sábado, 7 de outubro de 2017

Sentir o teu perfume no ar

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Na manhã,  depois da tempestade
Volta o vento calmo do Sul
E lembro-me,  com muita saudade
De teu rosto de divindade
De teu  olhar verde-azul...

Na manhã, depois da tormenta
Volta-me toda a alegria
Meu coração já não  lamenta
E minha alma deseja, sedenta
Navegar nesta calmaria...

Na manhã do dia que chega
O canto dos pássaros a me alegrar
Para mandar embora a tristeza
E, no despertar da natureza
Sentir teu perfume no ar...

Euclides Riquetti

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Açúcar mascavo - uma história de paixão!



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          Por ter nascido e  morado na colônia tive estreita ligação com a roça  desde meus tenros anos. Dos meus 4 aos 8, já ajudava a cuidar dos animais na propriedade de meu padrinho, João Frank , no Leãozinho.  Bem cedinho, 5 horas, já estávamos de pé, nas frias madrugadas de julho. Café com leite e pão com mel era comida de crianças. Os adultos tomavam café preto com grappa (graspa, como dizem aqui), para esquentar. Antes de o dia clarear,  estávamos com os bois atrelados à canga e andando em círculo ao redor do "torcho", o Engenho com três cilindros e engrenagens de madeira, para moer a cana. E, minha função, era a de puxar os bois. Ia à frente deles, com uma corda, a ligeira, madrinhando-os. Depois que eles se adaptavam à rotina,  a corda era jogada para trás e era só ficar segurando-a que eles iam à frente, fazendo seu trabalho. Quando clareava, a cana já se transformara em caldo, a guarapa.

         Uma parte da guarapa ia para o tacho retangular, colocado sobre umas pedras, para se fazer o açúcar amarelo. Só na idade adulta vim a saber que o tal de açúcar mascavo era o açúcar amarelo. Eu imaginava que o mascavo, pelo nome, devia ser fabricado somente em Portugal. Era assim meu desconhecimento e minha ingenuidade... Sob o tacho, fogo lento, brando, e as moças mais jovens, Catarina e Delcia,  cada uma com uma pá de madeira, tipo espátula, para vir mexendo o líquido, evitando que a fervura o fizesse transbordar. Era uma tarefa que levava umas duas horas. Ao final, se o açúcar saía "quase branco", era a glória. Porém, se a cana tivesse tomado muita geada, sairia mais escuro.

          O padrinho orientando tudo, dando as ordens. E levando guarapa para o alambique para fazer cachaça. O Estefano,  que já buscara os bois, ia colocando a cana para moer. O Aristides ajudava.  A madrinha  Raquel e a filha mais velha, Alaídes, tiravam o leite das vacas e punham coalhar para fazer o queijo que iriam vender na cidade, para o comércio do  Adelino Casara, do Alcides Zuanazzi,  do Jacob Maestri ou do Severino Baretta. O Estefnito cuidava de apetrechar os bois e eu, faceiro, ia tocando-os. Todos trabalhávamos. Eram assim as famílias de origem italiana. Trabalhavam, rezavam antes das refeições. Na quaresma havia terço todas as noites, as famílias iam em rodízio, de casa em casa. Depois, um mate doce e pipocas "melecadas". Melecadas eram aquelas que até hoje fazem aqui em casa, e que a turma adora, com o "açúcar amarelo" quente, deretido, dando-lhes inigualável sabor.

          Depois de tudo encaminhado, o Estefenito pegava a carroça e me punha em cima. Os bois iam sob o seu comando de voz e da corda. Subíamos o morro para buscar o milho, em final de colheita, onde ainda havia umas cargas já quebradas e cobertas com uma lona velha. Ele ia cantando: "O Sílvio Biarzi tem três filhas pra casar/Uma delas é a Irlandina/Aquela mesma eu vou buscar"!. E eu ia cantando junto. Ele era apaixonado pela moça que morava em Linha Vitória, do outro lado do morro das terras deles...

          Hoje, 55 anos depois, está lá ele, casado com a sua musa inspiradora, a Irlandina, e com os filhos e netos, morando na Linha Sete, grisalho e participando de todas as festas e bailes da Terceira Idade do Baixo Vale do Rio do Peixe. Brinco muito sobre isso com eles quando os encontro! E, encontrá-los, me remete à infância, a muitas e agradáveis lembranças. E, como diz o amigo Adelto Miquelotto, Agrônomo da Cidasc: "Como o amor é lindo"!!!

Euclides Riquetti
03-01-2013

Quando vi o mar

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Quando vi o  sol a brilhar
Vi sua silhueta se confundindo
Com um visual muito lindo...
Com o escuro dos montes e das ilhas
De suas pedras andarilhas
Que querem rolar pro mar...

Quando busquei a inspiração fatal
Para lhe fazer um poema que a encantasse
Algo que, profundamente, a marcasse
Imaginei-me a sussurrar em seu ouvido
Flechado pelas setas do cupido
Enquanto me embevecia com o vento matinal...

Meu ser alado voou sobre as areias clareadas
Depois sobre a água furta-cor
Então embrenhou-se nas nuvens algodoadas
E foi abraçar meu grande amor!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O balanço solitário nas areias


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Balança numa árvore suspenso
Um balanço de cordas, solitário
Enfeitando um magnifico cenário
Embalado pelo vento intenso.

Dependurado na árvore altaneira
Resiste às águas oceânicas
Que agridem as pedras vulcânicas
Ali onde se balançou
Ali por onde andou
Aquela mulher inquieta e faceira
Que pisou as brancas areias
Da praia de Canasvieiras!

E o vento agita a maré
Que traz as águas para baterem
E o barrancos ofenderem
Sob o olhar do homem e da mulher.

Viva o mar que busca o que foi seu!
Que enquadra a ganância humana
Que pega de volta o que não é teu.

Viva a paisagem soberana
Da ilha da magia
Onde eu, um dia
Vi uma santa  musa profana
Conduzindo seu corpo de sereia
A sombrear  a areia!

Euclides Riquetti
05-10-2017












A paixão que entorpece

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A paixão que entorpece
É aquela que inebria
O amor que incandesce
É aquele que delicia...

A volúpia que atiça
É aquela que entusiasma
Mas como areia movediça
Engole o que não se acalma...

O sangue que corre quente
É aquele que enrubesce o rosto
A saudade do amor ausente
Faz padecer a alma e o corpo...

A vida mundana
É aquela que embriaga
A atitude profana
Nos expõe e nos deprava...

O pecado cometido
É o que nos faz pedir perdão
O beijo proibido
Vale mais que um  milhão.

O teu olhar fatal
É aquele que me atrai
Tua beleza descomunal
É o que em ti mais me atrai...

O canto que enternece
É aquele que gosto de ouvir
A harmonia de cada prece
Me faz te querer, te sentir.

A distância abissal
É aquela que nos traz mais saudade
Nos mostra o sentimento real
Nos aproxima da realidade!

E minha realidade´
Posso dizer, nada me afeta
A não ser uma grande verdade:
Tenho alma de poeta!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Homenagem a você, mulher!

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      "A mulher foi concebida naturalmente tão perfeita, que se fosse uma árvore e perdesse as flores ainda continuaria charmosa; se perdesse as folhas,  tornar-se-ia  um corpo sublime; se perdesse os galhos, permaneceria sendo mulher; se lhe tomassem as raízes, restaria como um anjo, divina,  flutuante, elegante, frágil mas  forte,  exalando  amor e esperando respostas. Almas não se destroem: recompõem imagens, corpos, seres. Mulheres serão sempre perfeitas. Mulheres serão sempre mulheres, acima de tudo. E de todos!"

Minha homenagem a você, mulher!

Euclides Riquetti

Se um dia...


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Se um dia
A gente se reencontrar
Numa estrada estreita
Ou mesmo na beira do mar
Então te pedirei perdão
Por te querer, por te amar!

Se um dia
Nosso caminho se cruzar
Onde quer que seja
Que ele se entrelaçar
É provável que me ignores
Por que já não me queres mais!

Mas se um dia
A gente quiser sonhar
Mesmo com o sonho distante
Pelo universo a navegar
Talvez a gente se entenda
E possa de novo se amar!

Euclides Riquetti

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Pensa em mim...


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Pensa em mim, que eu pensarei em ti
Escuta minha voz, que escutarei a tua
Reza por mim, que eu rezarei por ti
E te ouvirei ao sol e te ouvirei à lua...

Pensa em mim, vê os versos que te escrevo
Sente  meus poemas como eu sinto os teus
Quando penso em ti, me empolgo e me atrevo
A querer te levar todos os beijos meus.

Pensa em mim, com toda a força do teu sentimento
Abre teu coração em toda a tua singeleza
Que eu penso em ti, com a força de meu pensamento.

Pensa em mim, com toda a tua energia
E eu te direi, com todo o carinho e sutileza
Que eu te amo em todas as horas de meu dia.

Euclides Riquetti

Terceiro e quarto cantos


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             Terceiro canto
Sonhei contigo, sonhei , sonhei,  amei
Sonhei  contigo, amei,  sonhei, sonhei
Sonhei contigo, nas noites em que as estrelas adormeceram...
E nas noites em que elas reviveram:
Sonhei contigo, sonhei, amei, sonhei!...
               Último canto
Há uma cumplicidade entre nós dois
Uma palavra que rima com felicidade
Há uma pequena distância que não conta
Porque depois, depois da saudade
Vem sempre o reencontro, o amor de verdade

Euclides Riquetti

Primeiro e segundo cantos


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           Primeiro canto
Preciso roubar um beijo teu
Por isso eu quero estar perto de ti
Quero que tu sintas o beijo meu
Quero te sentir, sentir, sentir...
 
             Segundo canto
Beijar-te-ei com ardor, eternamente
Perder-me-ei  em ti,  perdidamente
E em ti me inspirarei para compor
Por ti exaltarei o meu amor
Para  ti escreverei por hoje e sempre...
Euclides Riquetti

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A maciez de tuas mãos


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Quando toco a maciez de tuas mãos
E enlaço teus dedos longos e finos
Respiro fundo, são momentos divinos
Em que minha alma chega ao teu coração.

Quando  as sinto me fazendo carícias
Me mantendo vivo, firme e atento
Me deliciando em cada movimento
Me perco em devaneios e delícias.

Se  me tocas com tua leveza e magia
Ou se me acenas de longe a me sorrir
Teu gesto me anima e me contagia
Me entusiasma pelo novo que há de vir.

É bem assim: mãos de real divindade
Realeza que me encanta e motiva
Energia forte e altamente positiva
Minha luz e norte, minha felicidade.

Euclides Riquetti
11-09-2015

domingo, 1 de outubro de 2017

Sentimentos ocultos

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Sentimentos ocultos, protegidos
Sutilmente velados e escondidos
Na manhã cinzenta
Sonolenta...

Imagens que se perdem na sintonia
Na sincronia do Universo
Sem um trilho aparente, sem um rumo certo.

A vida é mais que um sistema, um dilema
Um conflito abstrato
E uma bela mulher num retrato.

A vida é o encontro
Que repele o que está pronto
E que, ousadamente, corajosamente
Busca encontrar a felicidade autêntica
Na parceria idêntica
Com o sorriso de luz
Que a melodia da orquestra conduz.

É a água bebida
A energia absorvida
E a flor da rosa, do gerânio e do cravo
Lindo, másculo, que eu trago
Na lapela de meu casaco.

A vida condiciona os sentimentos
Coleciona os momentos
E adiciona elementos.

Sentimentos que você teima em esconder
E que não quer deixar que transpareçam.

Porque num outro ser
Há um delicioso querer
Há um desejar
Há um sempre buscar
Um desejo ardente... de buscar você!

Euclides Riquetti