sábado, 11 de agosto de 2012

Loba mulher

Loba mulher dos sonhos cor-de-rosa
Loba mulher dos pensamentos que anuem
Dos lábios que me retribuem
Dos pecados que os meus diluem.

Loba mulher dos cabelos molhados
Desalinhados
Perfumados...

Loba mulher de cabelos e olhos encastanhados
Delicados
Encantados...

Loba mulher
Dos sonhos e encantos
Que provocam meus prantos
(Prantos nada santos...)

Loba mulher fervilhosa
Deliciosa
Dos sonhos azuis, dos sonhos cor-de-rosa:
Loba mulher!


Euclides Riquetti
11-08-2012



quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O primeiro sol


Nos dias em que perdi minha inspiração
Perdi o rumo, meu norte foi pro sul...
Havia sumido o costumeiro céu azul
E minha estrada ficou sem direção.

A semana me trouxe o primeiro sol de agosto.
Foi-se embora a chuva que molhou os meus dias acanhados
Foi-se embora a chuva que pintou  meus dias  tão nublados.
Voltou  tua mão a acariciar meu rosto.

A semana me devolveu  o ânimo que estava  escondido
E  procurei  meus sonhos nos hiatos da imaginação
Reencontrei-os nas lembranças da tenra paixão
Que mexe com minha alma e me devolve os sentidos.

Ah, meu primeiro sol, prenúncio de uma nova era
O aguardo do setembro das flores coloridas
O reencontro das palavras que ficaram escondidas
Permitem-me  saudar a nova primavera.


Euclides Riquetti
08-08-2012





segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Nado sincronizado - A maravilha das Olimpíadas

          O Brasil obteve, hoje, o seu segundo Ouro nas Olimpíadas de Londres. Arthur Zanetti conseguiu o Ouro Olímpico nas argolas. É a primeira vez que conquistamos um Ouro em Ginástica. Tentamos chegar, na anteriormente, com Diego Hipólito e com Daiane dos Santos, a pequena gaúcha, mas não logramos o resultado esperado. Lesões os atrapalharam já por deiversas vezes. Agora, sim, foi nossa vez. Ficamos orgulhosos com nosso representante e haveremos de ter outros resultados positivos, em outras modalidades na competição,  embora o quadro não se configure muito animador. Para um país que se dispôs a sediar a próxima edição, é muito pouco. Pecamos em algumas modalidades que tínhamos quase certeza de que conquistaríamos medalhas. Mas não vamos lamentar as perdas. Vamos, sim enaltecer as conquistas. E torcer para que a Chana Masson, de nossa cidade, conquiste uma  medalha para nós. Ela, que está nos representando muito bem, e que já mostrou ao mundo  sua habilidade, talento  e garra. Já nos orgulhamos em 1984, quando, em Los Angeles, o Gilmar Rinaldi, que nasceu em Mariano Moro, ali perto de Erechin, (e viveu muitos de seus dias de adolescência ali em Ouro), conquistou, para nosso orgulho, a medalha de prata no futebol, tendo defendido duas penalidades máximas na semifinal. Eu costumava vender-lhe  "dois cruzeiros em doces" , no Armazém do Arlindo Baretta, em 1969. E jogávamos bola no campinho ali abaixo da "ponte nova", que depois foi aterrado para a construção do  Posto de Combustíveis Dambrós. Ele já era goleiro, tinha camisa amarela, igual à do Raul Plasmann, goleiro do Cruzeiro de Minas. E não é que, anos depois, ele foi suceder ao Raul no Flamengo? Viram, realizar sonhos é possível, basta dedicação e seriedade naquilo que se faz. Pessoas com talento podem estar escondidas em qualquer cidade, pequena ou grande, em cada escola, pública ou particular.
    
          Mas, o que mais tem me encantado na maior competição esportiva do planeta, além da ginástica, é o nado sincronizado. Deliciei-me ao final da tarde de domingo, com as apresentações do Nado Sincronizado na TV. Que maravilha, que encantamento. Os corpos se jogam na água verde/azul da piscina e movem-se, harmonicamente, como se estivessem sendo acionados por um computador. E pensar que os patrocinadores e o público se encantam muito mais com uns brutamontes que ficam se esmurrando diante de câmaras de TV, numa onda de pancadaria que tem ocupado preciosos espaços na Televisão Brasileira!!!

          Encantei-me, sim, com as russas Natalia Ishchenko e Svetlana Romashina; com Marie-Pier Bordreau e Elise Marcotte, do Canadá; com as chinesas Huang Tuechen e Liu Ou, mas, sobretudo, com a elevada performance das espanholas Ona Carbonell Ballestero e Andrea Fuentes Fache.  Pode ter certeza, leitor (a), que se não ocorrerem acidentes de percurso, as espanholas estarão no pódio. Quanta beleza! Quanta perfeição! Elas fazem com que o mundo seja mais bonito...

Euclides Riquetti
06-08-2012
         

domingo, 5 de agosto de 2012

Guerra do Contestado - o que temos a ver com ela?

       
          O tema "Guerra do Contestado", pelas características da mesma e pela data de seu início,  cujo centenário se aproxima, vai trazer-nos de volta muitas informações que um dia ouvimos, mas que nem sempre demos muita bola para o assunto. Sempre tive muita paixão por isso, é um assunto que me atrai profundamente.

          A data fatídica é 22 de outubro de 1912, quando ocorreu a Batalha do Irani e, tanto o jovem  Coronel Gualberto quanto o líder dos revoltosos, Monge José Maria, foram mortos. Brevemente, dedicarei um escrito exclusivamente para o que ocorreu nos dias que antecederam e sucederam esta importante data para nós, catarinenses, principalmente moradores das áreas que serviram de palco para a Guerra. Tenho informações exclusivas que obtive na Fazenda Nossa Senhora de Belém, com o Sr. Alceu Saporite, no interiorzão de Água Doce, num final de  ano em que acampamos, com nossa família, uns 50 metros  abaixo de uma Cachoeira existente na propriedade, e que ali ocorreu um fato que ajudou a mudar a história da Grande Batalha entre os liderados por José Maria e os soldados do jovem Coronel Gualberto.

          Mas, hoje, vou-me dedicar a repassar algumas informações que obtive em minha vida,  e outras que li em  "O Oeste Catarinense - Memórias de um Pioneiro", escrito pelo saudoso José Valdomiro Silva, (tio da Leda Sílva Kerber, Soprano de nosso Teatro Alfredo Sigwalt, de Joaçaba, e   dos seus manos  Cláudio e João, meus amigos). Valdomiro construiu uma biografia irretocável, nascido em 21 de junho de 1902, na Fazenda Umbu, interior, na época, de Campos Novos, próximo de Duas Pontes, hoje Zortéa, e que viveu sua adolescência em lidas com seu pai, durante a construção da Estrada-de-Ferro São Paulo/Rio Grande.

          Em 1914, quando a Guerra do contestado estava  no ápice, 500 soldados da Força Federal estiveram acampados, por muitos meses, próximo à Estação Férrea de Capínzal, com a finalidade de guarnecer a cidade e impedir que os classificados como "fanáticos jagunços", tomassem o rumo do Sul.

           Nossa cidade armou-se antes antes de os soldados chegarem, conforme descreve José Valdomiro Silva, na página 18 de sua obra: "À vista de  tal situação, o farmacêutico Cavalcanti, que era solteiro, resolveu organizar uma guarda-civil, para o que convidou diversos homens e rapazes, entre os quais eu também fui incluído, na qualidade de seu empregado. Não houve problema para armar o pessoal, pois, na época havia muita Winchester e revólver Smith & Wesson que apareceram no comércio logo após a passagem da estrada de ferro. Até eu com meus doze anos, também mereci uma Winchester 44 que mantinha na farmácia, para enfrentar os jagunços. E como a dita guarda foi organizada em caráter amador, não havendo recursos para sua alientação, requisitavam porcos e galinhas das casas abandonadas pelas família fugitivas".

          Pela descrição, você, leitor (a), pode ter noção de o quanto a situação estava complicada. E o adolescente José Valdomiro Silva, que a meu ver merecia ter sua vida retratada em documentário cinematográfico, é figura marcante em nossa história. Há muitos fatos interessantes em sua publicação, de 1987, e que você pode encontrar nas bibliotecas da região e sebos de Florianópolis.

          Felizmente, hoje vivemos outros tempos, enfrentamos outros tipos de problemas, frutos da organização social atual. Mas, naquela época, a realidade era bastante cruel com os moradores de Rio Capinzal, localizado à margem esquerda do rio do Peixe, e o "Distrito de Abelardo Luz", à margem direita. Naquela época, desde 20 de outubro de 1906, com esse nome, pertencíamos à Colônia de Palmas, do Estado do Paraná. e era comum, em minha infância e juventude, colegas de Capinzal "inticarem" comigo, dizendo que nós, os abobreiros, do Ouro, éramos argentinos, e que eles, de Capinzal, os porungueiros, eram os brasileiros.


          Intrigas e rivalidades à parte, a realidade é que Ouro pertenceu a Capinzal apenas por 14 anos, de 1948 a 1963. E que, se buscarmos profundamente a nossa verdadeira história, vamos descobrir muitas coisas interessantes, inclusive que tivemos ativa participação na Guerra do Contestado, pela nossa localização e pelas disputas de Paraná e Santa Catarina pela região Contestada.


Euclides Riquetti
05-08-2012