sábado, 9 de abril de 2016

Último canto

  



         Último canto

Há uma cumplicidade entre nós dois
Uma palavra que rima com felicidade
Há uma pequena distância que não conta
Porque depois, depois da saudade
Vem sempre o reencontro, o amor de verdade

Euclides Riquetti

Alcedir Bebber e a Tv em Capinzal e Ouro



          Quando eu tinha uns doze anos,  eu ouvia falar que nas grandes cidades as pessoas tinham em sua casa um aparelho parecido com um rádio, maior, onde se viam outras pessoas que falavam, longe, até em outros países. Era o televisor e ele possibilitava que víssemos até jogos de futebol através de seu vídeo. Claro que o futebol, o jogo de domingo ä tarde, as pessoas conseguiam  ver ali pela segunda-feira ä noite, bem tarde, quase terça. E com muitos grilos pulando na tela. Diziam que eram os chuviscos.

          Lembrode  quando e trabalhava com o Clarimundo Bazzi, ali em Ouro, no predinho do João Zaleski, e apareceu  por lá o Leonardo Goelzer, que soube que o Bazzi tinha um desses aparelos, pois viera de São Paulo e se estabelecera com comércio em Ouro, em 1966. Estava mentalizando um projeto de instalar uma antena receptora/repetidora que possibilitaria assistirmos TV. O Bazzi se comprometeu a emprestar o aparelho para os testes, mas constatou-se que o mesmo estava "queimado".

          O Goelzer aliou-se ao Alcedir Bebber, que junto com os irmãos tinha uma oficina de consertos de rádios, localizada sob a loja do Celso Farina, na Rua XV de Novembro, em Capinzal, ali onde fica o prédio do Cartório do Maliska. Iniciaram o arrojado projeto e instalaram a antena repetidora, como chamavam, nos altos do morro de Capinzal, aquele mesmo que abrigava o Colégio Mater Dolorum, mas num ponto bem mais alto, onde já havia a antena da antiga Rádio Sulina, provavelmente nas terras dos Lagni, ou pelo menos nas suas imediações.

          Foram tempos de glória para nossa cidade. Os bares do Arlindo Henrique e do Canhoto tinham, num canto, ao fundo da sala, ao alto, um aparelho de TV, e os clientes assistiam à programação da época, o Telecatch Montilla, o Jota Silvestre, o Flávio Cavalcanti, a Hebe Camargo, em programação gerada pela Excelsior e pela Tupi. E havia filmes, noticiários, mas nada era em tempo real como agora.

        As lojas do Farina, em Capinzal, e do Parizotto, em Ouro, passaram a vender televisores, além das geladeiras, rádios, máquinas de costura. E instalavam antenas com hastes de alumínio, nos telhados das casas. Conforme a localizacáo das casas se tinha melhor ou pior qualidade de imagens.

          Durante 20 anos convivemos com isso. Nesse tempo, transferiu-se a antena para o morro de Nossa Senhora dos Navegantes, em Ouro, o que faciltaria a qualidade das imagens para Capinzal. E os que tinham aparelho, pagavam uma taxa de TV, nas prefeituras, que era para manter a torre e substituir as válvulas "Phlips"quando queimavam. E quem cuidava da antena e do aparelho retransmissor? O Alcedir Bebber, da Eletrônica Bebber, que recebia muitas ligações de reclamacão quando  a TV não estava no ar. E lá subia com o seu fusca cinza para ver do que se tratava.E não foram raras as vezes em que vendavais colocaram a antena no chão.

          Lembro bem que num domingo pela mannhã, em 1982, procurou-me para que fôssemos a Sede Sarandi, em Herval D 'Oeste, onde ficava a antena grande, que retransmitia a imagem recebida por satélite das geradoras até a repetidora de nossa cidade. Pegamos a rural azul e branca da Prefeitura, junoto com o Luciano Baretta, e lá fomos para ver o que acontecia. E o Alcedir,  na  época com seus 39 anos, subiu na torre e consertou o aparelho, substituiu válvulas, e ä tarde pudemos ver jogos de futebol. Nos domingos em que havia grenal, então, não podia faltar a imagem na TV. Nem quando era Vasco e Flamengo, ou Palmeiras e Corínthians. E, na semana, havia as mulheres que queriam ver as novelas...

          Mas o auge de seu trabalho foi em 1986, quando trouxe as parabólicas da Amplimatic, fabricadas em São José dos Campos, e passou a vender. Lembro que ele e o José Dambrós foram os primeiros a terem a parabólica. Era um antenão, um círculo parabólico de almínio, com um pequeno aparelho receptor, que possibilitava receber mas de 20 canais de TV em casa. E custava uma fortuna. Era o mesmo valor que um autmóvel 1.6, de luxo, um Chevete ou um Gol. 
         E, posteriormente, o valor  foi baixando, apareceram muitas marcas no mercado, vieram as TVs por assinatura, HDTV, essa evolução toda que você, leitor, leitora, bem conhecem.

          O Alcedir nos deixou na manhã do dia 11 de outubro de 2012, véspera do Dias das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, o mesmo dia que o Sr. Ivo Luiz Bazzo. Deixou, como este, a marca de seu nome  e de seu trabalho registrados em nossa história. E sua esposa, filhos, noras e netos, podem orgulhar-se del`. Não foi uma folha de papel em branco. Foi uma página com muitos registros no meio social, empresarial e cultural de nossas cidades. Nossa sincera homenagem ao amigo com quem convvemos muitos anos.

Euclides Riquetti
20-10-2012

Uma Oração para Você



 
 
Quando o céu parecer mais azul, atrás dos montes,
E as tímidas árvores receberem os primeiros raios de sol,
E as flores fizerem a vida mais colorida,
E até mais azuis ficarem as águas das fontes...
Então estarei pensando em você, menina!

Quando quente o tempo estiver em dezembro,
E eu estiver um pouco mais velho do que agora,
E minhas noites ficarem tristes sem seu calor,
Mesmo que eu não saiba onde você esteja vivendo,
Eu estarei pensando em você, querida!

Mas o tempo não para e chegará o outono!
As folhas,  já pálidas como eu, cairão sobre a terra,
Virá o vento e nuvens escuras cobrirão o céu,
A chuva fria molhará o meu rosto sofrido...
Mas estarei pensando em você, meu bem!

E quando o inverno chegar novamente,
E eu andar pelas ruas ao encontro do nada,
E como hoje o vento soprar fortemente,
Pensarei em você sem rancor, com saudes...
Pois quem errou fui eu, meu amor!


Euclides Riquetti

Desenhei teu coração na areia


 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Sobre um Pioneiro do Oeste Catarinense


 

 Antiga Rio Capinzal - foto de arquivos pessoais do Dr. Vítor Almeida

          Já me referi ao cidadão José Waldomiro Silva, que nasceu no interior de Campos Novos, em 21 de junho de 1902, na fazenda do avô paterno, Jordão Francisco da Silva. Silva é um exemplo de pessoa simples, que deu a volta por cima, que podemos considerar um vencedor, com méritos. Um menino de fibra, que tornou-se um homem de fibra, um líder incontestável. Exerceu, em sua vida,  mais de uma dezena de ocupações. O menino que, aos 12 anos,  ajudava a defender o povoado de Rio Capinzal empunhando uma Winchester 44, mesmo pobre, conseguiu, pela sua maneira simples a carismática de ser, eleger-se duas vezes prefeito de Joaçaba e duas vezes Deputado Estadual. Mas sua biografia vale mais pela maneira como conduziu sua vida simples mas de sucesso do que pela carreira política.

          Aos sete anos mudou-se para as proximidades do Rio Pelotas, poróximo da hoje Zortea e em 1910 a família foi para Rio Uruguai, ali próximo de Marcelino Ramos. Acompanhou a chegada da linha férrea, sendo que seu pai vendia carne para os trabalhadores da mesma. Ficaram pobres depois que revolucionários que vinham do Rio Grande do Sul passaram pela propriedade da família e saquearam seus bens.  Viu a construção da ponte sobre o Rio Uruguai, ligando Santa catarina ao Rio Grande, em Marcelino Ramos.

          Em seu livro, "O Oeste Catyarinense - Memórias de um Pioneiro", ele conta toda a história de sua vida, com riqueza de detalhes sobre a construção da estrada-de-ferro, a enchente de 1911, o assalto ao trem pagador pelo grupo liderado por Zeca Vacariano e Manoel Francisco Vieira. Em 1912 foi  morar em São João do Triunfo (Paraná), voltando, em 1914, aos 12 anos, para Rio Capinzal.

          Sobre essa época,  faz uma minunciosa descrição do centro de Capinzal e dos acontecimentos de então,  sobre os conflitos entre os revoltosos do Contestado e os homens da madeireira Lumber. Conta sobre o acampamento de 500 soldados de uma Força Federal que ficaram acampados nas proximidades da estação Férrea de Rio Capinzal, para guarnecê-la,  na época. Interessante é saber que, naquele tempo,  a área situada à  margem esquerda do Rio do Peixe, chamada Rio Capinzal era ligada por uma balsa de Afonsinho da Silva à do lado direito, o então Distrito de Abelardo Luz, onde havia somente a rua central povoada, e hoje se localiza a cidade de Ouro, que pertencia ao Paraná, enquanto que a outra, Rio Capinzal,  pertencia a Santa Catarina.

           Vale muito a pena conhecer as descrições e narrações de José Waldomiro Silva, pois foi uma testemunha presencial dos conflitos em nossa região contestada.

          Das descrições em seu livro, citarei uma que julgo importante para todo o capinzalense conhecer, às páginas 21 e 22:   "O nome de Rio Capinzal se originou do seguinte fato: Segundo voz corrente na época, o fazendeiro-proprietário das terras de Capinzalo, de nome Antônio Lopes, cuja fazenda de campos e matos fazia fundos com o Rio do peixe na barra do rio que levou o nome de Capinzal. Para fazer pastagens e invernar suas criações, fez grande desmatação à  margem do Rio do peixe, da barra do lajeado ali existente, acima e, depois da queima, semeou capim melado ou capim gordura, cuja semente trouxe de São Paulo, para onde viajava seguidamente com tropas de muares que vendia em Itapetininga, tendo assim formado uma grande pastagem (capinzal)"

          Em 1917, quando da criação e instalação de Cruzeiro, no povoado de Limeira (hoje Joaçaba), eles foram morar ali, onde exerceu diversos ofícios, inclusive o de balseiro. Em 1921, morou em Rio do Peixe (Piratuba), depois em Irani, e voltando para Limeira 9Joaçaba), ao final de 1924 para exercer a função de Escrivão de Paz. No ano seguinte, foi para Itá como cartorário, voltando a Limeira em 1927.

         Em suas memórias, José Waldomiro Silva fala da Revolução de 1930, da Construção da Ponte Emílio Baungharten, entre Joaçaba e Herval, sobre a passagens dos comboios de trem, sobre a fundação do Clube 10 de maio, de Joaçaba, sobre a morte do pioneiro de Treze Tílias Andreas Thaler, sobre a fundação do Município de Concórdia, o Tiro de Guerra, a enchente de 1951, e outros fatos marcantes.

          Em 1947, já aposentado, foi morar em Ponta Grossa, mas foi convidado a voltar a Joaçaba para concorrer a Prefeito, tendo sido derrotado por oscar Rodrigues da Nova. Fez sua campanha montado em lombo de cavas emprestados pelos seus correligionários, visitando as fazendas de Herciliópolis e Irani.

            Novamente candidato, foi eleito Prefeito de Joaçaba, assumindo em 31 de janeiro de 1951, ficando até 1954, ano em que se elegeu Deputado estadual, sendo o mais votado do Estado, reelegendo-se em 1958. E, em 1960, elegeu-se novamente Prefeito de Joaçaba, vencendo ao jovem Paulo Stuart Wright por uma diferença de apenas 9 votos. Ao final da década de 1960 foi morar em Florianópolis e em 1987 lançou o seu livro de memórias.

           José Waldomiro Silva foi propriamente um cigano. Nas cidades onde morou frequentou escolas do antigo primário, mas sua evolução na escrita veio em razão de tê-la praticado muito na atividades cartoriais. Seu livro de memórias nos traz muitas informações valiosas, incluisive citando os nomes dos primeiros moradores dos povoados onde residiu. Vale a pena ler!

Euclides Riquetti
14-09-2013

Pra dizer que eu te amo



Pra dizer que eu te amo moverei o mundo
Dar-te-ei as flores de todas as estações
Mostrar-te-ei meu amor sincero e  profundo
Colocarei peito a peito os nossos corações.

Pra dizer que eu te amo farei mil loucuras
Dar-te-ei os versos de minhas canções
Mostrar-te-ei com beijos de infinita doçura
Viverei contigo as mais fortes emoções.

E, se tu me amas, dize-me com franqueza
Entrega-me teu corpo em desmedida paixão
Mostra-me com teus olhos de candura e beleza...

Se me amas de verdade, vem me acariciar
Vem trazer alento para o meu coração
Traze-me tua alma que eu a quero afagar....

Euclides Riquetti
 
 
 
 
 

Inaugurada nova ala do HUST aqui em Joaçaba


Unidade do HUST ampliada que será inaugurada pelo governador
 
(foto da assessoria de imprensa da ADR-Joaçaba)
 
         Participamos, nesta manhã, da inauguração da nova ala do Hospital Universitário Santa Terezinha, o HUST, aqui de Joaçaba. O Governador Raimundo Colombo que viabilizou investimentos na ordem de R$ 11,2 milhões, através do Fundo Municipal de Saúde, pode ser considerado o "pai da criança". E digo por quê: Ao contrário de seu antecessor, Raimundo Colombo tem investido fortemente nos hospitais regionais, a exemplo do HUST. Também tem auxiliado o Hospital Nossa Senhora das Dores, de Capinzal, bem mais do que o outro governador. A unidade hospitalar, que tinha 6.200 m2, passa a ter 13.000 m2, ou seja, quase que do tamanho de um campo e meio de futebol.
 
        A nova torre foi denominada "Torre João Paulo II", com seis pavimentos, 87 novos leitos, centro cirúrgico, de nutrição e dietética, área pedagógica, setor de quimioterapia, e hospital de urgências. Agora, há 193 leitos disponíveis para a clientela, a grande maioria pacientes do SUS. Como a demanda normal é de 160 leitos, fica uma boa reserva técnica. O hospital atende cerca de 5.000 pessoas, mensalmente, originários de 55 municípios da região do Meio-oeste catarinense, realizando, ainda, aproximadamente 130.000 procedimentos laboratoriais e de diagnóstico, anualmente. Os equipamentos foram adquiridos com recursos próprios do HUST.
 
         Fiquei atento a todos os movimentos dos políticos, na ocasião. Havia muitos prefeitos da região, alguns parlamentares, pessoas ligadas a hospitais e funcionalismo público estadual. Destaco a presença do reitor da UNOESC, nosso conterrâneo Aristides Cimadon, do prefeito de Joaçaba, Juscelino Ferraz. Sabemos que o hospital teve grande evolução desde que foi doado para a UNOESC pela comunidade joaçabense, que o construiu no passado. Aliás, com muita justiça, os antigos sócios, que fizeram a doação para a UNOESC, foram homenageados através de seus representantes. Também houve homenagens significativas aos responsáveis pela construção e outras obras, enfermeiras, funcionários e corpo clínico. Considero que as estrelas do evento foram, merecidamente, os profissionais de todas as áreas ligados ao hospital.
 
         O médico Doutor Pedro Frâncio, urologista, com vasta folha de serviços prestados ao hospital e à saúde da região, foi devidamente homenageado. Merecidamente.

        Pessoalmente, quero registrar aqui da importância que o HUST tem para com toda a coletividade regional. O fato de ser universitário tem contribuído muito para sua própria evolução, mesmo porque a UNOESC é capitaneada pelo amigo reitor Aristides Cimadon, educador e advogado muito sério e competente. Parabéns a toda a grane família HUST!

Euclides Riquetti
08-04-2016
 
 
 
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Quando me deste o céu...

 

Quando me deste o céu, eu te dei o mar
Quando me  deste o sol, eu te dei meu sorriso
Quando me deste as estrelas, eu te dei o luar
E descobri que tu és tudo de que eu tanto preciso.

Quando me propuseste sonhos, eu te permiti sonhar
Quando me disseste adeus, eu permiti o teu retorno
Quando me ofereceste carícias, te permiti me amar
E vi que tu és mais do que um simples adorno...

Quando a chuva molha as gramíneas e as plantas
Quando a chuva molha as pétalas das roseiras
Quando a chuva molha o corpo com que me encantas

Eu me entrego em divagações ternas e saudosas
Eu me inspiro em suas risadas doces e faceiras
Eu me perco em suas curvas belas e formosas.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Dia Mundial da Saúde - (7 de abril) e outras considerações





         Estamos comemorando o Dia Mundial da Saúde neste 7 de abril. de manhã, passando pela Praça Adolfo Konder, defronte  à Prefeitura de Joaçaba, avistei um considerável grupo de pessoal fazendo ginástica. E muitos técnicos da área da saúde realizando atividades pertinentes. A música que ditava o ritmo era "Dont´cry for me, Argentina'. Só isso já é um grande motivo para que eu pare e veja o que está acontecendo. Sou muito fã de Evita Perón, sobre quem já me referi algumas vezes neste blog. E a música é fantástica.

        Lembrei-me da amiga e conterrânea Carmen Baséggio, a Carmen da Dona Dileta, de Capinzal, sempre muito talentosa e afinadíssima ao apresentar-se em público. Quando ela interpretava, em eventos,  "Não chores por mim, Argentina", eu me emocionava. E ela sabe muito bem disso, do quanto eu a admiro. Recentemente a encontrei em Capinzal e ela relatou estar em tratamento médico. Espero que esteja superando a adversidade. Ela é uma figura humana extraordinária, um belíssimo exemplo para a sociedade, merece nosso aplauso e nosso carinho. E, ainda, muita gratidão pelo que já fez pela cultura daquela cidade.

         Fui Prefeito em Ouro, SC, de 1989 a 1982, tão logo iniciou-se a municipalização da saúde. Muitos encargos e compromissos foram repassados aos municípios, sem a contrapartida financeira justa e ideal. Fui Secretário da Saúde daquela cidade entre 1997 e 2000, na Administração Sérgio Durigon/José Camilo Pastore. Fiz parte, na virada do milênio, do grupo de Amigos do Hospital Nossa Senhora das Dores, de Capinzal. O serviço de saúde precisa de muitos investimentos para que possa sobreviver. Foi difícil salvarmos o HNSD, o que só foi possível com o apoio da comunidade e das prefeituras de Capinzal, Ouro e Zortéa. Adiante, porém, vimos o Hospital São José, de Capinzal fechar as portas depois de mais de meio século de serviços prestados à comunidade.

          A propaganda oficial com relação á saúde é grande. A ação, porém, não corresponde ao marketing. Hoje, mesmo, vi reportagens na Tv sobre a saúde em Joinville, a maior cidade de Santa Catarina. E no Rio de Janeiro. Ambas deprimentes. os cidadãos estão sendo desrespeitados.

          Considero que a cidade de Joaçaba está muito bem servida no quesito. Tenho severas restrições à administração da cidade, mas neste setor estamos muito bem. Claro que temos problemas, pois pessoas que detêm planos de saúde acabam indo tratar-se em outras cidades porque muitos médicos não querem oferecer consultas, mesmo sendo credenciados. Agendamento só para longa data. Se for para consulta particular, porém, aparece vaga para o mesmo dia. Questionável, isso!

          Vivemos, por outro lado, sérios problemas ocasionados pela proliferação do mosquito aedes  aegypti. Ainda, com relação à gripe H1n1. aqui em Concórdia, pertinho de Joaçaba, foi noticiada hoje a morte de um rapaz de 23 anos, em razão da gripe. Falha nossa, falha do poder público, falha coletiva. É possível perceber que, mesmo com todas as notícias e campanhas na imprensa, ainda haja quem não toma os devidos cuidados com relação ao destino adequado e à armazenagem do lixo.  Lamentável!

         Bem, é preciso que cada um de nós faça a sua parte. E louvar e agradecer a Deus pela saúde que temos. Acreditar na evolução da medicina e na boa vontade da maioria dos profissionais ligados à saúde. E esperar que todas as autoridades façam a sua parte também, tratando com zelo, responsabilidade e muito carinho do assunto, uma demanda que precisa ser considerada sempre prioritária.

Euclides Riquetti
07-03-2016
Dia Mundial da Saúde

Uma entrevista com Euclides Riquetti



Euclides Riquetti (Entrevista e Poema: O Voo da Garça)

O professor Euclides Riquetti recebeu, no auditório do Praia de Palmas Beach Resort, em Governador Celso Ramos, na região da Grande Florianópolis, a Medalha do Mérito de Literatura professor Lauro Junckes e uma placa em sua homenagem pela conquista do 10º lugar no concurso nacional de poesias Prêmio Mário Carabajal.
O Tempo – Como foi isso?
Riquetti – Bem, Eu compus um poema denominado O Voo da Garça, em 1997, que já foi publicado em O Tempo – e ainda na capa do jornal O Balainho, da Unoesc, de Joaçaba. Quando tomei conhecimento do concurso, mesmo sabendo que ia concorrer com escritores habilidosos, apostei neste poema, pois acreditava que ele iria ficar entre os 100 primeiros colocados, que poderiam ser selecionados. Mas, sinceramente, sentia que ele tinha condições de ficar entre os dez melhores, e isso acabou acontecendo. É um poema que foge da linha convencional, em suma, é um poema diferente. Se eu fosse cantor, diria que seria minha “música de trabalho”. Mas é apenas um poema, mas que tem seu valor, lá isso tem.
O Tempo – Há quanto tempo compõe?
Riquetti – Componho poemas desde minha adolescência. Lia muito e admirava Olavo Bilac, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e muitos outros, principalmente os românticos. Isso levou-me a optar pelo curso de Letras/Inglês. Estudei muito as Literaturas Portuguesa, Brasileira, Inglesa e Norteamericana. Na juventude, época de faculdade, lia pelo menos um romance em português e dois ou três em inglês por semana. Eu era fanático por literatura. Houve semana em que cheguei a ler cinco romances, de mais de 100 páginas cada um, em inglês. Admirava Júlio Verne, Charles Dickens, Camilo Castelo Branco, Shakespeare, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz e outros grandes. Mas também li muitos brasileiros, de Machado de Assis a José de Alencar. Bem, isso significa que para compor é preciso conhecer. E, para conhecer, é preciso ler, mergulhar no maravilhoso mundo dos livros.
O Tempo – Tem poemas publicados?
Riquetti – Nunca fui muito dado publicar, embora contribuí com dois poemas no livro Primas, volume IV, da Coleção Vale do Iguaçu, em União da Vitória, Paraná, ainda em 1976. No ano passado emplaquei cinco poemas na coletânea “Santa Catarina Meu Amor”. Há outras publicações em jornais, inclusive em O Tempo.
O Tempo – Pretende publicar livros?
Riquetti – Tenho poemas prontos para editar dois ou três livros. Mas, com o passar do tempo, vou ficando mais exigente comigo mesmo. Tenho algumas crônicas e tenho, praticamente, a História do Município de Ouro. Tenho, também, uma visão das questões dos limites à época do Contestado. Mas, História, é compromisso, você não pode sair aí escrevendo aquilo de que não tem comprovação, só porque alguém falou… Mas pretendo escrever uma história meio leve, não com cunho épico, nem demagógico…
O Tempo – Como foi receber uma homenagem lá em outra cidade?
Riquetti – Bem, recebi a medalha, das mãos do presidente da Academia de Letras de Santa Catarina, professor Miguel Simão, juntamente com outros cerca de 50 escritores presentes. Mas minha emoção maior foi ter recebido do Doutor Mário Carabajal a placa pela conquista do décimo lugar no concurso em homenagem a ele. Foi um concurso em que os dez primeiros colocados são das cidades de Itararé (SP), São Vicente (SP), Divinópolis (MG), Florianópolis (SC), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Pirapetinga (MG), Congonhal (MG) e Ouro (SC), no meu caso.
O Tempo – O que tem a dizer para outras pessoas que escrevem?
Riquetti – Vejo que há, em nossas cidades, muitas pessoas que escrevem anonimamente, e que não costumam, por alguma razão, expor o que escrevem. Mas temos pessoas, de todas as idades, que escrevem muito bem. Mas, também, há muitos publicando em jornal. A Internet é um meio barato de propagar a literatura. Tenho poesias, comentários e crônicas em meu blog na internet: http://www.blogdoriquetti.blogspot.com . Quem acessar, clica nos números que estão à sua direita e vai encontrar minhas postagens. E até podem postar comentários.
O VOO DA GARÇA 
A garça voa o voo leve da alma
Voa a garça
Voa como a branca pluma, com graça
Voa a garça.
E no voo breve, voa lenta, calma
Voa com toda a graça a garça.
Voa o infinito, voa por instinto
Voa sobre o monte a garça…
E pousa na torre da igreja
Ou na árvore da praça
Voa pousa a garça.
E seu voo atrai o disperso
O menino, o esperto
O velhinho, o passante
E voa de novo a garça.
Vai, seguindo os trilhos dos raios de sol
Cortando o azul, a garça.
E pousa suavemente sobre a nuvem
Uma nuvem feita branco lençol…
E descansa outra vez a garça!
(A garça povoa os meus sonhos, orienta minha vida.
A garça é meu ser, é você, sou eu…
A garça é meu norte seguro, é minha inspiração…
É minha emoção transmitida no papel…
Euclides Riquetti)
Fonte
Jornal O Tempo

Respostas eu procuro em ti!





Respostas eu procuro que possam acalentar
Trazerem-me conforto ao meu confuso coração
Cálida e ousada é a paixão que já me fez vibrar
Elevando minha alma ao sonho e à ilusão.
Estradas tortuosas por onde andei a procurar
Eternas divagações de meus tempos de solidão...

Lembrança perdurada nos momentos sagrados
Planta cujas folhas frágeis jazeram  maltratadas
Jardim de rosas champanhe, chocolate, amandita
Primor de mulher,  terna senhora, jovem bonita
Cravina em vaso prateado,  perfume adocicado...

Castigos inundam nosso ser se nos distanciamos
Encantos são quebrados, e desejos  ocultados
Acalantos e afagos são, destarte, abandonados
Girassóis que deixam de sentir que os amamos.
Detalhes românticos  que foram segregados:
Promessas que poderíamos tê-las feito um dia
Canções melancólicas, de bucólica melodia.

Nas manhãs de dia claro e de céu anilado e azul
Idealizadas por minha visão poética,  sentimental
Completa-se minha inspiração de trovador do sul.
Depois da noite fresca e da madrugada outonal
Perfumes se espalham nos ares em seu leve lufar
Maestria que me leva até onde possa te encontrar...

Trazem-me as tardes teu semblante sorridente
Como o dourado acentuado dos raios solares
Traz-me a noite o sonho com teu corpo quente.
Cada poema que faço e cada rosa que cheirares
Dragam os anos que se foram assim num repente!

Euclides Riquetti
06-04-2016

O vazio que há em mim




O vazio que há em mim
Também há em ti.
É como um céu sem estrelas
É quando é  impossível vê-las
É como um mar sem fim.

O vazio que está em mim
Também está em ti.
É como uma árvore sem folhas
É como não ter escolhas
E não saber de onde eu vim.

O vazio que há em nós
É o vazio dos sós.
É como a rua sem gente
É como o espelho sem lente
Ou as renas sem trenós.

O vazio de cada alma
É inerte como a alga
É a hora sem o minuto
É a água sem o duto
É a sentença sem ressalva.

E eu penso em ti...

Euclides Riquetti

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Não tenha medo de sonhar






Não tenha,  nunca,  medo de voar
Libere as suas asas à imaginação
Não tenha,  nunca,  medo de sonhar
O sonho é vital para o seu coração!

Voe, livremente, busque o espaço
E, se precisar, repouse nas nuvens
Voe, contente, livre-se do cansaço
Contemple as estrelas que reluzem.

Vá, com a força de sua liberdade
Ela  é um bem, é sua maior conquista
Considere quem lhe devota lealdade
Busque seus sonhos, nunca desista.

Vá , experimente todas as sensações
Seja, na vida, uma eterna aprendiz
Dê vez a seus anseios e às emoções
Não desista, nunca, de ser feliz.

E, em cada novo dia, nova jornada
Haverá uma mão esperando pela sua
Pensarei em você na manhã ensolarada
Rezarei por você nas noites de lua!

Euclides Riquetti
06-04-2016






terça-feira, 5 de abril de 2016

Para a felicidade há receita?








Para a felicidade há receita?
Há alguma fórmula possível?
Por que é que você não tenta
Você e sua alma sensível?

Poderia ser seu belo sorriso
Ou um abraço terno também
Ponha seu olhar de paraíso
Em tudo o que nos faz  bem!

Misture um pouco do carinho
E de toda sua amabilidade
O amor que vem devagarinho
Que se transforma em saudade.

Coloque o doce de seus lábios
Acrescente seu jeitinho natural
Adicione os bons  presságios
E faça com seu encanto jovial.

Então, sorva tudo alegremente
Mas antes enfeite com flores
Sinta os aromas deliciosamente
De seu mundo de lindas cores!

Para a felicidade, amor e vida
E seu otimismo que contagia
A melhor receita redigida
É aquela que dá brilho ao dia!

Euclides Riquetti
05-04-2016











Os primeiros pingos da chuva



Quando os primeiros pingos da chuva rolaram na vidraça
E embaçaram teu rosto angelical
Me pareceu que foram as tristes lágrimas
De uma despedida bem sentimental
Há muito tempo acontecida.

Quando meu pensamento misturou-se às gotas da chuva
E meu coração pulsou intensamente
Pareceu-me reviver aquele dia
Em que em mim morreu toda a alegria
Pois foste embora de repente...

Quando meu corpo de moveu para procurar o teu
E não encontrou  mais teus lábios junto aos meus
O mundo se tornou uma grande incerteza
O mundo então perdeu sua beleza
Ficou sem o sorriso de era meu e teu...

Euclides Riquetti

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Havia um sol...




Havia um sol a aquecer a tua  aura serena
Um sol que migrou e foi brilhar lá bem longe
Pra encantar uma tímida e frágil falena
Que além do meu vale verde se esconde.

Havia um brilho lunar a pratear teus encantos
Um luar que amenizou a aflição de tua alma
Pra acalmar os teus ais, teus choros e prantos
E fazer-te mais doce, mais terna e  mais calma.

Havia um pedido de perdão e um desculpar-se
Pois um de nós dois, certamente que errou
Um pergunta sem resposta, apenas um calar-se.

Um calar-se que faz sofrer, que nos fere e pune
Mas que não apaga um sentimento que ficou
Pois o tempo que apaga é o mesmo que une....

Euclides Riquetti

A celebração do amor e da vida

A celebração do amor e da vida
Celebro o amor porque celebro a vida
Celebro a vida porque celebro o amor
Celebro ambos com alegria desmedida
Abstratos ou concretos, a vida sem dor!

Celebro cada um dos momentos felizes
Nos anos, nos meses, nas semanas e dias
Pois não sabemos do amanhã, bem o dizes
Se virão tristezas ou se virão alegrias.

Importam as alegrias  mais que as primeiras
Pois que elas nos animam e nos confortam
Importam as sensações mais verdadeiras.

Importa a mim e a ti a felicidade presente
Os teus abraços e beijos também importam
Importa-nos sermos felizes hoje e sempre!

Euclides Riquetti
 

domingo, 3 de abril de 2016

Uma lágrima de cristal


Uma lágrima de cristal
Rolou em teu rosto
Belo
Perfeito
Natural...

Não era uma lágrima de desgosto
Nem de desconforto
Era apenas uma lágrima casual
Como tantas outras que caem
Em momento especiais.

Uma lágrima límpida
Transparente
Insípida
Intransigente
Que apenas queria cair
Rolar
Sumir
No mar!

Uma lágrima de cristal
Como uma joia preciosa
Esplendorosa
Excepcional
De  beleza colossal
Num semblante divinal.

Apenas uma lágrima tímida
Fugidia
Que chegou para me dar bom dia
E foi-se embora
Venturosa.

Euclides Riquetti