sábado, 31 de outubro de 2020

Beijar seus pés... com sedução!

 





Eu queria beijar seus pés com devoção
Acariciar sua pele com sedução
Causar-lhe desejo e emoção
Sim, desejo e sedução
Apaixonadamente!

Eu queria ser aqueles grãozinhos de areia
Que se grudam em seus pés
E os massageiam
Num ritual terno e suave
Que se juntam aos demais
Para pousar nas praias colossais...

Eu queria, docemente, beijar seus pés
Fazer-lhes carinho
E, devagarinho
Acariciá-los!


Sim, docemente
Suavemente
Desejosamente...
Com muita sedução!

Euclides Riquetti

Inquietação

 



Há uma inquietação que invade meu ser
Na manhã em que o sol não se faz presente
Na manhã em que tudo me parece indiferente...

Há algo que me perturba, que não sei dizer
Que me deixa indisposto, frágil, sonolento
Que me torna tão volúvel quanto o vento...

Há um mundo de infortúnios e impropérios
Que me assustaria, se não tivesse força pra encarar
Que te amedrontaria, se não tentasses enfrentar...

Mas, mesmo que tudo seja coroado de mistérios
Nada afrontará  meu ímpeto avassalador
Nada me afastará de teu brilho e teu esplendor!!!

Euclides Riquetti

Sem camisa...

 





Sonhei que te abraçava
Sem camisa
E que te beijávamos
Eu e a brisa...
Era nosso encontro
Com todo o frenesi
Um momento muito santo
Que eu curti
Junto de ti
Ao teu lado
Lábios bem beijados
Corpo bem colado.

Sonhei que te carregava
Nos meus braços
E que eu te namorava
Flutuando no espaço
Éramos apenas nós dois.
Porque houve um antes, um agora
Há em toda a hora
E haverá um depois.

Sim, mas em meus planos
Sem nenhum engano
Som um mais um
E obtenho um "nós dois"

Se sonhar é bem legal
Verdadeiro como o infinito
Vou te ver em meu sonho matinal
Que será muito bonito
E quererei te beijar
Eu e a brisa
E, de novo te abraçar
Sem camisa!

Euclides Riquetti

Bem perto de você

 





É bom  estar bem perto de você
De seu perfume, de seu corpo, de seus braços
E, sem nenhum cansaço
Me perder, me aquecer, me envolver
É bom estar bem perto de você...

Voltei para bem perto de você
De sua vida, suas palavras, de seus beijos
Pra ter o seu carinho que eu desejo...
Eu quero mergulhar e me esquecer
Mas me lembrar somente de você...

Não quero ficar longe de você
De nenhum jeito, pois preciso muito, muito
Preciso  conversar, eu  tenho muito assunto
E nem sequer precisarei me convencer
Pois não quero ficar longe de você!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

De girassóis, canelas e cinamomos



Eu amo as plantas de meu verde vale
Os girassóis, canelas e cinamomos
O alaranjado aroma das pitangas
O vento calmo em seu lufar.
Eu amo as águas de meus rios e de minhas sangas
Qua vagam entre as pedras rumo ao mar...

Nos galhos enramados  os pássaros cantam
E borboletas misturam-se às flores coloridas
As crianças sorriem seus sorrisos brandos
E as mães as abraçam  ternamente.
E elas,  com seus rostos inocentes,  como  anjos
Entregam-se aos afagos docemente.

Aqui  há uma  natureza imensa que nos olha e chama
E nos oferece a vida plena e natural
E,  mesmo que tu chores e  reclames
Dá-te  um mundo de beleza sem igual...
Acredito que é o normal da condição humana
O bem vencer a luta contra o mal.

Euclides Riquetti

A Neve de 1975 (União da Vitória...Palmas...Curitiba)

 

Crônica que faz parte de meu livro "Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros lugares" 






Neve 1975  - Curitiba PR



 

         O dia 17 de julho de 1975 foi muito marcante para mim. Estava no último ano do curso de Letras/Inglês na FAFI, em União da Vitória-Paraná, morava num casarão histórico do centro de Porto União,  na Rua Prudente de Morais (daqueles mal assombrados, mas bem antigo, mesmo!!!), Cursava Inglês no Yázigy, na Avenida Manoel Ribas e gerenciava a filial da Mercedes-Benz, localizada na mesma.

          A noite fora muito fria e o ar estava úmido. Flocos de neve começaram a cair e cobrir o asfalto da Avenida. Os Chevettes, os Aero-willys, as Sincas Chambord, os Jipes, as Pick-ups, as Brasílias, os Dodge Dart,  Charger e Polara que a Grande Rio dos Scaramella vendiam,  os Galaxies, os Opalas, os Karmann Ghia, as Variants, os TLs, os Corcéis,  os Fuscas, as Veraneios, os Ônibus, os Caminhões, o Trem, e até o Mercedes azul do Jorge Mallon estavam cobertos de uma espessa camada de neve, parecendo todos da mesma cor.  Os telhados de todas aquelas casas de descendentes de ucranianos, poloneses, russos, jordanianos, sírios, libaneses, árabes,  portugueses, e até de italianos, ficaram, também, recobertos de branco. Da mesma cor alva restaram os cobertos das dragas dos Irmãos Hobi e da Extração de Areia Santa Terezinha, aportados nas margens do rio Iguaçu, que meu patrono, o poeta Ivonnish Furlani eternizou em "Eu Sou o Verso".

           Logo após o meio-dia , passei defronte às antigas Casas Buri, a maior loja da cidade, concorrente das Casas Pernambucanas. Havia uma dúzia de funcionários e nenhum, mas nenhum cliente, mesmo! E, todos, comissionados precisando vender para ganhar um dinheirinho.  Um amigo, o Nei Carlos Bohn, era um deles. O Japonês era o gerente. Geladeiras "Clímax 300 L" e de outras marcas se enfileiravam à espera de compradores. Havia as azuis, as amarelas, as vermelhas (as brancas estavam fora de moda...). Havia fogões a gás nas mesmas cores. Sofás estampados da linha floreal, do tempo em que os tecidos eram produzidos no Brasil e não na China, como hoje. Havia as TVs Philco, Philips, Colorado RQ e até algumas Sharp. As funcionárias vestiam blusas de  tricô em lã e meias três/quartos da mesma cor e do mesmo fio. Era a moda da época. Os homens, vestiam suas jaquetas por sobre as camisas sociais de azul-claro  e as gravatas discretas, algumas em crochê ou tricô. Os seus bigodes eram cuidadosamente emparelhados e os seus cabelos tinham um bom corte padrão, feito ali no Salão  dos Estudantes ( foi onde fui raspar a cabeça quando me passaram o trote fora de época pela passagem no vestibular).

          Entrei, todos olharam para mim. Fui ao encontro do Nei que, respeitosamente, como é de seu feitio, veio cumprimentar-me. (Hoje é meu cunhado e compadre...) Lasquei: "Quanto vocês me dão de desconto se eu comprar essa geladeira azul "Clímax 300 L " que vai combinar com o fogão Geral (azul) que comprei na Willy Reich?" A resposta veio rápida: "5%" e dá para segurar o cheque até o dia 5 de agosto! Repliquei: "Preciso de 15%, pois hoje vocês não vão vender nada mesmo, com esse frio e essa neve!"

          Ele olhou para o chefe Japonês e a resposta veio como um raio: "Pode dar 15% de desconto para ele!!!. Fiz um grande negócio e eles, com seu Lojão Buri, não ficaram sapateiros naquele dia...

          Tem outras histórias de negócios que fiz naquele dia na empresa onde trabalhava, mas isso é história para outra ocasião.

          A Neve de 1975 atingiu todos os municípios do Sudoeste do Paraná, principalmente Palmas, Guarapuava e Pato Branco. Chegou a Cascavel. Em Curitiba, falei com o amigo Ângelo Caron, por telefone, houve muita alegria nas ruas nevadas naquele dia. Depois soube que os três estados do Sul tiveram cidades que puderam deliciar-se com o espetáculo da neve.

          Atualmente, São Joaquim, Urubici e outras cidades catarinenses daquelas paragens, praticamente veem neve em todos os anos. E recebem muitos turistas, mesmo que com uma estrutura não muito favorável.

          Bem, se você for para Gramado, no RS, vai ver neve em dezembro, no desfile natalino, das luzes. Mas aquela é neve artificial, não vale tanto quanto a nossa.

          Euclides Riquetti
          19-07-2012

 

Neve de 1965 - Uma paisagem europeia em Capinzal e Ouro

 

Relembrando - Faz parte de meu livro "Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros lugares! - lançado em 2019.


 
Ouro - SC - Neve 1965 - foto arquivos RC -
Vista da Ponte Pênsil - antes do Rio, alojamentos
da Empresa Castello Branco S/A - que estava
restaurando a RFFSA
 

Capinzal SC - Neve 1965 - foto arquivo RC
Rua XV de Novembro - aos fundos OURO SC
antes do povoamento do Morro de Navegantes



Relembrando de Ouro e Capinzal... nestes dias muito frios no Sul do Brasil, 51 anos depois...
          Quando se fala em épocas em que as pessoas viveram, ou mesmo para estimar quantos anos viveram, muitos têm o hábito de dizer:  "A fulana (ou o fulano), viveu mais de 100 anos, porque sempre me dizia que tinha presenciado x florações das taquaras".  Bem, uma pessoa que deve ter vivido muitas florações das taquaras foi o "Caboclo Estevão", que morou em Pinheiro Baixo, Ouro, e era homem de confiança de um de nossos pioneiros, o Veríssimo Américo Ribeiro, carroceiro. O Estêvão teria vindo com o colonizador da região de Vacaria-RS, trabalhou com os Ribeiro e depois foi para Bonsuecesso, e os que o conheceram dizem que ele era uma  pessoal leal e bondosa. Guardo comigo uma foto dele, cedida pelo amigo João Américo Ribeiro, que cuida da propriedade da família em Pinheiro Baixo. Ele deve ter vivido mais de 100 anos...  O caboclo tinha uma mão enorme. (O Benito Campioni, irmão da Márcia, minha colega de trabalho, também tem uma mão daquelas de segurar e derrubar boi no chão). Quando o encontro, brinco muito com ele sobre isso,  meu ex-vizinho, gente boa.

          Esse intróito todo, fi-lo para chegar ao assunto do título: as neves que tive o prazer de presenciar, e que marcaram, de alguma forma, a minha vida. Mas, diferentemente das florações das taquaras, ela não tem um ciclo definodo para vir.

          O inverno de 1965 foi muito forte no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Eu tinha doze anos, estudava no Ginásio Padre Anchieta, e começou a fazer muito frio naquela estação. Tínhamos uma casa nova, de madeira, bem desenhada, ali na Felip Schmidt, ao lado da Indústria de Bebidas Prima, onde produziam refrigerantes e engarrafavam vinhos e outras bebidas. Quando fizeram o "engarrafamento", escavaram o terreno e deixaram um barranco, que com as chuvas que precederam o inverno foi desmorronando, pondo nossa casa em risco de desabamento. Na noite do dia 19 para 20 de agosto, fazia muito frio. De manhã, meu pai, Guerino, acordou-nos cedo para vermos e espetáculo que se desenhava à nossa frente: Ali onde hoje há o Posto da Combustíveis da Família Dambrós, havia uns gramados e umas plantinhas sobre as terras que eram jogadas para formar um aterro, e tudo estava coberto de neve. A Ponte Nova estava recoberta por um manto alvo, e o mesmo era contemplado nos telhados das casas, a maioria de madeira. Até os cabos de aço de sustentação da ponte pênsil acumulavam camadas de neve. As ruas de Ouro e Capinzal pareciam aqueles caminhos que se veem em filmes,  numa autêntica paisagem europeia. Os poucos carros que havia, e as carroças e charretes, estavam todos recobertos pelo branco brilhante. Os telhados do Hospital São José, do Hotel Imperial, do Hotel do Túlio, do Cine Glória, do Cine Farroupilha, da Distribuidora de Peças e Acessórios, da Casa do Ernesto Zortéa, do Marcos Fortunato Penso, do Pedro Surdi, da Dona Dileta da Silva, do Adelino Casara, do Adelino Beviláqua, e de muitas outras edificações, era possível vê-los por nós, que observávamos a paisagem com nossos olhos originários do Ouro.

          O peso da neve mexeu com a estutura de nossa casa. Tivemos que abandoná-la. Fomos distribuídos nas casas dos parentes, dos tios Arlindo Baretta,  Adelino Casara e Victório Riquetti. Eu, fui para a casa da Tia Maria, do meu primo Moacir. Lembro-me bem, que à tarde, precisei ir à Comercial Baretta fazer umas compras para a tia, e meu único par de sapatos estava molhado, gelado. Fui com as chuteiras do Moacir, que tinha as traves altas , e que minha ingenuidade fazia-me pensar que a sola ficaria mais alta que a neve. Só ilusão: congelei os pés. Aulas suspensas. O Frei Gilberto (Giovani Tolu), suspendeu nossas aulas, estava muito feliz, porque via, aqui na América do Sul, a mesma nostálgica paisagem que sua mente trazia de sua infância na Itália.

          O Joe e a Bunny,  eram  norteameriacanos que atuavam junto aos Clubes 4-S no interior do Ouro, havendo um clube pioneiro em Linha Sul ( o primeiro de Santa Catarina),  moravam de pensão na casa do Sr. Guilherme e da Dona Mirian Doin.  Eles eram dos 4-H, clubes dos Estados Unidos da América que tinham as mesmas funções e objetivos que os 4-S do Brasil:  Head,  Hands, Heart, and Health, que em português entndíamos como: Saber, Servir, Sentir e Saúde.  Acostumados com a nove do Norte, fotografavam, faziam bonecos e esculturas. O Joe, que jogava basquetebol na quadra do Padre Anchieta com o Dr. Leônidas Ribeiro, o Rogério Toaldo e outros, era alto e usava óculos ( até para jogar). Ficou maravilhado com a neve. E, nós, tivemos que demolir nossa casa, da qual tenho muitas saudades...

         Como resultado do frio, houve perdas e animais nos sítios e fazendas. Lembro que houve muita mortandade de abelhas. Até mesmo o mel que vinha de Abdon Baptista, não veio mais. Não vinha mais o caminhãozinho carregado, com as latas de 20 Kg, com que estávamos acostumados. E o produto encareceu. Alías, ficou sumido pelos anos seguintes, até que os enxames e as colmeias foram-se recompondo.

          Além dos eventos climáticos que resultaram na enchente de 1983, penso que a neve de 1965 seja o outro fenômeno que mais nos marcou.

          Ah, acho muito bonitas a neve e a geada. Mas, agora, com ar quente no carro, é muito mais fácil de encarar o frio. Viva a bela lembrança do passado!  E viva a moderna tecnologia!

Euclides Riquetti
15-07-2012

Aquela nossa canção

 



Sempre que ouço aquela canção, eu me transporto até você
É uma balada romântica,  com harmoniosa melodia
Que me leva a me lembrar, com nostalgia
Da canção de que gostamos, e que me faz viver...

Então,  quero saber como vai
Se ainda sente o mesmo que já sentiu um dia
Se ainda me espera com alegria
Se ainda me quer, etcetera e tal....

Sempre que eu ouço a nossa canção
A que me leva, no embalo do pensamento
A navegar por todo o firmamento
Eu me levo a buscar sua proteção.

Porque sou poeta e cantador:
Sou nada mais que um simples compositor
Que tem sonhos e muito amor no coração
Que não vive apenas de ilusão, e que apenas quer saber:
Como vai você?

Euclides Riquetti

Eu queria que a lua me dissesse

 




Eu queria que a lua me dissesse

Onde você foi se esconder...

Não deixou recado

Nenhum endereço informado

Nada que me pudesse ajudar 

A encontrar você...


Será que foi pra montanha

Onde será que foi morar

Ou teria sido numa choupana

Ali pertinho do mar?


Foi e deixou lembranças

Sumiu qual uma criança

Que viu seus desejos negados.

Ou uma adulta em pecado

Uma garça que voou

Um animal que cansou

E que foi embora discretamente.


Eu queria, simplesmente

Que a lua me dissesse

Agora, já, de repente

Como posso a encontrar

Me desse endereço certo

Se está longe ou perto

Onde eu possa lhe buscar!


Euclides Riquetti

30-20-2020





No mar...

 



Eu quero te dar este poema
Que, mesmo com rimas pobres
Enseja sentimentos nobres
Por isso te faço  este poema...

No mar, o barqueiro rema
(Ou será o canoeiro?)
E eu articulo palavras e versos
Procuro ordenar pensamentos incertos
Enquanto o barqueiro rema...
(Ou será o canoeiro?...)

Fiz para ti um desenho na areia
De sóis, de estrelas, de musas
Foram apenas imagens confusas
Mas fiz para ti um desenho na areia...

E, no a(noite)cer, apenas o murmúrio do mar
Harmoniado no embalo da triste canção
Escura é  a paisagem na imensidão
Mas agora, no a(noite)cer, apenas o murmúrio do mar...

E lá, mais lá, como cá, sopra o vento...
Move as folhas verde-escuro tingidas de noite
A maré lança às pedras  o seu doce açoite...
E lá, como cá, sopra o vento!

E eu penso em ti...

Euclides Riquetti

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Águas salgadas de Marte

 




Diz a N.A.S.A
Que em Marte tem
Água salgada!

Não sei se ali vão erigir hotéis
Nem se construirão bordéis
Se asfaltarão as estradas!

Não sei se alojarão profetas
Nem sei se será destino de poetas
Se haverá noites e madrugadas!

Dizem que a água aparece na primavera
Corre nas encostas no verão
E, no outono, vai desaparecendo

Eu não tenho tempo pra ficar na espera
Não posso esperar um tempão
Pois que irei envelhecendo...

Enquanto isso, escrevo poemas arretados
Enquanto correm as águas de setembro
Enquanto me inspiro e relembro.
E os ventos arrancam telhados
Das eiras e das beiras
Como na última quinta-feira!

Euclides Riquetti


Voavam os condores andinos

 






Voavam os condores andinos
Suavemente, voavam
E eles, espertos, ladinos
Me encantavam...
Enquanto meus pensamentos
Juntavam-se aos ventos
E a procuravam!

E você, do outro lado da montanha
Me esperava
Como ainda me espera:
No outono, na primavera
No inverno, no verão
Com seu doce coração
Com saudade tamanha
Me espera!

Quisera eu ser seu objetivo
Ser sua meta
A ansiedade de sua busca
Concreta
Quisera eu ser  o sujeito ativo
A preenchê-la, por definitivo
E, de maneira muito discreta
Da mesma forma simples como eu vivo
Ser apenas o seu guia... o seu poeta!

Euclides Riquetti

Como raios sutilmente dourados




Como raios sutilmente dourados 

Voas pela imensidão universal

Por sobre os montes encrespados

Totalmente absorta em sonhos alados

Alinhando-se no espaço sideral 

Tanto como se postam as estrelas

Acarinhadas por quem possa vê-las...


Campos a esperam com seus arranjos

Ruas se abrem para que tu andes

Doces cantos tu  ouvirás dos anjos.

Acenam-te eles desde os tempos d´antes

Tudo conspirando em teu favor:

Amor, amizade, e o perfume da flor!


Trazes em teu âmago os ideais do vencer

Lembranças que em ti se eternizam 

Clássicas melodias a te embevecer.

Levas em ti perfumes que harmonizam

Presença magistral és por onde passas

Gole de vinho tinto sugado das taças...


Euclides Riquetti

29-10-2020






quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O valor da Amizade

 



 
 
Eu quero que tu sintas
Sinceramente
O valor da amizade
Que existe entre a  gente.
Eu quero que tu sintas que me preocupo
E se eu tiver algumas falhas
Aqui me desculpo!

Eu quero que tu sintas
Que sou teu amigo
Que tenho um coração
Bastante afetivo.
Eu quero que tu sintas que podes confiar
Que eu sou teu companheiro
Em todo dia e lugar!

Minha amizade é como a tua
Leal, firme, verdadeira
Tem o encanto da lua
A fidelidade companheira.
Minha amizade é simples mas sincera
É amizade o ano inteiro
E tão pura como o ar... na Primavera!

Euclides Riquetti

Será que os deuses estão loucos?

 






Espere um pouco
Observe o tempo
Ouça o lufar do vento
Será que os deuses estão loucos?

Pare e fique olhando
Olhe bem o sol dourado
O céu de anil azulado
Nuvens brancas flutuando.

Então, por que tanto venta?
Se já vem novembro
Foi-se o outubro nevoento
E o dia não esquenta?

O mundo está  solto
Jogado no espaço infinito
E meu coração em conflito
Acha que os deuses estão loucos!

Euclides Riquetti

Compondo meus sonetos na beira do mar...

 



Desconecte-se, completamente,  da sua realidade
Saia pra  fora de si, de seu mundo real
Embarque  no seu pensamento e viaje
Navegue pelo espaço sideral...

Vá, em nau imaginária, para os outros planetas
Tente encontrar neles os poetas e escritores
Abrace-se aos satélites e aos cometas
Mergulhe nos seus perfumes e colores.

E, em cada porto celestial, em cada estação
Em cada lugar em que estiver me procurando
Deixe-se entregar pela desmedida paixão

E, se outros poetas,  você não encontrar
Volte para mim, pois estou aqui esperando
Compondo meus sonetos na beira do mar.

Euclides Riquetti

A canção que vem de tua alma

 



A canção sutil que vem de tua alma
Me traz em seus versos toda a poesia
Vem  flutuando sobre a nuvem alva
Vem pra apagar a minha nostalgia. 

Quando minha alma se abre para a tua
Como um sacrário para o pão e o vinho
Espera-te grácil, bela, totalmente nua
Espera que venhas te abrigar no ninho.

É formidável a canção que tu cantas
Que se embala nos acordes sonantes
Como a música que tu sempre danças.

É santificada a luz que tu irradias
A luz de teus olhos meigos  e brilhantes
Que se mistura às belas melodias...

Euclides Riquetti

No inverno primaveril

 





No inverno primaveril deste novembro
Fez frio, fez belo sol, fez muito vento
Nunca vi algo assim, eu não me lembro
Não gravei isso em meu pensamento!

Dias de inverno em plena primavera
Ventanias, chuvas , noite muito frias
Impossível prever o que nos espera
Na estação-flor  que nos vem tardia!

O que dizer das tardes ensolaradas
De céu azul, de nuvens tão alvas?
Das plantas pelos ventos açoitadas
E das folhas que caem tão calmas?

É assim nosso inverno prolongado 
É assim nosso novembro primaveril
De sol quente e do vento resfriado
É assim a primavera de meu Brasil!

Euclides Riquetti

Perde-se de mim...

 




  
Dócil e envolvente
Despida de pudor, a roupa ausente
Com ímpetos de amor e de vontade
Silhueta  de perfeita divindade.

Mulher,  alegre, sorridente
Corpo espelhado na luz:  reluzente.
Charme e olhar provocador
Lábios que desejo com amor.

Vai assim, depressa como veio
Nega-me  o abraço, o lábio, o seio
E desaparece num repente, num instante...

Perde-se na noite chuvosa e escura
Perde-se com seus afagos e sua ternura
Perde-se de mim, mas acha-se  adiante!

Euclides Riquetti

No silêncio da madrugada

 





Recolho-me ao silêncio da madrugada
Espero, calmamente, pelo novo dia
Por uma intensa e harmoniosa jornada
Para  que ela me traga paz e alegria.

Traga-me em pequenas doses o sucesso
E pitadas de êxito nos meus intentos
Porções de vitórias, mas sem excesso
E a medida certa em todos os eventos.

E que todos os que comigo partilham
Seus anseios e vontade de crescer
Saiam-se bem naquilo que imaginam
Se deem bem em seu desejo de vencer.

E que, em toda a madrugada silenciosa
Haja motivo para dias mais promissores
Que nossa bandeira seja toda vitoriosa
 E que a vida se pinte em belas cores.

Euclides Riquetti

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Mas não se esqueça de falar de amor...

 





Fale de negócios, fale de arte, fale de futebol
Fale das plantas, fale dos jardins, fale da flor
Fale de dias cinzentos, chuvosos, ou de sol
Mas não se esqueça de falar de amor!

Fale de lugares, fale de vales, fale de viagens
Fale dos montes, do por do sol, de sua bela cor
Fale dos rios e dos riachos, fale das paisagens
Mas não se esqueça de falar de amor!

Fale de amor, porque só ele constrói pontes
Fale de amor, amor de homem, amor de mulher
Fale de amor, porque ele alisa os horizontes.

Fale de flores, não fale das lágrimas de dor
Fale de todos os assuntos que você quiser
Mas não se esqueça de falar de amor!

Euclides Riquetti

Nos lábios seus

 






E, se eu roubasse um beijo seu
Assim, furtivamente
Deliciosamente
Será que eu me perderia
Definitivamente?

E, se você recusasse
Porque não me quisesse
E me dissesse
Que não me quereria
Será que eu ficaria
Bem triste, tristemente?

E, se nós dois concordássemos
Que a reciprocidade
O beijo dado e o recebido
Caloroso, ardente ou bandido
De feliz  felicidade
É tudo o que queremos?

Então, me deixe experimentar
Me deixe me embalar
Nos sonhos seus
Nos lábios seus!

Euclides Riquetti

Um poema romântico

 






Desejo compor pra você um poema romântico, sem igual
E nele colocar rosas de todas as cores
Algo fantástico, divino,  fenomenal
Depois, apenas ver o que acontece
Mandar-lhe, também, um buquê de flores
Pois você merece!

Um poema com palavras bonitas, com sabor de café quente
Perfumado com as mais finas essências
Um poema para calar na alma da gente
Que denote muito carinho e paixão
Eivado de amor,  a maior das evidências
Para ser guardado em seu coração!

Eu queria desenhar meu poema no seu corpo fogoso
Iniciando pelo seu ombro esquerdo e sensual
Escrevê-lo, também,  em seu dorso formoso
Como se os versos fossem guardados num altar
Uma mensagem lírica de teor universal
Onde somente eu, ninguém mais que eu, possa chegar!

Euclides Riquetti


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Ilegal, vergonhoso e cômico, se não fosse trágico!

 




       Ilegal e vergonhoso! 350 funcionários públicos municipais de Florianópolis receberam o Auxílio Emergencial do Governo Federal para minorar os efeitos da pandemia da Covid 19.  Em Chapecó, foram 524 dentre seus 7.810 servidores públicos municipais. Em Santa Catarina, foram 8.486, segundo levantamento do MPC/SC e da CGU-SC. 

      O Senador Chico Rodrigues, quando da busca em seu apartamento, escondeu R$ 15.000,00 dentro de “suas vestes íntimas”. Tinha R$ 33.000,00  em seu apartamento. É normal uma pessoa ter dinheiro equivalente aos seus rendimentos de um ou dois meses em sua posse, em casa. Mas não é nada compreensível que tenha que esconder o dinheiro da maneira como fez. Diz ele que o dinheiro era para pagar seus funcionários. Deveria, então, evitado o vexame por que passou. Mas o que vai ser difícil explicar é por que empresas que tinham “boas relações de amizade” com o Senador venceram certames licitatórios para fornecimento de produtos destinados ao combate à pandemia no estado que representa, Roraima. O Senador tirou licença do cargo e vai ser substituído pelo seu filho, que é seu suplente. Vai ficar tudo em família. Trágico e cômico!

      Na microrregião, enquanto a maioria dos municípios tenta, aceleradamente, transformar suas ruas em canteiros de obras, em alguns deles fazer o que não conseguiram em três anos, o município de Capinzal entregou 162 casas do loteamento Nova Capinzal a moradores daquela cidade, escolhidos por critérios sociais. E o pessoal daqui pergunta por que Joaçaba não tem um programa de apoio ao acesso a moradias com baixo custo para os munícipes, enquanto a maioria das outras cidades têm. Aliás, também quer saber por que houve uma significativa redução na oferta de empregos e por que se tem verificado o êxodo de empresas para cidades vizinhas no final da presente década. 

       Parabenizo do Departamento de Trânsito da Prefeitura de Joaçaba pelas ações positivas que beneficiam a cidade alta, como a rotatória Havan/Caitá, no Acesso Adolfo Ziguelli, e a efetivação de mão única no acesso aos bairros Joviva e Nossa Senhora de Lurdes. Agora, é preciso que os motoristas prestem bem atenção na sinalização da rotatória e tenham todo o cuidado ao ingressar nela para a busca de seu destino. Com relação à Rua da Gruta, a Rodrigues Maia, malfeitores quebraram o espelho convexo na conexão com a Rua  Coronel  Passos Maia. É impossível entender o que possa levar um pretenso ser humano a tal comportamento. Ainda, seguidamente,  motociclistas descem na contramão daquela rua, pela faixa lateral destinada aos pedestres. Dia desses, eu mesmo vi uma moto quase atropelar uma senhora que subia a pé com destino ao Joviva. 

       Os próprios comerciantes estão assustados com o aumento dos preços dos produtos que compram para revender. Além dos aumentos exagerados, até mesmo potes para embalar sorvetes de dois litros estão com as quantidades limitadas. Nos supermercados, muitos  itens estão de assustar. Continuam altos os preços do arroz, óleo de soja, carnes e queijos e frutas  dentre outros produtos. 

       Estive com a família passando um dia em Treze Tílias. Presença razoável de turistas na cidade, a maioria jovens e casais com crianças. Poucos idosos. A cidade está cada vez mais bonita, a população local sabe como ninguém como tratar os visitantes e os atrativos turísticos estão cada vez mais qualificados, tanto na sua estruturação como em termos de beleza e qualidade no atendimento. Parabéns!

       Em Joaçaba, a campanha no rádio e na TV está bem conduzida, os programas estão sendo bem produzidos. A população só fala de política quando é abordada e poucos carros estão adesivados com propagandas dos candidatos. Não há agressões entre os candidatos, apenas um tentando expor as fraquezas administrativas de outro, mas com polidez. Mas, certamente que, com a proximidade do dia de realização do pleito, as coisas começarão a inflamar-se. Não há a sinalização, por enquanto, de que o eleitor venha a praticar o voto útil. Em eleições, muitas vezes, na reta final há surpresas fantásticas. Então, campanhas bem conduzidas podem levar candidatos ao êxito, mesmo que na arrancada tenham campanha tímida. 

Euclides Riquetti – Escritor- Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

de 23-10-2020


Anda, na Chuva!

 



Anda, na chuva
Caminha, na curva
Anda, no dia desensolarado
Cinzento, nublado
Mas anda na chuva!

Deixa que a água fresca acantarada
Molhe tua alma esbranquiçada.
Deixa que teu  pensamento navegue,  solto
Sobre um mar confuso e revolto
Mas anda na chuva!

Anda, na chuva da tarde, da noite, da madrugada
Caminha na manhã, esperançada.
Abre tua alma (alva) jazida em incertezas
Pensa em mim, pensa com leveza.
Pensa em mim, na curva, na chuva.

Mas pensa em mim!

Euclides Riquetti

O toque de suas mãos...

 



O toque de suas mãos carinhosas
O beijo nos seus lábios vermelhos
O seu corpo refletido no espelho
O doce  sabor de nossos desejos
As minhas intenções pecaminosas.

O silêncio que vem depois
A quietude que toma lugar
O pensamento a duvidar
A água a se derramar
A inundar o caminho de nós dois.

O toque de minhas mãos em seus ombros morenos
A chama do amor que arde incessantemente
O meu olhar no seu olhar de veneno
A chama do amor que arde vorazmente
A rejeição da dor que mata lentamente...

Ah, lentas noites dos enamorados!
Do toque de nossas mãos, sensual
Do nosso envolvimento frágil mas  real
(Porque a vida não é banal...)
A vida é dos corações apaixonados!

Euclides Riquetti


E, se a rosa bordô...

 





E, se a rosa bordô
Não me sorrisse
E me tratasse com indiferença
Apenas para me maltratar?

E, se a rosa champanhe
Não me ouvisse
E se portasse com indecência
Apenas para me provocar?

Pois eu as mandaria pensar:
Vejam que isso pouco me importa
Pois tenho quem me conforta
Tenho a quem amar...

Tenho, sim...
Bem assim!

Euclides Riquetti

domingo, 25 de outubro de 2020

Quando o céu se transforma em poesia

 




Quando o céu, na manhã,  se transforma em poesia

Parece-me que até a terra lhe obedece

As plantinhas verdes crescem

O ar fresco me envolve e me embevece

Lembro-me de ti, e fica muito melhor o meu dia!


Quando as nuvens brancas flutuam levemente

E o vento acaricia rostos macios com seu lufar

Meus olhos te buscam em algum lugar

Desejam, ardentemente, te ver e  te encontrar

Na paz da tarde calma e silente!


E, quando a poesia já tiver engraçado meus versos

Corações pulsam seus pulsares harmoniosos

Olhos olham com seus brilhos, charmosos

Mas continuam meus pensamentos pecaminosos

Meus pensamentos mundanos que voam pelo universo!


Euclides Riquetti

25-10-2020







Quando os espinhos machucam

 




Quando os espinhos machucam
Nos ferem de dor extremada
Deixam a alma dilacerada
Deixam o corpo cansado...

Quando os espinhos machucam
Deixam a gente frustrada
Nossa vida conturbada
Nosso ânimo muito abalado...

Sim, eles nos machucam severamente
Com seu poder avassalador
Eles nos fazem sentir ódio e dor
Porque nos tratam dolorosamente.


Mas haverá o tempo para reagir
A defesa contra o maltrato e o insano
A energia que nos faz ressurgir
Pois isso é próprio do ser humano!

Euclides Riquetti

Registre, num caderno

 





Registre, num caderno, tudo o que você sente
Abra espaços para todos os seus sentimentos
Não deixe de concretizar o que vai em sua mente
Escreva ali seus versos, poemas e pensamentos.

Torne-o amigo íntimo, um atencioso confidente
Divida com ele suas angústias e suas ilusões
Compartilhe as alegrias com quem está presente
E está ali para guardar-lhe todas as suas emoções.

Quando os anos passarem e você abri-lo calmamente
Verá quão importante foi deixar ali suas confissões
Revivendo cada cenário com amor, saudosamente.

E espero que eu ali esteja como eterna personagem
Companheiro de belas jornadas, parceiro nas paixões
Dividindo nossos momentos com alegria e coragem!

Euclides Riquetti

No show da vida

 




No show da vida não tem replay
Mas certamente que tem stop and go
Existem as coisas pelas quais optei
Venho de um lugar e sei aonde vou.

A vida é um show, sou um dos artistas
Onde tento me animar e também entreter
Se acumulo reveses,  há as conquistas
As vitórias que vêm do desejo de vencer.

Eu, você, todos, fazemos as escolhas
Se escolhemos mal, isso pode ser fatal
Como nas plantas crescem flores e folhas
Lutar pelo que se quer é muito natural.

Lutar sempre, buscar o que se quer
Lutar com garra e com todo o afinco
Estar preparado para tudo o que vier
Colocar em meu poema tudo o que sinto!

Euclides Riquetti

Nas incertezas do tempo

 



Navegam as naves nas incertezas do tempo

Alinhadas nos trilhos dos raios solares

Calmas e tranquilas buscam no firmamento

Descobrir respostas aos seus indagares

Realidade ofuscada no atual momento...


Sabes tu que todos os nossos caminhos

Correm para as mais diversas direções 

Pra encontrar candura, afagos e carinhos

Tantas são as incertezas  e são as ilusões.

Recolho-me a pensar em meus lamentos

Francas são as doces palavras que me dizes

Tal como uma mãe que me traz alentos.

Quero pra ti dias auspiciosos e felizes

Não há lugar para dores ou sofrimentos

Nenhuma tristeza a marcar teu semblante

Apenas o sol a clarear nosso horizonte. 


Rendo minha homenagem sincera à vida

Esse dom tão precioso que Deus nos dá 

Que nasçam flores, nasçam almas floridas

E que brote o amor onde se possa amar!


Euclides Riquetti

25-10-2020