sábado, 15 de abril de 2017

Olhos nos olhos (quero divagar contigo...)

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Olhos nos olhos, peito no peito
Lábios nos lábios, coração com coração
Quero-te amar assim, desse nosso jeito
Quero-te querer com amor e paixão!

Quero divagar junto contigo
Viajar no tempo e te encontrar no espaço
Quero chorar no teu ombro amigo
E percorrer os caminhos que eu mesmo traço!

Quero-te beijar nas noites estreladas
Dar-te carinhos quando anoitece
E afagar teu corpo nas tardes nubladas.

E quando perceberes o quanto eu te amo
E notares que também pra ti o amor acontece
Guardarei os versos com que há muito te chamo!

Euclides Riquetti

"A virtude está no meio" - o Epitáfio




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Uniuv - antiga Fafi, em União da Vitória - PR

          Quando, em minha juventude, entrei para o curso de Letras da Fafi, em União da Vitória, depois de ter vivido toda minha vida em Ouro e Capínzal (só fui conhecer Joaçaba aos 16 anos), fiquei deslumbrado por estar numa cidade maior que a minha, ter feito muitos novos amigos e colegas. Minha Lee,  meu  Samello e meus cabelos longos  me levavam para lugares que até então  eu não estava acostumado a frequentar. Era um mundo novo e poucas pessoas eu conhecia naquele lugar. Meus primeiros meses se resumiam a ir para a aula à noite, estudar um pouco durante o dia, assistir aos treinos do Iguaçu e, aos finais de semana, junto com o colega Samonek, irmos explorar alguns lugares e tirar umas fotografias, tipo ao lado de aviões  no Aeroporto José Cleto, no monte do Cristo, ou andar pelas redondezas do Iguaçu. Também algumas incursões em bailinhos nas cidades e comunidades dos arredores faziam parte de nossa agenda de final de semana. E, no domingo à tarde, dançar no "25".

          Como minha família não tinha telefone, minha comunicação com casa se dava por cartas, que eu escrevia semanalmente e obtinha resposta em no máximo 10 dias. Minha mãe aderira ao costume de escrever, tornou-se até hábito. Eu escrevia relatando minhas "façanhas", com o entusiasmo de quem via em tudo novidade. Meu pai ficou preocupado com o que eu escrevia e pensou que seu filho regrado poderia estar se enveredando por caminhos tortuosos e, na dúvida, escreveu-me uma cartinha, que carinhosamente veio no mesmo envelope que a de minha mãe. Poucas palavras, praticamente um bilhete, em que se sobressaía uma frase: "In medio virtus".

          Como vinha estudando Latim e até já havia comprado um dicionário, busquei entender aquilo. (Naquele tempo não existia google,  e  Barsa só algumas escolas tinham). Confesso que o Latim não era meu forte nem minha matéria preferida, apenas me esforçava para obter a média exata para ser aprovado sem Exame Final. E não entendi direito o que ele queria dizer, embora a tradução eu tivesse conseguido: "A virtude está no meio". Fiquei a matutar, matuto que eu era, com dificuldade para pronunciar os "erres" adequadamente e outras inconveniências fonéticas. Mas não cheguei ao objetivo do "meu velho".

          Com o tempo, numa de suas raras visitas, perguntei-lhe o que quisera dizer com aquilo e ele me respondeu: "Primeiro,  queria fazer você buscar respostas por si mesmo e, segundo, quis dizer-lhe que não é pra você ser muito "prafrentex", mas nem ficar atrás dos outros. Não queira ser um adiantado mas também não seja um atrasado, busque o meio termo".

          Somente os anos vieram a me elucidar bem isso que no princípio me pareceu uma muito enigmática afirmação do filósofo e pensador grego Sócrates, quatro séculos antes de Cristo. A virtude e a verdade  estão no equilíbrio, no meio termo, no desprezo do radicalismo. E entendi que muitos conflitos poderiam ter sido evitados entre os povos se isso tivesse sido levado em consideração. Realmente, nosso triunfo está em parar para ouvir e decidir com sabedoria, ter cuidado no que se diz e se faz, pois nossas verdades não são, necessariamente, as verdades dos outros. Poderia até metaforizar, dizendo que um time de futebol que só tem jogadores habilidosos, mas que pouco correm, não obtém  bons resultados. É preciso que haja nele também aqueles menos técnicos, mas que desenvolvem melhor sua condição física, que correm e se disciplinam taticamente, ajudando os outros, em equipe, a lograrem resultados favoráveis. Ah, também a mescla de jogadores mais experientes com outros mais jovens ajuda muito. E você obtém um futebol de bom padrão, com o time bem postado e organizado.

          Então, a afirmação socratiana é bem atual, revestida de muita  universalidade. E pode ser aplicada numa sala de aula, onde os indivíduos, professores e alunos, são diferentes, pensam diferente e, se bem articulados, podem obter sucesso na aprendizagem e na formação pessoal.

          Em 18 de junho de 1977 perdi meu pai. Tinha 55 anos. Era um professor bem informado, atualizado, inteligente. E, minha forma de eternizar minha homenagem a ele foi mandar produzir uma placa de bronze com sua foto em porcelana, assentada em granito, onde está gravado seu epitáfio: "In medio virtus".

Euclides Riquetti
12-12-2012

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Reze por mim que eu rezo por ti


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Reze por mim que eu rezo por ti
Rezo pela Nossa Senhora de Guadalupe
Rezo na Capela que temos aqui
E peço a Deus que sempre me desculpe.

Peço, em todas as minhas orações
Proteção por toda a nossa família
Peço aos santos de minhas devoções
Que nos guardem em suas vigílias.

Peço forças para nossas fragilidades
Que dê nos dê alento nas aflições
Que, com toda a sua  generosidade
Nos proteja contra as perdições.

Reze por mim que eu rezo por ti
Peço a proteção do Senhor Bom Jesus
Para que te faça muito, muito feliz
Ele que teus passos guia e conduz.

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Eucides Riquetti
14-04-2017







Inquietação


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Inquieta-se minha alma constantemente
Inquieta-se ainda meu coração sedento
Inquieta-se meu corpo ardentemente
Inquieta-se todo o meu ser turbulento.

Se se inquietam minha alma e o coração
Também se inquietam meu corpo e meu ser
Que querem teu carinho e tua atenção
Inquietam-se por te desejar e te querer

Porque marcas indeléveis que remontam
Me torturam, me judiam e me amedrontam
Teimam em me maltratar e fazer sofrer.

Porque o tempo que passa nada apaga
Apenas o vento do mar me seduz e embriaga
Apenas ele me faz feliz e me faz viver.

Euclides Riquetti
14-04-2017


quinta-feira, 13 de abril de 2017

O Seminário Nossa Senhora dos Navegantes - história

 
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 Foto cidade de Ouro - SC - (o seminário era localizado no prédio azul)
 
          Vivi minha infância muito presente no Seminário Nossa Senhora dos Navegantes, no então Distrito de Ouro, município de Capinzal.  Havia um Frei lá, João, depois o Frei Otávio, que eram os responsáveis pela educação inicial dos nossos futuros padres. Um  casarão que pertencera à Família Penso fora adquirido pelos Padres Capuchinhos e, com ampliações, comportava o Seminário. Os meninos estudavam no Mater Dolorum, até concluir o Primário. Depois iam para Riozinho, na região de Irati, no Paraná. Mais adiante, o Padre Adelino Frigo e o Victorino Prando estiveram na sua Direção.

      Lembro que o Martin Mikoski e o André Bocheco eram os braços direitos dos diretores nas décadas de 1960 e 1970.  Lideravam os meninos nas lides da roça, do estudo e das orações. Tomaram outros rumos, foram exercer outra vocação que não a do sacerdócio. Depois veio o Frei Orlando, que dirigia o jeep azul e a Ford, levando os seminaristas para trabalhar na granja deles. O esforçado Frei Orlando, compositor do Hino a Nossa Senhora dos Navegantes tornou-se sacerdote. Era uma alma bondosa. Continua sendo uma figura muito carismática. Com sua voz ressonante, enche os espaços das Igrejas onde canta.

          Eu tinha muitos colegas de aula que eram do Seminário. E também um primo. Tinham suas horas de estudos, as de orações e meditação, e ainda ajudavam na Granja dos Padres. Uma Senhora, Dona Aurora, era a mãezona de todos eles. Era uma matrona forte e respeitada, impunha respeito em talvez umas cinco dezenas de meninos afoitos.

          Aos domingos, iam para alguma comunidade, a pé, para jogar futebol. Lembro que o Luiz Frigo corria muito, tinha as pernas compridas e reclamava do juiz, normalmente um Frei.

          Quando a Festa de São Paulo Apóstolo  se avizinhava, eram colocados a pintar estatuetas de gesso do padroeiro, que eram trazidas de Curitiba. A batina marrom, um manto verde, o rosto marfim. Era mais ou menos isso. E havia alguns acabamentos que eram feitos pelo Frei João, para que o serviço ficasse bem feito. Ainda hoje há, em algumas casas no interior, exemplares desse São Paulo Apóstolo, que era benzido e vendido no Dia da Festa, 25 de janeiro, ou no domingo mais próximo. 

          No Colégio, os meninos eram bulidos, sistematicamente, por muitos dos colegas. Eles tinham umas características que os diferenciavam de nós, como por exemplo, na fala: Nós dizíamos "pra" e eles diziam "para". O Frei exigia que aprimorassem sua fala. Nós achávamos que aquilo era coisa de granfino. E diziam os esses nos plurais. E as declinações certas ao final dos verbos. Na sala eram comportados e isso nos deixava intrigados porque tinham mais prstígio do que nós que fazíamos nossas  inocentes  baguncinhas.  No futebol, eram melhores do que nós, porque em seu tempo livre, jogavam muita bola. Faziam petecas com palha de milho e penas de galinhas que eram uma maravilha. Tinham seu material escolar organizado, bem mais do que o meu, que não posso me citar como exemplo para ninguém, tamanho era meu desleixo. Por tudo isso os colegas buliam com eles.

          Eu ia diariamente ao seminário, era quase um deles. Algumas vezes me tentava a dizer que queria estudar para me tornar padre, mas  sabia que não tinha nenhuma aptidão ou vontade para isso. Acho que era por causa da companhia dos amigos. Aqueles que terminavam o primário iam para Irati e nós ficávamos muito tristes, pois só vinham para casa ao final do ano. Tinham que ficar lá em provação. Acho que isso levava  muitos deles a desistir de seu intento.

          Certa vez houve uma briga no Colégio e a minha turma de amigos ficou dividida, uns contra e outros a favor deles. Eu era a favor, pois aqueles meninos não incomodavam ninguém, mas havia uma cisma de alguns contra eles. Lembro que os contra eles desciam o morro rapidamente,  ao final da aula, antecipando-se aos seminaristas,  e amarravam as guanxumas  que havia ao lado dos carreiros para que, quando eles corressem, caíssem. E, depois, armavam uma algazarra para vê-los correr e caírem. Para nós, aquilo era divertido, não levam mais do que uns esfolões. Tinha um que era bravo, o Paulo Rosalem, que virou padre e soube que ele faleceu recentemente, em Capinzal.

           E muitos deles acabaram saindo  e tornando-se bons professores. Aliás, muitas das universidades do Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina foram bem sucedidas porque ex-seminaristas tornaram-se professores delas, chegando ao Doutorado ou Pós-doc. E tornaram-se  diretores, reitores até. Mas também rechearam o mercado com profissionais liberais. Ou na área pública. A seriedade com que eram cobrados no estudo lhes deu uma base sólida de conhecimentos que lhes permitiu galgar escalas acima com relativa facilidade.

          Tenho boas lembranças daquelas tardes em que eu ia com um irmão pequeno participar das brincadeiras com os seminaristas.

          O Seminário Nossa Senhora dos Navegantes foi desativado, assim como os demais da região. Seus prédios são ocupados por escolas particulares, centros de administração pública e de múltiplo uso. Foi assim em Ouro, Luzerna, Ibicaré e Iomerê. No Paraná, em Ponta Grossa, um deles hoje abriga a Universidade Federal Tecnológica do Paraná.

          Nossa região, em razão de sua colonização italiana, era povoada de seminários. Os pais sonhavam em ter um filho Padre. Os filhos viam no Seminário uma maneira de sair de casa e estudar. E já valia para eles a regra de que "o futuro a Deus pertence". Talvez o Vaticano não tenha conseguido ter o número de propagadores do Evangelho que esperava, mas o certo é que muitos colégios e faculdades ganharam excelentes professores, ajudando a dar um ton de maior qualidade à nossa educação. Graças a Deus,  e não em nome de Deus...

Euclides Riquetti
28-01-2013

Na beira do mar


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Praia de Canasvieiras...voltei!


Fui me pretear
Na beira do mar.
Preteei-me um pouco
Na beira do mar
Pois queria morenar.

Foram sete manhãs
Foram algumas tardes
Sem alardes
Apenas com saudades...

Apenas com a convicção
De que corpo e coração
Poderiam descansar
Na beira do mar.

E me morenei
Quase me preteei
Na beira do mar
Onde havia gavotas brancas
E algumas pardas dentre tantas
Voavam no mar.

Comiam o pão que lhes jogava aquela senhora
Que ali se soleou outrora
Mas que agora
Leva o neto
Esperto
Para ver o mar.

E eu, contemplativo
Fico olhando aquilo
Com a saudade a me  matar
Dos anos que se foram
Passados a sonhar
Vendo a vida passar.
(E melancolia a me judiar)
Na beira do mar.

Euclides Riquetti

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Ídolos - Ted Boy Marino


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          Em nossa adolescência temos um predileção por colecionar ídolos. Há os do futebol,  do automobilismo, do cinema, da política, da música. Em minha juventude, também tive alguns em especial. Primeiro foi o Pelé, que era quase que a unanimidade de minha geração. Admirei John F. Kennedy pela maneira com que apresentava ao mundo sua condição de estadista democrático. No automobilismo, Emerson Fittipaldi, nas letras Jorge Amado, influenciado pelo Gilberto D ´Agostini, o "Mora", que me sugeriu ler o "Capitães D´Areia". No cinema, havia muitos, e muitas (Kirk Douglas,  Giuliano Gemma, Gina Lolobrígida, Brigitte Bardot, Claudia Cardinalle...). Na música, Paulinho Nogueira, instrumentista, e Ronie Von, cantor, além de Caetano Veloso, com sua "Alegria, Alegria", caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento...

          Mas, na TV, no final  da década de 1960, meu ídolo era um lutador de Telecatch, da TV Excelsior e apresentado também na Rede Tupi, através da TV Piratini, de Porto Alegre, que nos trazia os espetáculos no sábado à noite. Ted Boy Marino, o Mário Marino, que nasceu na Calábria, ao Sul da Itália, e que viveu sua juventude na Argentina, encenava lutas num bando de "bons e maus", até malvados lutadores do catch. E nós vibrávamos com eles. Discutíamos com os mais velhos, com o Tio Arlindo Baretta e o Olávio Dambrós,  que diziam que aquilo tudo era fingimento, marmelada para enganar nós, trouxas. E nós, teenagers na época, revidávamos, diziamos que eles tinham inveja, não sabiam nada de luta nem de TV.

          Quanta inocência e ingenuidade a nossa! Mas que boa a nossa inocente e pura ingenuidade, que nos enche de saudades...

          Depois, na maturidade, vamos descobrindo todas as enganações que podem ocorrer no mundo da recreação, onde a suprarrealidade está mais presente do que a realidade.  E que as brigas protagonizadas na TV pelo Verdugo, Jóia - o psicodélico, Fonatomas, Aquiles, Rasputim Barba Vermelha e La Múmia eram apenas números artísticos impecavelmente ensaiados, que ninguém apanhava, ninguém levada pontapés e socos de verdade. Alguns dedos nos olhos também eram pura enganação, afinal tinha tanto chuvisco na tela que nem com bombril amarrado na antena se podia ver direito.

          Mas, que o Ted Boy Marino nos emocionou muito, ah, tenho absoluta certeza, emocionou. Pelo menos a mim, ao Altivir Souza, ao Ademir Mantovanello, ao Moacir Richetti.

           Ted Boy  Marino, que além de lutador foi apresentador de TV e integrante de "Os Trapalhões",  deixou-nos ontem, dia 27-09-2012, após parada cardiorrespiratória em uma intervenção  cirúrgica. Vai com Deus, meu ídolo de juventude!

Euclides Riquetti
28-09-2012

Espera-me, mar!


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Espera-me, mar!
Tu e tuas águas turbulentas
Tu e tuas mágoas nevoentas
Inspira-me, mar!

Trago-te meu corpo e minha mente
Serenamente!

Venho, calmamente,  do Oeste
Para nadar em tuas águas agitadas
Para me banhar em tuas águas esverdeadas
Do Leste!

Trago-me para que me açoites
No brilhar do dia
Na chegada das noites...

Espera-me, mar!
Eu e meus versos estrambólicos
Para saudar teus raios simbólicos
Inspira-me, mar!

Espera-me...
Apenas espera-me...
Bem assim!

Euclides Riquetti
12-04-2017

terça-feira, 11 de abril de 2017

Eu e meus pecados...


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Aqui estou, meu Senhor
Eu e meus pecados
Não queremos muito, não
Apenas sermos perdoados.

Eu, por havê-los cometido
Por ter perdido,  às vezes,  a razão
Por não ter escutado meu coração.
Eles, por me terem seduzido.

Somos,  ambos,  duas almas descuidadas
Merecemos, assim, o incondicional  o perdão
Não somos da história o vilão
Queremos nossas culpas deletadas!

Preciso em minh' alma toda a alvura
Inicar 2013 novinho em folha
Então, peço perdão, não tenho escolha
Perdoa-me, Bom Senhor lá das Alturas!

Falo por mim e por meus pecados
E por isso mesmo já vou escrevendo
Não podemos terminar dezembro
Sem que sejamos perdoados
Eu... e meus pecados...

Perdão, Senhor, perdão!!!
Euclides Riquetti

O Árbitro (filme)


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          Arbitar, em qualquer circunstância, é um ato que exige isenção, habilidade e muita competência. Mas, o que vi no filme "O Árbitro", hoje, às 6,00 da manhã, é algo muito inusitado e hilário. Nele, o papel (muito informal) de árbitro,  é composto pelo ator Denis Leary que, justamente ontem, completou 55 anos. É norteamericano do Massachusetts, com 17 filmes, dentre os quais as sequências de "A Era do Gelo", e dezenas de participações na TV.

          Em "O Árbitro", de 1994, ele é Gus, um assaltante que rouba jóias numa joalheria de uma pequena cidade americana, na noite de Natal. Como a cidade tem todas as saídas controladas por forte aparato policial, acaba rendendo um casal briguento, em vias de divorciar-se, e os obriga a levá-lo, em seu carro, para a casa deles. O casal, formado por Caroline Chasseur (Judy Davis), e Lloyd (Kevin Spacey), tem um filho, jovem pra lá de maluquinho, além de rebelde e revoltado. E ainda esperam a mãe de Loyd, e outro casal, cunhados, com seus filhos, para a ceia de Natal. E acabam todos na mesma casa, para onde vai também um Papai Noel Bêbado, e, ao final muitos policiais, alguns aloprados. É uma verdadeira terapia ver os fatos que se sucedem na fita. O casal é tão briguento  que acaba envolvendo completamete o assaltante, que passa a mediar os conflitos entre o marido, a esposa, o filho, a sogra (agiota), a cunhada, o cunhado. Ninguém fica de fora da "dança". E o bandido é apresentado aos parentes como Dr. Wong, um terapeuta de casais, loiro, que nada tem de "Wong".

          Spacey 53 anos, de New Jersey, ator e diretor do cinema americano premiadíssimo, dezenas de filmes e participações na TV,  faz de Lloyd   uma figuraça. Judy Davis, que faz "Caroline", no alto de seus 57 anos, 32 filmes e 17 trabalhos para a TV em 35 anos de carreira, tendo vivido um papel como "Nancy Reagan", é uma mulher que se considera pouco valorizada pelo marido, quer o divórcio, mas ele não lhe quer concedê-lo. A trama é extraordinária e mostra, mais uma vez, a competência e a criatividade americana em produzir filmes. Judy Davis, a bela Caroline, é mesmo fenomenal.

          Imagine um grupo que se forma com um casal, evolui para mais de uma dezena de pessoas, todos dando muito trabalho para o assaltante, que vira árbitro na situação conflituosa.

          Num fim de semana em que eu me propunha "não fazer nada", dentre muitas coisas boas que fiz,  foi ver "O Árbitro", que recomendo para uma dia em que você estiver dispoto a "vivere un dolce far niente" Vale a pena assistir.


Euclides Riquetti
19-08-2012

Tour Maravihas do Iguaçu, mais um bom passeio de final de semana

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          Realizamos, no final de semana, mais um passeio, ou uma pequena viagem, para visitar Bituruna, o Jardim Botânico de Faxinal do Céu (Pinhão), União da Vitória (Paraná), e Porto União, Santa Catarina, dentro de nosso projeto de Intercâmbio Cultural e Turístico "Maravilhas do Iguaçu".Levamos 22 pessoas para curtir as maravilhas, os encantos,  história, os bons vinhos e a boa comida daquelas cidades.

          Em Bituruna, recebidos pelo Presidente do Conselho de Turismo, Jairo Ravanello e a esposa Dona Rosane, da Bitur, e  visitamos de início a cantina Bertoletti, na chegada da cidade, onde é possível comprar vinhos e outras delícias. Depois a estátuda de Nossa Senhora Aparecida,com 34 metros de altura, que mira a cidade. Fizemos a rota das vinícolas, maravilhando-nos com o casarão de 4 andares, com 80 anos de história, o museu da Família Santi e Bertoletti, na Sanber, onde a enóloga Michele, com sua simpatia e elevado conhecimento sobre vinhos, nos deu uma bela aula sobre os mesmos, enquanto os degustamos com salame e queijo.

          Almoçamos na propriedade do José Maziero, do Restaurante Massas Beponi, com a simpatia e capricho dele e de sua família. Comida italiana, para nunca mais nos esquecermos dela. Uma paisagem belíssima no meio rural, em meio a açudes de peixes. Massas, carnes e tilápias à vontade.

          Ainda, visitamos a Vinícola Dal Mont, do amigo Denilson, onde fizemos nossa "saideira" da rota dos vinhos. O pessoal comprou muito, em todos os lugares visitados, tirou fotos e ganhou conhecimentos. No sobrado do casarão da Michele, o Domigos, nosso amigão, acabou reconhecendo a Agnela, com quem ele havia trabalhado há quatro décadas, em plena juventude de ambos. Viagens nos possibilitam melhorar nosso quadro de amizades, ampliá-lo, e rever pessoas e histórias já esquecidas.

         Depois, demos entradas no Hotel Grezelle, onde fomos recepcionados pelo proprietário Írio e a esposa, e pela Josi. Todos bem acomodados, seguimos para o Faxinal do Céu. Uma de nossas convidadas falou-me que, quando eu relatava sobre o Jardim Botânico, eu poderia estar exagerando. Mas que, depois de ver tudo com os seus próprios olhos, tudo é ainda mais bonito. Pudera, ali estão plantadas todas as espécies de árvores do mundo. Para manter aparados e limpos os gramados, há 5 funcionários trabalhando direto, com um trator grande e um pequeno.Agora, as flores de verão estão dando lugar às azaleias que começam a vir, e as árvores com suas folhas amarelando, por causa do outono. Fomos recepcionados pela Neusa e a Ana Clara, que nos brindaram com a oferta de seus conhecimentos e muita simpatia.
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          Ao final da tarde, retornamos ao hotel e jantamos no Empório Sabor Italiano, onde os Maziero nos trataram com a gentileza se sempre, e nos ofereceram comida muito boa. Segundo uma de nossas convidadas, ela nunca havia comido uma salada de radicci tão gstosa como a deles.

          Uma noite reconfortadora no Hotel Grezele e organizando a cabeça e o corpo para a programação de domingo, em Porto União da Vitória.

Obrigado, pessoal de Bituruna e Faxinal do Céu, pelo carinho e atenção que nos dispensaram.

Euclides Riquetti
11-04-2017



         

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Os bandidos legislando contra eles mesmos?




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Meu texto no Jornal Cidadela do dia 07-04-2017:



Os bandidos legislando contra eles mesmos?
       Há pelo menos 3 assuntos em pauta nos meios político e jurídicos,  bagunçando a cabeça dos brasileiros neste momento: a) A Reforma Previdenciária; b) A Reforma Política; e c) A votação da cassação da chapa Dilma/Temer. Tudo muito bagunçado, tudo muito confuso, tudo muito esquisito. Até para quem se dedica a estudar o assunto é difícil assimilar essas questões, então imagine, leitor, como fica a cabeça do eleitor, o cidadão comum que vota para eleger os seus mandatários!
       Com relação à Reforma Previdenciária, a questão mais preocupante é que  estaremos com nossa vida sendo decidida por corruptos que nem sequer dependem da Previdência Social, aquela mesma que eles foram os maiores responsáveis pela suposta quebradeira. E eu não preciso concordar com economistas, cientistas ou calculistas, que alardeiam  de que , assim como a situação está posta, o sistema previdenciário quebra. Não quebra, já quebrou há muito tempo, pela irresponsabilidade geral dos governantes e dos políticos demagogos, que foram sacrificando o trabalhador comum e privilegiando os aposentados do serviço público.! Aqui mesmo, em nossas cidades, a situação pode ficar insustentável, mais do que no Regime Geral da Previdência.
       Sabemos que é necessária uma Reforma Previdenciária, mas também sabemos que os que irão propô-la e votá-la não têm nenhuma moral para isso. São, a maioria, acusados de corrupção e desmandos em sua atividade pública. E os brasileiros estão aceitando tudo passivamente. Vão deixar aprovarem leis das quais deverão se arrepender no futuro. E estão desviando o foco do assunto corrupção, como, por exemplo, o que foi evidenciado na Lava Jato. Não há um debate nacional sobre o assunto, em que o cidadão possa se manifestar. Apenas uma imprensa vendida dando espaços para uma minoria que tenta manipular a cabeça do cidadão.
       Com relação à Reforma Política, há uma grande piada em curso. Uma transição que só será concluída daqui a 11 anos! Claro, nenhum parlamentar legislará contra ele mesmo, contra seus interesses. As regras propostas e divulgadas nesta semana mostram o quanto os políticos estão defendendo o seu lado. Vejam o que um cidadão escreveu sobre isso:
Hitman “Imaginem se os presos pudessem propor a reforma dos presídios: ia ter banheira de hidromassagem, boite, salão de jogos, academia... Em Brasília é a mesma coisa, só mudam os bandidos.”  Não preciso dizer mais nada, concordam?!
       Já com relação à possível cassação da chapa Dilma/Temer, que realmente pode ocorrer, a previsão mais comentada é a seguinte: Cassam a chapa, não retiram os direitos políticos, e ambos podem concorrer à Presidência, numa eleição direta, trinta dias depois da decisão. E Temer seria eleito pelo Congresso Nacional, depois de um mês de férias. Tudo dentro da normalidade brasileira.
       Ora, senhores leitores, sabemos que tudo é possível no meio político brasileiro! Mas nós não precisamos ficar de braços cruzados, podemos agir. Faço minha parte defendendo ideias e não malandros. E não aceito que nossa vida seja decidida por gente sem moral. Todas as reformas deveriam cessar, no momento, Até que haja nova eleição,  e quem sabe uma boa renovada n a Câmara e no Senado.
Euclides Riquetti – Escritor
Membro da ALB/SC