficiais deve persistir sempre, para que só se utilizem as águas dos poços na falta das superficiais.

          Mais recentemente, nos últimos 10 anos, o foco passou a ser a busca de captação no Aquífero Guarani, reserva que tem 45 trilhões de metros cúbicos de água e está localizado na América do Sul. No Brasil, atinge os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em tertmos de localização, o AG se distribui 70% em território brasileiro, 5% no Paraguai, 5% no Uruguai e 20% na Argentina.  E, em Santa Catarina, a recarca inicia-se na região de Lages. A preocupação é tanta, e as autoridades e técnicos ambientais estão muito atentos, que até uma pedreira em Lages foi fechada, há uma década, para que não ocorresse a poluição na recarga do Guarani.

          Posso até estar errado, e aceito contestações e observações, mas minhas estimativas são de que, se a água do Guarani sob o território nacional fosse utilizada apenas para o consumo dos lares brasileiros, à razão de 10 metros cúbicos por mês, que é o que eu gasto em minha casa, teríamos reservas para 5.250 anos aproximadamente, sem considerar a recarga ou reposição. Então, é muita água. Basta que cuidemos bem dela, não causemos contaminações nessas recargas e estaremos adequadamente servidos, bem como as  250 gerações que nos sucederem. E, com a reposição, infinitos tempos. É nosso grande capital. Temos águas superficiais em abundância, chuvas suficientes e luminosidade capazes de gerar alimentos como em nenhum lugar do mundo.

          Nas conversas que tenho tido  com os geólogos Custodio Crippa e Jorge Augusto da Silva, meus amigos e ambos residentes em Ouro, tenho conseguido informaões que me permitiram formar meus conceitos sobre isso. E, acompanhando as prospecções, constatei que as águas são localizadas sempre a cerca de 100 metros acima do nível do mar. Ou seja, se a altitude for de 400 metros,  o lençol poderá ser alcançado  uma profundidade de 300 metros. E pelo menos três poços existem em Ouro em que foi obtida a água do Guarani a menos de 300 metros. É um norte aproximado, não uma conclusão definitiva. Como Guarani é um platô inclionado e a composição geológica é irregular, é possível que se tenha que ir alguns metros mais ao fundo para encontrar o líquido. E, quanto mais você for para o Oeste, mais profundo será, sendo que em São Miguel D ´Oeste encontrou-se água com 1.410 metros de profundidade.

           No Balneário Thermas Leonense, localizado no Distrito de Barra do Leão, município de Campos Novos, aqui próximo, com 280 metros chegou-se ao Guarani num dos poços. Encontrados vestígios de petróleo, com mais uma pequena intervenção foi possível chegar-se a uma água límpida e com temperatura maior. E o poço foi revestido com tubos, isolando-se a área onde haveria o petróleo. A implantação do Balneário em Barra do Leão possibilitou que a economia do lugar se fortalecesse e, depois de involução por 4 décadas, a comunidade está em franco desenvolvimento, agora com ligação asfáltica a Capinzal. Veja o www.termasleonense.com.br



 No Balneário Thermas de Ouro a profundidade do poço para alimentação das piscinas foi de menos de 400 metros. Está localizado ao lado da Rodovia Ouro/Jaborá, na comunidade de Nossa Senhora da Saúde, menos de 2 Km da Rodovia SC 135, em Ouro. Indo por esta rodovia, entra-se ao lado do Oratório de Nossa Senhora do Caravággio para acesso até o mesmo. Foi construído por um grupo de empresários associados. Veja no www.thermasdeouro.com.br


          Então, estão certos aqueles que têm preocupação com a grande quantidade de poços já perfurados. Mas a perfuração, em si, não é o problema. O problema reside em não se cuidar das águas superficiais e da erradicação dos possíveis locais de contaminação.

            Lembro a todos os leitores (as) que é nosso dever sugerir e exigir medidas e contenção da poluição em todas as suas modalidades de  geração. E que nós, potenciais poluidores, façamos nossa parte, não esperando que sejamos cobrados, pela natureza, a fazer isso. Quando ela cobra de nós, o seu preço é sempre muito alto. Preservemos!       
         

Euclides Riquetti
20-12-2012

O vazio que há em mim






O vazio que há em mim
Também há em ti.
É como um céu sem estrelas
É quando é  impossível vê-las
É como um mar sem fim.

O vazio que está em mim
Também está em ti.
É como uma árvore sem folhas
É como não ter escolhas
E não saber de onde eu vim.

O vazio que há em nós
É o vazio dos sós.
É como a rua sem gente
É como o espelho sem lente
Ou as renas sem trenós.

O vazio de cada alma
É inerte como a alga
É a hora sem o minuto
É a água sem o duto
É a sentença sem ressalva.

E eu penso em ti...

Euclides Riquetti

domingo, 29 de maio de 2016

Pais choram pelos filhos... porque sentem saudades


 
 
 
                                       

                                                    Euclides e Fabrício Guilherme... carinho de filho e pai!


                                                   Michele, filha, gêmea de Caroline


                                             Euclides com Caroline, filha

Pais choram pelos filhos porque os amam
Pais choram por eles porque sentem saudades
Pais rezam pelos filhos sempre que os chamam
Pais rezam pelos filhos porque têm sensibilidade...

Se há saudades é porque há muito amor
Se há amor é porque este foi cultivado
É o amor que lhes enseja um mundo de cor
Que nasce no coração pelo filho amado.

Pais choram pelos filhos porque os amam
Pais choram por eles porque sentem saudades
Pais rezam pelos filhos sempre que os chamam
Pais rezam pelos filhos porque têm sensibilidade...

Dar amor aos filhos, querer-lhes o bem
Dar-lhes o apoio firme e incondicional
Porque, por certo, virá deles  também
Muito amor e carinho, o amor natural.

Pais choram pelos filhos porque os amam
Pais choram por eles porque sentem saudades
Pais rezam pelos filhos sempre que os chamam
Pais rezam pelos filhos porque têm sensibilidade...



Euclides Riquetti
29-05-2016


Sonhando e... voltando no tempo





         Na madrugada para o dia de Corpus Christi, sonhei.  E, no sonho, voltei para minha cidade de origem, Ouro, aqui ao lado de Capinzal, Santa Catarina, onde nasci. Sempre digo que os sonhos não se explicam nem se justificam. Mas algo me fez voltar para lá e reviver uma situação muito agradável. Talvez de uns 25 anos no tempo. Foi como se eu tivesse ido para lá rever algo...

         No meu sonho, estava ali em nossa casa, um único terreno dentro de uma área maior, a gleba da família Miqueloto, entre as propriedades dos Masson e dos Campioni, ao lado da Rodovia SC 303, mas dentro do perímetro urbano, onde vivemos de fevereiro do ano de 1980 até setembro de 2008. Foram 28 anos de boa convivência e boa vizinhança com essas famílias, Vimos nossos filhos nascerem e crescerem ali, estudarem, indo constituir suas próprias famílias.

          Da tropinha de crianças, havia a Michele e a Caroline, nossas gêmeas, e o Fabrício, ainda bem pequeno na época de meus sonho, a quem eu e a Miriam cuidávamos com afinco.  Os vizinhos à direita, Felipe, Maxuel, Júnior  e Evelyn, filhos do Irenito e da Marta (Soccol). E a Aquidauana e o Thiago, filhos do Neri e da Zanete( Helt), padrinhos da Caroline, de parte dos Miqueloto. Na casa seguinte, a Janaína e a Cláudia, filhas do Rosito e da Amélia (Moschen), pelos Masson. À nossa esquerda, a Márcia, filha do Aldecir e da Vilma (Lovatel), de parte dos Campioni. E, na frente, o Kléber e a Carmencita, filhos do Oradil (Cafuringa) Azevedo, e da Eva. Do outro lado da rodovia, o Renato, filho do Antoninho e da Rosária (Zampieri), pelos Nora. Mais para o centro, a Hanna e a Sheila, da professora Suely (do Prado),  e do Gil Lunelli. Depois vieram outros e outros...

           Pois, voltando ao meu sonho, vi o Irenito cortando uma baita de uma melancia. Cortava pelo meio e as crianças vinham, iam pondo as mãozinhas e pegando pedaços daquela polpa vermelha deliciosa. Lambuzavam a boca toda, molhavam a roupa, deliciavam-se... E, lá na casa da Nona Ézide, que sempre cuidava de tudo pela janela da cozinha, o tio Neri ria, divertia-se vendo a festa das crianças que comiam melancia... Ele as plantava no sítio deles e colhia centenas, milhares delas. Grandes, pesadas... o que menos fazia era vendê-las. Trazia na caçamba do trator e deixava-as sob uma árvore, defronte o casarão deles. Os amigos passavam por ali, ele os presenteava com melancias, iam embora muito contentes.  Não sem antes uma boa conversa, um papo legal. Ao lado do monte de melancias.

           Vivemos muitas vezes essas cenas, ao longo dos anos. As crianças conviveram com o abate de animais no abatedouro, com a fabricação de salame, banha e torresmo. Faziam churrasquinho e em espetinho, assávamos pinhão na chapa do fogão ou no fogo de grimpas, colhidos nos pinheiros do potreiro. E comiam goiabas, bergamotas, laranjas, uva-japão... E conviviam com animais domésticos.

         Essas crianças foram criadas em contato com a lida diária comum. Aprenderam a "se virar", a criar e improvisar. A andar com carrinhos de rolamentos, andar de bicicleta na rua de chão  batido, a rezar terço com a presença da capelinha, a participar de reuniões de grupos de círculos bíblicos.

         Como me foi bom ter revivido todo o cenário e os acontecimentos daqueles bons tempos, sem precisar o tempo exato. Na lógica dos sonhos, não há uma lógica cronológica, nem matemática. Há uma lógica situacional, geográfica, mas atemporal. Há a lógica dos sentimentos, das saudades, das lembranças. Especialmente, das boas e memoráveis lembranças... Ah, quantas saudades!

Euclides Riquetti
27-06-2016