sexta-feira, 7 de abril de 2017

Se eu soubesse pintar...


Resultado de imagem para fotos pintor pintando quadro mulher


Se eu soubesse pintar
Começaria pelo teu rosto contente
Pincelaria teu corpo envolvente
Poria vermelho nas unhas de  teus pés...

Se eu pudesse pintar
Pintar-te-ia com roupas pretas
Que te tornam bonita, atraente
Que te deixam morena fascinante...

Se eu soubesse pintar
Pintar-te-ia como és:
Com toda a tua exuberância
Com tua beleza e elegância.

Se eu pudesse pintar
Pintaria teu rosto com tinta clara
Cor da primavera que chegara
E o próprio verão cobrir-te-ia com verniz...

Mas,  todo o teu corpo
Idealizado, desejado
Eu jamais conseguiria concretizar!
Não eu, nem outro:
Ninguém conceberia o ideal de tua perfeição...

Mas teu beijo
Sensual, gostoso, (ardoroso?)
Eu levaria!
Tuas palavras
Doces, amáveis, (adoráveis?)
Eu também as levaria!

E teus olhos fugidios teriam que fitar os meus e dizer:
"Eu te amo!"

Euclides Riquetti
02-07-97

Fera desprotegida


Vejo
Desejo
Não o horizonte azul
Nem a neve no sul
Apenas vejo ... e desejo!

Espero
Quero
O melhor momento
Do mundano pensamento
Calmamente,  eu espero... porque quero!

Tu sorris
Tu, ali
Indefesa e desprotegida
Fera desassistida
Em meio a meus pensamentos banais... e vis!

Entendo
Compreendo
Há uma lógica destoante
Em teu rosto fascinante
Belo, formoso, estupendo!

E eu me declaro
Na negra noite, ou no dia claro:
Sou teu fã incondicional!
Não, o mundo não é banal:
Tu és bonita, e resistes
Porque tu és real, e existes!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Amor Radical


Imagem relacionada


Eu queria que tu arrancasses meu coração
E o colocasses dentro do teu.

E eu ficaria sem vida,
Sem sensibilidade,
Sem sentir saudade...

E tu terias para sempre o meu coração.

No céu, eu viraria um anjo alado
Que ficaria sobrevoando-te
Onde quer que estivesses
Para onde quer que fosses...

Assim, eu sempre estaria por perto
Protegendo-te
Guiando-te...

E continuaria a compor meus versos
Que virariam sonetos românticos.

E continuaria a rezar
A  pedir perdão
A declarar ao mundo que tu és meu grande amor.

E, no dia em que precisasses de minha presença
Apenas me acenaria
E eu viria
Com todo aquele amor que tenho em mim
Que guardo em mim.

E nós continuaríamos  felizes
Tu e eu.

Te amo demais!!!

Euclides Riquetti
06-04-2017

Décima Sexta Crônica do Antigamente


http://acervo.camilianos.org.br/files/original/E449.N0233.jpg

       Dormitório do Seminário São Camilo, em São Paulo


           Lembrar de coisas de antigamente me anima e revigora. Sempre que faço uma pausa para meditar ou reingressar no passado, lembro de fatos de que participei diretamente, ou de outros que alguém me contou. O primo Rozimbo me contava fatos interessantes sobre a vida do Guerino,  meu querido pai.   Eles foram mais que tio e sobrinho, foram verdadeirtos amigos. Já escrevi algo sobre meu pai ter vivido a juventude dele em São Paulo, no São Camilo, um seminário de padres italianos, todos palmeirenses.

         Um fato que sempre me ficou na memória foi o do contato que meu pai e seus colegas seminaristas tinham com a família do Comendador Francesco Matarazzo, o maior empreendedor da História do Brasil. O Comendador era um homem muito religioso, também. Empresário visionário e determinado, em tudo via oportunidade de ganhar dinheiro. Ganhava tanto que, após o término da Primeira Guerra Mundial mandou dinheiro para o Governo da Itália salvar o país onde nascera. As Indústrias Reunidas Matarazzo eram compostas por 365 empresas no Brasil. Francesco Matarazzo tinha uma fortuna avaliada, hoje, em 20 bilhões de dólares. Trabalhador nato e filho de pai culto, veio jovem para o Brasil e aqui fez sua fortuna. Era  bom em cálculos matemáticos.

          De 1936 a 1937, quando morreu, ele esteve praticamente paralítico, pois sofria de um reumatismo crônico. Sua mansão ficava e poucos minutos do Seminário São Camilo e, nessa época, todas as manhãs, antes do clarar do dia, dois seminaristas eram escalados para ir à casa dele e trazê-lo à Capelinha para assistir à Santa Missa. Meu pai foi, com um colega, por diversas  vezes buscá-lo.  Nos primeiros tempos da enfermidade conseguia mover-se com auxílio de bengala e, nos últimos meses, só com cadeira de rodas. Era um homem simplório, íntegro e bem intencionado, bondoso. Perdeu um filho na Europa, em desastre de automóvel. Fora para lá ainda criança, estava sendo preparado para ser seu sucessor.  Seus negógios passaram às mãos de um filho, Francisco,  e de uma filha, a Maria Pia. Os descendentes não conseguiram entender-se e o patrimônio deixado não se manteve. A propriedade da família ocupava uma área muito grande no centro de São Paulo. Perderam quase tudo.

          Meu pai viveu pelo menos dois anos por lá, após a saída do seminário. Mais adiante, conheceu um mascate português, que disse conhecer o Vale do Rio do Peixe, o Município de Cruzeiro, que depois tornou-se Joaçaba, e do qual o Distrito de Ouro fazia parte. Prometeu trazê-lo de volta para sua família e assim o fez.

          A volta de filhos para casa nem sempre é possível. Quantos saem para estudar ou trabalhar,  acabam tomando outro rumo na vida, mantendo-se distantes do seu lugar de origem, de seus familiares. Eu, felizmente, saí após os 18 anos e voltei para perto deles 6 anos depois. Há uma pessoa querida que sempre me diz: Os filhos foram feitos para o mundo. Ela tem razão!

Euclides Riquetti
22-04-2012

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Loba mulher




Loba mulher dos sonhos cor-de-rosa
Loba mulher dos pensamentos que anuem
Dos lábios que me retribuem
Dos pecados que os meus diluem.

Loba mulher dos cabelos molhados
Desalinhados
Perfumados...

Loba mulher de cabelos e olhos encastanhados
Delicados
Encantados...

Loba mulher
Dos sonhos e encantos
Que provocam meus prantos
(Prantos nada santos...)

Loba mulher fervilhosa
Deliciosa
Dos sonhos azuis, dos sonhos cor-de-rosa:
Loba mulher!


Euclides Riquetti

Faxinal do Céu


https://imprensaaprendiz.files.wordpress.com/2013/07/faxinalporfbiops.jpgResultado de imagem para fotos faxinal do céu


O Jardim Botânico Faxinal do Céu e seus encantos, em Pinhão; As vinícolas de Bituruna; as belezas do Rio Iguaçu e as simpáticas cidades de Porto União e União da Vitória, que nos esperem. Lá estaremos nos dias 08 e 09, sábado e domingo próximos, com uma comitiva de do baixo Vale do Rio do Peixe.

E, se você desejar participar de nosso grupo, ligue para 49-35224874 ou 999222188 e estaremos viabilizando um passeio de dois dias pelas Maravilhas do Iguaçu.

Ou, mande e-mail para ecriquetti@hotmail.com



Poe(a)mar perfeito!


Resultado de imagem para foto verbo amar


Poe(a)mei um dia
Poe(a)maste também
Poe(a)mou  a menina que lia
Poe(a)mamos como ninguém.
Poe(a)mastes, gurias
Poe(a)maram aqui, e além...

Um simplesTempo Perfeito
Um Indicativo de  Modo refeito
Algo frágil,  despretensioso
Mas um gesto carinhoso...

Com acanhado jeito
Vou ordenando palavras
Pretas, cinzas, alvas
Com ou sem (d)efeito.

É assim meu modo de compor
De meus versos dispor
De passar meu recado.
De expressar meu amor
De esconder minha dor
De amar... e ser  amado!

Euclides Riquetti

terça-feira, 4 de abril de 2017

Décima Quinta Crônica do Antigamente (Mais sobre o seminarista Guerino Richetti...)

 

http://acervo.camilianos.org.br/files/original/E458.N0405.jpg

Edificações do Seminário São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo, na década de 1930. Em meio ao arvoredo do jardim, meu pai costumava meditar, na sua juventude.


          Bem, já te  falei, leitora, que meu pai, Guerino Richetti, depois Riquetti, foi seminarista no São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. E, que por dar a marretada no dedão do colega noviço Albino, precisou fugir, vivendo clandestinamente, durante dois anos, na Segunda Guerra Mundial, no centro da Capital Paulista.

          Se gostas de Literatura, deves conhecer a história melodramática, com um final inafortunado para os personagens, Eugênio e Margarida, escrita em 1872 pelo mineiro Bernardo Guimarães. Gostavam-se, mas foram separados, ele mandado para um Seminário. Formado padre, volta para sua cidade natal, esperando  rezar sua primeira missa,  e reencontra Margarida, sua inesquecível paixão. Entregam-se, apaixonadamente, numa noite de amor, embora ela esteja com a saúde debilitada. Ao ser convocado para a celebração de sua primeira missa, a encomendação de um corpo, que verifica ser de sua amada. Sai correndo, em direção à porta da igreja, enlouquecido, louco, louco...

          Voltando à história de meu pai, ao fugir do noviciado, foi procurar sua madrinha. Todo o seminarista, em qualquer cidade, tem sua madrinha, que lhe lava as roupas, manda-lhe um bolo no aniversário, e que até o leva para almoçar em sua casa alguma vez por ano. Ela o recebeu, ouviu sua história e, com cumplicidade, acolheu-o e protegeu-o. Arrumou-lhe empregos, um de padeiro, entregador de pães, com cesta e bicicleta, e outro de ajudante de açougueiro, entregador de carnes com uma charrete. Não sei qual foi o primeiro, pois o perdi em 1977, quando ele tinha 55 anos e eu nem completara meus 25 ainda. Era a hora em que eu estava começando a aproximar-me mais dele, pois voltara da Faculdade, formado, com família, morando perto, em Duas Pontes, hoje município de Zortéa. Voltei em fevereiro, ele se foi em 18 de junho, nos vimos algumas vezes, ele muito debilidtado e passando a maior parte do tempo em Florianópolis, internado no Hospital de Caridade. Num momento favorável de minha vida ele nos deixou...

           Contara-me, em minha infância, algumas histórias fascinantes sobre o avô dele, Pachoal Richetti, que foi criado no orfanato de Veneza, onde foi parar aos dois anos de idade, em meados do Século XIX, após ter sua família dizimada em uma guerra. Contara-me sobre as malandragens no seminário, onde tinha que esconder alguma moeda que tivesse ganho, pois os padres não queriam que tivesse dinheiro. Uma vez jogara uma pela janela, no gramado, para que não lha tirassem, e nunca mais achou...Contara-me sobre a vez que, com sua bicicleta, atingiu uma senhora em meio às pernas, rasgando-lhe a saia, e teve que abandonar a bicicleta do patrão, para não ser preso, pois não se alistara para a Guerra, sendo os seminaristas e padres dispensados do serviço militar, mas que ele fora denunciado pelos padres, em razão da fuga. Não sendo mais seminarista, deveria alistar-se, e ele nem documentos tinha. Assim, viveu e trabalhou, clandestinamente, em São Paulo, por dois anos, após 9 de seminário.

          O seminário era localizado distante uma seis quadras do Palestra Itália, hoje Palmeiras, que era o time para o qual os padres italianos torciam. E os seminsristas assistiam jogos gratuitamente, pois até a dentista do seminário (mulher, naquele tempo, já era dentista, vejam...) e ela tinha dois irmãos, de sobrenome Mazzilli, que jogavam no Palestra. meu pai viu construírem o Palestra Itália, um jardim suspenso (pesquisem sobre isso), e o Estádio do Pacaembu, que, segundo ele, se situou sobre o rio Pacaembu, sei lá se canalizado ou aterrado.

          Eram vizinhos de um cidadão muito ilustre, o maior empreendedor brasileiro de todos os tempos, o Conde Francesco Matarazzo, dono de um império industrial fabuloso, que até mandara dólares americanos para que a Itália se sustentasse durante a Primeira Guerra Mundial. E que faleceu em 1937, quando meu pai tinha 14 anos. Mas a história do meu pai e seus amigos com o Comendador Matarazzo eu contarei numa crônica próxima, pois agora, neste momento, não posso, não conseguiria, porque estou com vontade de chorar...

Euclides Riquetti
02-04-2012

          Bem, já te  falei, leitora, que meu pai, Guerino Richetti, depois Riquetti, foi seminarista no São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. E, que por dar a marretada no dedão do colega noviço Albino, precisou fugir, vivendo clandestinamente, durante dois anos, na Segunda Guerra Mundial, no centro da Capital Paulista.

          Se gostas de Literatura, deves conhecer a história melodramática, com um final inafortunado para os personagens, Eugênio e Margarida, escrita em 1872 pelo mineiro Bernardo Guimarães. Gostavam-se, mas foram separados, ele mandado para um Seminário. Formado padre, volta para sua cidade natal, esperando  rezar sua primeira missa,  e reencontra Margarida, sua inesquecível paixão. Entregam-se, apaixonadamente, numa noite de amor, embora ela esteja com a saúde debilitada. Ao ser convocado para a celebração de sua primeira missa, a encomendação de um corpo, que verifica ser de sua amada. Sai correndo, em direção à porta da igreja, enlouquecido, louco, louco...

          Voltando à história de meu pai, ao fugir do noviciado, foi procurar sua madrinha. Todo o seminarista, em qualquer cidade, tem sua madrinha, que lhe lava as roupas, manda-lhe um bolo no aniversário, e que até o leva para almoçar em sua casa alguma vez por ano. Ela o recebeu, ouviu sua história e, com cumplicidade, acolheu-o e protegeu-o. Arrumou-lhe empregos, um de padeiro, entregador de pães, com cesta e bicicleta, e outro de ajudante de açougueiro, entregador de carnes com uma charrete. Não sei qual foi o primeiro, pois o perdi em 1977, quando ele tinha 55 anos e eu nem completara meus 25 ainda. Era a hora em que eu estava começando a aproximar-me mais dele, pois voltara da Faculdade, formado, com família, morando perto, em Duas Pontes, hoje município de Zortéa. Voltei em fevereiro, ele se foi em 18 de junho, nos vimos algumas vezes, ele muito debilidtado e passando a maior parte do tempo em Florianópolis, internado no Hospital de Caridade. Num momento favorável de minha vida ele nos deixou...

           Contara-me, em minha infância, algumas histórias fascinantes sobre o avô dele, Pachoal Richetti, que foi criado no orfanato de Veneza, onde foi parar aos dois anos de idade, em meados do Século XIX, após ter sua família dizimada em uma guerra. Contara-me sobre as malandragens no seminário, onde tinha que esconder alguma moeda que tivesse ganho, pois os padres não queriam que tivesse dinheiro. Uma vez jogara uma pela janela, no gramado, para que não lha tirassem, e nunca mais achou...Contara-me sobre a vez que, com sua bicicleta, atingiu uma senhora em meio às pernas, rasgando-lhe a saia, e teve que abandonar a bicicleta do patrão, para não ser preso, pois não se alistara para a Guerra, sendo os seminaristas e padres dispensados do serviço militar, mas que ele fora denunciado pelos padres, em razão da fuga. Não sendo mais seminarista, deveria alistar-se, e ele nem documentos tinha. Assim, viveu e trabalhou, clandestinamente, em São Paulo, por dois anos, após 9 de seminário.

          O seminário era localizado distante uma seis quadras do Palestra Itália, hoje Palmeiras, que era o time para o qual os padres italianos torciam. E os seminsristas assistiam jogos gratuitamente, pois até a dentista do seminário (mulher, naquele tempo, já era dentista, vejam...) e ela tinha dois irmãos, de sobrenome Mazzilli, que jogavam no Palestra. meu pai viu construírem o Palestra Itália, um jardim suspenso (pesquisem sobre isso), e o Estádio do Pacaembu, que, segundo ele, se situou sobre o rio Pacaembu, sei lá se canalizado ou aterrado.

          Eram vizinhos de um cidadão muito ilustre, o maior empreendedor brasileiro de todos os tempos, o Conde Francesco Matarazzo, dono de um império industrial fabuloso, que até mandara dólares americanos para que a Itália se sustentasse durante a Primeira Guerra Mundial. E que faleceu em 1937, quando meu pai tinha 14 anos. Mas a história do meu pai e seus amigos com o Comendador Matarazzo eu contarei numa crônica próxima, pois agora, neste momento, não posso, não conseguiria, porque estou com vontade de chorar...

Euclides Riquetti
02-04-2012

 De minha série de reprises...
          Bem, já te  falei, leitora, que meu pai, Guerino Richetti, depois Riquetti, foi seminarista no São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. E, que por dar a marretada no dedão do colega noviço Albino, precisou fugir, vivendo clandestinamente, durante dois anos, na Segunda Guerra Mundial, no centro da Capital Paulista.

          Se gostas de Literatura, deves conhecer a história melodramática, com um final inafortunado para os personagens, Eugênio e Margarida, escrita em 1872 pelo mineiro Bernardo Guimarães. Gostavam-se, mas foram separados, ele mandado para um Seminário. Formado padre, volta para sua cidade natal, esperando  rezar sua primeira missa,  e reencontra Margarida, sua inesquecível paixão. Entregam-se, apaixonadamente, numa noite de amor, embora ela esteja com a saúde debilitada. Ao ser convocado para a celebração de sua primeira missa, a encomendação de um corpo, que verifica ser de sua amada. Sai correndo, em direção à porta da igreja, enlouquecido, louco, louco...

          Voltando à história de meu pai, ao fugir do noviciado, foi procurar sua madrinha. Todo o seminarista, em qualquer cidade, tem sua madrinha, que lhe lava as roupas, manda-lhe um bolo no aniversário, e que até o leva para almoçar em sua casa alguma vez por ano. Ela o recebeu, ouviu sua história e, com cumplicidade, acolheu-o e protegeu-o. Arrumou-lhe empregos, um de padeiro, entregador de pães, com cesta e bicicleta, e outro de ajudante de açougueiro, entregador de carnes com uma charrete. Não sei qual foi o primeiro, pois o perdi em 1977, quando ele tinha 55 anos e eu nem completara meus 25 ainda. Era a hora em que eu estava começando a aproximar-me mais dele, pois voltara da Faculdade, formado, com família, morando perto, em Duas Pontes, hoje município de Zortéa. Voltei em fevereiro, ele se foi em 18 de junho, nos vimos algumas vezes, ele muito debilidtado e passando a maior parte do tempo em Florianópolis, internado no Hospital de Caridade. Num momento favorável de minha vida ele nos deixou...

           Contara-me, em minha infância, algumas histórias fascinantes sobre o avô dele, Pachoal Richetti, que foi criado no orfanato de Veneza, onde foi parar aos dois anos de idade, em meados do Século XIX, após ter sua família dizimada em uma guerra. Contara-me sobre as malandragens no seminário, onde tinha que esconder alguma moeda que tivesse ganho, pois os padres não queriam que tivesse dinheiro. Uma vez jogara uma pela janela, no gramado, para que não lha tirassem, e nunca mais achou...Contara-me sobre a vez que, com sua bicicleta, atingiu uma senhora em meio às pernas, rasgando-lhe a saia, e teve que abandonar a bicicleta do patrão, para não ser preso, pois não se alistara para a Guerra, sendo os seminaristas e padres dispensados do serviço militar, mas que ele fora denunciado pelos padres, em razão da fuga. Não sendo mais seminarista, deveria alistar-se, e ele nem documentos tinha. Assim, viveu e trabalhou, clandestinamente, em São Paulo, por dois anos, após 9 de seminário.

          O seminário era localizado distante uma seis quadras do Palestra Itália, hoje Palmeiras, que era o time para o qual os padres italianos torciam. E os seminsristas assistiam jogos gratuitamente, pois até a dentista do seminário (mulher, naquele tempo, já era dentista, vejam...) e ela tinha dois irmãos, de sobrenome Mazzilli, que jogavam no Palestra. meu pai viu construírem o Palestra Itália, um jardim suspenso (pesquisem sobre isso), e o Estádio do Pacaembu, que, segundo ele, se situou sobre o rio Pacaembu, sei lá se canalizado ou aterrado.

          Eram vizinhos de um cidadão muito ilustre, o maior empreendedor brasileiro de todos os tempos, o Conde Francesco Matarazzo, dono de um império industrial fabuloso, que até mandara dólares americanos para que a Itália se sustentasse durante a Primeira Guerra Mundial. E que faleceu em 1937, quando meu pai tinha 14 anos. Mas a história do meu pai e seus amigos com o Comendador Matarazzo eu contarei numa crônica próxima, pois agora, neste momento, não posso, não conseguiria, porque estou com vontade de chorar...

Euclides Riquetti
02-04-2012
   

Décima Quinta Crônica do Antigamente (O Seminarista...)

 De minha série de reprises...
          Bem, já te  falei, leitora, que meu pai, Guerino Richetti, depois Riquetti, foi seminarista no São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. E, que por dar a marretada no dedão do colega noviço Albino, precisou fugir, vivendo clandestinamente, durante dois anos, na Segunda Guerra Mundial, no centro da Capital Paulista.

          Se gostas de Literatura, deves conhecer a história melodramática, com um final inafortunado para os personagens, Eugênio e Margarida, escrita em 1872 pelo mineiro Bernardo Guimarães. Gostavam-se, mas foram separados, ele mandado para um Seminário. Formado padre, volta para sua cidade natal, esperando  rezar sua primeira missa,  e reencontra Margarida, sua inesquecível paixão. Entregam-se, apaixonadamente, numa noite de amor, embora ela esteja com a saúde debilitada. Ao ser convocado para a celebração de sua primeira missa, a encomendação de um corpo, que verifica ser de sua amada. Sai correndo, em direção à porta da igreja, enlouquecido, louco, louco...

          Voltando à história de meu pai, ao fugir do noviciado, foi procurar sua madrinha. Todo o seminarista, em qualquer cidade, tem sua madrinha, que lhe lava as roupas, manda-lhe um bolo no aniversário, e que até o leva para almoçar em sua casa alguma vez por ano. Ela o recebeu, ouviu sua história e, com cumplicidade, acolheu-o e protegeu-o. Arrumou-lhe empregos, um de padeiro, entregador de pães, com cesta e bicicleta, e outro de ajudante de açougueiro, entregador de carnes com uma charrete. Não sei qual foi o primeiro, pois o perdi em 1977, quando ele tinha 55 anos e eu nem completara meus 25 ainda. Era a hora em que eu estava começando a aproximar-me mais dele, pois voltara da Faculdade, formado, com família, morando perto, em Duas Pontes, hoje município de Zortéa. Voltei em fevereiro, ele se foi em 18 de junho, nos vimos algumas vezes, ele muito debilidtado e passando a maior parte do tempo em Florianópolis, internado no Hospital de Caridade. Num momento favorável de minha vida ele nos deixou...

           Contara-me, em minha infância, algumas histórias fascinantes sobre o avô dele, Pachoal Richetti, que foi criado no orfanato de Veneza, onde foi parar aos dois anos de idade, em meados do Século XIX, após ter sua família dizimada em uma guerra. Contara-me sobre as malandragens no seminário, onde tinha que esconder alguma moeda que tivesse ganho, pois os padres não queriam que tivesse dinheiro. Uma vez jogara uma pela janela, no gramado, para que não lha tirassem, e nunca mais achou...Contara-me sobre a vez que, com sua bicicleta, atingiu uma senhora em meio às pernas, rasgando-lhe a saia, e teve que abandonar a bicicleta do patrão, para não ser preso, pois não se alistara para a Guerra, sendo os seminaristas e padres dispensados do serviço militar, mas que ele fora denunciado pelos padres, em razão da fuga. Não sendo mais seminarista, deveria alistar-se, e ele nem documentos tinha. Assim, viveu e trabalhou, clandestinamente, em São Paulo, por dois anos, após 9 de seminário.

          O seminário era localizado distante uma seis quadras do Palestra Itália, hoje Palmeiras, que era o time para o qual os padres italianos torciam. E os seminsristas assistiam jogos gratuitamente, pois até a dentista do seminário (mulher, naquele tempo, já era dentista, vejam...) e ela tinha dois irmãos, de sobrenome Mazzilli, que jogavam no Palestra. meu pai viu construírem o Palestra Itália, um jardim suspenso (pesquisem sobre isso), e o Estádio do Pacaembu, que, segundo ele, se situou sobre o rio Pacaembu, sei lá se canalizado ou aterrado.

          Eram vizinhos de um cidadão muito ilustre, o maior empreendedor brasileiro de todos os tempos, o Conde Francesco Matarazzo, dono de um império industrial fabuloso, que até mandara dólares americanos para que a Itália se sustentasse durante a Primeira Guerra Mundial. E que faleceu em 1937, quando meu pai tinha 14 anos. Mas a história do meu pai e seus amigos com o Comendador Matarazzo eu contarei numa crônica próxima, pois agora, neste momento, não posso, não conseguiria, porque estou com vontade de chorar...

Euclides Riquetti
02-04-2012
           Bem, já te  falei, leitora, que meu pai, Guerino Richetti, depois Riquetti, foi seminarista no São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. E, que por dar a marretada no dedão do colega noviço Albino, precisou fugir, vivendo clandestinamente, durante dois anos, na Segunda Guerra Mundial, no centro da Capital Paulista.

          Se gostas de Literatura, deves conhecer a história melodramática, com um final inafortunado para os personagens, Eugênio e Margarida, escrita em 1872 pelo mineiro Bernardo Guimarães. Gostavam-se, mas foram separados, ele mandado para um Seminário. Formado padre, volta para sua cidade natal, esperando  rezar sua primeira missa,  e reencontra Margarida, sua inesquecível paixão. Entregam-se, apaixonadamente, numa noite de amor, embora ela esteja com a saúde debilitada. Ao ser convocado para a celebração de sua primeira missa, a encomendação de um corpo, que verifica ser de sua amada. Sai correndo, em direção à porta da igreja, enlouquecido, louco, louco...

          Voltando à história de meu pai, ao fugir do noviciado, foi procurar sua madrinha. Todo o seminarista, em qualquer cidade, tem sua madrinha, que lhe lava as roupas, manda-lhe um bolo no aniversário, e que até o leva para almoçar em sua casa alguma vez por ano. Ela o recebeu, ouviu sua história e, com cumplicidade, acolheu-o e protegeu-o. Arrumou-lhe empregos, um de padeiro, entregador de pães, com cesta e bicicleta, e outro de ajudante de açougueiro, entregador de carnes com uma charrete. Não sei qual foi o primeiro, pois o perdi em 1977, quando ele tinha 55 anos e eu nem completara meus 25 ainda. Era a hora em que eu estava começando a aproximar-me mais dele, pois voltara da Faculdade, formado, com família, morando perto, em Duas Pontes, hoje município de Zortéa. Voltei em fevereiro, ele se foi em 18 de junho, nos vimos algumas vezes, ele muito debilidtado e passando a maior parte do tempo em Florianópolis, internado no Hospital de Caridade. Num momento favorável de minha vida ele nos deixou...

           Contara-me, em minha infância, algumas histórias fascinantes sobre o avô dele, Pachoal Richetti, que foi criado no orfanato de Veneza, onde foi parar aos dois anos de idade, em meados do Século XIX, após ter sua família dizimada em uma guerra. Contara-me sobre as malandragens no seminário, onde tinha que esconder alguma moeda que tivesse ganho, pois os padres não queriam que tivesse dinheiro. Uma vez jogara uma pela janela, no gramado, para que não lha tirassem, e nunca mais achou...Contara-me sobre a vez que, com sua bicicleta, atingiu uma senhora em meio às pernas, rasgando-lhe a saia, e teve que abandonar a bicicleta do patrão, para não ser preso, pois não se alistara para a Guerra, sendo os seminaristas e padres dispensados do serviço militar, mas que ele fora denunciado pelos padres, em razão da fuga. Não sendo mais seminarista, deveria alistar-se, e ele nem documentos tinha. Assim, viveu e trabalhou, clandestinamente, em São Paulo, por dois anos, após 9 de seminário.

          O seminário era localizado distante uma seis quadras do Palestra Itália, hoje Palmeiras, que era o time para o qual os padres italianos torciam. E os seminsristas assistiam jogos gratuitamente, pois até a dentista do seminário (mulher, naquele tempo, já era dentista, vejam...) e ela tinha dois irmãos, de sobrenome Mazzilli, que jogavam no Palestra. meu pai viu construírem o Palestra Itália, um jardim suspenso (pesquisem sobre isso), e o Estádio do Pacaembu, que, segundo ele, se situou sobre o rio Pacaembu, sei lá se canalizado ou aterrado.

          Eram vizinhos de um cidadão muito ilustre, o maior empreendedor brasileiro de todos os tempos, o Conde Francesco Matarazzo, dono de um império industrial fabuloso, que até mandara dólares americanos para que a Itália se sustentasse durante a Primeira Guerra Mundial. E que faleceu em 1937, quando meu pai tinha 14 anos. Mas a história do meu pai e seus amigos com o Comendador Matarazzo eu contarei numa crônica próxima, pois agora, neste momento, não posso, não conseguiria, porque estou com vontade de chorar...

Euclides Riquetti
02-04-2012

Um bom dia bem sul brasileiro

Resultado de imagem para Bom dia com flores


Pra você, um bom dia bem sul brasileiro
Um abração muito carinhoso
Um beijão muito gostoso
Um afago bem prazenteiro! 

Pra você, muito amor e muito carinho
Com alegria, o meu bom dia
Pra que você goste muito e sorria
E fique contente como um...passarinho!

Pra você, eu desejo plenas felicidades
Uma manhã muitíssimo faceira
Uma caminhada na rua ou na esteira
Uma tarde com muita tranquilidade!

Então, daquele meu jeito já costumeiro
Mando-lhe versos e muitas flores:
No palco da vida, somos ambos atores
Eu, você, e nosso bom dia sul brasileiro!

Euclides Riquetti
04-04-2017



Há uma luz que virá






Há uma luz que virá
Com o brilho bem forte
Um brilho que te dará
Uma direção, um norte.

Uma nova luz brilhará
Te dará um caminho
Uma rosa desabrochará
Uma flor com espinhos.

Mas tu os vencerás
Dobrarás cada um deles
E, ao fim, triunfarás
Quebrarás todos eles.

Então virá o belo dia
A noite bem dormida
O sol te dará a alegria
A felicidade merecida.

As bênçãos Divinas
Que sobre ti irão cair
Te darão auto-estima
E voltarás a  sorrir!

Euclides Riquetti
04-04-2017















segunda-feira, 3 de abril de 2017

Guerino Richetti...o seminarista camiliano, década de 1930 - Vila Pompeia

 Descobri, na web! Quem procura, acha! Fotos de meu pai e seus colegas do Seminário São Camilo, da Vila Pompeia, em São Paulo, na adolescência dele. Encontrei no "Acervo da Provincia Camiliana do Brasil"... E está aqui para os seus familiares se deliciarem...

 

 

A06.P008.F010

http://acervo.camilianos.org/files/original/A06.P008.F010.jpg

 No plano superior, o segundo da esquerda para a direita, meu pai, Guerino Richetti... O segundo da direita para a esquerda, o primo de minha mãe, Albino Baretta, também noviço, mais tarde "Padre Albino Baretta".

 

Título

Colaborador

Pe. Antonio Longato & Pe. Carlos Pigatto

Idioma

domingo, 2 de abril de 2017

Guerino Riquetti/Richetti ...meu pai!


http://acervo.camilianos.org/files/original/A01.P011.F022.jpg

No terceiro plano, o segundo da direita para a esquerda, meu pai, então Guerino Richetti, ( o mais alto) depois tornando-se Riquetti, aos 16 anos de idade, no Seminário São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. Encontrei isso hoje na web Emocionei-me... em outras palavras: primeiro muita alegria, depois lágrimas de saudades... de nosso querido pai! E, no mesmo terceiro plano, o segundo da esquerda para a direita, o noviço Albino Baretta (que tornou-se padre Albino), parente e colega de Guerino, ambos personagens de minha crônica...

 

Título

Colaborador

Pe. Antonio Longato & Pe. Carlos Pigatto

Idioma

pt-br
 http://acervo.camilianos.org.br/files/original/E458.N0405.jpg

Edificação do Seminário São Camilo, na época. 

Décima Quarta Crônica do Antigamente (Meu pai noviço em São Paulo)


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Prédio do antigo Seminário Camiliano,  em Iomerê, hoje abriga a
Prefeitura Municipal daquela cidade.


Por que meu pai teve que abandonar  o seminário? Ainda bem... 
          Na década de 1950, as cidades de Santa Catarina eram muito pacatas. As do Oeste e Meio-Oeste Catarinense eram pequenas. Seus moradores vieram entre 30 e 50 anos antes, a maioria originários da Serra Gaúcha, onde se situam Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves e outras cidades, cujos distritos originaram muitas outras. Eram filhos e netos de imigrantes italianos, que ali chegaram a partir da década de 1970. Meu familiares, de parte de minha mãe, os Baretta, chegaram em 1876. Os Richetti vieram de datas próximas às deles. Para Santa Catarina, para o antigo Distrito de Abelardo Luz, o primeiro nome da vila onde hoje se situa o Município de Ouro, vieram em meados da  década de 1920. Meu pai, Guerino,  nasceu em 1921,  e minha mãe, Dorvalina Adélia,  em 1923. Viraram moradores da Linha Bonita, embora meu pai tenha morado em outras paragens do nosso antigo Município de Cruzeiro, hoje Joaçaba.

          Ouvir as histórias que eles e os tios me contavam sempre me foi muito interessante. Ser antigo me permitiu ter vivido quando ainda nem se sabia que TV existia. E,  rádio, só alguns tinham. Dizem que na época da Segunda Guerra Mundial, quando as pessoas iam para a cidade (1939 a 1945), passavam na casa do André e da Dona Elza Colombo para saber notícias da Guerra, pois havia expedicionários nossos combatendo na Europa, mais precisamente na Itália.

          Foi justamente durante essa Grande Guerra que meu pai fugiu do Seminário,  do Instituto São Camilo, de São Paulo. Com nove anos (1932),  ingressou no Seminário de Iomerê, ele e outros vizinhos, um Boaretto, tio do Leonir, Prefeito de Capinzal, o Albino  Baretta, Padre que faleceu há poucos anos,  e não me recordo bem qual o outro.

          Em 1994 realizamos, na Linha Bonita, o Primeiro Encontro da Família Baretta, idealizado pelo amigo Albino Baretta, não o Padre, mas o filho do Pierim. O Catequista, Ministro da Eucaristia, que cuidou do irmão dele, paraplégico, o Neto, por cerca de 30 anos e que mora em Capinzal. Foi uma festa e tanto. Vieram familiares de diversos estados brasileiros. E também veio, de São Paulo, o outro Albino, o Padre, que já estava velhinho, com mobilidade limitada. Perguntei-lhe se fora amigo de meu pai, em São Paulo. Ele nada respondeu. Mais adiante o primo Rozimbo me contou o porquê de o Albino não gostar de meu pai e eu o compreendi. Fiquei muito contente por ele não gostar de meu pai. A Festa da Família Baretta foi algo bonito. Repetiu-se uma vez, mas depois não mais aconteceu.

          Devo minha vida justamente ao Padre Albino Baretta. Albino significa "alvo", "branco", bem claro. Mas foi justamente porque ele era inquieto, e aquele que viria a ser meu pai também, que eu existo. Senão vejamos:

          Os seminaristas do São Camilo, de Iomerê,  foram todos para São Paulo, na Vila Pompéia, onde meu pai ficou de 1932 a 1942, tendo, então, 19 anos. Fez ali o Colegial, equivalente ao hoje Ensino Médio, que já foi Segundo Grau. Estudava Filosofia que, pela regra, são dois anos de Filosofia e três de Teologia para que o Noviço se torne Padre. Meu pai usava batina escura, era alto e magrão, tinha óculos clássicos. Aprendera Canto Orfeônico, Francês, Italiano, até tocava piano e órgão. Gostava muito de História e Geografia, tinha sempre excelentes notas. Mas também gostava de trabalhar, costume ou hábito de todos os descendentes de italianos. Sabia lidar com o serrote, o martelo, a marreta, o nível, o metro, a colher de pedreiro, o esquadro. Os mais limitados iam de enxada, foice, picareta... Ele, bom de cálculo (ensinou-me a calcular medições de terras e volumes quando eu estava no segundo ano primário), era pedreiro. E, no Seminário, sempre havia o que fazer. Herdara do Nono Frederico as habilidades.

          Bem, num dia daqueles, estava meu pai a construir uma cancha de bochas, lá na Vila Pompéia, quando o colega Albino Baretta começou a dar palpites, em vez de ajudar. Meu pai deu-lhe uma marretada no dedão de um pé e foi sangue para tudo o que é lado.

          À noite, a Cúpula Diretiva do Seminário, embuída do maior senso de justiça, reuniu-se para decidir o futuro do rebelde Guerino. Era uma decisão difícil, que ficou adiada para a manhã seguinte. Precisavam analisar tudo, calmamente, mas, à espreita, o réu já percebia que seu destgino seria a rua, a expulsão, uma vergonha para a Família Italiana, em plena Segunda Guerra Mundial. Então, enquanto todos dormiam, jogou uma trouxa de roupas pela janela do quarto, saiu devagarinho e silenciosamente pelo corredor, sem ser percebido, e adeus seminário. É por isso que o Padre Albino é responsável por eu existir. E, terei imenso prazer erm lhe proporcionar, cara leitora, a continuidade dessa história, em próxima crônica. Enquando isso, a Marjorie Estiano e a Fernanda Montenegro ganham um descanso merecido.


Euclides Riquetti
25-03-2012

Colocar flores em você


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Deixe-me alimentar meus sonhos
Que espero que sejam os seus também
O de andar pelos caminhos risonhos
Apenas eu, você, e mais ninguém!

O caminho dos sonhos que traçamos
Uma estrada longa e espinhosa
As pedras com que nos deparamos
Na caminhada difícil e tortuosa!

Deixe-me colocar flores em você
As mais coloridas e mais perfumadas
Na vida não precisamos nada dizer
Apenas dar flores e mais nada!

Euclides Riquetti
02-04-2017




Nowhere Boy (John Lennon)

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           Nowhere Boy é o título de um filme que, no Brasil, recebeu o nome de "O Garoto de Liverpool" e conta a história do Vocalista/Guitarrista dos "The Beatles", John Lennon. É vivenciado no famoso Bairro de Londres, Inglaterra, na década de 60, e retrada a vida conturbada de Lennon em seu período de infância e adolescência, dos 5 aos 17 anos. Nowhere Boy poderia ser traduzido como "Menino de lugar algum". O título combina com a história dele, embora, mais adiante, ele passou a ser um "menino de todos os lugares", conquistando o mundo pela música, sendo condecorado pela Rainha da Inglaterra, juntamente com seus outros companheiros, Paul Mac Cartney, Ringo Star e George Harrison.

          O filme é de 2009, tendo Aaron Johnson interpretando-o, e mostra o quanto ele era rebelde, tanto na escola quanto na casa da Tia Mimi, que o criou. Mimi Smith é interpretada por Kristin Scott Thomas, bela atriz britânica com dezenas de filmes na carreira, inclusive "Tle English Patient", ou "O Paciente Inglês". Anne Marie Duff faz o papel de sua mãe, Júlia Lennon. É outra bela e notável atriz britânica, protagonista de filmes e de séries para a TV. Júlia é irmã de Mimi. É uma roqueira que, enquanto o marido estava na Segunda Guerra Mundial, teve pelo menos dois romances com outros, e acabou casando com um terceiro, com quem tinha duas filhas. Mais tarde, vem à tona que Lennon teria uma outra irmã, fruto de um dos "casos" que manteve durante a ausência do marido, a quem rejeita quando a Guerra termina.

          Lennon vive o drama de morar com a Tia e enfrentar muitos problemas na escola, onde é suspenso por uma semana, por ter mostrado uma revista pronográfica para uma senhora no ônibus que o levava à aula. Era um garoto terrível.

          Sua mãe, Júlia, concordou abrigá-lo em sua casa durante o período de suspensão, sem que a Tia soubesse. Lá,  ela, roqueira que fora, lhe ensina a tocar violão, e ele se propõe a constituir uma banda de rock. A Tia Mimi lhe compra um violão, usado,  por   sete libras  esterlinas, que daria, na época, uns R$ 25,00. Mais adiante, quando ele se une a Paul Mac Cartney para formar a banda Quarrymen, ela o presenteia com uma legítima "Hofner", uma das guitarras mais cobiçadas da época. E a banda começa tocando numa quermesse, com uma canção que sua mãe lhe ensinara.

          Os seus conflitos existenciais  são muitos e, somente quando está em vias de formar a banda The Beatles,  é que sua mãe, ele e sua tia se entendem, se compreendem. Ele fica muito feliz, mas, em seguida, sua bela mãe é atropelada por um carro e morre. E ele se desespera, pois recentemente tinha começado a compreendê-la.

          Então,  Lennon comunica à tia que irá com seus companheiros para Hamburgo, na Alemanha, onde os Beatles começam a marcar sua presença internacional. Por ser menor, a tia lhe concede autorização.

          Nowhere Boy vale a pena ser visto. É uma drama que retrata uma história verdadeira, de um dos maiores ídolos da história do rock.  Ah, em tempo: Ele, que imaginava, inicialmente  odiar sua mãe, por abandoná-lo aos cinco anos, mais tarde coloca o nome de "Julian", a seu filho, também cantor. Se você procurar fotos, verá que Julian é a cara do pai.

          Adoro The Beatles. Tenho um MP3 com todos os seus sucessos, que escuto frequentemente. Adoro eles, desde minha adolescência, quando minha irmã, Iradi, falou-me deles, e eu fui ao Cine Glória assistir ao "Help". (I need somebody...  Help!)

Euclides Riquetti
13-05-201