sábado, 20 de abril de 2019

Dircinho - AA Iguaçu - o campeão de futebol que virou maquinista de trem!


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Dircinho, o ponteiro direito, agachado, com sua mão direita segurando a bola.
O Lourival, terceiro na fileira em pé, era aluno da Fafi e era conhecido como
"O Moço de Rio Azul"

Foto do Jair da Silva, o Kiko, ex-atleta da AA Iguaçu, que foi meu aluno de
Língua Portuguesa, no Científico do Colégio Cid Gonzaga, em 1976.


          Em 1975 terminei meu curso de Letras/Inglês na FAFI, em União da Vitória. No meu último ano de faculdade, também último de solteiro, morei na Rua Prudente de Morais, em Porto União (lado de Santa Catarina), próximo do Museu Municipal, mas no outro lado da rua, num casarão de alvenaria, antigo, agora já demolido. Acho que o número era "331".

         O almoço, fazia na Pensão da Dona Berta, num sobrado da Rua Sete de Setembro, ao pouco abaixo da Mercearia Glória. Anos depois, minha ex-aluna Dirlene Bonato (Hachmann), de Capinzal-Ouro, foi morar justamente na casa da Dona Berta para estudar. Ali eu formei um novo grupo de amigos: Mário, que era torneiro mecânico e trabalhava comigo no Mallon (Mercedes-Benz); e ainda Maciel, que viera de Wenceslau Brás, e Dircinho, cujo nome era Adilson. Maciel e Dircinho participaram de um concurso e eram "maquinistas de trem". Auxiliares ainda, mas com o tempo iriam virar maquinistas.  Haviam sido aprovados em concurso da Rede ferroviária e estavam recebendo treinamento na Vila Oficinas.

         Desenvolvi uma forte amizade com ambos. Eram educadíssimos. Pois um dia o Dircinho chegou para o almoço muito feliz: fora convidado para jogar pela Associação Atlética Iguaçu, time que foi fundado em 15 de agosto de 1971 pelo Coronel Ricardo Gianórdoli, comandante do 5BE. Era atacante.  Então contou-me sua história: jogara pelo Água Verde, fora campeão Paranaense de Futebol profissional em 1967. Eu lembro bem do time que foi campeão naquele ano, no Paraná, e que por fusão com outros se transformou no Pinheiros, até chegar ao Paraná Clube.

          Dircinho, que também atuou pelo Rio Branco, de Paranaguá, foi titular de imediato no Iguaçu. No primeiro jogo que o vi jogar, fez o gol do 1 a 0 contra o Maringá, no estádio do Ferroviário, em União da Vitória.  Fez vários gols pelo clube que jogava com uniformes nas cores azul, amarelo e branco. Mas foi colocado a trabalhar de maquinista nos trens que faziam o trecho entre União da Vitória e Marcelino Ramos. Transferiu-se para Herval D ´Oeste, aqui do outro lado do Rio do Peixe, cidade geminada com Joaçaba. Na época,  eu morava em Zortéa e vim visitá-lo. Foi uma alegria para mim revê-lo!

          Mas, com a desativação das linhas de trem, com a concessão da ferrovia para a América Latina Logística, ele sumiu daqui. Imagino que tenha sido transferido para outro local, como fizeram com muitos dos funcionários da Rede.

          A história do Dircinho sempre me encantou porque me pareceu muito interessante: um jogador de futebol profissional, que realiza um sonho bem diferente: ser maquinista de trem. E conseguiu!

          Ainda o encontrarei, espero, algum dia. Quem sabe que alguém que o tenha conhecido, ao ler meu texto, possa me ajudar!

Grande abraço, amigos Maciel e  Dircinho, onde quer que estejam!

Euclides Riquetti
12-07-2015

Velhos tempos - Jogando contra veteranos da Chape!



Os campeões catarinenses de 1977. Em pé: Bico Fino, DÉCIO, Carlos Alberto, Janga, Cosme, Luiz Carlos, Zé Carlos e o roupeiro Juarez. Agachados: Wilsinho, Jorge, Valdir, Sergio Santos e Eluzardo.


       Nas décadas de 1980, 1990 e parte da de 2000, joguei na equipe de veteranos do Arabutã - FC, de Capinzal. Mandávamos nossos jogos no estádio da Baixada Rubra, no Bairro Parque e Jardim Ouro - em Ouro. Eu já jogara ali, pelo mesmo clube, em minha adolescência, em fins da década de 1960, nos juvenis do alvi-rubro.

       Pois foi em meados da dos anos 80 que nosso time chegou ao seu auge, quando tínhamos um elenco com cerca de 30 atletas. Jogávamos na microrregião de Joaçaba, no norte do Rio Grande do Sul. Muitas vezes jogamos em Concórdia, com os veteranos do Concórdia, ex-profissionais. Sempre jogamos de igual para igual, em mesmo nível.

       Também jogamos em União da Vitória, no estádio do Ferroviário, contra ex-jogadores a AA Iguaçu, do Ferroviário, do União e do São Bernardo. Em Florianópolis, contra o escrete da PM, em seu campo, na Trindade. Visitamos muitas cidades, algumas vezes de ônibus, outras com uma caravana de carros.

       Mas um jogo que me leva a escrever esta pequena crônica é um que realizamos contra a Associação Chapecoense de Futebol, hoje conhecida como Chape, na categoria veteranos ou "máster". Os jogadores, em sua maioria, eram os remanescentes daquele timaço que foi campeão catarinense em 1977, portanto jogadores que foram profissionais. Nós, que tínhamos o estádio da Baixada Rubra iluminado, com excelente gramado, e as dimensões de 90 x 120 metros, (hoje os gramados oficiais são menores), que eram as mesmas do gramado do Maracanã. E, justamente o que nos favorecia era termos um campo amplo, onde treinávamos muito e conhecíamos todos os detalhes do mesmo.

      Nossos treinos aconteciam nas noites de terça e quinta, entre 18 e 20 horas. Tínhamos treinadores, e naquela época nosso treinador era o Valdomiro Corrêa. Fazíamos exercício físicos, levávamos muito a sério a preparação física e técnica. Utilizávamos a estratégia da "linha burra", em que deixávamos nossos adversários constantemente em situação de impedimento. Tínhamos jogadores velozes e alguns muito habilidosos. Agnaldo de Souza, Henrique Pain, Vilmar Matté, Mídio (Sérgio Correa) e Pitchas (Antônio Gramázzio), certamente que eram os mais habilidosos. Amantino Garcia dos Anjos foi um dos melhores goleiros que tivemos. Irenito Miqueloto e Severino Dambrós eram muito raçudos. Pigmeu, Carlinhos Caregnato e Rubens Leal, o Binho, eram velozes e Miola e Chimia (Valdir Thomé) eram muito firmes. O Ademir Rech, o Zucco, o Neri Miqueloto, o Mazzo, Carlito Brandini, o Franke , o Custódio Crippa, o Elói Correa, Elizeu, Dorneles Lago, os Moretto (Valcir e Darci),  o Marcon e eu, procurávamos garantir os resultados lá atrás. Vicente Gramázzio, Carmelinho Nora, Sérgio Scarton, Vilson Farias e Dario de Souza, (o Nílson Dias), tinham que dar conta no ataque. E muitos outros jogadores que vieram antes e depois destes.

       Pois no jogo que teríamos contra a Chapecoense, o treinador olhou bem para todos nós, mediu nossa altura e me falou: "Riquetti, sempre que tiver escanteio contra nós, não vai ais ficar marcando no primeiro pau (primeira baliza)! Vai deixar que um dos zagueiros fique na sua posição e vai para o meio, com a única função de marcar o Décio, quando ele vem para cabecear O Décio era bem mais alto do que eu. O zagueiro era um "diabo loiro" de quase dois metros de altura, excelente jogador e bom cabeceador. Imagine a dificuldade que teríamos para neutralizar as cabeceadas do Décio sempre que vinha para a área.

       Procurei fazer com afinco a minha nova função, seguindo as orientações do treinador. Mas o cara, além de alto, subia muito, tinha 30 e poucos anos, e craque nunca esquece de jogar. É como pedalar bicicleta, a gente não desaprende. Minha estratégia de marcação era subir junto com ele, tentando deslocar seu corpo, de forma que cabeceasse para fora. Fiz isso!

       Acho que o placar final foi de 3 a 1 para eles. Nem podia ser diferente. Mas tivemos o orgulho de jogar, em nosso estádio, contra jogadores que foram campeões no primeiro título da Chape: 1977.

Na foto que ilustra este texto, o segundo homem em pé, da esquerda para a direita, o que se destaca em altura e elegância, é o Décio. Lamentavelmente, poucos anos depois, ele faleceu vítima de doença grave. Sempre que lembro do jogo, lembro-me dele e rezo para que esteja bem, na Glória Eterna. Que Deus o tenha e abençoe!

Espalhe seu perfume no ar






Espalhe seu perfume no ar
Deixe-o impregnar-se  em mim
Deixe sua fragrância eu tragar
Para que a possa sentir bem assim.

Eu quero me perder calmamente
Poder me envolver em suas carícias
Me deixar seduzir levemente
Por seus beijos de sabores e delícias!

E, mesmo nesta manhã turbulenta
Me convide ao carinho e ao afago
Me dê sua alma faminta e sedenta.

Me abrace, me roube, me tenha
Me prenda, me segure ao seu lado
Me enlace, me amarre,  me queira.

Euclides Riquetti

Frases marcantes - reedição e adaptação







"Tem gente que é tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro." (José Granado, leitor do site G1, comentando uma notícia de que uma casal armou um barraco muito grande num voo que saiu de São Paulo para Nova York às 3 horas de hoje, 28 de dezembro de 2016, causando tanta confusão, que o  avião teve que pousar no aeroporto de Brasília, de onde só partirá às 19 horas para NY).

 Então reeditei uma de minhas crônicas... porque vale a pena ler e refletir, sempre!


            Belas frases não precisam se constituir de pensamentos de filósofos ou pensadores. Podem vir de pessoas muito simples. Também de peças publicitárias. Ou de um comercial de rádio ou TV. Veja isso:

         
          Lembro-me, seguidamente, das propagandas que eu escutava na minha adolescência nas rádios "Catarinense" e Herval D ´Oeste, ambas de Joaçaba, ou na Rádio Clube, de Capinzal, mas que funcionava no Ouro.  Aquelas propagandas das Casas Pernambunacas, cantadas, por exemplo: "Não adianta bater/Que eu não deixo você entrar. As Casas pernambucanas/É que vão... aquecer o meu lar" E seguia-se: "Vou comprar flanelas, lãs e cobertores, eu vou comprar? E não vou sentir/O inverno passar". Certamente que você, leitor madurão, deve ter ouvido isso...

           Ivo Luiz Bazzo, duas vezes Prefeito em Ouro, SC, me introduziu à política. E me dizia: "Fazer o que se pode com o que se tem"! À época, isso parecia denotar certo acanhamento em ter arrojo. O tempo, depois, mostrou-me que esta é uma verdade insofismável. Se as pessoas, em sua família, em sua empresa, ou mesmo na Gestão Pública, assim agissem, talvez não tivéssemos, num primeiro momento, um desenvolvimento acelerado. Mas, com o tempo, observar-se-ia que "dar o passo conforme o tamanho das pernas", pode resultar num crescimento mais firme, seguro e sustentável. Não aconteceria o que acontece hoje, com tanta quebradeira de empresas, pessoas físicas e instituições públicas.

         O próprio prefeito Bazzo me contava de uma frase que o Sebastião Félix da Rosa, o "Véio Borges", pioneiro do Bairro Navegantes,  costumava dizer: "Não cai uma folha de uma laranjeira sem que seja vontade de Deus". Fiquei com as frases de ambos em minha cabeça. Assim como já havia ficado quando o professor Francisco Filipak, na FAFI, em União da Vitória, nos  falava de uma pequena paródia que fizera da famosa "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias: "Meu amigo passageiro/Quando a viagem lhe convenha/Pelo solo brasileiro/Vá e venha pela Penha"! E a usava para nos explicar as "redondilhas maiores" para nós, seus estudantes da disciplina de Teoria Literária.

           Como a beleza das frases não precisa ter época, podem ser atemporais, vou mencionar duas ainda, atualíssimas: a primeira, da Pedreira Joaçaba, que uma época constava numa faixa colocada defronte à casa do Zé Masson, ali no Ouro: "Nós movemos as pedras para construir seus sonhos"... Quando beleza numa frase para fazer propaganda de pedras britadas. Já parabenizei aos amigos a Pedreira Joaçaba por isso, pois acho a frase magnífica. Bem que eu gostaria de saber quem foi o seu criador. Atualmente, ainda é utilizada em suas propagandas no rádio. A segunda, vem de um locutor da Rádio Catarinense, aqui em Joaçaba, o locutor Marcos Valnei, que ao finalizar seu programa "Rádio Saudades", ao final da tarde, diz: "Escreva no seu presente a história de suas futuras saudades".

          Precisa dizer mais??

Euclides Riquetti
14/03/2015

Gotinhas de cristal



Um dia você chorou, vibrou, vibrou, chorou
Seus belos olhos encheram-se de gotinhas de cristal
Você que calou, sofreu, sofreu, calou
Seu grito de alegria se fez explodir, afinal.

Você esteve lá, elegante, glamourosa
De seu rosto moreno brotou um sorriso sensual
De seus lábios saíram as palavras mais carinhosas
Você vibrou com a conquista colossal!

Na madrugada silenciosa me veio seu doce sorriso
As palavras mágicas se embalaram no meu ser
E seu rosto comovido, bonito,  me encantou...

Então, meu coração bateu mais forte, mais preciso
E, no papel, pus este soneto pra dizer:
Você é o algo belo com que Deus me presenteou!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Se você tivesse sentido o cheiro do vento


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Se você tivesse sentido o cheiro do vento
Teria absorvido o aroma de meu perfume
E percebido nele meu nostálgico lamento
E que todo o erro nos condena e nos pune.

Se você tivesse notado os meus antecantos
Nos versos mais substanciais que compus
Tivesse entendido melhor meus acalantos
Encantar-se-ia com o poema que a seduz.

Se você tivesse lido meus poemas inteiros
E visto os detalhes em cada um dos versos
Mergulharia neste meu coração hospedeiro
Entenderia o porquê das luzes no universo.

Mas, se você ignorar tudo o que eu escrevo
E não entender as mensagens subliminares
Com razão, sentirá o sofrimento e o medo
E jamais irá entender a vastidão dos mares!

Euclides Riquetti
19-04-2019




Abrace esta canção





Abrace esta canção e leve-a embora
Segure-a, firmemente, cuide bem dela
São versos que eu escrevi bem agora
Inspirei-me em sua vida tão singela.

Abrace minha canção, guarde-a bem
Coloque num cantinho de seu coração
E, adiante, quem sabe no ano que vem
Você a possa recolocar na minha mão.

Está escrita em folha branca, de paz
Letra azul, na papel da cor do algodão
Tem letra simples esta minha canção.

Nela, falo da alegria que você me traz
Falo da alma, do corpo que me seduz
De seus cabelos e de seu olhar de luz.

Euclides Riquetti

Crônica: "Across the Universe"? - e alguns músicos centerrâneos meus





    Editado:

          O ator Jim Sturgees tem 30 anos, nasceu em Londres. Em meio ao "fog londrino". E, nem por isso virou "foggy". Foi aceito para alguns filmes nos Estados Unidos. A Evan Rochel Woods nasceu no Canadá, tem 24 anos, onde tem neve em todos os invernos. No Canadá. Aqui tem sol em todos os verões, em todos os meses do ano. A dupla estrelou o musical  "Across the Universe", em que se apaixonam. Interpretam canções dos Beatles, o garotos de Liverpool que nos encantaram, a nós, antigos, e ao mundo, no início dos anos 60. Foram condecorados pela Rainha Elisabeth, da Inglaterra.

          A Gabriela é muito educada. E bonita. Toca piano. E nos deliciamos com os acordes que ela tira dele. De graça para nós, seus vizinhos, que escutamos, (e nos deliciamos), sem sair de casa! E toca belas músicas clássicas. O Heitor toca violino. O Fernando Spessatto tira belas composições de seu teclado. Ele  e o Heitor, juntos, são imbatíveis. O Pablo Rossi está melhorando sua condição de pianista no exterior, é um catarinense que nos orgulha muito.

          Uma mulher que tem o nome Gilberta Tedeschi pouco nos  diz. Mas se, seu prenome for Carla, aí a coisa melhora. Se disser que tem Bruni no primeiro sobrenome, tu já começas a pensar coisas. E,  se descobrires que ela é filha de mãe e pai músicos, industriais, ricos, e que foi modelo de sucesso e cantora, tem o italiano como língua materna, fala e canta em inglês e francês, é atriz, tem 54 anos, estudou na França e na Suíça, cursou a Sorbone, tu já concluis que é ela mesma, a fera,  casada com o Presidente da França, o Sarcozi: Carla Bruni, que não chegou onde chegou apenas por ser bonita, mas por ter alguns talentos e por ter frequentado as melhores escolas do mundo, orgulha os italianos e é bem quista pelos franceses.

          O Negão toca gaita. Seu nome é Olindo Esganzela. O Valdir Bonato também.  O Loide Viecelli também ajudava a animar as quadrilhas do Mater Dolorum nos invernos de minha adolescência. O velho Todeschini tocava uma Todeschini, lá na "Siap", que convencionaram chamar de Parque, mas que a maioria chama de Siap. Tem uma Senhora, amiga, lá na Linha Sete, que convencionaram chamar de Santa Lúcia, que toca gaita.

          Ah, o Michel Teló também toca gaita. O Borghetti toca gaita-ponto. O Luan Santana nem precisa de gaita, só canta. Outros tocam por ele. Eu nem toco flauta, porque respeito os outros. Não toco flauta nem em flamenguista. Só quero que percam os jogos para o Vasco, mas não temos tido muito êxito contra eles.

          O Teló arrumou uns padrinhos: O Neymar, jogador bem marqueteado; o Cristiano Ronaldo, jogador português que atua  na Espanha, e está enfernizando os ouvidos deles, lá. Ainda bem que eles nem entendem bem aquelas letras chulas, bregas, que mais desdizem do que dizem. O Luan Santana tem uma rede de TV que é sua madrinha, faz sucesso. O Negão, Olindo Esganzerla, nosso, tocava de graça. O Bonato  ainda ganhou uns dinheirinhos que lhe possibilitaram montar sua vidraçaria. O Todeschini morreu pobre, mas feliz. O Loide também foi morar no andar de cima. Tem o Tio Valério, meu vizinho, que  dedilha o teclado com maestria, animou os bailinhos de antigamente no interior do Ouro e em Nova Petrópolis.

          Acho que os compositores, aqui, têm contra si o Sol que,  em vez de iluminá-los, cozinha-lhes os miolos, e dali saem muitas composições que não nos orgulham em nada. Lá com o "fog" ou a neve, os cérebros se ativam para coisas mais "bem elaboradas".

           Ouvir canções dos Beatles, principalmente tendo o privilágio de conhecer suas letras, onde há canções de protestos, clamor pela paz e a propagação do amor, mesmo num rock pesado (para a época, pois agora isso já é clássico), e comparar com as bobagens gravadas atualmente no Brasil dispensa comentários. "Dear Prudence, see the sunny sky", (Querida Prudence, veja o céu ensolarado) cantaram Lucy  e Jude (Evan e Jim), no "Across the Universe". E eu, antigo que sou, lembrei de "Lucy in the  sky with diamonds", "Hei Jude", "Imagine", "Help" (I need somebody=Eu preciso de alguém) . E até chorei...

Euclides Riquetti
22-01-2012     

No teu sorriso cativante




 Pensei em ti, no teu sorriso cativante
No teu jeito sutil,  nos teus modos delicados
Na leveza de teus gestos e  encantos
No teu olhar com brilho excitante
Nos teus pensamentos santos
Nos teus lábios vermelho-rosados.

Pensei em ti, na tua voz doce e suave
No movimento de teu corpo terno e elegante
No perfume que exalas  pelo caminho
No desejo ardente que te  invade
No teu semblante a denotar  carinho
Na tua beleza simples e contagiante.

Pensei em ti, com  a força de meu sentimento
E me entreguei,  com todo o amor e paixão
Mandei-te  meus versos, estrofes e  poemas
E, no afã de recuperar o nosso  tempo
Dei-me a esquecer as decepções e os meus dilemas
Para te oferecer minha alma e meu coração.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Ano de alegria e paz

 




Se abençoado foi o mês de dezembro
Assim espero que seja o de janeiro
Como antes já fora o de novembro
O que espero também para fevereiro.

Que seja auspicioso o mês de março
Tudo em paz em abril, maio e junho
Até mesmo com pouco me satisfaço
Até chegar o frio do mês de julho...

Que agosto venha com ventos amenos
Que sorria a primavera em setembro
Um outubro florido sempre queremos
A plenitude em novembro e dezembro.

Espero por um ano de total alegria
Com amor, felicidade e muita paz
Que vivamos todos com harmonia
E as virtudes todas o tempo nos traz.

Euclides Riquetti

Lembranças dos campinhos de futebol

Remember: 








          Quem não jogou bola num campinho de futebol?
           O primeiro campinho que conheci foi na Linha Bonita, colônia rural do município de Ouro, na margem direita do Rio do Peixe. Situava-se num potreiro de propriedade de meu avô, o nono Victório Baretta, bodegueiro, entre a estrada geral e o riacho ali existente. Do  outro lado do rio,  havia a "Estação Avaí", onde parou o trem por 73 anos. Adiante,  a comunidade foi nomeada Ricardópolis, em homenagem à família "Ricardo da Silva", que tinha um líder e político muito forte, o udenista José Ricardo da Silva, cujo nome de guerra foi "Zeca Ricardo".

          Lá na comunidade,  havia dois campos de futebol: o dos Teixeira, entre a Capela de São José e o Rio do Peixe,  e dos Viganó, na propriedade do Sr. Arthur, no Ramal dos Durigon.  O Arthur Viganó foi um baita de um "pegador de pênaltis".

          No Leãozinho, onde nasci e vivi até fazer meus 8 anos, havia um campo ao lado do cemitério, muito questionado por aqueles que ficavam revoltados em razão de a bola, muitas vezes, ir parar por sobre os túmulos dos mortos. Meu padrinho, Joanin Franck, ficou tão indignado, que resolveu vender a propriedade e mudar-se para Sete de Setembro (hoje Distrito de Santa Lúcia), na saída para o Rancho Grande. Depois a diretoria do EC Primavera mandou colocar uma tela de arames  de razoável altura, resolvendo a situação. Só jogador "manco" manda a bola para o cemitério.

          Corro o "zap' e chego a minha adolescência. O cenário passa a ser a propriedade da família de Augusto Masson, ao lado da de Aníbal Dambrós, onde hoje se situa a cadeia pública, em Ouro. Ali nos reuníamos,  aos sábados e domingos,  para jogar bola. Havia adolescentes e jovens: Irineu. Irenito e Neri  Miqueloto; meu irmão Ironi e eu;  os três "Coquiaras": Ivanir, Valdir e Altevir; os Thomazoni  Mário e Arlindo, que foram para Araruna;  Nereu de Oliveira e seu Irmão Nico (Irineu), que foram morar em União da Vitória; os irmãos Félix, Aquiles, Rosito e Heitor Masson, o Armindo (Hermindo) Campioni; o Olino Neis, meus primos Cosme e Moacir Richetti; os irmãos Ademir, Ademar e Adélcio Miqueloto e o Luiz Alberto Dambrós, o Tratorzinho. Mais adiante, construíram a cadeira no terreno,  então fizeram outro usando o leito da uma estrada antiga que vinha desde a ponte nova (Irineu Bornhausen), passando pelo abatedouro da Comercial Baretta, e defronte a casa de Benjamim Miqueloto. Depois foi abandonada, restando dela apenas a Rua Giavarino Andrioni (o Bijuja), que chamamos de Rua do Beco, que se inicia na Rua Professor Guerino Riquetti, que se inicia na ponte e vai, reta, morro acima. E outro, usando o mesmo leito da antiga estrada, ao sul da ponte, sobre o qual escreverei na segunda parte deste texto, oportunamente, e outros ainda de Ouro e Capinzal.

          Os campinhos fizeram parte de nossa vida, minha, de amigos e de outras pessoas. Pelo espaço diminuto, os jogadores acabavam desenvolvendo habilidades em driblar e controlar a bola. Naquele tempo não estava instituído, ainda o futsal.

Euclides Riquetti
18-10-2015

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Asfalto molhado




Alfalto molhado, acinzentado
Palco de alegrias e de dilemas
Alfalto de brilho prateado
Inspira-me cantos e poemas.

Alfalto que se perde nas longas curvas
Onde somem  carros e vagam  os conflitos
Os corações despedaçados as almas turvas
As perdas, os abalos, os  aflitos.

Asfalto alongado a se perder de vista
É o vai-e-vem nas faixas de cada  pista
É o desafio ousado  e sedutor

É a provocação, a incerteza presente
É um palco de tragédias inclementes
É a vida ceifada de tanto sonhador...

Euclides Riquetti

Ademar Miqueloto e Valdecir Frank - a perda de dois amigos

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       Faleceu, na segunda-feira, 15, em Palhoça, SC, meu colega de Ginásio Padre Anchieta Ademar Miqueloto, sendo que seu corpo foi trazido para sua terra natal, Ouro, onde foi sepultado nesta terça-feira. Ademar foi meu colega de no primeiro e no segundo ano do ginásio, em 1965 e 1966. Depois, deixou a escola para trabalhar na fazenda da família, em Serra Alta, na divisa com Lacerdópolis, ajudando seu pai, Luiz, nas lidas com gados e nas plantações agrícolas.

       Na adolescência, o Ademar tinha o apelido de "Motorzinho", jogava no Palmeirinhas, nosso time da "Rua da Cadeia". Jogava com a camisa oito ou a dez, tinha como companheiro o "Tratorzinho", Luiz Alberto Dambrós, também nosso colega de aula. "Motorzinho" foi o apelido que meu irmão, Ironi, nosso treinador, lhe deu. pois ela o "motor" do meio de campo do time. Enquanto o "Tratorzinho" roubava a bola e passava, com elegância, ao Ademar, este a conduzia ao ataque, com elegância e muita habilidade,  onde distribuía aos atacantes "Bianco" (Ivan Casagrande) "Bichacreta" (Juventino Vergani, meu vizinho aqui em Joaçaba, mora 300 m de minha casa), ao Dário Micheletto e outros, que punham a bola nas redes dos adversários.

       Na juventude, morando em Serra Alta, passou a jogar pelo "Verdinha", de linha Sete de Setembro, hoje Distrito de Santa Lúcia.E, a partir de 1981, fundaram o Flamengo de Serra Alta, e ele passou a atuar neste novo clube, tendo construído um campo de futebol na divisa de suas terras com as da Família Bonamigo, próximo da Capelinha  que seu pai construiu, uma igrejinha semelhante àquelas que se vê no Nordeste Brasileiro. Ali, logo atrás da capelinha, situa-se, hoje a ANC, a Associação Nova Concórdia, onde funciona a Academia para a Ciência Futura.

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       Já nesta noite, 17 de abril, quarta-feira, faleceu no Hospital Santa Terezinha, o HUST, de Joaçaba, o colega Valdecir Frank, que se encontrava internado há alguns dias, na UTI, com gravíssimos problemas nos rins e outros órgãos, sendo que seu corpo não respondia aos medicamentos. Mesmo com toda a atenção e eficiência do corpo clínico do hospital, não foi possível salvarem-lhe a vida.

       O "Valde", como o chamávamos, filho do Cesário Frank e da Dona Pina, foi meu amiguinho e primeiro vizinho na infância, em Leãozinho. Tínhamos poucos meses de idade, ele alguns a mais do que eu. Moravam a menos do que 200 metros de distância da casa de meu  padrinho, João Frank ( e da madrinha Raquele Vitorazzi Franck). Fui morar com meus padrinhos com menos de 14 meses de idade, quando nasceu minha irmã Iradi. Eles me criaram até aos oito anos, quando voltei a morar com meus pais e meus irmãos, em Capinzal, para ir à escola.

       Valdecir foi meu primeiro amigo, realmente. E, mais adiante, até meus 10 anos, eu costumava passar minhas férias escolares com a família de meu padrinho, e eu brincava com o Valde. Eu levava bolicas de vidro, repartia com ele, e jogávamos no terreiro em frente de sua casa. Também gostávamos de olhar as pombas que tinham suas casinha na parte externa do paiol, no oitão. Havia muitas, lá. Na propriedade, além de todas as benfeitorias, havia muitos camboins, uma espécie de madeira dura, muito utilizada para a fabricação de cabos para ferramentas como enxadas, pás, picaretas, restelos e outras utilizadas na roça.

        Brincávamos no Rio Leãozinho e íamos aos terços rezados na Capela de Santa Catarina, onde, em fevereiro de 1988, batizamos nosso filho Fabrício. Mantivemos a amizade durante toda a nossa vida, muitas vezes parei lá na casa deles quando por ali passava, na encruzilhada, logo acima de uma ponte. Muitas vezes nos encontramos, no comércio em Ouro, e ele puxava os assuntos de nossas vivências da infância, e com isso muito nos alegrávamos.

       Tanto o Ademar como o Valdecir foram verdadeiros amigos durante toda a vida. O Ademar perdeu o filho Júnior, bem jovem ainda, em acidente rodoviário. O Valdecir perdeu seu irmão Inédio, ainda em sua juventude. O Júnior foi meu aluno e o Inédio meu amigo e vizinho. A vida é assim, há as perdas, e as marcas ficam, as lembranças registradas na mente nos voltam conforme os acontecimentos se sucedem.

       Aos familiares do Ademar e do Valdecir, minhas sentidas condolências, e orações para que fiquem bem no paraíso, lugar para onde imaginamos que vão as pessoas que só fizeram o bem aqui na Terra. Deus os receba bem, e que os anjos os protejam em seu novo Lar.

Euclides Riquetti
17-04-2019