sábado, 2 de março de 2019

Um poema romântico





Desejo compor pra você um poema romântico, sem igual
E nele colocar rosas de todas as cores
Algo fantástico, divino,  fenomenal
Depois, apenas ver o que acontece
Mandar-lhe, também, um buquê de flores
Pois você merece!

Um poema com palavras bonitas, com sabor de café quente
Perfumado com as mais finas essências
Um poema para calar na alma da gente
Que denote muito carinho e paixão
Eivado de amor,  a maior das evidências
Para ser guardado em seu coração!

Eu queria desenhar meu poema no seu corpo fogoso
Iniciando pelo seu ombro esquerdo e sensual
Escrevê-lo, também,  em seu dorso formoso
Como se os versos fossem guardados num altar
Uma mensagem lírica de teor universal
Onde somente eu, ninguém mais que eu, possa chegar!

Euclides Riquetti

Perde-se de mim...


  





  
Dócil e envolvente
Despida de pudor, a roupa ausente
Com ímpetos de amor e de vontade
Silhueta  de perfeita divindade.

Mulher,  alegre, sorridente
Corpo espelhado na luz:  reluzente.
Charme e olhar provocador
Lábios que desejo com amor.

Vai assim, depressa como veio
Nega-me  o abraço, o lábio, o seio
E desaparece num repente, num instante...

Perde-se na noite chuvosa e escura
Perde-se com seus afagos e sua ternura
Perde-se de mim, mas acha-se  adiante!

Euclides Riquetti

Nos lábios seus







E, se eu roubasse um beijo seu
Assim, furtivamente
Deliciosamente
Será que eu me perderia
Definitivamente?

E, se você recusasse
Porque não me quisesse
E me dissesse
Que não me quereria
Será que eu ficaria
Bem triste, tristemente?

E, se nós dois concordássemos
Que a reciprocidade
O beijo dado e o recebido
Caloroso, ardente ou bandido
De feliz  felicidade
É tudo o que queremos?

Então, me deixe experimentar
Me deixe me embalar
Nos sonhos seus
Nos lábios seus!

Euclides Riquetti
04-11-2016

sexta-feira, 1 de março de 2019

E, se a rosa bordô...





E, se a rosa bordô
Não me sorrisse
E me tratasse com indiferença
Apenas para me maltratar?

E, se a rosa champanhe
Não me ouvisse
E se portasse com indecência
Apenas para me provocar?

Pois eu as mandaria pensar:
Vejam que isso pouco me importa
Pois tenho quem me conforta
Tenho a quem amar...

Tenho, sim...
Bem assim!

Euclides Riquetti
04-11-2016

Quando os espinhos machucam




Quando os espinhos machucam
Nos ferem de dor extremada
Deixam a alma dilacerada
Deixam o corpo cansado...

Quando os espinhos machucam
Deixam a gente frustrada
Nossa vida conturbada
Nosso ânimo muito abalado...

Sim, eles nos machucam severamente
Com seu poder avassalador
Eles nos fazem sentir ódio e dor
Porque nos tratam dolorosamente.


Mas haverá o tempo para reagir
A defesa contra o maltrato e o insano
A energia que nos faz ressurgir
Pois isso é próprio do ser humano!

Euclides Riquetti
05-11-2016

No show da vida




No show da vida não tem replay
Mas certamente que tem stop and go
Existem as coisas pelas quais optei
Venho de um lugar e sei aonde vou.

A vida é um show, sou um dos artistas
Onde tento me animar e também entreter
Se acumulo reveses,  há as conquistas
As vitórias que vêm do desejo de vencer.

Eu, você, todos, fazemos as escolhas
Se escolhemos mal, isso pode ser fatal
Como nas plantas crescem flores e folhas
Lutar pelo que se quer é muito natural.

Lutar sempre, buscar o que se quer
Lutar com garra e com todo o afinco
Estar preparado para tudo o que vier
Colocar em meu poema tudo o que sinto!

Euclides Riquetti
05-11-2016

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

As flores do Geraldo Vandré e a bola do Lico


    
 Não posso deixar de homenagear o amigo Lico, com quem convivemos longo tempo lá no estádio do Arabutã - FC, em Ouro, com quem joguei no Master do mesmo. E meu ídolo Geraldo Vandré...
 Lico, nos áureos tempos do CR Flamengo, início dos anos 80.


Flamengo, Campeão Mundial em 1981. O Lico é o último na fileira dos agachados, depois de seu colega e compadre Zico.

 Lico com sua bela família: Ele, as filhas e a esposa. A Mônica (foi colega de minhas filhas Michele e Caroline, no Mater Dolorum, em Capinzal - SC,) a Mariana e a Marina. A esposa, Simone, me substituiu em minha licença na Escola Prefeito Sílvio Santos em Ouro, como professora de Inglês, quando me arrebentei jogando futebol.




           O Doutor Geraldo Pedroso de Araújo Dias  é advogado e nasceu na Capital da Paraíba, João Pessoa, em 12 de setembro de 1935, tempos de Getúlio Vargas. Agora mora em São Paulo e costuma visitar Imbituba, em Santa Catarina. Em Imbituba tenho um amigo, o Antônio Nunes, que fez o seu Ensino Médio em Capinzal, minha terra natal. Ele recebeu seu Certificado de Conclusão da amiga Noemia Banamigo Pizzamiglio, esposa do Shirlon. Educadora por muitos anos e advogada. Atualmente é Diretora do Campus na UNOESC em Capinzal. Joguei bola com ele nos Veteranos do Arabutã. Era extremamente habilidoso. Também foi treinador de nosso time principal, sagrando-se Campeão Estadual de Futebol Amador. É muito respeitado em Capinzal e Ouro.

          Em 1961 o Geraldo, filho do José Vandregísilo e da Dona Marta foi para o Rio de Janeiro, onde cursou direito na UFRJ. Militou politicamene na época, fazendo parte da UNE. Em 1968 cantou no III Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho,  ficando em segundo lugar. Em primeiro, Cynara e Cybele, interpretando a composição de  Chico Buarque e Tom Jobim, com sua canção "Sabiá".

          O Antônio Nunes, nessa época, iniciava-se no futebol. Tornou-se jogador profissional, jogou no Grêmio de Porto Alegre, Figueirense e Avaí de Florianópolis,  e Joinville. Jogou no Flamengo, no maior time da história daquele clube, junto com Zico, seu compadre, ainda Adílio, Andrade, Tita, Raul, Leandro, Mozer, Marinho, Júnior,  Nunes, todos  renomados futebolistas. Seu apelido:  Lico! Dizem que na história do rubronegro houve trës jogadores muito habilidosos: Dida, Zico e Lico! Aos 31 anos, depois de sagrar-se Campeão Mundial pelo Flamengo, arrebentou os ligamentos do joelho e teve que parar. Já havia sido comunicado que ia ser convocado para a Selecäo Brasileira. Cirurgia nos Estados Unidos e depois no Brasil. Aqui, fizeram barbeiragens com o joelho dele e teve que parar. O sonho da seleção acabou...

          O Geraldo pegou parte do nome do Seu pai, Vandregísilo, e tranformou-se em Geraldo Vandré
Sua canção, "Pra não dizer que não falei das flores", ficou em segundo no Festival de 68, e teve parte de sua letra censurada pelo regime militar. Exilou-se em 1968 no Chile e depois na Alemanha e na França, só retornando ao Brasil em 1973. Estamos comemorando os 40 anos de sua volta...


          Em 2010, numa entrevista que concedeu, falou que os danos que vêm sendo praticados contra a cultura brasileira são maiores do que os causados pela ditadura militar .Concordo com ele. O Dr. Geraldo, que preferiu advogar do que continuar cantando, não foi um daqueles artistas com limitado talento e que são produzidos pela mídia eletrônica. Sua canção permanece, 45 anos depois, firme na mente, na alma e no coração dos brasileiros. A letra e a suavidade de sua canção se harmonizam com os  dribles que o Lico dava em seus marcadores no Maracanã, quando a bola era regida pelos seus  pés mágicos.

          Fico emocionado ao lembrar-me dos grandes festivais brasileiros, que resistiram à época o endurecimento e sucumbiram na da democracia. Deus salve e abençõe o maestro da canção e o maestro da bola. Dois brasileiros humildes a quem quero render minha homenagem: Geraldo Pedroso de Araújo Dias  e Antônio Nunes, pelo muito que fizeram por nós, cada um em seu campo de atuação...

Dois ídolos. Não dois fantoches produzidos pela mídia. Dois homens que fizeram sua parte pelo seu talento, seu esforço. Duas pessoas honestas. Pessoas a quem quero reverenciar...

"Caminhando, cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas,campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção...

Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer."

Euclides Riquetti
18-07-2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Como se o tempo não tivesse passado

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É como se meu tempo não tivesse passado
E é como se tudo fosse um sonho eterno
Algo fascinante, algo encantador e terno
Que calou em mim; ficou aqui gravado..

É como se a vida fosse só o que foi vivido
É como se não houvesse um futuro adiante
Nada de novo, apenas o passado já distante
Apenas um livro diário já escrito,  antigo...

É como se tudo fosse estático, permanente
Apenas dias nublados, chuvas, tempestades
Ventos que sopram os fogos das vaidades
Como se tudo fora o passado sem presente...

É tudo muito confuso, escuro, sem clareza
É o céu na noite em que somem as estrelas
Em que se olha e não se pode percebê-las
É o futuro incerto e o presente sem certeza!

Euclides Riquetti
28-02-2019






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Nas turvas tardes de domingo






Nas inglórias e turvas tardes de domingo
Vem sol, vem chuva, e vem o sol de novo
E, enquanto o céu, de novo,  vai se abrindo
Minha alma arde em chamas, arde em fogo...

Nas turvas tardes de domingo, tão confusas
Corações estão sôfregos e despedaçados
Mesmo as mentes limpas ou aquelas sujas
Vão redesenhando as dores do passado...

E, enquanto as dores ferem a dor de morte
As mentes dóceis loucas  se embaralham
Mas os ânimos reacendem minha sorte
E as lenhas se repartem e se enfornalham...

Para queimar minha alma trôpega e carente
Para abrandar a ira de quem não compreende
Para dizer que minha alma sofre e sente
Porque você não me escuta nem me entende!

Euclides Riquetti

Pensa em mim!




Pensa em mim, que eu pensarei em ti
Escuta minha voz, que escutarei a tua
Reza por mim, que eu rezarei por ti
E te ouvirei ao sol e te ouvirei à lua...

Pensa em mim, vê os versos que te escrevo
Sente  meus poemas como eu sinto os teus
Quando penso em ti, me empolgo e me atrevo
A querer te levar todos os beijos meus.

Pensa em mim, com toda a força do teu sentimento
Abre teu coração em toda a tua singeleza
Que eu penso em ti, com a força de meu pensamento.

Pensa em mim, com toda a tua energia
E eu te direi, com todo o carinho e sutileza
Que eu te amo em todas as horas de meu dia.

Euclides Riquetti

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Um poema universal




Emolduram-se no amanhecer as flores do pessegueiro
E as brancas das laranjeiras exalam seus olores
Perfumam meu dia, tornam-no claro e  prazenteiro
Infundem, em todo o meu ser, o encantamento das cores.

Celebram o dia bonito as orquídeas matizadas
Ilustram as horas as singelas flores do campo
Cinzem os jardins as rosas vermelhas e as rosadas
O sol abençoa a terra azul com seu dourado manto.

Expande-se,  pelo universo, a força de teu pensamento
Vai navegar por entre estrelas, meteoros e cometas
Vai para me encontrar em algum lugar do firmamento.

Coaduna-se, no cosmos, toda a energia sideral
Que vai sensibilizar os seres em todos os planetas
E que me inspira a te escrever um poema universal!

Euclides Riquetti

Vai, Capita! (Homenagem ao Craque Carlos Alberto Torres)

Vai, Capita! (Homenagem ao Craque Carlos Alberto Torres)









Vai, Capita!
Vai articular o time celestial
Vai ensinar os anjos a jogarem futebol
Nas manhãs nevoentas
Nas tardes de sol.

Vai, Capita!
Vai reencontrar seu irmão gêmeo
O contralateral Everaldo
O goleiro Félix e o xerife Fontana
O Marco Antônio habilidoso
Também de nós muito saudoso.
Vai, lateral do bom gênio
Da alma que a bondade emana!

Vai, voa  pelo céu aberto
Trilhando a jogada no caminho certo
Vai, Grande Capita
Grande Carlos Alberto!

Rezam por ti o Jairzinho
O Brito, o Piazza e o Clodoaldo
Por ti e pelo Everaldo
Como o faz o Tostão
E Pelé, o brilhante negão
Os que jogavam o futebol mais fino
Como o Paulo César, o Edu
O Gérson e o Rivelino.

Rezam por ti os brasileiros
Aqueles que admiravam o futebol arte
Nada de correria, muita habilidade
Futebol que nos deixou saudades
E que era jogado em todas as partes.

Vai, Grande Capita!

Os brasileiros
Torcedores verdadeiros
Que não se iludem com a publicidade
Com as chuteiras coloridas
Nem com as tatuagens
Que admiram os que jogavam com afinco
Sem se preocupar com correntes ou brincos
Dos ídolos como o Capita
Sempre sentirão saudades!

Vai, Capita!

Euclides Riquetti
26-10-2016

Depois da chuva




Desarme seu coração, abra-o com doçura
Deixe-o receber o carinho que lhe proponho
Permita-lhe receber, com amor e com ternura
Um cesto de belas flores, um turbilhão de sonhos.

Desarme seu coração, dê-lhe asas para voar
Deixe-o navegar pelas vagas da calmaria
Permita-lhe conquistar o direito de sonhar
Viver sonhos de vida, de amor e de alegria.

A vida é imperfeita e os seres também o são
Temos nossos erros, guardamos muitas virtudes
Vivemos a realidade, mas também nossa ilusão.

Porém, depois da chuva, volta-nos o sol bonito
Volta com sua beleza, energia e magnitude
Para  animar nossa vida e dourar o azul do infinito.

Euclides Riquetti

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

De sapateiros e de sapatos (Homenagem aos sapateiros de Rio Capinzal)



Tomei conhecimento, hoje,  do falecimento de Guido Betinardi, no domingo, em  Capinzal. Então, estou reeditando o texto em que homenageei, há seis anos, os sapateiros artesanais daquela cidade.



         






          Sapateiros estiveram presentes na vida das pessoas desde que inventaram as sandálias, os primeiros calçados disponíveis ao homem. O objetivo, primordialmente, era o de proteger as solas dos pés, não o de adorno. Isso há mais de 10.000 anos. Depois vieram as botas, os botinões, as botinas, os coturnos,  os sapatos. A proteção aos pés, nas marchas para as guerras, era um fator de sobrevivência. Quem tinha os pés mais protegidos, conseguia encurtar as distâncias. Nos desertos, as sandálias,  nas montanhas nevadas, os mocassins. Em minha adolescência, todo o cara "bacana" tinha um sapato "Passo Doble", da Vulcabrás.

          Naquela época  eu gostava de frequentar alfaiatarias e sapatarias. Tinha parentes alfaiates e amigos sapateiros. Aliás, quando eu morava no Leãozinho, na época que tinha  anos, um filho de meu padrinho, o Aristides, era sapateiro. E eu ficava entretido em ver que as pessoas traziam seus sapatos gastos para por uma meia-sola. Em Capinzal, os mais tradicionais, de que me lembro, eram o Betinardi e os Zuanazzi. Adiante, na sapataria do Oneide Andrioni, em Capinzal, ele, os irmãos Severino e Antoninho, mais seu cunhado Valdir Souza, o Coquiarinha, tinham uma sapataria muito forte. Os fazendeiros e os colonos traziam suas botas velhas para fazer um remonte. Agora, o Tata Dambrós, ali ao lado da Praça Pio XII é meu "shoe assistant".

          O  remonte, numa bota, consistia em substituir todo "sapato" da mesma, aproveitando-se apenas o cano do par velho. E, com uma boa pintura, daquela tinta a pincel que só o sapateiro tinha, ficava novinha. Meu sonho era ter uma bota, nem que fosse de remonte. Acho que nunca tive um par delas, só botinas.

          O Riciere Caldart, conhecido como "Seu Nini", era uma fera na área, ali no Ouro. Assim como os Surdi, em Capinzal, os Andrioni, na Linha São Paulo, os Tonini, em Novo Porto Alegre, os Frank, na Linha Sete, o Valduga, na Barra do Leão, e outros. Todas as cidades e vilas tinham que ter uma boa sapataria, pelo menos, e em algumas comunidades rurais. Na verdade, nestas, além de lidar com calçados cuidavam dos arreiames dos cavalos, das selas e dos selins. E as mulheres levavam seus sapatos para trocar o salto, conforme a moda exigia. "Quero cortar meu salto e por um médio!"  "Quero que tire esse salto grosso e coloque um mais alto, que tenho que ir a um casamento no sábado!"
         
          Era tão bonito ver as mulheres com os cabelos bem arrumados, roupas elegantes, alçadas sobre belos sapatos de salto.

          E os sapatos foram ganhando importância tamanha na vida das pessoas que hoje existem de todos os tipos, de todos os materiais e para todos os  gostos. Pode-se dizer que, para a mulher, as bolsas, igualmente, situam-se não mais como acessórios, mas sim como componente básico da vida diária. E a combinação sapato-bolsa-cinto, quando bem articulada, lhes atribui um elevadíssimo grau de charme e elegância. É encantador  ver uma mulher que sabe vestir-se e harmonizar suas vestes com os seus acessórios.

          E nós, homens, também fomos aprendendo com elas. Aprendemos a combinar as cores das cintas com a dos sapatos. Às vezes, até com a carteira. Eu, particularmente, não dispenso isso. Mas o grande consumo em termos de calçados, hoje, é o tênis, que na minha infância  chamavam de "sneakers". As primeiras marcas mundiais foram, sucessivamente, Reebok, Puma/Adidas e Nike. Estão há quase 100 anos protegendo e dando conforto aos pés dos atletas.

          Em termos de sapatos femininos, várias atrizes, a exemplo de Sofia Loren, cultivaram belas coleções de sapatos. Mas, o que mais chamou a atenção do mundo, nesse quesito, foi o que aconteceu com a esposa do Presidente Ferdinando Marcos, hoje viúva,  ditador das Filipinas, que chegou a possuir 3.000 pares de luxuosos exemplares, enquanto que os compatriotas filipinos passavam fome.

          Ainda,  bem recentemente, o investidor financeiro norteamericano Daniel Shak teve uma baita querela na Justiça de seu país em razão de ter descoberto que sua belíssima ex-esposa, Beth Shak,  armazenava, num apartamento, uma coleção de luxuosos1.200 pares de sapatos, avaliada em mais de sete mil e quinhentos dólares, comprada com dinheiro dele. A gata, jogadora profissional de poker, possui até um blog sobre sapatos.

          E você, já teve muitos pares? Então, convido  a lembrar dos primeiros calçados que lhe deram quando criança. Vale contar também aqueles com número bem maior, para que não lhe escapassem e pudesse usar durante pelo menos dois anos. E das congas que usou para ir ao seu Colégio. E das bambas. E dos kichutes.

          E, hoje, quando você passar pela vitrine de uma  loja e embasbacar-se com os tênis de marca,  mocassins, sandálias, peep toes e scarpins, ou quando olhar para aquele Valentino, Louis Vitton, Chanel, Prada, Christian Loubatin, Charlotte Olympia, Dior, Arezzo e tantos outros, e você puder comprar pelo menos um, lembre-se daqueles senhores que um dia, no seu anonimato, ajudaram seus pés a fazer sucesso no bailinho ou na festinha de aniversário.

Euclides Riquetti
03-02-2013

A maciez de tuas mãos





Quando toco a maciez de tuas mãos
E enlaço teus dedos longos e finos
Respiro fundo, são momentos divinos
Em que minha alma chega ao teu coração.

Quando  as sinto me fazendo carícias
Me mantendo vivo, firme e atento
Me deliciando em cada movimento
Me perco em devaneios e delícias.

Se  me tocas com tua leveza e magia
Ou se me acenas de longe a me sorrir
Teu gesto me anima e me contagia
Me entusiasma pelo novo que há de vir.

É bem assim: mãos de real divindade
Realeza que me encanta e motiva
Energia forte e altamente positiva
Minha luz e norte, minha felicidade.

Euclides Riquetti

Quanto vale a experiência?



         Sempre tive em mim que a experiência é um fator  fundamental em tudo. Quando era jovem ia jogar futebol e, sendo magro e alto, corria muito. Chegava à bola antes que os adversários. Mas, de posse dela, queria me livrar, pois tinha receio de que ma roubassem. Então dava chutões para a frente.



          Nos tempos do Grêmio Lírio, em Zortéa, comecei a jogar futsal junto com os colegas do GEMCRA (Grêmio Esportivo Major Cipriano Rodrigues Almeida), de nossa escola. Dois professores, eu e o Izaías Bonato. E alguns jovens, nem todos eram nossos alunos. Lembro do "Baxo"  (Leonildo de Andrade) e o irmão dele, Preto;  havia o Tarugo (Ulisses Gonçalves)  o Nene, irmão dele.  Eu tinha 24 anos e me achava velho. Era reserva. Um dia entrei ao final e dei dois passes perfeitos: foram dois gols e viramos para 2 a 1. Passei a ter confiança e a jogar bem. Mas,  no futebol de campo,  ainda era de me livrar da bola.

          Melhorei isso quando o Sady Brancher virou treinador do Grêmio Lírio. Ele foi um grande jogador do Arabutã FC em Capinzal, nos tempos do Campo Municipal, ali no centro da cidade. Viu-me no futsal e me convidou a treinar no campo. Eu era firme na marcação e desarme. Colocou-me na lateral direita. Joguel na posição por mais de 20 anos. Aprendi a dar os passes certos, a reter a bola e a bater escanteio na ponta esquerda, em curva. Eu resistia mais no gramado com 40 anos do que quando tinha 18, pois aprendi a dosar a energia e a distribuir melhor o jogo. Passei a valer-me da experiência!

          Na semana passada,  fui a uma borracharia para ver o que vinha acontecendo com um pneu do carro de minha filha. Estava anoitecendo e indicaram-me uma que atende depois da hora, ali na entrada da Vila Cordazo, em Joaçaba. Cheguei lá e havia um senhor moreno, de pequena estatura (do tamanho do Pedro Lima, nosso boiadeiro de Ouro e Capinzal), cabeleira cheia e se agrisalhando. Aparentava mais de 60 anos, o que vi confirmado adiante. Descobri que era irmão do Alduíno Silva Amora. Enquanto ele e o filho iam concluído o serviço já iniciado em pneus de duas motos, fui conversando e tentando descobrir fatos sobre a família deles. O Amora foi um dos pioneiros do Bairro São Cristóvão, em Capinzal. Adquiriu uma área onde era uma casa do pomar do saudoso Ermindo Viecelli e estabeleceu-se com sua "Recauchutadora Amora". De  origem humilde, trabalhou como borracheiro em Joaçaba e teve a visão empreendedora de estabelecer-se em capinzal, bem no local que mais cresceu nos últimos 30 anos, próximo à antiga Perdigão, agora BRF.




          Fiquei muito amigo dele quando eu era Presidente do Conselho da Paróquia de São Paulo Apóstolo, em Capinzal. Se precisássemos, nos trazia 20, 30 homens de confiança para prepararem o churrasco. Foi uma das mais fortes lideranças da história de Capinzal, embora não tenha vivido muitos anos. Numa das enchentes do Rio do Peixe, possívelmente em 1989, o Amora foi visitar uma filha em Lacerdópolis. Ao voltar, na ponte sobre o Rio lajeado dos Porcos, ali na propriedade dos Tessaro, na divisa entre Ouro e Lacerdópolis, a água havia passado sobre a ponte. Deixou a caminhonete no lado de Lacerdópolis e atravessou o pela água. Adiante, um Km mais ou menos, a então Rodovia SC 303 tem uma baixada onde sai uma estrada de chão para o Ramal Lovatel. O asfalto estava com mais de um metro de água e com correnteza. Três dias depois de dada sua falta, quando o rio baixou seu nível, foi encontrado lá, na sarjeta da rodovia, sem vida. vestia blusa de lã tricotada e botas de couro. No barranco, as marcas dos dedos das mãos tentando subir, salvar-se, mas não foi possivel...  Algum tempo depois, nova desgraça: Um incêncio destruiu a Recapadora Amora. (Isso motivou as lideranças a lutarem para a implantação do Corpo de Bombeiros de Capinzal e Ouro).

          Relembramos, saudosamente, com o Sr. Lauri, da família do "Amora". Disse-me que, há três anos, a viúva também faleceu. E que outro irmão também perdeu a vida por afogamento.

          E o pneu? Bem - o pneu - quando percebi, ele já estava afundando-o no tanque de água e mostrando-me que havia um furo por onde o ar saía. Perguntei-lhe por que os outros borracheiros diziam que o pneu estava bem, enchiam-no,  mas em uma semana ficava vazio, e ele respondeu-me: "É que a piazada nova coloca trinta libras e põe pra ver onde está vazando. Eu coloco sessenta libras. Se o pneu resiste, é seguro e aparece o furo. Depois que arrumo, coloco um "macarrão", baixo para trinta libras e o serviço fica garantido.



          Agora, lembro-me do primeiro dia de meu estágio no Colégio Estadual Túlio de França, em União da Vitória: Saí escrevendo no meio do quadro, não utilizei bem o espaço e coube uma observação do professor Breyer ( o do mel), secundada pelo professor  Geraldo Feltrin: "Cuide da distribuição da matéria no quadro!".




          Trinta e um anos escrevendo no quadro negro e  quadro-verde, mas sempre aproveitando bem o espaço. A experiência, no futebol, no trabalho, e nas emergências, conta muito! Por isso mesmo, não desprezar as pessoas que têm muitos anos de estrada... Ouvir o conselho dos mais velhos e observar como eles fazem as coisas.  Até o sermão do padre fica melhor com os anos!




Euclides Riquetti

Festa da Uva de Caxias do Sul - conhecendo as soberanas de Paraí



     Estivemos na Festa da Uva, em Caxias do Sul, RS, onde permanecemos de sexta, 22, a domingo, 24 de fevereiro de 2019. Na oportunidade, conhecemos e interagimos com diversas pessoas, muito turistas e mesmo políticos. Na abertura da Festa, muitos dos municípios da Serra Gaúcha se fizeram representar. Conversei com as soberanas de Arvorezinha e de Vila Flores, e com os prefeitos de ambas as cidades, Rogério Facchinetto, da primeira, e Vilmor Carbonera, desta.

     Depois conheci e conversei muito com as soberanas de Paraí, cidade onde tenho centenas de primos em diversos graus. Entre nós, temos uma grande amizade e muito respeito. Na festa, conheci as soberanas da Sétima Expo Paraí,  (que acontecerá nos dias 5, 6 e 7  de Julho de 2019), Larissa da Silva Barbieri, Rainha,  e as princesas Janaína Dal Pozzo Bisinella e Daiane Goin, esta neta de um primo meu, o Otávio Richetti.

       A Festa da Uva de Caxias do Sul, que deverá receber 1.000.000 de visitantes, teve sua abertura no dia 22, sexta-feira, com a presença do Vice-presidente da República Hamilton Mourão, do Governador Eduardo Leite, políticos e, sobretudo turistas, de todos os lugares do Brasil. Deve se estender até o dia 10 de março e é um programa imperdível para quem gosta de boa comida, música, vinho, diversão, fazer compras, conhecer a cultura da colonização italiana e de ver gente bonita e interessante.

Euclides Riquetti
25-02-2019






A instabilidade política no Planalto

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       Quando os brasileiros pensavam que a oposição iria incomodar o Presidente Jair Bolsonaro no início de seu mandato, o que se verifica é totalmente o contrário: a chama oposicionista, da esquerda,  vem definhando,  e os próprios “mais chegados” ao Presidente, ou o seu núcleo familiar,  é que estão lhe dando muito trabalho. Dois dos filhos de Bolsonaro já lhe causaram muitos problemas por suas declarações e posições polêmicas. Isso não o ajuda em nada!

       A primeira baixa significativa no Governo foi a de Gustavo Bebianno, advogado, Presidente Nacional do PSL, partido a que estão filiados os Bolsonaro. Bebianno esteve na articulação da campanha presidencial, teve papel importante, mas não era figura insubstituível. Ainda, a denúncia de que houve a participação de laranjas na campanha do PSL envolvendo a nome do advogado  pegou muito mal para o mesmo, uma vez que o Presidente sempre deixou claro que, quem estivesse envolvido em “denúncias robustas”, não ficaria em seu Governo. Assim, na noite de segunda-feira, foi anunciada, oficialmente, a exoneração do Ministro. Não resta provado que ele tenha participado diretamente na convocação de candidatos “laranjas”, por isso mesmo, se o Presidente teve que tomar uma decisão tão radical de demiti-lo, é porque há razões bem fortes para isso, o que só o tempo nos confirmará.

       Por outro lado, a semana foi marcada pelo envio dos dois projetos mais esperados no País ao Congresso Nacional: o da Lei Anticrime e o da Reforma da Previdência Social. Antes mesmo de o projeto de Sérgio Moro ser apresentado, juristas ocuparam espaços na Imprensa para criticar. Não seria de esperar outra coisa: advogados são, mesmo, contraditórios, pois suas posições, no exercício de suas funções profissionais, assim os leva  a ser. Com relação à Previdência, a grande maioria dos brasileiros sabe que esta precisa ser revista. A reforma não resolverá o problema na sua totalidade, mas é possível que se defina, em Lei, qual será a forma de seu financiamento. Delfin Netto, há mais de uma década, defendeu que as aposentadorias não precisam sair apenas  do “lombo do trabalhador”, mas sim das riquezas que ele produz. Acontece que a arrecadação sempre foi utilizada de forma inadequada, para alimentar a corrupção, os aproveitadores, e a mídia interesseira, além de se gastar em projetos muito mal planejados, que acabam abandonados e não trazem benefícios à coletividade. Parte dela poderia ser destinada, regularmente, ao pagamento dos benefícios.

       Ainda, há a registrar as barbaridades que acontecem no Rio de Janeiro: Num estado que é a vitrine para mostrar o País ao mundo, onde alguns de  seus ex-governadores costumam frequentar presídios na condição de alojados,  acontece de tudo, e a última foi a da tentativa de se realizar a partida final da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca, com portões fechados ao torcedor. É, lá eles estão sobrando dinheiro e podem se dar ao luxo de barbaridades do gênero!

Euclides Riquetti – Escritor – Membro da ALB/SC www.blogdoriquetti.blogspot.com



      

O luar da madrugada



Quando o luar da longa madrugada
Cobrir de prata toda esta  imensidão
Se eu estiver percorrendo uma estrada
Mesmo que sem rumo ou direção
Meu inefável pensamento e minha alma
Buscarão em ti o prazer da perdição.

Buscarei  encontrar caminhos que conduzem
Para além de onde se possa imaginar
Buscarei encontrar corpos que seduzem
Talvez jazendo na beira do mar...

Quando os primeiros raios de sol fulgurarem
E adentrarem pelas portas e pelas janelas
Banhando os seres nas ruas a desfilarem
Energizando as florinhas brancas e  amarelas
Será hora de nossos pensamentos se buscarem
E andarem de mãos dadas nas íngremes ruelas.

Buscarei encontrar-te onde quer que estejas
Não me importa a distância nem o tempo
Buscarei encontrar teus doces lábios de cerejas
E sentir teu perfume que me traz o vento!

Euclides Riquetti

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Abra seus ohos



 

Abra seus olhos e saia de seu sonho letárgico
Busque encontrar algo muito melhor
Veja quanta coisa boa há ao seu redor
Veja o quanto o mundo é divinamente mágico!

Abra seus olhos, tire-lhes essa venda insana
Busque ver a realidade que se faz presente
Saia da clausura que lhe dopa a mente
Venha para ver que a vida é bem melhor que a lama...

Abra seus olhos pesados e dormentes
Dê-lhes a leveza  e o merecido descanso
Abra seus olhos e venha enxergar novamente...

Venha, com toda a sua força e energia
Venha se embalar no sonho e no balanço
Venha compartilhar de   minha  imensa alegria.

Euclides Riquetti

Pecado é não querer amar alguém


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Pecado é não querer amar alguém
É vestir-se de conceitos e preconceitos
É não querer amar de nenhum jeito
É não querer entregar o coração pra ninguém.

Pecado é não  mais querer  sonhar
É dizer que perdeu sem ter perdido
É não perceber se venceu ou foi  vencido
É não mais querer ter o direito de me  amar.

Pecado é frear a beleza de sua  vida
É anular-se diante de todos os desafios
É vegetar enquanto o mundo anda e gira

Pecado é  olhar ao lado e não me encontrar
É não ver como correm as águas em nossos rios
É fingir não me querer, não me sentir, não desejar...

Euclides Riquetti

Tons azulados no céu







Tons azulados no céu prenunciam
Que a chegada do novo dia
Vai ser alvissareira.

Já os pássaros afinam seu coro
Que flutua no ar
E vem repousar
Em meus ouvidos espertos
Que ouvem seu choro.

Não é o drama da tristeza
Não é o suave lamento
Mas a canção da sutileza
Da minha alma o afagamento.

Que tons azulados no céu de meu dia
Me tragam os momentos esperados
E que meus desejos sejam alegrados
Alegrados com  o tempero da alegria!

E que a jornada termine com eles cantando
Co o pôr do sol avermelhado
Com matizes de amarelo  alaranjado
Quando a nova e promissora noite
Estiver chegando!

Euclides Riquetti