sábado, 11 de fevereiro de 2017

Quero me perder contigo


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Quero te beijar
Me deliciar
Quero te dar
Um beijo com gosto de chima...

Pode ser aquele roubado
Ou aquele duramente conquistado
Deliciosamente degustado
Com sabor de chima...

Um beijo depois de uma cuia de mate
Acompanhado de chocolate
Junto com o desejo que bate
No sorver de nosso chima...

Pode ser um beijo curtinho
Mas dado com todo o carinho
Levemente, de mansinho
Mas delicioso como o chima...

Quero mais do que um beijo de amigo
Quero um beijo caliente
Quero um corpo efervescente
Quero me perder contigo!

E dar-lhe um beijinho
Gostoso:
Com sabor de chima
E de Diamante Negro!

Euclides Riquetti

Quando o vento soprar de leve...



Quando o vento frio soprar de leve
Balançando as cortinas suavemente
E a doce melodia chegar de repente
Para acariciar-te num sopro breve...

Quando o vento da manhã chegar
E acariciar teu rosto com a doçura
Acalmando tua alma branca e pura
Vais, certamente de mim lembrar.

Quando ouvires o triste lamento
Que o vento carrega de mim pra ti
Talvez perceba um ressentimento
Que não há como eliminar de mim...

Então nosso tempo já terá ido embora
E saberemos o que a vida nos toma
Ela que nos dá a subtração e a soma
Ele que se vai e nos deixa por hora.

Bem assim...

Euclides Riquetti
11-02-2017












Décima Primeira Crônica do Antigamente

      

 Acima, o Colégio Mater Dolorum;  abaixo, a Igreja Matriz São Paulo Apóstolo - ambos de Capinzal - SC


          Ser antigo é uma arte. Digamos que seria a capacidade mais madura de entender o mundo ou, como dizia a professora-tia-pedagoga, "ler melhor o mundo".

         Na Educação tantas e tantas vezes encontramos modismos. Defendemos ideofilosofias, repetimos palavras que alguém  nos colocou na boca. Há as ondas, mas também há muito engajamento, muitas ideias novas, bandeiras novas, gente tornando-se cada vez mais competente ( e dominando competências), competindo, compelindo. Fiquei antigo na Educação, trabalhei mais de 30 anos em sala de aula, não parei nem quando exerci um mandato eletivo. E, nesses anos, muitas amizades, que nos deixam com muitas saudades...

          Mas o propósito de meus escritos me remete aos tempos de minha infância, lá do Mater Dolorum, do "Colégio Velho", de madeira, no alto do morro, em Capinzal. Depois veio o prédio suntuoso, em alvenaria. Por um capricho de um gestor político os prédios públicos da esfera estadual passaram a ser vermelhos e verdes, cores fortes, cuja tinta vai desbotar rapidamente, pois é isso que acontece com cores escuras expostas ao sol. A Educação deveria trabalhar com cores claras, que acalmam, que denotam suavidade, harmonia, entendimento, cumplicidade entre os entes. Acho as cores fortes agressivas, pois agridem os olhos do mais simples mortal, mas, sobretudo, agridem a alma deste humilde cronipoeta...

          E como são boas as lembranças de nosso "Colégio", da mesa de pingue-pongue, onde a Vênus Siviero fazia sucesso e até a Dona Shirley, educada e delicada, ia bem com a raquete, o Milvo jogava com os dedos serrados na circular do Fávero, e o Dilvo Tonini (que veio do Paraná), esbanjava charminho junto às garotas, e nós, outros, morríamos de inveja! Inticar com a Marlene Totti, brigar com os seminaristas, olhar a caçamba amarela das irmãs carregando terra,  comprar doces no botequinho, sujar os dedos de tinta com aquelas canetas porqueiras compradas na loja do Turco, ganhar bergamotas e, sobretudo, dar risadas. Sim, rir, muito, rir da vida, de nossos êxitos, de nossos infortúnios, mas rir sempre, naqueles tempos que nem se sabia que a tal depressão pudesse existir. Lembrar de meus bem verdes 8, 10, 12 anos,  me dá muita, muita saudade... Lembrar os jogos de "caçador" na quadra de terra, ou no subsolo do prédio novo, olhar os peixinhos na gruta, levar bilhetinhos para a família receber e devolver assinado quando fazíamos bagunça.

          Sim, família, naquele tempo, contava muito. As pessoas respeitavam, viviam de maneira simples, as famílias se visitavam, se ajudavam. Hoje, parece que isso está desaparecendo. E, enquanto isso, o tempo passa, como está passando o tempo da novela Vida da Gente, bem agora que a Marjorie Estiano foi escolhida, como Manu, tia da Julinha, para doar-lhe um pedaço de seu fígado, para salvá-la do risco de morte que se torna iminente, em razão de uma hepatíte aguda. É, se fosse naquele tempo, não haveria esperanças. E, ser antigo, nos possibilita ver o passado, e admirar quantas maravilhas a tecnologia pode nos oferecer. Perde-se de uma maneira, mas ganha-se de outra... Que bom!!!

Euclides Riquetti
28-02-2012

Deixe-se levar... pelo pensamento!

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Segure-se no céu azul, agarre-se no firmamento
Deixe-se levar pelo pensamento
Deixe seu corpo levar-se, transportar-se
Pelas ondas do ar, pelas asas do vento...

Jogue um pedaço dessa imensidão azul para colorir o mar
Jogue os raios do sol para azular a água
Jogue a morenice de sua pele para colorir a areia
Use o calor de minhas mãos para enxugar suas lágrimas...

Escute a música  que vem de meu coração
Sinta o sabor dos beijos que eu lhe dei um dia
Transforme meus versos numa bela canção
Seja os acordes de minha melodia.

E então, pouse como a gaivota sobre a areia quente
Mergulhe seus pés nas vagas turbulentas
E ouça  o poema que eu lhe disse num repente
Inspirado em almas brancas, mas  vorazes e sedentas.

Euclides Riquetti

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Cabelo molhado de chuva fresca


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Seu cabelo é molhado de chuva fresca
Na noite que começou bem calorenta
Se amanhã é sábado e hoje é sexta
Atração fatal, vem, me experimenta...

Cabelo molhado, escuro e cheiroso
Na noite deliciosa deste meio verão
Que amanhã seja o dia maravilhoso
Dia de vivermos desmedida paixão.

Cabelo molhado que eu cheiro tanto
O perfume do shampoo mais natural
 Maciez de seda, brilho sensacional.

Cabelo solto, do frescor e do encanto
Cabelo do charme, de cor de sedução
Me deixe tocá-lo com a minha mão!

 Euclides Riquetti
10-02-2017




Sinfonia na manhã de novembro


pássaro-cantando-pra-fêmea


A sinfonia do passaredo me acorda
Neste  primeiro sábado de novembro...
É o novembro das madrugadas quentes
É o novembro das almas  que se tocam
É o novembro dos pensamentos que atiçam as mentes...

Reviro as páginas antigas de meus bagunçados apontamentos
E me vêm à mente as  lembranças de momentos
De antigas primaveras, antigos verões
De antigos versos, antigas melodias e canções
Porque, simplesmente, é novembro!

É uma manhã pra  pensar em ti
É uma  manhã pra rezar por ti.
É uma manhã para olhar o céu e nada pedir
Apenas agradecer por estar aqui
Apenas me alegrar por existir!


Me voltam os embalos das noites e tardes dançantes
De corpos que bailam, que acalentam, que seduzem
Há  lábios rosados, azulados,  vermelhos que reluzem
Há  risos que me afagam e  mãos que me conduzem
Há um rosto num corpo, um corpo a me provocar...

Eu divago no despertar pela  soberana orquestra
Harmoniosa  na manhã de novembro, extensa aldeia em festa
Não haverá, jamais, outra sensação como esta:
Regida pela mão de Deus, habilidosa Maestra
Vem como a suave brisa,  vem me acariciar.

Euclides Riquetti

Feche os olhos

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Feche seus belos olhos e navegue
Viaje pelos mares da ilusão
Feche seus  olhos distantes  e imagine
Estar trilhando os caminhos da paixão.

Feche seus olhos e pense, pense
Busque voltar para seus tempos de criança
Traga  tudo  do passado até o presente
E veja se eu estou em suas lembranças.

Se você notou-me um dia,  estarei entre os demais
Resgatado de um passado bem  remoto
Então,  valeu-me esperar, eu e meus ais
Ou não me passei de um pobre  moço, assim  ignoto?

E agora, poeta e sempre sonhador
Resta-me eternizar você em meus  pobres  versos
Viver as ilusões, propagar cantos de amor
Espalhar os meus poemas pro universo.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Sobre as areias brancas


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Puseste teus pés a deslizar sobre as areias brancas
Das dunas desprotegidas que bordam o mar
Puseste teu frágil coração a pulsar
Buscando no horizonte, quem sabe, um olhar
Em meio a santas lembranças, tantas!

Andaste minutos, horas, um dia inteiro
Pelo trajeto desconhecido que teu coração escolheu
Andaste sobre  pedras que vieram para o caminho teu
Procurando reviver o passado que se escondeu
Mas  não consegues  reencontrar  teu amor verdadeiro.

Para onde podem te levar teus  pés bonitos e elegantes?
Para onde podem te guiar os teus sentimentos mais sagrados?
Para onde querem olhar os teus olhos brilhantes?
Ah, para os braços de alguém que te tenha um dia amado...
Para que dois corações voltem a pulsar juntos, como antes...

Euclides Riquetti

Trump está pondo o mundo de pernas para o ar?




Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC:


Trump está pondo o mundo de pernas para o ar?
       O mundo anda horrorizado com as medidas tomadas pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Tramp. Seus trampos não são diferentes do que pregou na campanha, mas até boa parte de seus eleitores não estão acreditando no que estão vendo. Imagine, então, o que vai pela cabeça dos que votaram contra ele! Sempre tido como milionário excêntrico, com as pessoas achando graça nas suas maluquices, tornou-se admirado e bajulado por todos aqueles que viram nele exemplo de prosperidade. E, agora, diante da postura política dele, o que pensam?
       Muitos críticos dizem que ele não termina o mandato. Eu já penso diferente, imagino que ele vai ter que mudar. Vai valer pra ele aquilo que se diz por aqui: “Se não aprende pelo amor, aprende pela dor!” E ele vai ter muitas dores para lhe doerem, podem crer, leitores! Todas as medidas unilaterais que governantes tomam, sem analisar as suas consequências, resultam em efeitos contra eles mesmos. No caso do magnata, seus conselheiros nem ousam emitir opinião, pois sabem que isso nunca seria acatado. Confia em seu tino (questionável...) de ganhar dinheiro e acha que a administração pública é como a privada.  Já disse aqui: administrar a coisa pública, enquanto método, não é diferente. Diferentes, são as regras do jogo. E ele está se portando como um doido ditador, nada mais,
       Certamente que sua xenofobia seletiva, que o leva a proibir as pessoas de alguns países a adentrarem as fronteiras dos Estados Unidos da América, com o argumento de que pessoas de países de maioria muçulmana são todos perigosos, supostamente terroristas, será contradita pela Justiça Americana e até mesmo pelo seu Congresso Nacional. O que Trump está fazendo, resultará no isolamento dos Estados Unidos em relação a muitos povos do mundo. Ele imagina que o poderoso Estados Unidos não depende de ninguém. Ora, se outros países fecharem as fronteiras para eles, o que se sucederá?
       O nacionalismo de Donald Trump é totalmente demagógico, tanto quanto o populismo dos presidentes dos países de esquerda da América Latina. E esse tipo de coisa já nos mostrou que resultado pode dar. Ninguém pode viver isoladamente, toda a ofensa desencadeia a raiva, que pode se multiplicar e voltar contra o opressor, em efeito bumerangue multiplicado. Esperar para ver...
       Por aqui, a notícia de que a Prefeitura está contratando  a pista do Clube Comercial, para uso popular. Nada mais justo do que isso. Somos usuários da mesma, dezenas de pessoas a utilizam diariamente para corridas e caminhadas, centenas nos finais de semana. Houve injeção de dinheiro público lá em na década de 1980, o lugar é ótimo, é um equipamento propagador e gerador de saúde. Os joaçabenses precisam de locais assim para praticarem exercícios. Lugar arejado, sem montes de concreto, próximo à natureza, com boa altitude, tudo muito favorável. Imagino um estádio municipal naquele local, com aquisição de áreas para estacionamento, etc. Mas, sobre isso me referirei em outra oportunidade.
       Enquanto isso, continuamos atentos ao que se passa...
Euclides Riquetti – Professor Aposentado
Técnico em Contabilidade

Olhe bem pra lua...


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Olhe bem pra lua que vem do Leste
E que fica olhando pra nós dois
Você, ali na sua janela
E eu aqui, sozinho, inerte
Olhando pra essa beleza inconteste...


Olhe pra cima e veja se pode me ver
Anjo alado sobrevoando seu telhado
Esperando pelo beijo demorado
Que espero que venha de você!

Olhe bem para o luar discreto prateado
Olhe agora, não deixe pra depois
Prata argêntea e singela
E eu aqui em frente
Querendo ser seu namorado...


Olhe direitinho  para todo o lado
E quem sabe você possa me avistar
Se, por acaso, enxergar um anjo alado
Quem sabe seja eu que venho lhe  buscar!

Olhe bem, olhe pra lua
Não, não deixe de olhar
E, se me ver na lua sua
Nada de me ignorar...

Euclides Riquetti
09-02-2017




Os Mistérios do Hotel Paraná (Em União da Vitória)

Reedição:

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A área onde se localizava o Hotel Paraná, na Praça Coronel Amazonas, dá lugar a edificações de grande porte.


          As amizades que a gente faz têm um incomensurável valor. Às vezes fomos próximos de pessoas que nunca nos notaram e nem nós as notamos, não por orgulho, mas por que, ironicamente, podemos ter trilhado o caminho paralelo, mas não o mesmo. Podemos ter vivido no mesmo bairro, na mesma cidade, mas interesses distintos nos conduziram por distintos caminhos. Hoje, com a disponibilização das redes sociais, consegue-se  fazer novas amizades e redescobrir algumas que se guardaram, adormecidas, por longos anos.  Tenho buscado percorrer os caminhos por onde andei na minha juventude e, felizmente, tenho reencontrado muitas pessoas que também andaram por eles.  E, no mesmo trajeto, acabei formando outros novos amigos. A amizade é algo sensacional. Quando madura, bem construída, torna-se sólida e nos traz muita satisfação e alegria.

          Numa dessas incursões pelo facebook, conheci uma pessoa que me me suscitou ternas lembranças, devo ter passado milhares de vezes pelos caminhos em que ela passou. Agora, quatro décadas depois, descubro respostas para perguntas que nunca obtive.

          Já mencionei, nas crônicas anteriores, meu modo de vida de meus tempos de faculdade, quando eu morei em Porto União da Vitória. São duas cidades, separadas parte pelos trilhos da estrada de ferro, parte pelo Rio Iguaçu. Duas cidades e dois estados: Porto União, em Santa Catarina, a cidade onde se situava o 5º Batalhão de Engenharia de Combate. União da Vitória, no Paraná, onde se situava o Estádio Enéas Muniz de Queiroz, onde vibrei em muitas tardes de domingo, quando ia lá torcer pela A.A. Iguaçu, e na qual jogava meu conterrâneo e amigo Roque Manfredini, um dos melhores goleiros que Capinzal já produziu.

          Morei  quatro de meus cinco anos ali,  bem no centro de União da Vitória, na Rua Professora Amazília e, por último, na Avenida Manoel Ribas. Andava muito, a pé, na cidade plana, vivi ali o melhores anos de minha juventude.

          Dentre as lembranças que atraem meu pensamento, está o trajeto que fazia do "Esquadrão da Vida", a nossa república de estudantes, até a FAFI, onde eu estudava. Apenas quatro minutos a pé. Uma dobra de esquina, duas ruas,  e a Praça Coronel Amazonas, onde três prédios nos chamavam a atenção: a Catedral, a Fafi e o Hotel Paraná. A Catedral, uma edificação que dispensa comentários, uma obra de suntuosa arquitetura. A Fafi, uma edificação funcional e sem atrativos arquitetônicos. Mas tinha seu valor pela sua história e pelo nível de formação de seus acadêmicos. Na não menos histórica Praça Coronel Amazonas, a qual eu atravessava para chegar à aula. Ali, um lugar muito seguro à época, era o lugar em que as mães levavam as crianças para brincar num parquinho. Árvores centenárias marcavam aquela paisagem, eram o seu maior atrativo. E, dirigindo meu olhar de lá para a direita, o casarão do misterioso Hotel Paraná. Dezenas, quiçá centenas de  histórias rondavam aquele sobradão imponente, belo, aristocrático, mas ao mesmo tempo assustador...

          O Hotel Paraná, já na década de 1940, abrigava a elite de viajores que passavam pelo Passo do Iguaçu. A cidade era ponto final de linhas de ônibus que vinham de Curitiba, Canoinhas, Mafra, Joaçaba, Palmas, Pato Branco, Concórdia, Chapecó. E dos trens que vinham de Curitiba/Ponta Grossa, São Francisco do Sul e Marcelino Ramos. Então, para seguir viagem no dia seguinte, pernoitavam em Porto União da Vitória. Cerca de uma dezena de hotéis na cidade, mas o mais categorizado, com o melhor serviço e as melhores acomodações, mais luxo em seu interior era, certamente, o Hotel Paraná.

          Depois de reinar absoluto por muitas décadas, com o falecimento do proprietário que sucedeu os fundadores,  o hotel foi arrendado, quando sucederam-se, em seu interior, fatos que marcaram muito a história da cidade,  e que ensejaram todas as especulações em torno do mesmo. Eu perguntava, em 1972, aos colegas,   por que um prédio tão bonito e bem arquitetado, numa paisagem urbana bastante singular, estava ali abandonado, fechado. E me diziam que era um lugar mal-assombrado, que ocorreram  dois assassinatos ali e que, depois disso, nunca mais fora o mesmo. E me explicavam as coisas que eu nunca entendi direito. Mas olhar para tudo aquilo, principalmente à saída da Faculdade, não me causava medo, mas sim admiração, sentimento de perda... Não entendia o porquê de o Poder Público, a Prefeitura, o Estado, não adquirirem aquele exuberante imóvel para ali instalar o Museu da Cidade, uma Casa da Cultura. E nunca obtive respostas.

          Nos cinco anos que  morei na cidade ele permaneceu ali, aumentando seu mistério e suas histórias. (O tempo faz com que se perca a verdade e os fatos se deturpem...) Mas, nos últimos dias, através de uma das herdeiras do imóvel, fiquei conhecendo um pouco da sua história. O avô desta o adquiriu  nos áureos tempos de União da Vitória, na época em que as serrarias eram abundantes e o beneficiamento das madeiras movimentava, fortemente, a economia da região. O Hotel Paraná era o principal destino de empresários e autoridades que chegavam à cidade. Fora construído, não se tem data precisa disso, possivelmente por autoridades de Governo, justamente para abrigar as muitas autoridades que se dirigiam para a região, a qual era integrante do território contestado. Quando o avô faleceu, a família alugou-o para terceiros, tendo acontecido o assassinato de suas pessoas em seu interior. Então, a  mãe da herdeira, com um filho e duas filhas, todos menores, tentou  levar o empreendimento adiante mas, com o falecimento muito prematuro desta, os filhos fecharam o estabelecimento e foram embora.  Havia o sonho de se transformar o prédio numa casa de cultura, mas isso não aconteceu. E, adiante, houve a um incêndio que comprometeu a estrutura de alvenaria, resultando na ocupação do terreno para construção de prédios de apartamentos.  Ao revisitar a cidade, deparei-me, posteriormente, com aqueles prédios que ali estão agora...

          Parte da história daquele sobradão que me encantou na juventude, pude ter resgatada pelas informações de uma amiga recente  que, na época, entre dezessete e dezoito anos,  tendo sido criada no interior daquele hotel, ali viveu os grandes momentos de sua infância e adolescência.   Aqueles tempos em que se faz a amizade na escola, na rua,  nas festinhas de aniversário. Fiquei imaginando como deve ter sido a vida daquele rapaz e de suas duas irmãs, todos menores, que pisaram, pouco antes de mim,  as mesmas calçadas que eu também pisei.  E que brincaram naquela praça, sentiram o frio nevoento do inverno e o sol causticante do verão. E que tinham seus sonhos, sua família, mas acabaram sós. E que foram construir seus sonhos em outra cidade, deixando ali todas as belas lembranças de sua infância... Mas a vida é assim mesmo. De repente, fatos que acontecem mudam tudo na vida das pessoas...

          Obrigado, Consuelo, por me ajudar a conhecer, um pouco, a história dos mistérios do formoso Hotel Paraná, uma imagem que tenho gravada em minha memória saudosista!

Euclides Riquetti
23-06-2013

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Por que os pássaros cantam?


Por que os pássaros cantam
Já de madrugada?
Por que me acordam bem cedinho
Como que a chamar por carinho
Na manhã da noite amena e estrelada?

Por que o dia demora a chegar
Demora para clarear
Quando há uma angústia na gente
Talvez uma saudade a apertar
Que nos impede de ficar contentes?

Talvez eu não tenha entendido
Não tenha compreendido
Por que motivo eles cantam
Assim, de manhã, escondidos
Atrás das folhas que balançam...

Só o  tempo cura as feridas
Cura as mágoas  sentidas
As tristezas manda embora
Apaga as dores mais doridas
Enquanto minha alma chora...

Por você!

Euclides Riquetti

Eu te amo!


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Amo-te, sim, com toda a força do universo
Ainda que não acredites no que eu digo
Traço para ti meus poemas e  meus versos
Sigo o sol a pino para me encontrar contigo.
Cada palavra que escrevo traz uma verdade:
Amar-te muito faz parte de minha realidade!

Acredito, firmemente,  na força do amor
Mais do que tudo nesta vida dele eu preciso
Procuro-te na tristeza, na alegria e na dor
Emociono-me ao sentir  o teu belo sorriso.
Livre como voa uma garça ou uma gaivota
Agora e sempre te buscarei com carinho
Andar ao teu encontro muito me conforta
Nas ruas estreitas que são nosso caminho
Onde estiveres, estarei a bater em tua porta.

Presente que Deus colocou em minha vida
Sinal iluminado que me guia e me conduz...
Aqui onde reina o sonho e a paz é sentida
Tudo o que vem de ti, vem envolvido de luz
Teus olhos, tua boca, teu corpo e o coração
Até mesmo o perfume que em ti se revolve
Atrai-me a teus braços com ardor e paixão
Rica paixão contagiante que me envolve...

Euclides Riquetti
08-02-2017

Décima Crônica do Antigamente (recordar é viver...)

Homenagem aos cantores Vando, Carlos Imperial, Paulo Sérgio, Evaldo Braga...

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         Há aquele chavão muito batido e repetido:"Recordar é viver". Recordar, para mim, não é viver, é reviver. E, quando recordo, revivo momentos de minha vida. Meu subconsciente esforça-se por deletar os ruins, dando  "stop-and-go" e chegando  a momentos que me trazem a sublime felicidade. Ah, mas não é tão mecânico, tão fácil assim...

          E, quem é antigo, como eu, tem muito mais a re-cordar, a re-viver. Bem hoje que o Vando, o colecionador de calcinhas e corações foi pro "outro andar", pegou o elevador pro céu. É, quem dilacerou tantos corações, fez afagos generosos a tantas almas, embalou tantos sonhos, encarnou tantas vezes o cupido, deixou-nos. Moça...

          Que bom quando podemos dizer algo de bom sobre alguém que muito nos deu "de bom". O Vando foi a alegria de muitos  jovens, como foi o Paulo Sérgio, de "Última Canção", o Evaldo Braga, de "Sorria", o Carlos Imperial com "A Praça", e tantos, tantos outros, que nos encantaram no som do três-em-um ou no toca-fitas do Fusca, do Chevette, ou da Brasília. Deus o receba romanticamente em sua Eterna Glória...

          E, lembrando-me dos antigos tempos românticos, lembro das noites dançantes do Primeiro de Maio, da Cabana, do Ateneu e do Floresta, na OUROCAP, e do "25", em Porto União da Vitória. E havia o romantismo singelo, puro, das pesoas que viviam os sonhos mais simples, como jogar ou ver voleibol no Floresta, no campinho do Botafoguinho, ali na XV, ou do Expresso, lá pras bandas do Santa Terezinha, estes em Capinzal, ou jogar futsal na quadra do Padre Anchieta. Bons aqueles tempos que minha mente atiçam, minha alma provocam. Bons, porque tínhamos uma poderosa juventude, uma força descomunal em cada um de nós, uma vida preciosa em cada ser e, em nossa imaturidade, não sabíamos quanto isso nos era importante...

          É, naqueles tempos não tínhamos a novela das seis,  a "Vida da Gente", a Marjorie Estiano,  mas tínhamos os filmes do Cine Farroupilha, do Cine Glória, onde íamos ver a Gina Lolobrígida, a Catherine Deneuve, a Brigitte Bardott, a Claúdia Cardinalle, a Marylin Monroe. E elas iam ver o Giuliano Gemma, o Dean Martin, o Marlon Brando, o Elvis Presley, o Kirk Douglas... E ouvir trilhas sonoras de Romeo anda Juliet e Love Story! Agora, amigo, amiga, tu podes curtir um Michel Telló, um MC-não-sei-o-quê, um funk arretado, ver um filme de mutações, ou qualquer outra banalidade que queira.

          Ter sido antigo me permite falar de pessoas assim. Até da Demi Moore, ex Senhora Bruce Willis, a belíssima de "Proposal", que está internada para desintoxicar-se de álcool e outras drogas, como já esteve a mais antiga do que eu, vera Fisher.

          Deus dá beleza e talento para muitas pessoas. Algumas desperdiçam isso, perdem a noção de quanto a vida é imortante, esquecem-se de re-cordar, de re-viver! E, eu, cá, desperdiçando minhas habilidades em escrever sobre o Telló.

Euclides Riquetti
09-02-2012 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Apenas um raio de luz

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Eu queria ser apenas um raio de luz
Ou a ponta de uma estrela prateada
Ou então a nuvem branca que seduz
Em meio à manhã serena e azulada.

Eu queria ser um suave brilho solar
Ou um ventinho fresco e audacioso
Ou então um grão da areia do mar
Que acaricia o seu corpo formoso.

Eu queria escrever - lhe as canções
Para que lhes pusesse as melodias
E dividíssemos as nossas emoções.

E, mais do que o querer, eu quero
Quero me perder em mil fantasias
E isso é tudo o que eu mais espero!

Euclides Riquetti

A Exorbitância dos Valores dos Pedágios


Estou reeditando matéria de 2013. Imagino que os valores, hoje, estejam bem mais altos nos pedágios, encarecendo os custos de logística.


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          Uma forma  "legal" de se retirar muito dinheiro do cidadão brasileiro é a cobrança de pedágios. Vergonhosamente, o transportador brasileiro tem o custo de seu trabalho altamente onerado pela cobrança de pedágios. Isso faz com que os custos dos fretes fiquem altos e os produtos cheguem a preço muito alto para o comnsumidor. O produtor é mal remunerado, o consumidor paga alto valor pelos bens que consome, e é difícil divisar-se o que compõe o custo final dos produtos mas, sabemos, o podágio é um componente perverso.

          No início do milênio fiz uma viagem pela serra gaúcha, saí pelas bandas de Lages, visitei Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Gramado, Bento Gonçalves, voltando por Passo Fundo. Na época, acostumado a não gastar com pedágios em Santa Catarina, senti um grande desconforto. Diziam que estradas pedagiadas eram ótimas, tudo muito perfeito. Minha constatação: nem tanto assim. Como dizem por aí: menos!!!...

         Com o tempo, passei a pagar pedágio no Estado do Paraná, nas idas a Curitiba, valores razoáveis para quem os utiliza  apenas uma ou duas vezes por ano, mas salgados para quem os utiliza diariamente, até por várias vezes. Com a instalação das praças de pedágio na Rodovia BR 101, em Santa Catarina, algumas vezes que me dirigi às praias da região de Palhoça, paguei R$ 1,50 em cada passagem,  e achei o preço justo. Justo para mim, não para os moradores dali que precisavam pagar várias vezes ao dia para utilizar aquela praça. Se se deslocassem  de ônibus, gastavam muito e demovam para chegar ao destino. De carro, o custo dos pedágios. Agora, depois de forte pressão dos prefeitos da região e de alguns parlamentares junto ao DNIT, a praça de cobrança foi fechada no dia 22 último, devendo ficar fechada por um ano, ou até o momento que uma nova unidade possa ser inaugurada, no Km 245 da BR 101, mais ao Sul, quando então passará a ter o custo de R$ 1,70. A Prefeitura de Palhoça vinha tirando R$ 30.000,00 por mês para evitar que seus moradores tivessem que pagar pedágio a toda hora, quando se deslocavam de um para outro lugar, mesmo dentro do próprio território municipal. Anteriormente os moradores é que vinham pagando.

          Porém, susto grande levei ao utilizar a BR 277,  entre Ponta Grossa e Curitiba, há um ano. Desumano. Gastei  em pedágio o mesmo que gastei em combustível, dirigindo um carro 1.6, no padrão "idoso na estrada", sem por o pé no fundo do acelerador, dirigindo com critérios de segurança e economia. Há lugares no Paraná que o valor para um automóvel chega a R$ 13,90, dizem. Custa-me acrditar...

         E, conversando com motoristas de caminhão, fico abismado com o que me contam sobre as exorbitâncias dos valores que precisam pagar. Tenho amigos que viajam para o Nordeste, cortando vários estados e me dizem que têm que levar uma dinheirama só para os pedágios, e que as estradas não têm o padrão compatível com o que pagam. Não sabem o que fazer.

          Não há justificativa para cobranças de valores tão absurdos como os que são cobrados. Falo pelo que conheço, então já escrevi algumas vezes em comentários de sites de notícias sobre isso. Quando os caminhoneiros protestam, acabam enrolados. Dizem que os valores altos são decorrentes de contratos antigos, celebrados há mais de 20 anos.

          Então, agora, brasileiros: É HORA DE PROPOR A REVISÃO DESSES VERGONHOSOS CONTRATOS DE PEDÁGIO. O governador de São Paulo disse que não vai autorizar o aumento dos valores em 1º de julho. Não está fazendo mais do que a obrigação. Quando as concessões aconteceram, não havia a previsão de que tantos veículos fossem colocados em circulação no país. Isso significa que estão faturando, no mínimo, o dobro do que previam. Estão levando uma grana "federal"!

          Esta é  mais uma realidade para a qual precisamos acordar. Além de não reajustar, fazer com que haja a redução dos valores a serem pagos. Ver quanto cada concessionária está faturando e adequar os valores cobrados a uma planilha real, não fabricada. Até porque o pedágio é uma forma de dupla tributação, uma vez que o veículos já pagam o IPVA.  Incluamos isso no rol das reivindicações quando dos protestos. Agora é a hora de passarmos tudo isso a limpo.

Euclides Riquetti
24-06-2013

Beijo com gosto de pudim


Eu quero um beijo muito doce
Sabor melhor que de alecrim
Queria um daqueles que fosse
Só beijo com gosto de pudim...

Um beijo terno, beijo demorado
Um beijo de desejo e perdição
Beijo com carinho, com pecado
Um beijo com amor no coração.

Beijo de pudim, com caramelo
Para ver estrelas em pleno dia
Momento de amor muito singelo.

Quero ter você apenas para mim
Vivermos a paixão com alegria
Você e seu beijo gosto de pudim.

Euclides Riquetti

Guardo em mim o direito de sonhar



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Nossa Senhora dos Pedágios (oração do caminhoneiros)



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Nossa Senhora dos Pedágios
Protege os caminhoneiros
Livra-os dos concessionários
Que lhes tomam seus dinheiros!

Nossa Senhora das Estradas
Protege os heróis da boleia
Trabalham e não sobram nada
Pórco cán, porca miséria!

Nossa Senhora dos Borracheiros
Que consertam os pneus furados
Tenha dó desses  brasileiros
Que vivem tão  explorados!

Nossa Senhora dos Bons Motores
Faze sempre o melhor possível
Deixa limpos os bicos injetores
E segura o preço do óleo diesel!

Nossa Senhora do Bom Frete
Pede ao Governo pra que tape os buracos
Pois é a ele que compete
Conservar bem todo o asfalto!

E sempre que na banda da estrada
Tiver uma pequena gandaia
Fecha os olhos, não é nada
É apenas  uma boa parada...

Porque a vida não é só trabaio, tchó!

Euclides Riquetti

Entenda-me...




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Entenda-me... compreenda-me...
Procure me entender porque eu sou assim
Procure minha história de amor sem fim
E você vai finalmente me entender!

Pesquise então... busque mais informação...
Procure ler, procure ouvir e saber mais
E vai perceber eu sou do bem, que sou da paz...
Que a realidade determina o rumo de meu chão...

Verifique bem... constate muito bem...
Procure formas de viver a vida como eu faço
Não me entrego nem nas horas de cansaço
Busque viver bem...busque ser feliz também...

Mas me inclua no seu  contexto de cumplicidade...
Não me deixe fora de seus ternos planos
Deixe-me lembrar dos belos planos que traçamos
De dividir os sonhos, a alegria, a felicidade!

Euclides Riquetti
06-02-2017

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O Amílcar e as grandes invenções


caixa térmica de isopor 60 litros cerveja refrigerante agua




         Reencontrei-me com o amigo Amílcar, em Cansvieiras. Ele mora em Palmas e tem um filha em General Carneiro. A netinha está para completar sete anos. Fazia uns três  anos que não o via. Há quatro, nos encontramos lá na praia. Eu estava com a Dona Patroa e ele com a Nena. Bem humorado, fomos comemorar nosso reencontro no Espetinho de Ouro. O Everton, lá do Espetinho, me chama de Chapecó. E sempre me anima quando o meu Vasco cai para a Série B do Campeonato Brasileiro. Agora, eu o consolo porque é a vez de seu Inter ir passar na B. Um pequeno estágio...

          O Amílcar ganhou um bom dinheiro ajudando o genro com os negócios de erva-mate. Contou-me que esteve em Bituruna comprando uns vinhos. Disse-me que conhece alguns amigos meus de lá e que o pessoal vem pro Carnaval de Joaçaba. Vem o prefeito Claudinei, o vice Rodrigo, o vereador Nhoatto, o Jairo Ravanello, da Bitur e a Rosane, mais um casal. E um ônibus cheio de gente pra desfilar pela Aliança, resultado de nossas visitas com amigos daqui e da ação especial de minha amiga Lola Possamai Heberle junto à Primeira Dama de lá.

          Agora, como de costume, ele nem dá muita chance pra Nena falar:

          "Riquetto, sabe das maió invencioión que za fizero?"
       
            "O que fizeram agora, Amílcar?" - pergunto.

           E ele fala: "Bem pió do que os bregueçço lá do Porto. Zá viu invención mais feia que Clio Sedan? - Se tivé coisa mais feia me percure..."

          Depois foi emendando: "A maió incención pra farofero: a cassa (caixa) de isopor... os cara péga e compra cerveza de promociíon, bota no isopor e vai encê  (encher) a cara na praia...." E a maió invención pro Gaússo (Gaúcho) foi o ispeto, proque se num tivesse o ispeto ele ia tê que zogá (jogar)  tuda aquela carne fora... só sabe cuzinhá no ispeto"! I a maió invención pro zenro foi a sogra, proque se não aguenta mais  a muié, devorve pra ela!

          Quase me matei de rir. Tentei devolver algumas coisas a ele: Olha, a maior invenção para a autoridade pública foi a multa. Mas também tem a tal de licitação...Pra quem não gosta de tomar banho, o desodorante, para os argentinos inventaram a praia de Canasvieiras.

         E ele emendou: "I pros americano o Donaldo Trampe..."

         Imagine, leitor, quanto rimos com o Amílcar. Então ele finalizou: Vanceis virum, quando feio carregando angúria (melancia)  na barriga? - Parece que por aqui  tem muito homem grávido!

Euclides Riquetti
06-02-2017


 


Poderosa, faceirona, cheia de poder


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Eu apenas pretendo ver você
Poderosa, faceirona, cheia de poder
Empoderada, cheia de dinheiro
É bem assim que eu quero ver você...

Eu apenas quero ver você
Voando alto, como ave de rapina
Como uma águia poderosa, lá em cima
Toda cheia de razão e de poder...

Eu desejo firmemente ver você
Sonhando alto ali deitada na areia
Cantando alto aquele canto de sereia
Me provocando para ir amar você...

Eu me contento apenas por poder dizer:
É  muito bom ficar olhando pra você
Sem dizer nada, só pensando em querer
Poder dizer que gosto, gosto de você

Mas, se nada tiver, nada, nada de poder
Apenas seu charme, seu olhar convidativo
Isso me basta, já é um grande atrativo
Vale bem mais ter dinheiro e ter poder!


Euclides Riquetti
06-02-2017

A macarronada comunitária do Fredo (em Canasvieiras)











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Pousada da ACP - local onde nos hospedamos e, neste pátio, aconteceu a Macarronada Comunitária


         Estivemos em Canavieiras na semana que passou. Compromissos familiares e de lazer. Mais uma vez na Pousada Professora Jéci, da ACP - Associação do Professores Catarinenses, da qual sou sócio há 3 décadas. É um a edificação nova, com mais de 50 apartamentos, localizada numa quadra central da praia de Canasvieiras, em Florianópolis, menos de 100 metros da extensa faixa de areia macia.

          Canasvieiras é a praia dos argentinos no Brasil. Discordo de quem os achar arrogantes ou pouco educados. Muito ilhéus têm certo  preconceito para com eles. Acho que isso foi gerado por inveja, pois fizeram do lugar a sua predileção há quase cinco décadas e houve um tempo de bonança cambial que os favorecia. Isso fazia com que  gastassem muito dinheiro, pouco se importavam com os preços dos produtos, e causava inveja a muitos. Mas a alegria de hoteleiros, restauranteiros e camelôs de toda a sorte.

         Agora a situação é bem outra. Dos milhares de turistas que ocupam a faixa de areia de cerca de 5 Km, seguramente que 80% deles são argentinos. Os demais são, pela ordem, brasileiros, uruguaios, norte-americanos e europeus. Centenas de imigrante haitianos, senegaleses e de outras origens vendem eletrônicos e tênis trazidos da China. Não os incomodam, mas imagino que seja tudo comércio ilegal. Também acredito que as autoridades fecham o olhos para isso... Mulheres de origem afro, uma dúzia delas, no mínimo, ocupam um espaço na rua principal, sob uma marquise, e arrumam o cabelos das jovens turistas. Fazem aquelas trancinhas maravilhosas em seus cabelos. Uma trança perfeita custa R$ 100,00. As interessadas, ao anoitecer, fazem filas esperando serem atendidas. Artesãos estrangeiros também confeccionam seus artesanatos ali e vendem. Considero isso muito salutar, admiro a arte de todos aqueles que usam suas mãos com habilidade para produzir coisas bonitas. E, nisso, incluo o trato dos cabelos.

          Mas, no último sábado, nas dependências da Pousada, um programa bem diferente: uma Macarronada Comunitária! A Macarronada Comunitária do Fredo... Na quinta e na sexta pô uns recados sobre as mesas do refeitório e, no sábado, estávamos lá, mais de 40 pessoas, comendo o macarrão do Fredolino (que diz que as mulheres  o chamam de FredoLINDO. Recolheu R$ 10,00 de cada participante e no ofereceu macarrão ao alho e óleo, na manteiga e normal, com molho deliciosos de calabresa. Saladas, pão e refrigerantes, comprados com as sobras financeiras. Posso assegurar que a macarronada dele não perde, em qualidade e saber, para aquelas em que cada pessoa gasta R$ 50,00 por um prato nem tão saboroso, nos restaurantes praianos.

          A "macarronada" foi nosso melhor momento de confraternização lá. As pessoas eu fomos conhecendo e com  quem formamos amizade, todas muito simpáticas e bem humorada, oque faz muito bem ara a gente.

Obrigado, Fredo, por nos brindar com uma programação bacana, num sábado bem ensolarado e de céu muito azul. Que azul seja a vida de todos nós e que possamos nos reencontrar ali na ACP em outras ocasiões.

Euclides Riquetti
06-02-2017

   

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Apenas uma contrapartida


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Quero me perder totalmente em você
E que seja uma perdição bem perdida
Quero ainda me reencontrar em você
Caminharmos naquela estrada florida.

Quero me jogar cego em seus braços
Morder  seus lábios ardentes, fogosos
Poder apertá-la com meu forte abraço
Eu, você e meu sonhos pecaminosos.

Quero sim, me perder, tanto assim
Navegarmos  na doce magia do vento
Quero ter você , ter somente pra mim
Satisfazer o nosso desejo sedento.

Quero você, quero amar, quero ter
Quero ter todo o carinho possível
Quero você, dia e noite,  querer
Para vivermos o amor mais incrível.

Então, apenas me cante uma canção
Não importa qual delas, não importa
Quero romance, fogo, desejo, paixão
Aquela chama que anima e conforta.

E eu quero apenas uma contrapartida:
Pegue meus versos, e nossas poesias
Pegue-os e guarde em toda a sua vida
Para lembrar de mim em todos o dias.

Mas nada valerá se você não os quiser
Pouco me adiantará se você não os ler
Quero você como minha musa mulher
Pra me fazer sonhar, ser feliz e viver.

Euclides Riquetti
06-02-2017

"Reencontro com o Virso"


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Balneário Thermas de Ouro - Ouro - SC

          Em minha caminhada matinal, após andar um bocado na Pista do Comercial, aqui em Joaçaba, tomei o rumo de uma rua paralela ä Rodovia  BR 282 para dar uma olhada na evolução da urbanização do entorno da Nova Rodoviária, aquela que está há seis anos em construção e dizem que vai ficar pronta em agosto. Mas também ia ser inaugurada em agosto de 2008 e não foi...
     
         Mas uma agradável surpresa me aconteceu quando estava em meio ao caminho: reencontrei um moço de estatura mediana, bem moreno, muito gente boa, daquelas pessoas que você pode contar com ela em todos os momentos da vida, o Vilson. Um moço sessentão. Acho que o sobrenome dele é da Rosa, meu coleguinha de infância e adolescência vivida nas barrancas do Rio do Peixe e nas ruas de Capinzal. Reconhecemo-nos à distância e foi uma alegria de minha parte reencontrá-lo. Senti o mesmo da parte dele. Gritou-me: "'Óia quem vejo aí, o Riquetão, o Pisca!..."     "Virso! Que bom te vê, amigão! Vamo jogá as ganha, Virso? Te impresto duas bulica!", respondi.

           Meu amigo Engenheiro Roberto de Carli, de longa data, ficou rindo de nosso encontro, da maneira como nos expressamos. Estavam ali para "ver um serviço", um muro de contenção para o Vilson empreitar.

          O Vilson faz parte de uma casta de artistas das pedras, da família "Dos Lautério", que moravam em Capinzal, ao lado da estradas de ferro, nas proximidades da Linha Residência na epoca de nossa infância. Há mais de três décadas vieram para Joaçaba e Herval d'Oeste, a família ficou grande e todos aprenderam o ofício de cortar as pedras "pela veia", no bater das marretas. São todos habilidosos e as melhores taipas e muros do Baixo Vale do Rio do Peixe foram confeccionados pelas mãos dos Lautério. Do ano de  89 a 92, nós os contratamos para cortar paralelepípedos  Arrendamos uma pedreira em Lacerdópolis e alojamos todos eles lá, num acampamento. Produziam muito, já que recebiam por pedra que cortassem. Serviço bm feito, sempre.

          Mas seus belos trabalhos estão espalhados em diversas cidades, e podemos citar todos os muros de contenção do Balneário Thermas de Ouro como exemplo para que se possa avaliar a capacidade de trabalho deles. Hoje  Vilson tem sua própria empresa prestadora de serviços, tem a vida bem organizada.

         Aproveitamos a demora do proprietário chegar para mostrar o serviço e fomos conversando:

          Dizia ele, com seu costumeiro nariz meio trancado: "Ma Riquettão, o que que anda fazendo? Só na boa? Se lembra de quando nóis jogava bulica lá no lado da bodega do Adelino Casara? Você queria me rapá nas ganha!..."

          "Claro que lembro! Você tinha um jeito esquisito de segurá as bulica, Virso. Nóis jogava no búlico e no triângulo. E nossa turma se espalhô..."

          "É memo! Se lembra do Nile? "Já morreu.  Lembra que depois ele dirigia o caminhão da Serramalte quando ficou grande? Ele já era meio grandinho desde piqueno... Morreu faiz tempo!"

          "É, mas morreu também o Pelé. E o Ferruge, o Castelinho... E o Nizinho, lembra? Tá vivo, mas foi pra cana há uns meses. Deu uma facada num amigo dele depois que bebeu..."

          "Mais o Táiro (Tyrone Viecelli), ainda tá por aí. Virô Dotô o bicho! Você não ia junto qua gente quando ele pegava o jipe do véio Armando escondido pra nós i buscá uma melancia lá pros lado do Moinho do Toscan?"

          "Não, minha turma maiava a pé, mesmo! Mas tem uns que foram trabalhar e estudar. Não sei o que é feito do Chiquinho Biavatti, mas o Dinho foi estudá em Ponta Grossa, virou advogado e granjeiro e não voltou mais"...

           E o Virso, de novo: ""É, os que foro istudá ficaro rico. Os que ficaro bebendo cachaça, tão tudo no cemitério!"

           Tomara que els se acertem com o preço do serviço e venha fazer o muro, que daí vou vê-lo muitas vezes. Já combinamos que quando chegar a primavera vamos com "as véia" comer uns peixes e umas polentinhas lá no Pesquepague do Aquilino Pilatti, em Lacerdópolis! Trato feito!

Euclides Riquetti
06-07-2013