sábado, 31 de dezembro de 2022

A cidade se cobre de luzes - poema da virada!

 



A cidade se cobre de luzes - poema da virada!


A cidade se cobre de luzes

Como se fossem milhões de velas

Que no escuro do céu reluzem

Enquanto barulham as vuvuzelas.


Os animaizinhos, coitados

Procuram por lugares onde esconder-se 

Gritam seus gritos assustados

Querem ter onde proteger-se.


Alegrias sendo extravasadas  

No ar, o desenho das comemorações

Sons alucinantes, gentes nas sacadas

Assobios em todas as direções.


Pois que um novo ano é chegado!

Salve nosso dois mil e vinte três

Que pra você seja abençoado

Saúde pra todos, pra mim, pra você!

Euclides Riquetti

01-01-2023










Feliz ano novo!





Alegria, muita alegria

Nada de decepções

Nada de desilusões

Apenas alegria

Muita alegria!


Alegria que brota do coração

Alegria que se propaga

Que chega acalmar a alma

Alegria de montão

A vida em comemoração!


Muita alegria para mim

Pra ti, pra nós

Jamais ficarmos sós

Simples assim:

Alegria pra ti e pra mim!


Alegria que impulsiona

Que leva a novos caminhos

Sem dores e sem espinhos:

A alegria que se soma

Se eterniza e tem aroma!


Alegria com aroma de flor

De beleza e muita cor

Alegria com muita paz

A alegria que a vida  nos traz:

A alegria de ter o teu amor.


Feliz ano novo!


Euclides Riquetti

Partilhar sonhos de luz

 



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Busque a realização de seus sonhos
Não deixe que nada a  atrapalhe
Busque-os com seu rosto risonho
Pois sem eles a vida pouco vale.

Procure realizá-los com sabedoria
Com a astúcia e a calma necessária
A luta pelos sonhos que contagiam
Não deve ser isolada ou solitária.

Buscar os sonhos mas não deixar
Que eles se sobreponham ao real
Realidade e sonhos,  um belo par
Caminhando juntos em especial.

Quero viver os seus sonhos azuis
Contar na noite as estrelas do céu
Quero viver os seus sonhos de luz
Partilhar sonhos de luz e de véu.

Euclides Riquetti

Um novo tempo, a bela vida

 


 



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Buscar um novo tempo, viver a bela vida
Sem traumas, sem tropeços, com alegria
Rejeitar os infortúnios e toda a dor sentida
Sorver, deliciosamente,  o sol do novo dia.

Buscar a paz pra nossa alma, buscar o alento
Jogar para o alto a tristeza, a dor que angustia
Viver intensamente em cada bom momento
Livrar-se de tudo que nos preocupa em cada dia.

Dar lugar apenas àqueles que já mostraram
Que são nossos amigos, amigos verdadeiros
Não se esquecer daqueles que nos amaram
Daqueles que já foram leais e companheiros.

Dar vida à vida dos que nos estendem a mão
Olhar com olhos justos os seres que merecem
Nunca rejeitar quem sabe amar de coração
Viver a alegria sem as dores que entristecem!

Euclides Riquetti

Toalhas molhadas

 


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Os boxes dos banheiros me lembram você
Assim como lembram as roupas dobradas
Os banhos apressados e as imagens que vê
Me fazem lembrar de toalhas molhadas.

As ruas que sobem me trazem lembranças
E aquelas que descem me trazem também
As pequenas coisas me dão a esperança
E as coisas maiores me fazem tão bem.

As toalhas enroladas me lembram você
E no guarda-roupa os lençóis muito claros
As blusas de malha me lembram além
De nossos encontros que ficaram raros.

Mas os nossos sonhos jamais se dissipam
E nas ruas da cidade vou pensando em você
Porque essas coisas nunca se explicam
Não há um motivo, um algo, um porquê!

Mas toalhas enroladas me lembram você!

Euclides Riquetti

Catando grimpas e revirando a memória! Saudosismo... Homenageando amigos do passado!

 





          Há algumas coisas que a gente fazia quando criança e que, depois, o tempo nos dá uma pausa e as esquecemos por completo. Adiante, circunstancialmente, surgem ocasiões que nos fazem voltar atrás e nos remetem a reflexões... a lembranças, ternas e agradáveis lembranças!

          Pois, nesta manhã agradável e ensolarada aqui do Sul do Brasil, saí para dar uma volta na quadra, aqui perto de casa. Levei um pedaço de fio de luz que estava ali, "pendurado num prego". Ora, ainda tem gente que pendura coisas em pregos, como têm aqueles que mais ainda, penduram "num prego atrás da porta". Tenho um almoxarifado cheio de ferramentas em minha casa. Organizado, não bagunçado!

           Tenho muitas ferramentas, pois as fui angariando desde a construção da casa. Não vou ficar aqui dizendo quantas e quais, pois você não vai, mesmo, se interessar por minhas ferramentas, desde as convencionais às elétricas, do martelo à serra elétrica, da picareta à furadeira. Mas tem os "brinquedos", os apetrechos do esporte, das raquetes de tênis de quadra aos molinetes de pesca do Fabrício, da bola de futebol à de basquete, ainda todas as medalhas que ele ganhou desde o futebol até o haecon-do.

            Mas hoje vou falar das grimpas das araucárias. Das que caem dos pinheiros quando sopra o vento. Das da região de União da Vitória, onde morei na juventude, onde eu li "Eu Vi Cair o Último Pinheiro", do autor José Cleto, pai do Esoani Parísio Cleto, o fera que tirou primeiro lugar no vestibular de Letras da Fafi, em 1972, que tinha barba de filósofo, era uma inteligência acima da média, bem sucedido,  mas muito simples e amigo, capaz de dar atenção ao mais simples dos mortais... Ele nos dizia que seu nome era raro porque os pais, José e Celina usaram, as três ultimas letras de José, invertidas: ose virou "eso"; e de Celina: ina virou "ani" e, aglutinando-as, deu eso+ani= "Esoani". E assim os pais escolheram seu nome, exótico, diferente, único, talvez.

          E vou falar das aventuras da infância, primeiro no leãozinho (Capinzal-Ouro), onde o Stefenito Frank ajuntava os pinhões no potreiro, acendia um fogo de grimpas e jogava sobre este os pinhões, sapecando-os. Delícia!

           Lembro, também, dos pinhões maduros  que catávamos nos potreiros do Benjamim Miqueloto e do Augusto Masson, e que sapecávamos no meio das grimpas em chamas, nos domingos de tarde, ali próximo da "cadeia", no Ouro. O Dito, o Itcho e o Zé (Rosito, Heitor e Raul Masson); o Nito e o Neri (Irenito e Neri Miqueloto); o Bode Branco  e o Carlinhos (Ivo e Carlos Guerra), o Lombo Preto (Arcílio Massucatto), dos Coquiarinhas (Altivir e Valdir Souza), meu o Foguete e o Pisca (Ironi e Euclides Riquetti...), o Paulinho (Adelir Paulo Lucietti), o Tostão e o Nego (Darci e Valdecir Lucietti), o Armindo (Ermindo Campioni); o Tratorzinho (Luiz Alberto Dambrós), o Adecho, o Ademar e o Micuim  (Adelcio, Ademar e Adelto Miqueloto)   o Cosme e o Moacir (Richetti), do Nereu e do Nico (Nereu e Irineu Oliveira), e outros moleques.

          Pois hoje eu cato grimpas, como fiz outrora, para começar o fogo na churrasqueira aqui de casa. Melhor que papel, é fogo imediato e garantido. Lenha queimando, churrasco delicioso, pois, quem tem o costume de fazer fogo com lenha, não troca por carvão de jeito nenhum...

Grande abraço a todos os amigos que passaram pela minha vida, os que aqui citei e os demais, alguns presentes e outros já ausentes, foram morar no céu. A estes, minhas orações...

Euclides Riquetti
19-07-2015

Nota: Estefenito Frank faleceu hoje, está sendo velado na Capela do Distrito de Santa Lúcia, Ouro, e será sepultado amanhã, 01-01-2023
no Cemitério Frei Crespin, Distrito de Santa Lúcia - Ouro - SC

A fuga da alma

 

 


 




A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Se se foge do corpo, não se foge dela
Se se foge do pensamento que persegue
Não se foge da lua nem mesmo da estrela
Não há força que nos carregue...


A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Se se busca um porto e não se encontra
É porque não temos o rumo certo
O mundo novo que nos amedronta
É o mesmo que nos inspira a novo verso...


A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Euclides Riquetti

As canções mais românticas que já se ouviu (Enigmáticas divagações)





As canções mais românticas que já se ouviu

Fazem lembrar de uma pessoa distante

Algumas traduzem um belo sentido

De um amor que um dia já fora perdido

Atormentando um coração sofrido

Deste poeta que já foi errante.


Amor que um dia brotou bonito e forte

Mais forte ainda foi voltando em mim

Profunda mágoa já não mais persiste

Digo pro mundo que o amor existe

Na minha alma eu já selei a sorte.


Espero sempre, espero e te protejo

Acalentando dócil o teu coração.

Nas noites rezo por quem eu quero bem

Crio coragem e fico com quem

Eternamente luta com verdadeira paixão

Sou como a garça na imensidão

Antes de tudo te quero e te desejo...



Euclides Riquetti

Poema cor-de-rosa







De rosa e de santa vi
Vi seu rosto de santa, rosa
Vi seu roso de rosa de santa
Seu rosto de santa eu vi rosa.

De rosa seu corpo vi
Vi seu corpo vestido de rosa
Vi vestido de rosa de santa
Seu corpo de santa vi rosa.

De rosa-morango eu a vi
Vi seus lábios morango-rosa
Vi seus lábios de rosa-morango
Seus lábios morango eu vi rosa.

De rosa de amor eu a vi.
Vi seu coração cor-de-rosa
Vi de rosa-amor seu coração
Seu coração de amor eu vi rosa.

De rosa e de flor eu vi
Vi você de flor e rosa
Vi você de rosa flor
Seu ego de flor e de rosa.

No dia dos namorados vi
Vi seu sorriso de rosa
Vi, menina, seu sorriso
Seu sorriso vi de rosa.

Pois foi tão bom que eu a vi
Com sua roupa cor-de-rosa
Com sua roupa de rosa-cor
Com todo o esplendor de uma rosa.

E do pouco que eu a vi
Ficou-me a lembrança rosa
Ficou-me a rosa lembrança
Do amor que vivi, cor-de-rosa.


(Dedico este poema a todas as pessoas
sonhadoras que veem no amor a cor das rosas)

Euclides Riquetti
14-06-1993.

Dorme, dorme, menina!

 





Dorme, dorme, menina
Vive o sonho ali perto do mar
Pede a Deus a Sua bênção Divina
Pra que vele teu dormir e sonhar.

Dorme sonhando com anjos
Mas reserva um espaço pra mim
Escutando o coro de arcanjos
Secundados por harpas e clarins.

Enquanto eu rezo por ti, leio salmos
E orações que eu mesmo compus
Pra teus ânimos ficarem bem calmos
Também peço ao Menino Jesus.

Sempre eu torço para teu sucesso
Pra que consigas tudo na vida
Por isso mesmo é que eu sempre peço
Por tua saúde, e energia desmedida!

Então dorme, dorme, menina
Dorme o sonho e me deixa sonhar
É o poeta que tanto te estima
E que só quer te ver ali perto do mar!

Euclides Riquetti

Será que os deuses estão loucos?

 







Espere um pouco
Observe o tempo
Ouça o lufar do vento
Será que os deuses estão loucos?

Pare e fique olhando
Olhe bem o sol dourado
O céu de anil azulado
Nuvens brancas flutuando.

Então, por que tanto venta?
Se já vem novembro
Foi-se o outubro nevoento
E o dia não esquenta?

O mundo está  solto
Jogado no espaço infinito
E meu coração em conflito
Acha que os deuses estão loucos!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Quando meu sorriso encontra o teu

 


 


Quando teu sorriso sai pelas janelas
E vai buscar as flores meigas da manhã
Vai encontrar crianças, velhos  nas ruelas
As sempre-vivas verdes e amarelas
Se deliciar nos campos verdes das maçãs...

Quando meu sorriso encontra teu sorriso
Meu rosto tenso das agruras do universo
Sabe que encontrou aquilo que eu preciso
Que chegou perto do jardim do paraíso
Que escrevi nas prosas, que cantei nos versos.

E quando vejo os mil sorrisos que reluzem
Em cada canto da cidade em que tu cantas
Rostos divinos com olhares que me induzem
Corpos esbeltos que me atraem e me seduzem
Minha alma exulta e meu coração se encanta.

Sorrisos, ah, sorrisos, tão bonitos quanto o teu
Sorrisos que navegam pelos céus, que vêm encontrar o meu!


Euclides Riquetti

Cuide bem das garças

 






Cuide bem das garças
Que voam por sobre as águas...
Cuide delas com carinho
Pois reabrirão o seu caminho...

Cuide das garças com amor
Pois elas voam no frio e no calor
E, nas tardes cinzentas do inverno
Fazem o voo fraterno...

Cuide das garças como um filho
Príncipe, princesa ou maltrapilho
Cuide das garças em todos os momentos
Pois elas enfeitam o firmamento...

Cuide das garças como cuida de mim
E eu lhe retribuirei bem assim:
Dar-lhe-ei versos compassados
Compor-lhe-ei  poemas encantados...

Cuide delas todas...
E eu cuidarei de você!

Euclides Riquetti

Adeus, ano velho!

 


 


 



Adeus, ano velho

Que seja bom para este povo

Que passe aqui um escaravelho

Para que eu embarque de novo. 


Adeus. vinte-um

Que chegue amanhã o vinte-e-dois

Com saúde, paz e muito requinte

E que apareça pouca ressaca depois.


Adeus carinhoso pra quem se foi

Vitimado pela pandemia

E que logo chegue o depois

Pra que retorne nossa alegria.


Adeus e agora boas-vindas

Ao novo que vai chegar

Que nossas manhãs sejam lindas

E nossas tardes azul cor de mar!


Seja bem-vindo o novo ano

Com toda a alegria possível

Com a proteção do Soberano

Nosso Deus indescritível. 


Felicidades a todos, com saúde e muita alegria!


Euclides Riquetti

Dos tempos do Palmeirinhas da Rua da Cadeia e do Campo Municipal de Capinzal

 

Em pé: Darci Lucietti, o Tostão, Luiz Pàulo Andrioni, Irineu (Nico de Oliveira), Ivo Santo Guerra (Bode  Branco), Moacir Damião Richetti e Euclides Riquetti (Pisca). Agachados: Antônio José Doin (Zezo), Pedro Pelegrini, Cid Ney Surdi, Adelir Paulo Lucietti (Paulinho) e Altivir Souza. Tostão, Andrioni, Nico e Pelegrini e Altevir, in memorian). O estádio municipal, que pertencia à RFFSA foi transformado na atual Praça Pedro Lélis da Rocha e a Rodoviária Municipal, em Capinzal. O cenário de fundo é onde se localizam a Telefônica, a Celesc, o INSS e o Centro Educacional Prefeito Celso Farina. O esquadrão acima era o infanto-juvenil, que ao final dos anos 60 ocupou o lugar do tradicional juvenil do Palmeirinhas. 

       Na década de 1960, Capinzal detinha os times do Associação Esportiva Vasco da Gama, Arabutã Futebol Clube, Grêmio Esportivo São José (no Distrito de Ouro), Indústria Reunidas Ouro, categoria adultos e aspirantes. Na área rural, dezenas de times nos dois lados do Rio do Peixe. Na categoria juvenil, tivemos o EGO - Esporte Ginasial Olímpico, formado por estudantes do antigo Ginásio Padre Anchieta. Em meados dos anos 60, formaram o Grêmio Esportivo Operário (que iniciou como Pedreiros Futebol Clube, fundado pelos descendentes de Ângelo (Gigi) Gramázzio. Todos eles mandavam seus jogos no estádio Municipal. Nas categorias infanto-juvenil, havia o Botafogo FR (Capinzal), o Juvenil do GE São São José, e o Sociedade Esportiva Palmeiras (Ouro), que iniciou com o nome de Palmeirinhas da Rua da Cadeia. Também tivemos o Vasquinho (dos familiares de Ernesto Zortéa), o Fluminense (de Rogério Caldart) e o Ameriquinha, dos Baratieri. 

      O futebol era amador, mas as rivalidades eram fortíssimas. Arabutã e Vasco utilizavam as tardes de domingo. São José e Ouro os sábados à tarde. As equipes juvenis utilizavam as manhãs de domingo. Não sobrava tempo para o gramado se recuperar. O centro do campo era um chão de terra vermelha, pois não dava tempo de o gramado se recuperar. Saudades dos jogos, das encrencas, das rifas de ferro elétrico e guarda-chuva para comprar bolas e uniformes. E o futebol era garra, dedicação, arte e nos duas chuvosos, umas sacas de serragem da empresa Hachmann jogada nas áreas dos goleiros nos permitiam jogar. Bolas pesadas, velhas e duras, que faziam doer os pés da garotada.

       Vivi esses bons tempos, fui feliz!


Euclides Riquetti

30-12-202

       

O amor que faz sofrer...

 


 



É difícil entender
Quem parece não me querer
Mas, de repente, diz que me quer.
Ah, mulher!...

É difícil perceber
Se ela finge não saber
Se sabe e não quer dizer
Ou se é coisa de mulher...

Mas há algo que me mexe
É uma coisa que me desce
Pelo corpo todo, todo
E me deixa tão feliz...

É algo que transpira
É algo que me inspira
Que me alenta e dá consolo
Como a bela Flor-de-Liz.

Pelos caminhos da vida
De chegada e despedida
Em cada lágrima caída
Só quero entender você.

Pelas verdades e mentiras
Pelas almas ressentidas
Nos aclives  desta vida
Sou como o sol que  lhe vê.

Como a águia vou voando
Enquanto os anos vão passando
Mais uma primavera chegando
Logo, logo, vamos ter outro verão.

E você a me provocar
Fazendo de novo balançar
Minha alma profanar
E maltratar meu coração.

Pois o amor  nunca passa
É o sentimento que vem e laça
É a flecha  que me fere e mata
Que me faz feliz, mas me faz morrer

Por querer
Por sofrer
Sofrer por você!

Euclides Riquetti
(Num outono do passado).

Mais do que ser poema

 


 




Mais do que ser poema

Mais do que ser canção

Ser a melodia suprema

Que te causa a emoção!


Forte como o carvalho

Elegante como pinheiro

Delicado como orvalho

Abençoado o ano inteiro.


Livre como a gaivota

Ligeiro como uma ema

Mas o que me importa

É viver sem problemas.


Amar por amar, amar-te

Em ti me perder perdido

Poetar, poetar, poetar-te

Nem que seja proibido!


Euclides Riquetti

Que Deus proteja a todos!

 


 


Mais ricos, mais pobres: desigualdade de renda no Brasil é a maior ...


Que Deus proteja a todos os seres
As pessoas, as plantas, os animais
E que não venham a sofrer jamais
Que Deus proteja a todos os seres!

Que Deus proteja a todos os seres
Primeiro os mais fracos e sofridos
Depois aqueles que são oprimidos
Que Deus proteja a todos os seres!

Que Deus proteja a todos os seres
Especialmente crianças inocentes
Também as mulheres benevolentes
Que Deus proteja a todos os seres!

Que Deus proteja a todos os seres
A mim, a você, às pessoas amadas
À sua família decente e louvada
Que Deus proteja a todos os seres!

Euclides Riquetti

Choveu, no penúltimo dia de dezembro

 


 




Choveu, no penúltimo dia de dezembro

Na metade de uma tarde quente de verão

Foi uma chuva mansa, graciosa, lembro

Uma coisa própria daquela estação! 


Caiu a abençoada para refrescar a noite

Para regar as roças  e todos os pastos 

Então, já clareou-se o céu no horizonte

E, de novo, ecoou o canto dos pássaros.


Pois que volte o ânimo aos plantadores

E que ela seja regular nos dias de janeiro

Eque Deus proteja os nossos agricultores.


A água é a dádiva, a maior das bênçãos 

É nosso bem precioso, útil e prazenteiro

Para nossas lágrimas, o maior dos lenços!


Euclides Riqueetti

Apenas a palavra certa... e esta rosa!

 






Eu queria, sinceramente
Que viesse a minha mente
A palavra certa:
Uma nova palavra descoberta
Que pudesse descrever meus sentimentos.

Uma palavra apenas
Mas uma palavra diferente
Uma palavra, simplesmente
Daquelas que nem estão no glossário.

Uma palavra nova
Supreendentemente nova
Que levasse em sua semântica
Minha índole romântica
Guardada dentro de um sacrário...

E eu também quisera
Que brotasse da terra
Um grande roseiral.

E que eu pudesse regar cada planta
Com a água natural e santa
Do orvalho matinal.

E que eu pudesse dar-te meus versos
Escritos em pétalas de rosas amarelas
Rosas champanhe ou matizadas
Rosas vermelhas singelas
E todo o carinho do universo!

Euclides Riquetti

A barca do tempo a nos levar... (para um novo ano!)


 



A barca do tempo está a nos levar

Para um novo ano...

Na manhã nova ela vai ancorar

Num paraíso sacro ou profano

Onde possamos nos encontrar...


A barca carrega nosso legado

Armazenado pelo longo tempo

Traz nela toda a carga do passado

Vai sobre a água, contra o vento

Vai ancorar no ano que é chegado!


A barca é que leva nossas dores

E também leva as folhas leves

Leva os vasos com nossas  flores

Pelos anos vai, pela vida  segue

Pelo caminho cinza, ou de cores.


 Nós é que lhe damos direção

Temos nossas mãos e nossa mente

Nós é que seguramos o timão

Que dirigimos o que o coração sente

Escolhendo a realidade ou a ilusão!


Euclides Riquetti

Em meio às flores do verão


 



Em meio às flores do verão

Está você

Como se fosse em pedestal erigida

Está você!


Embaixo do sol que bronzeia

Está você

Esculpida qual bela sereia

Está você!


Perto do mar calmo e azul 

Está você

Em qualquer praia aqui do Sul

Está você!


E, onde quer que você esteja

Sob o manto celestial

Ou sob um chão de estrelas

Procuro você!


Porque você, assim, doce e natural

Me encanta sinplesmente

E eu, verdadeiramente

Também me encanto por você!


Euclides Riquetti

Apenas a palavra certa... e esta rosa!

 






Eu queria, sinceramente
Que viesse a minha mente
A palavra certa:
Uma nova palavra descoberta
Que pudesse descrever meus sentimentos.

Uma palavra apenas
Mas uma palavra diferente
Uma palavra, simplesmente
Daquelas que nem estão no glossário.

Uma palavra nova
Supreendentemente nova
Que levasse em sua semântica
Minha índole romântica
Guardada dentro de um sacrário...

E eu também quisera
Que brotasse da terra
Um grande roseiral.

E que eu pudesse regar cada planta
Com a água natural e santa
Do orvalho matinal.

E que eu pudesse dar-te meus versos
Escritos em pétalas de rosas amarelas
Rosas champanhe ou matizadas
Rosas vermelhas singelas
E todo o carinho do universo!

Euclides Riquetti

Entenda-me



 





Entenda-me... compreenda-me...
Procure me entender porque eu sou assim
Procure minha história de amor sem fim
E você vai finalmente me entender!

Pesquise então... busque mais informação...
Procure ler, procure ouvir e saber mais
E vai perceber eu sou do bem, que sou da paz...
Que a realidade determina o rumo de meu chão...

Verifique bem... constate muito bem...
Procure formas de viver a vida como eu faço
Não me entrego nem nas horas de cansaço
Busque viver bem...busque ser feliz também...

Mas me inclua no seu  contexto de cumplicidade...
Não me deixe fora de seus ternos planos
Deixe-me lembrar dos belos rumos que traçamos
De dividir os sonhos, a alegria, a felicidade!

(Bem assim...)

Euclides Riquetti

Como flores de verão!

 


Como flores de verão!

       Bom dia, dezembro! Já se foram todos os outros meses, de janeiro a novembro. Agora, chega ao fim o nosso dezembro...  Do presente tirou lições, do passado bem relembro! O futuro, dizem, a Deus pertence. Acho que isso nem me convence, pois quero que seja longo, alegre e bem bonitense!

      Pra você, leitor, leitora, desejo a Paz e lhe dou poesias. Muita inspiração e ... encantamento! Não quero pra mim, nem pra você, nada de sofrimento. Que a vida seja um trajeto de emoções, um caminho com ida e volta, livre, sem precisar de escolta. Que continue a usar a inteligência que o Divino lhe deu para criar coisas belas, cultivar flores cheirosas, esplendorosas, muitas rosas!

       Que tenhamos que usar poucos pontos finais, muitas vírgulas e muitos de exclamação. Podem haver algumas reticências, mas usadas para desafiar a inteligência. Pois que os ventos ventem, o mar assobie, as laranjeiras deem frutos e que venham as uvas sauvignon, niágara, francesa, todas elas. Que venham os morangos que me inspiram os poemas românticos, os melões e os mamões. 

       Possam os velhos continuar a sorrir, as crianças a nos alegrar e desafiar. Sem tropeços nas redes wireless, mas sim com dedos ágeis e saudáveis para dedilhar cordas de violão, mover teclas de pianos, acariciar corpos esculturais. Que brotem águas das fontes, que seja azul nosso horizonte. Que haja ondas brancas e espumantes no mar, areias para pisar e sol para nos bronzear. Janelas por onde olhar!

       Portas abertas para entrar e sair, fechaduras imaginárias para preservar os momentos íntimos. E que os cabelos grisalhos, o charme da mulher madura, a vivacidade e a energia da moça estejam sempre presentes. Que venha um ano novo com belas expectativas, que continuemos a sorrir para a vida!

       Que nossa vida possa ser tão jovial e bela como flores de verão!


Euclides Riquetti

30-12-2022



Segunda Crônica do Antigamente

 


Segunda Crônica do Antigamente   (Reprisando: escrita e publicada no blog em 29-11-2011)


Vera Fisher - nossa conterrânea catarinense, em sua juventude.
A mesma, na idade bem adulta, mas sempre muito bonita e talentosa como atriz.
Sou antigo. Bem antigo, mais do que a Marjorie Estiano. Não mais que a Vera Fischer, que é um ano mais velha. Mas sou antigo. E isso me permite ter muitas lembranças. Lembranças do Cine Farroupilha, de Capinzal,  que amanheceu em cinzas, num domingo do final dos anos 60. Da desativada fábrica de refrigerantes da família Brambilla, ali onde é a Escola Sílvio Santos, no Ouro, que também amanheceu queimando, poucos dias depois. Já haviam queimado a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, ali na esquina da Formosa com a Pinheiro Machado...

Lembro do Zeca Gomes, que concorreu a Prefeito contra o Gravata e levou, numa eleição satirizando o eleito Cacareco, em São Paulo. Zeca Gomes bebia e fazia gestos, resmungava coisas quase que ininteligíveis:  "Cê tá abusando c´o deputado! Num vai mais abusá c ´o Deputado! E vinha, cambaleando, pela Ponte Nova, dirigindo-se à casa do Laurindo Biarzi, uma boa alma que lhe dava pouso e comida. Na manhã seguinte ele era outro!

Mas sou antigo. Do tempo em que as pessoas matavam  passarinho, armavam arapucas, prendiam eles na gaiola.  Do tempo em que alguns iam para a escola e outros iam trabalhar.  Só os que tinham "boa  idéia" eram escolhidos para a escola, os outros tinham que se virar. E outros iam para o Seminário...

Sou do tempo em que o Estádio Municipal, em Capinzal, era ali onde fica a Rodoviária. Nem sobrava tempo para a grama vingar. E quando não era o futebol era o Circo Robattini, com a bela Valéria Robattini) ao trapézio. Ah, quantas saudades.

Sou do tempo em que o Mater Dolorum era um casarão de madeira e diziam que no sótão tinha assombração de uma freira que havia morrido antigamente. Uma não, duas. E do tempo em que nas calçadas da Quinze havia argolas de ferro presas ao meio-fio para amarrar os cavalos. E que, na Rádio Sulina o jovem Celso Farina fazia sucesso como locutor. E que a Maria Fumaça passava pelo menos umas quatro  vezes ao dia pela estrada de ferro, buzinhando e trazendo aqueles vagões cheios de gente faceira. E outras tantas com os vagões de carga trazendo areia de Porto União, ou belíssimos automóveis importados que vinham de São Paulo e iam para Caxias do Sul e Porto Alegre.

Sou antigo, sim, e minha antiguidade me permite dizer coisas que meu coração registrou e que minha mente reproduz, com muita saudade... Sou antigo, sim, mas não tão antigo quanto a Vera Fischer.

Euclides Riquetti
(De quando comecei...)

Reflexão para final de ano (crônica)

 


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          Quando criança ainda, numa de minhas férias escolares, fui passar um mês com meus avôs em Linha Bonita. Os Baretta  eram comerciantes, tinham um casarão que mais atrás servira também de pousada. E, naqueles idos de 1961, eu era bastante observador, cuidava dos movimentos das pessoas e daquilo que faziam. Lembro que,  nos domingos à tardinha, após os jogos de futebol, vinham os jovens de toda a redondeza para jogar baralho. E tomar umas "birotas". Naquele tempo não tinham geladeira, pois não tinham energia elétrica suficiente, embora a maioria das casas tivessem  um rodão d´água, que acionava um dínamo, que permitia clarear os ambientes apenas para umas duas, no máximo três lâmpadas. Então, a cerveja era resfriada num tanque de alvenaria, construído sob o assoalho de madeira, com água do poço, retirada com baldes de madeira também. E pediam para minha nona, Severina, cozinhar ovos na água, em dúzias, para matarem a fome no final de tarde.

          Lembro que um dos jovens senhores que vinham até lá era o Vitalino Bazzo, com chapéu de feltro cinza, terno da mesma cor, de um xadrez discreto. (Foi na década de 1970 que os paletós "xadrezão" entraram na moda. Combinavam com aquelas calças boca-de-sino e os cabelos longos das pessoas).  baldes do poço. E havia o Américo Módena, o Fernande Maziero, o Dirceu Viganó, o Nézio e o Vilson Rech, o Alcides Antonietto, o Nelson Falk, o Itacir Dambrós, o Valdir Baretta, que se misturavam com outros mais jovens e com meus tios. Tinham chapéu de feltro, que eram os chiques. Alguns, de palha. Comprei um aos 9 anos, quando já estava morando na cidade e trabalhava. Lavava louça e lustrava a casa para uma prima. Com meu primeiro salário, comprei um belo chapéu.... Ah, e trabalhar não tirou nenhum pedaço de mim, não me queixo disso, mas me orgulho, pois aprendi a valorizar todas as minhas coisas.

          Na época, havia um cidadão que vinha da Estação Avaí, que ficava do outro lado do Rio do Peixe ,o Sérgio Martins, e ia ver a namorada, filha de um dos muitos Barettas que ali moravam, do Serafim, a Lindamir, irmã da Nair.  E tinha algo que dava inveja a todos os outros: um par de galochas de borracha, pretas. Era um material bem elástico e flexível, um "sapato maior que envolvia um sapato menor", que não deixava que o de couro embarrasse, nem que nele entrasse umidade. E ainda tinha um guarda-chuva com as varetas de madeira, bem grande. Vinha a pé, passava pela balsa ou bote, vinha de uma distância de dois quilômetros e meio para ver a namorada. Quando passava defronte à bodega, todos o invejavam. Naquele tempo não conhecíamos ainda as capas  chuva, de nylon, que apareceram por lá apenas uns cinco anos depois. Imagine o sucesso dele se tivesse também uma capa de chuva. Ter uma, foi um de meus sonhos de adolescência, que não pude realizar, pois só "quem podia" conseguia ter uma. (Só consegui comprar um chapéu...)

          Era o tempo em que não havia tratores para trabalhar. Colhíamos trigo com foicinhas, usávamos as enxadas para carpir, as máquinas pica-paus para plantar milho. E trilhadeira alugada para colher o trigo. Havia máquinas acionadas a mão para debulhar ou moer milho. Depois vieram equipamentos a gasolina e os elétricos. Foi uma "revolução na roça".

          E, relembrando dessas coisas, das galochas que caíram em desuso, lembrei-me do cinzeiro que meu pai ganhou de uma aluna, lá do Belisário Pena, do 4º ano, a Cássia.  Isqueiro  era um presente bonito para um aniversário, dias dos pais, formaturas. (Agora, eu não daria cinzeiros ou isqueiros para ninguém).  E davam também abotoaduras, algumas combinadas com um filete metálico que prendia a gravata, tudo ornando e combinando. E, antes ainda, as mulheres usavam luvas e  chapéus, que as tornavam mais elegantes. Bonitas não, pois bonitas elas já eram, apenas que os ornamentos as deixavam mais atraentes, chamativas, engraçadas.

         Hoje os sonhos de consumo são outros, criaram outras necessidades para nós, encontraram outras formas de nos atrair, contagiar. As máquinas de escrever foram substituídas por computadores com impressoras. Muitos deixaram de fumar e dar um isqueiro ou um cinzeiro de presente é coisa muito brega e deselegante. Luvas, agora, para o trabalho,  para pilotar motos, ou proteger contra o frio. As máquinas fotográficas convencionais foram substituídas por digitais. Os filmes de pelícola 35 mm estão dando lugar a sistemas digitalizados. As vitrolas , os gravadores de rolo ou fita, os toca-discos, deram lugar a mídias moderníssimas, chegando-se aos blue rays.

          Muitos  acessórios clássicos, tão presentes nas novelas e filmes de época e revistas  podem voltar à nossa mente nesses dias em que paramos para refletir a chegada de mais um final de ano. Pensar nos chapéus de feltro, nas abotoaduras, nas luvas das senhoras, nos isqueiros, nos cinzeiros, nas galochas, nas agulhas dos toca-discos e nos discos de vinil. Quanta coisa mudou e quanto ainda tudo vai mudar. Até as bodegas das colônias desapareceram, junto com a energia da juventude de muitos amigos que se foram ou que estão aí, resistindo ao tempo. Olhamos para trás e vemos um filme que nos traz simples, mas saudosas lembranças.  E nos resta pedir saúde a Deus, e que nossas ideias não caiam de uso, não se tornem obsoletas também!

Euclides Riquetti

Fale com Deus

 





Fale com Deus.
Conte-Lhe sobre suas inquietações
Sobre coisas que lhe trazem aflições
Mas fale com Deus!

Fale com Ele.
Confesse-Lhe coisas que não disse a ninguém
Diga-Lhe que você ama alguém
Mas fale com Ele.

Fale com o Senhor.
Relate-Lhe com toda a sinceridade
Faça com que conheça a sua realidade
Mas fale com o Senhor.

E, ao falar-Lhe
Abra, largamente, seu doce coração
Mostre-Lhe que há nele afeição
Mas fale com Deus!

E, quem sabe, possa encontrar, nEle
Toda a força  advinda do universo
A força de que tanto precisa
E que a acalenta e energiza
E que eu mando a você nos meus versos!

Mas, não esqueça, converse com Ele!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Até as plantas choram

 



 


Até as plantas choram

Porque

Os tempos estão muito difíceis

Há incertezas

Perdas

Desolação...


Os sorrisos estão escondidos

Apagados

Ocultos

Decepção...


Vidas são perdidas

Ficam as saudades

Sonhos são destruídos

Há a impotência para a reação..


Só a fragilidade

Uma falta de perspectivas

Muitos Enganos

Difícil realidade...


Bem assim!


Euclides Riquetti

O dia em que eu conheci Pelé (Em Capinzal)

 


       Foi em 1989. Eu era prefeito da cidade de Ouro - ao lado de Capinzal, aqui no Baixo Vale do Rio do Peixe, em Santa Catarina. Fui convidado pelo Sr. Altair Zanchet, Diretor da então Perdigão Agroindustrial, hoje BRF, de Capinzal, para recepcionar Edson Arantes do Nascimento, Pelé, Rei do Futebol, 49 anos, que visitava a planta daquela empresa na cidade onde nasci. Ele se fazia acompanhar de Davi Cardoso, consagrado ator do cinema brasileiro, (galã da novela A Moreninha). Estavam vindo do Pantanal Matogrossense, onde filmavam uma película sobre a Caça aos Jacarés, Pelé e Cardoso eram policiais federais, no filme. Combatiam os caçadores já na época. 

       Ele se fazia acompanhar de um dos filhos do saudoso Saul Brandalise, acho que o Saulzinho, proprietários da Perdigão. Conhecê-lo, foi uma alegria. O pessoal foi tietar o Pelé, e vi que não perceberam que o ator Davi Cardoso era o seu colega. Ambos foram muito receptivos, a simplicidade estava expressa em seus movimentos, expressões e atitudes.

       No início, abordei o Davi Cardosso, falei que, na juventude, eu vira o filme Férias no Sul, em que ele andava de lambreta com a namorada, a bela atriz e Miss Brasil Vera Fischer. Que as filmagens foram em Blumenau e Gramado, cenários com muitas flores, em especial hortênsias. Falou-me que perdera as eleições a prefeito no Mato Grosso do Sul, e que se admirava de eu, tão jovem (35 anos) tivesse sido eleito em Ouro. Contou-me algumas passagens da vida dele, de seu irmão também ator global Mário Cardoso, e dos negócios que tocava com seus familiares, em negócios imobiliários, e outros assuntos. 

       Fizemos uma passagem por toda a fábrica e o Pelé esbanjava simpatia. Quando passamos pela oficina de manutenção, ele mesmo reuniu todos os mecânicos para uma foto. Pediu para um dos rapazes que estava agachado para que ficasse de pé, pois ali, naquela posição, era o lugar dele mesmo, o lugar da camisa dez. Depois, ao passarmos por uma sessão de cortes de frangos, havia uma jovem que recebia caixas com coxas de vários pesos. Ela, com a mão direita, pegava uma a uma e colocava na balança eletrônica. Vi o peso e as classificava, com diferenças de cinco gramas, atirando-as na caixa correspondente ao seu peso. O Pelé ficou encantado com a habilidade da garota. Foi lá, tirou uma foto com ela (Fotógrafo era o Jaime Baratto e o cinegrafista Arderbal Gaspar Meyer, o Barzinho). Elogiou-a muito e disse que gostaria de que ela jogasse futebol com ele, que ela tinha as mesmas habilidades. O Rei era humilde, bem humorado, carismático e afável para com todas as pessoas.

        Por que o Pelé veio para nossa cidade? A resposta me veio numa oportunidade em que fomos para Videira, junto à Sede da Perdigão, com o Nadilce Dambrós, o Valêncio José de Souza e o Frei Nélvio Davi  Colle. Na ocasião, fomos solicitar ao Sr. Saul Brandalise, presidente do Grupo Perdigão, apoio para a restauração da matriz São Paulo Apóstolo, de Capinzal. Fomos contemplados com grandes benefícios. Pessoalmente, falei diversos assuntos com Brandalise, que era tio de meu compadre Aníbal Bess Formighieri, marido da Vitória (Brancher), que era sobrinho do empresário. Ele me falou, entre outras coisas, que Pelé só concordava gravar comerciais e produtos se ele mesmo comprovasse a sua qualidade e se conhecesse os métodos de produção, considerando os aspectos ambientais e de não utilização de mão de obra que não fosse perfeitamente legal e com métodos dignos.  

       Sobre o Pelé, que todos chamavam de Edson na ocasião, quero registrar que virei grande fã dele. E nunca imaginei que o garoto de quem ouvi falar pela primeira vez na Copa de 1958, e eu tinha 5 anos, uma dia se tornaria meu ídolo, e eu pudesse conhecê-lo e passar um dia com ele. Registrando que, na oportunidade, além do staff da Perdigão e o seu, estávamos lá eu, Prefeito Municipal de Ouro, SC, Irineu José Maestri, Prefeito de Capinzal, Celso Farina, ex-prefeito de Capinzal, Altair Zancher, Diretor local da Perdigão, Frei Nélvio Davi Colle, da Paróquia de São Paulo Apóstolo, Ademir Pedro Belotto, locutor da Rádio Capinzal, Jaime Baratto, fotógrafo (Stúdio Foto Real), Ronaldo de Oliveira, fiscal e veterinário da Inspeção Federal. Havia uma senhora, a mãe do Serginho, que fez café e o Pelé elogiou o café dela.

       Por alguns dias, Pelé vai ocupar as principais mídias de comunicação do Brasil e do Mundo. Para a História, haverá a eternização como o Rei do Futebol. Para meu coração vascaíno, a honra de ele ter atuado pelo Gigante da Colina. Para todos nós, a certeza de que o Pelé, na pessoa do Edson, ficará em nossa memória como um ser humano magnífico.


Euclides Riquetti

29012-2022