sábado, 25 de fevereiro de 2023

Eu vim te ver de madrugada


 


Eu vim te ver de madrugada


Transpus muralhas e paredes
Pra vir te ver de madrugada
Eu vim matar a minha sede
Voltei sedento, ganhei nada...

Não ganhei beijo, nem abraço
Nem o frescor de teu perfume
Vim e voltei com meu cansaço
Voando qual um vaga-lume...

Agora quero a compensação
Um "sim te quero, sim te amo"
Pra amainar minha frustração
Pra alegrar este meu ano!

Porque as muralhas e paredes
Não serão barreiras a impedir
Passá-las-ei por muitas vezes
Nada me impedir[a de vir!

Volto a  te ver de madrugada
Venho pra poder ficar contigo
Morena atraente, bronzeada
É só de ti que eu tanto preciso!

Euclides Riquetti

A perfeita harmonia universal

 





A natureza é uma perfeita e belíssima orquestra,  onde um infinito número de integrantes agem, harmonicamente, dispondo, convenientemente, seus elementos, proporcionando-nos um sentido lógico, como que embalado em musicalidade.

Assim também precisa ser a gestão natural de cada empreendimento, onde os elementos se recriam, se coadunam, se integram, interagem, se realizam e produzem riquezas materiais, intelectuais, culturais, filosóficas e mesmo virtuais, gerando a satisfação dos entes envolvidos, proporcionando renda e possibilitando ocupação e exercício profissional. "O novo é algo que vem de duas coisas velhas" - (Ivan Ramos - 1969)

Pessoas, para serem marca na História, não podem apenas situar-se como uma folha de papel em branco: precisam ler, ler, rabiscar, rabiscar, escrever, escrever, desenhar, desenhar, contar, ousar, calcular. Então propor, apagar, recompor e, por fim, reescrever. Reescrever inovando,  surpreendendo, regozijado e deleitado. Dar, na configuração do que escreve, as denotações e conotações que o interlocutor precisa assimilar, digerir e  compreender. Empreender. Empreender gerando ganhos culturais e intelectuais,  universais. Empreender para realizar o que o dinheiro não consegue.


E a reescrita, a recriação, precisa, sempre, ultrapassar o nível da manifestação original, pois as horas, os dias, os meses e os anos, permitem que aquilo que fazemos hoje, possa sempre, ser refeito melhor no amanhã. É o novo, a partir do já existente.



Esse é meu conceito pessoal de empreender, sem, necessariamente, preocupar-me com quem vai ou não me entender. E, se o não prevalecer, se eu não me fizer compreender em meu contexto, é preciso que eu e você reavaliemos nossos métodos, redefinamos nossas posições, reflitamos firmemente, concluamos assertivamente, e detectemos como está a situação de nosso autoempreendimento. Eu, querendo dizer, e você, tentando me entender.

Euclides Riquetti - 29/09/2011

Gostar de poesias

 



Gostar de poesias

          O gosto pela poesia depende muito da motivação e do clima que é proporcionado para que ocorra a criação. (Não esqueçamos que poesia não é apenas o poema. Poesia pode estar naquela roseira que plantei no último sábado, no sorriso e no abraço que ganhei da adorável Júlia, naquela senhora idosa que ainda conserva o ânimo e o entusiasmo,  apesar dos pesares...). Autores consagrados podem servir de exemplo para jovens seguidores, embora isso ofereça o risco de que pessoas com um determinado perfil de sensibilidade e de vida possam enveredar-se por caminhos desassociados aos que costumam trilhar.

          Na verdade, o autor passa ao leitor muito do que é seu, pessoal, interior, mesmo que seja objetivista, pois tem seu modo particular de sentir a realidade.

          A fantasia também é um vasto mar  a ser navegado. O compositor viaja pelo imaginário e externa suas impressões e sentimentos no papel,  resultando numa criação original, traduzindo o belo pela disposição harmoniosa das palavras.

          O animador do processo de composição precisa ser o grande motivador e indutor para que o outro sinta o desejo de produzir algo que, mesmo em sua simplicidade, represente sentimentos e encante o leitor ou o ouvinte. Deve haver cumplicidade entre o animador e o autor para que se gere confiança e se perca a inibição de expressar-se.

          A poesia, além disso, pode situar-se como o contraponto entre a tecnologia e a necessidade de se humanizar o mundo. O homem moderno não pode ser apenas movido por máquinas e eletrônicos. Não pode perder sua condição natural de ser romântico, humano, sentimental.

          A poesia romãntica, nestes tempos tão concretos e ásperos,  sempre terá grande espaço no meio literário e deverá se sobrepor-se a outros gêneros. Romântica, mas leve e livre, capaz de encantar e embalar os sonhos do ser humano e levá-lo a viver as belezas mais simples da vida.

         Inspiremo-nos no belo slogan da Pedreira Joaçaba: "Nós movemos as pedras para constuir os seus sonhos". Ah, quem me dera ter sido o autor desta maravilhosa frase. Parabéns ao autor.Parabéns à empresa que a adotou.

Euclides Riquetti

Não deixe que a amargura tome conta de seu ser

 








Não deixe que a amargura tome conta de seu ser
Que ela apague seu sorriso bonito
Não deixe que ela franza linhas em sua testa...

Não deixe que a tristeza tome conta de você
Que ela desvie seu olhar do infinito
Reponha a beleza em seu rosto de festa...

Deixe que eu ajude sua alegria voltar
A redesenhar em você a luz dessa alegria
Deixe que eu faça você se reanimar...

Deixe que Deus lhe dê a força do universo
E que eu possa lhe restituir a euforia
O que farei em orações e versos!

Euclides Riquetti

Eu quero te dar este poema




Eu quero te dar este poema
Que, mesmo com rimas pobres
Enseja sentimentos nobres
Por isso te faço  este poema...

No mar, o barqueiro rema
(Ou será o canoeiro?)
E eu articulo palavras e versos
Procuro ordenar pensamentos incertos
Enquanto o barqueiro rema...
(Ou será o canoeiro?...)

Fiz para ti um desenho na areia
De sóis, de estrelas, de musas
Foram apenas imagens confusas
Mas fiz para ti um desenho na areia...

E, no a(noite)cer, apenas o murmúrio do mar
Harmoniado no embalo da triste canção
Escura é  a paisagem na imensidão
Mas agora, no a(noite)cer, apenas o murmúrio do mar...

E lá, mais lá, como cá, sopra o vento...
Move as folhas verde-escuro tingidas de noite
A maré lança às pedras  o seu doce açoite...
E lá, como cá, sopra o vento!

E eu penso em ti...

Chuva de melancolia

 









Chove muito em seu telhado
São as gotas da melancolia
Talvez meu  pensamento frustrado
Talvez o prenúncio de uma noite fria...

E toda a chuva que cai por aqui
Busca as valetas de nossas ruas
Corre as ribanceiras até ti
Vai pra acalmar as dores tuas!

Choveu na noite e chove agora
E isso aprofunda a tristeza
Pois sei que o mundo ali fora
É uma rota de incertezas...

Mas deixe que a chuva role solta
Esse é seu papel na natureza
Porque, depois dela, tudo rebrota
E se colore com rara beleza!

E que a chuva de melancolia
Se torne algo promissor
Que logo nos volte a alegria
Que tudo se revista de paz e amor!

Bem assim!

Euclides Riquetti

Quando as pétalas se desprendem das rosas

 








Quando as pétalas se desprendem das rosas
E vão enfeitar de cor os gramados
Quando as folhas se desprendem dos plátanos
E vão me fazer volver-me ao passado
Quando os gerânios envermelham as floreiras
E vão alimentar teus olhos amendoados
Quando o passaredo canta na manhã de sábado
Para dizer que um novo fim de semana é chegado
Eu me lembro de ti!

Quando a manhã promete sol escaldante
E eu te imagino correndo para o mar
Quando o suor corre no teu corpo esguio
E vai teus pés finos reidratar
Quando,  docemente,  me chamas de  "meu amor"
E eu fico assim a te admirar
Quando nos vejo felizes,  flutuando
Planando, livremente, no ar...
Em me transporto até ti!

E, quando o fim de tarde me chega de mansinho
Com teu rosto já estampado na mente
Quando a expectativa de estrelas cintilando
Me deixa feliz e muito contente
Quando tudo de bom já me aconteceu
E volto pra perto de ti novamente
Quando o dia valeu a pena por tua causa
E em nós germinou mais uma semente...
Percebo o quanto eu gosto de ti!

Porque as pétalas se desprendem das rosas
Mas sabem que outra vez vão voltar...

Euclides Riquetti

Todas as poesias que te fiz

 


Todas as poesias que te fiz



Abre bem teus ternos olhos e procura
Tentando encontrar os meus poemas
Em todas as poesias  que eu te fiz.
Ali,  tu me encontrarás talvez  feliz
Escrevendo-te com muita ternura
E com muita paixão os meus dilemas.

Nas poesias que eu te fiz há o amor
O carinho que vem expresso e visível
Que eu procuro te exaltar com paixão.
Nelas quero exaltar-te com devoção
Pois tu és a rosa, o cravo, minha flor
A inspiração clara, doce, verossímil!

Absorve a energia do que te escrevo
A mensagem mais verdadeira e sutil
Inserida em meus sonetos envolventes.
Sente o mesmo que meu coração sente
Onde eu confesso o amor e meu desejo
Paixão avassaladora, forte, até febril!

Euclides Riquetti

Chove forte lá fora

 







Chove forte lá fora
E a chuva lava corpos e almas
Molha rosas e palmas
E você foi-se embora
Enquanto que a água
Rolou mansa e calma
No meu coração.

Choveu e eu dormi
Enquanto senti
O beijo seu
Que fugiu de mim...
Bem assim!

E nem sequer há esperança
De um dia ensolarado
Para este sábado!


Chove forte lá fora
E a chuva lava corpos e almas
Molha rosas e palmas
E você foi-se embora
Enquanto que a água
Rolou mansa e calma
No meu coração.

Choveu e eu dormi
Enquanto senti
O beijo seu
Que fugiu de mim...
Bem assim!

E nem quer há esperança
De um dia ensolarado
Para este sábado!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Final de noite

 








Final de noite, prenúncio de um belo dia
O silêncio toma conta de meu parco universo
Procuro entender as palavras do antigo verso
Procuro afastar de mim a tediosa  letargia.

Final de noite, a espera de uma nova manhã
Quando estrelas cintilam  nos espaços do infinito
Brandos  passos  trilham  um caminho  restrito
E minha alma se ancora  na esperança vã.

Final de noite, de apenas mais uma noite que veio
Quando escritos antigos, perdidos,  recomponho e releio
Poemas com versos diversos,  livres e brancos.

Final de noite, de renovadas e animadoras esperanças
De canções que se ouvem e que embalam saudosas lembranças
De melodias que atiçam meus pensamentos francos.


Euclides Riquetti

O perfume que vem de ti

 





O perfume que vem de ti
É mais envolvente que os demais.
Talvez venha de essências florais
Talvez do modo como sorris.

O perfume com que me atrais
Que teu corpo produz e exala
Nunca  aos outros se iguala
Nunca senti antes, jamais.

O perfume em ti impregnado
É o aroma que a ti me impele
Que atrai o corpo, que atrai a pele.
Que chama para estar a teu lado.


Teu perfume é terno e singular
É algo simplesmente angelical
Não há outro contagiante igual
Vem de teu corpo para perfumar.

Euclides Riquetti

Abençoai, Senhor, todas as mães!

 







Abençoai, Senhor, as mães que perderam seus filhos
As que os tiveram nascidos em berços com ouros
As que os tiveram em leitos pobres e  maltrapilhos
Dai a todas elas  uma coroa com louros.

Abençoai, Senhor, todas as mães que choraram
As que os viram partir para ganhar o mundo
As que os viram  partir e que não mais voltaram
Mas levaram a certeza de  seu  amor profundo.

Abençoai-as , Senhor, com suas sagradas dádivas
Todas as mães que velaram em vigília
Abençoai as que derramaram rios de  lágrimas
E que em todos os momentos honraram a  família.

Abnçoai, Senhor, aquelas que tiveram filhos adotados
E que os amaram como seus, incondicionalmente
Que foram gerados em outros ventres abençoados
Mas que os amaram, sempre, verdadeiramente.

Abençoai, Senhor
Todas as mães do mundo!

Euclides Riquetti

Caçar Pokémon

 








Turíbio saiu por aí
Saiu pra caçar pokémon
Deixou o cérebro em casa
Mas levou celular na mão.


Turíbio foi caçar pokémon
Ali defronte à catedral
Subiu as escadas da Ammoc
Aquela besta animal.

Turíbio saiu por aí
Saiu pra caçar pokémon
Deixou o cérebro em casa
Mas levou celular na mão.


Turíbio costumava assistir
O tal Big Brother Brasil
Embestado que me faz rir
Porque tem cara de imbecil.

Turíbio saiu por aí
Saiu pra caçar pokémon
Deixou o cérebro em casa
Mas levou celular na mão.


Turíbio é uma alma perdida
Um seachão que se acha sarado
Vai caçar  pokémon  na avenida
Sujeito a ser atropelado.

Turíbio saiu por aí
Saiu pra caçar pokémon
Deixou o cérebro em casa
Mas levou celular na mão.

Euclides Riquetti

Açougueiros de Rio Capinzal






Reeditando... mais uma de minhas crônicas que foi publicada, neste mês, no livro "Capinzal - Cidade do meu coração"...

   

          Em minha infância, costumávamos brincar numa rua de Rio Capinzal. Chamavam-na de Rua do Beco. Hoje tem nome: Rua Giavarino Andrioni. Jogávamos "taco" e bola. Brincávamos de esconde-esconde, fazíamos fogueiras no inverno, no meio da rua. Era tudo muito divertido.


          Meus amigos "de rua" foram indo embora: O Ademir e o Milton Mantovanello foram para Cascavel. O Ademir Bernardi para a Barra do Leão. O Paulinho Lucietti, cujo nome era Adelir, foi para Dois Vizinhos. O Mário e o Arlindo Thomazoni, para Araruna. O Moacir e o Cosme Richetti, irmãos, bem como os irmãos  Altevir e o Valdir Souza, para Joaçaba. O Celito Bandido Baretta, para a Linha Bonita. Os irmãos Adelto e Adélcio Miqueloto  são os que ainda restaram em Ouro.


          Um dos momentos mais divertidos ali era quando os tropeiros traziam bois para o abate. Vinham, normalmente, de Capinzal. Traziam os mais mansos conduzidos "soltos", em tropas,  e quando havia algum muito bravo levavam no laço. E,nós,  todos, subíamos no barranco para ver as façanhas dos boiadeiros. Algumas vezes, não raro, uma das reses fugia, eles corriam atrás dela pela cidade os cavaleiros, seus cavalos galopantes e os cães bem adestrados. E, quando a coisa apertava, os tropeiros gritavam e nós fugíamos, entrando no moinho do Bernardi, ou correndo para os barrancos mais altos. Até que os animais fossem recapturados e recolocados numa mangueira.


          A mangueira era  feita com madeira forte, de angico e bugre. Ao lado, uma pequena edificação onde eram abatidos, diariamente dois os três animais e alguns porcos.  Um cepo com uma cavidade, por onde era introduzida uma ponta do laço que os homens puxavam em dois, para trazer o animal até o local do abate. Depois, a sangragem e a elevação, com uma talha de correntes, a retirada do couro, das vísceras, a água existente num tanque jogada em baldes para lavar a carçaça pendurada. A serra partindo o boi em meio ao espinhaço. É dali que saem  o filé, a alcatra, a costela, a  fraldinha, o mignon. Um tacho com permanente braseiro, de ferro fundido, onde era aquecida a água para a pelagem dos porcos. Depois, esse mesmo tacho era utilizado para o cozimento da banha. Após a prensagem, os torresmos. E sempre sobrava um pouquinho para nós, de graça!


          Lembro bem dos homens que ali trabalhavam: O Guilherme, os tios Arlindo Baretta e e Anildo Mázera, o Ivo Campioni e o Vitorino Lucietti, que era sócio do empreendimento, que pertencia à Comercial Baretta. Além do abate, vendiam a carne, a banha, as morcelas, os salames e o queijo-de-porco. E as pessoas vinham cedo, antes de o dia clarear, para comprar a carne. Lá, do outro lado do rio, havia o "picador", na Rua XV, dos Miqueloto, que tinham o abatedouro na saída para a Siap. E o procedimento de trazer os animais era o mesmo. Mas esses tinham uma "gaiota", um carroção puxado por cavalos que levava a carne para o picador, em Capinzal.


         Pelos lados dos Miqueloto, os Srs. Benjamim e Luiz eram os capitães e colocavam todos os seus filhos na área de trabalho, desde pequenos. O sobrinho Romeu Neis  e o Pedro Lima eram os mais práticos. Sabiam conduzir o gado e abater.


          As carnes eram penduradas para resfriarem-se e, no verão, na Câmara Fria. Nos açougues, os cortes eram feitos com serras de fita, de acordo com o que era pedido pelos fregueses. Se a carne não for refriada, o corte sai horrível, fica com uma aparência ruim, nem dá vontade de comer depois. Mas os habilidosos açougueiros cortavam os pedaços com o peso desejado pelo freguês, com pouco erro. Tinham muito conhecimento do ofício. E os pedaços, embrulhados em folhas de papel "de embrulho", que estavam sobre o balcão. Nesses papéis era feito, a lápis, o cálculo da despesa, "de cabeça", pois não havia calculadoras disponíveis. E quase que sempre faltando uma das suas quatro pontas. É que aquela parte era usada para escrever o nome do freguês, o valor do gasto, e jogar na gaveta, quando ele não tinha caderneta. Para cobrar no fim do mês. E nem precisava de assinatura...A palavra valia! Muito!!!


Euclides Riquetti

11-04-2013

Atemporal

 


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A lógica do poeta é atemporal
O pensamento foge da cronologia
O sentimento de sobrepõe ao material
A essência de seu lembrar é a nostalgia!

A alma do poeta é colossal
O corpo se desenha na naturalidade
Seus olhos enxergam o bem e não o mal
O complexo dá lugar à simplicidade!

O poeta descreve o torto na linha torta
E escreve direito em linhas estreitas
Se vê luxo ou maltrapilho não lhe importa
Mais lhe valem os versos com rimas perfeitas.

A vida do poeta é impessoal
Os seus sonhos são imprecisos elementos
Sua realidade é a do mais simples mortal
Seu ser viaja, viaja nas naus do pensamento!

Euclides Riquetti

Antecanto

 





Eu queria te ver em meio a santas tantas
Eu queria te compor um tenro canto
Queria te ver em meio às tantas santas
Queria escrever-te este antecanto.

Eu pensei imaginar um poemeto
Eu pensei fazer do dia a poesia
Pensei em versos de soneto
Pensei saudade e  nostalgia.

Eu fiz poemas sem amarras
Eu fiz poemas livremente
Fiz-te   poemas com palavras claras...

Eu fiz de ti a musa encantadora
Eu fiz pra ti o canto, sutilmente
Fiz-te o soneto  na manhã inspiradora.


Euclides Riquetti

Quando o silêncio da madrugada nos acorda

 




Quando o silêncio da madrugada nos acorda
E nos mergulha numa insólita inquietude
Ficamos como a taça de vinho que transborda
Tristeza na alma, coração em plena solitude.

Quando o silêncio da madrugada nos invade
E nos incita ao desejo do abraço amoroso
Há uma força que me induz e me persuade
A buscar seu  beijo doce, quente e prazeroso.

Quando chega a manhã clara de céu límpido
E se tem a certeza de que o sol vai brilhar
Uma sensação de alegria me invade o íntimo.

Então, veremos que tudo na vida vale a pena
Enquanto  se tiver algo bom por que se lutar
Enquanto vier inspiração para meus poemas.

Euclides Riquetti

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Apenas um raio de sol

 



Apenas um raio de sol 

Permita-me ser um raio de sol no seu caminho
Apenas um, mesmo que tímido e acanhado.
Um pequeno esplendor, bem pequenininho
Um raio luminoso em sua pele jogado.

Um raio de sol como outro raio qualquer
Singelo, dourado, simplesmente fenomenal
A brilhar sobre seu corpo perfeito de mulher
Algo terno, admirável, sublime e sensual.

E que seus olhos de esmeralda possam me encontrar
Em horizontes plácidos nas paisagens airosas
Enquanto beijo a brisa suave que vem do mar.

E, nesta primavera e verão sulinos
Que os ventos nos tragam os aromas das rosas
E as notas  emanadas das cordas de um violino.

Euclides Riquetti

A dança harmônica do universo

 




 


Eu amo as plantas verdes de meu vale
Os belos girassóis, os cândidos cinamomos
Contemplo as águas dos riachos e das sangas
Que vagam entre as pedras rumo ao rio.

Encanto-me com os pássaros que cantam
E as borboletas entre as flores coloridas
Me perco em  ver crianças que sorriem
Com seus rostos inocentes  feitas anjos.

Admiro os jovens belos e sadios
Que buscam ideais de vida pura
A nobreza da alma das pessoas
Os rostos que irradiam muita alegria.

A  natureza  é a vida plena , é colossal.
É a dança harmônica do Universo
Que se move consoante a grande orquestra
Sem rimas, só com notas musicais.

Euclides Riquetti

No porto do sol

 




No porto do sol, pisando nas areias brancas
Olhando para o mar das ondas espumantes
Imaginando os prazeres mais eletrizantes
Componho poemas para as almas santas.

No porto dos desejos, dos sonhos projetados
Vejo,  nas sombras, a sua silhueta desenhada
Enquanto, nas estrelas,  na noite enluarada
Navega, pelo infinito, a paixão exacerbada.

Despem-se os pensamentos que se embalam
Na manhã azul, da inspiração derradeira
Em que as palavras brotam e se propagam.

E que,  em cada porto, em cada ancoradouro
Eu lá possa encontrar minha  musa verdadeira
Com seu sorriso bonito, divino, e duradouro.

Euclides Riquetti

Busque o equilíbrio para seu coração

 








Busque o equilíbrio para seu coração
A leveza necessária a sua alma
Torne sua vida tranquila e calma
Mesmo que com todas  as turbulências
Tenha paz e enfrente-as com paciência
Dê a cada fato a devida atenção...

Se Deus não nos evita a tormenta
No dia seguinte nos dá a calmaria
O tempo certo para recuperar a alegria...

Procure encarar tudo com maestria
Filtre o que ouve, analise o que vê
Nem tudo o que parece pode não ser...
Não rejeite a mão que lhe é estendida
Respire o ar puro que lhe dá a vida
Aja com desenvoltura e sua sabedoria!

Se Deus não nos evita a tormenta
No dia seguinte nos dá a calmaria
O tempo certo para recuperar a alegria...

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquetti

Cuide, com carinho, de seu coração

 




Quando seu coração estiver triste, sentindo-se maltratado
Porque alguém não lhe deu o devido valor ou não o compreendeu
Quando sentir que você deu de seu amor e nada em troca recebeu
Porque ele não entendeu a grandeza e o tamanho de seus sentimentos
Ou ou mesmo porque  não aprendeu o que é um verdadeiro amor.
Lembre-se de que, na vida, temos bons e maus momentos
Que há, nela, turbulências com que nos devemos habituar
E que, depois de cada noite triste e silenciosa
Um novo sol dourado com o céu  azul  pode chegar
Uma manhã límpida,  agradável, terna e prazerosa.

Não permita que  insultem ou maltratem o seu coração
Porque quem o faz não merece as suas lágrimas e melancolia
Nem as noites de sono perdidas por causa da desilusão.
Imagine, então, que pode haver alguém esperando com alegria
Alguém que nunca foi percebido nem notado
Mas que pode, realmente, ser um grande apaixonado
Que espera, há muito,  pela oportunidade de lhe ter.

Então, lute firmente para ser feliz
Sem desesperar-se e nem chorar por quem não a merece
Pois, amanhã, a situação pode se inverter
E o seu sofrimento de hoje pode  alojar-se do outro lado.
Jamais se submeta ao sofrimento e nem à humilhação
Cuide com carinho, cuibe bem, muito bem,  DE SEU CORAÇÃO!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Te procurei nas areias

 



Te procurei nas areias e não estavas

E nas ruas cinzentas tu não te encontravas

Não te encontrei sob os pingos da chuva fira

E nem te amei na noite daquele dia...


O vento me trazia a música festiva

E balançava, levemente, a branca cortina

Enquanto em rimas novas eu recitava

Tentando dizer-te o quanto eu te amava.


O sol se escondeu atrás das nuvens densas

Tentei buscá-lo, mas não consegui

Perdi meu tempo, em meu intento, sofri...


A tarde me induz a esperar que apareças

Mas não quero mais nenhuma decepção

Preciso de mais sorte, acertos, atenção!


Euclides Riquetti

21-02-2023

 





Verdadeiramente... eu te amo!

 







Bom dia..eu te amo!
E digo isso do fundo do meu coração
Sinto por ti amor e paixão
Porque eu te amo!

Bom dia, eu te amo!
Falo de amor puro e verdadeiro
Amor de namorado companheiro
Porque eu te amo!

Bom dia, eu te amo!
E canto ao mundo, mesmo desafinado
Para dizer que quero amar e ser amado
Porque eu te amo!

Bom dia, eu te amo!
Porque o mundo nada é sem amor
O mundo nada é sem o charme da flor
Porque eu te amo!

Verdadeiramente!

Euclides Riquetti

Hoje o sol brilhou mais forte

 









Hoje o sol brilhou mais forte, intensamente
Trouxe-nos alegria e alto astral
Prometendo-no um dia colossal
De volta o contentamento presente.

O brilho do sol atiçou as folhas
Deu novo ânimo a todas as flores
E é possível que nossas escolhas
Recebam tintas de todas as cores.

O sol escaldante atropela o frio e nos traz luz
A luz que ilumina minha alma e o meu coração
E me impele a buscar seu sorriso que seduz
Que encanta meu ser, me devolve a razão.

Ah, sol, sol da saudade
Sol da minha vida, da emoção
Sol das turbulências e das amenidades
Seja bem vindo pra iluminar meu chão!

Euclides Riquetti

Mulher dos olhos amendoados





Mulher dos olhos amendoados
Encantados...
Mulher dos lábios rosados
Beijados...
Mulher dos cabelos castanhos
Que já não me são estranhos...
Dos pensamentos proibidos
Dos sentimentos bandidos...
Do corpo sensual
Da atitude magistral...

Teus abraços me despertam desmedida paixão
Teus beijos me levam à perdição!

E meus devaneios me conduzem ao infinito
Minhas palavras são apenas iguais a outras tantas.
Mas, quando as combino
E dou-lhes o romântico destino
Eu as torno santas
E elas me remetem ao teu rosto bonito.

Em minhas ilusões e em minhas turbulências
Tu te fazes presente
Vens, e somes de repente
E levas contigo o carinho que guardei
Nas horas em que esperei
Pra te ver de novo
Pois sou a madeira
E tu és o fogo...

Tu és demais!

Beijos!

Euclides Riquetti

Enquanto chove...

 



A chuva fina que cai
Refresca sua pele morena
Leva embora seus dilemas
E pelas valas se vai
A chuva fina  que cai...

A chuva que molha seus cabelos
É a mesma que rega a planta
Enquanto que você canta
E  atiça os meus desejos
Enquanto molha seus cabelos.

E enquanto chove
Olhe bem nos meus olhos
Pois há, ali, um recado pra você:
Olhe bem nos meus olhos
Enquanto chove.

Olhe bem e procure entender
Há uma mensagem sem igual
Guarde com carinho, meu bem
É pra você, meu bem-querer
É algo muito especial.

Então, enquanto chove
E a chuva refresca sua pele morena
E alisa suas franjas e melenas
Diga-me que também me deseja
Enquanto chove...

Euclides Riquetti

Por que meu pai teve que abandonar o Seminário

 


Meu pai é o segundo na fila de cima, próximo de um pinheiro. Teria 14 anos na época.

Na década de 1950, as cidades de Santa Catarina eram muito pacatas. As do Oeste e Meio-Oeste Catarinense eram pequenas. Seus moradores vieram entre 30 e 50 anos antes, a maioria originários da Serra Gaúcha, onde se situam Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves e outras cidades, cujos distritos originaram muitas outras. Eram filhos e netos de imigrantes italianos, que ali chegaram a partir da década de 1970. Meu familiares, de parte de minha mãe, os Baretta, chegaram em 1876. Os Richetti vieram de datas próximas às deles. Para Santa Catarina, para o antigo Distrito de Abelardo Luz, o primeiro nome da vila onde hoje se situa o Município de Ouro, vieram em meados da  década de 1920. Meu pai, Guerino,  nasceu em 1921,  e minha mãe, Dorvalina Adélia,  em 1923. Viraram moradores da Linha Bonita, embora meu pai tenha morado em outras paragens do nosso antigo Município de Cruzeiro, hoje Joaçaba.

          Ouvir as histórias que eles e os tios me contavam sempre me foi muito interessante. Ser antigo me permitiu ter vivido quando ainda nem se sabia que TV existia. E,  rádio, só alguns tinham. Dizem que na época da Segunda Guerra Mundial, quando as pessoas iam para a cidade (1939 a 1945), passavam na casa do André e da Dona Elza Colombo para saber notícias da Guerra, pois havia expedicionários nossos combatendo na Europa, mais precisamente na Itália.

          Foi justamente durante essa Grande Guerra que meu pai fugiu do Seminário,  do Instituto São Camilo, de São Paulo. Com nove anos (1932),  ingressou no Seminário de Iomerê, ele e outros vizinhos, um Boaretto, tio do Leonir, Prefeito de Capinzal, o Albino  Baretta, Padre que faleceu há poucos anos,  e não me recordo bem qual o outro.

          Em 1994 realizamos, na Linha Bonita, o Primeiro Encontro da Família Baretta, idealizado pelo amigo Albino Baretta, não o Padre, mas o filho do Pierim. O Catequista, Ministro da Eucaristia, que cuidou do irmão dele, paraplégico, o Neto, por cerca de 30 anos e que mora em Capinzal. Foi uma festa e tanto. Vieram familiares de diversos estados brasileiros. E também veio, de São Paulo, o outro Albino, o Padre, que já estava velhinho, com mobilidade limitada. Perguntei-lhe se fora amigo de meu pai, em São Paulo. Ele nada respondeu. Mais adiante o primo Rozimbo me contou o porquê de o Albino não gostar de meu pai e eu o compreendi. Fiquei muito contente por ele não gostar de meu pai. A Festa da Família Baretta foi algo bonito. Repetiu-se uma vez, mas depois não mais aconteceu.

          Devo minha vida justamente ao Padre Albino Baretta. Albino significa "alvo", "branco", bem claro. Mas foi justamente porque ele era inquieto, e aquele que viria a ser meu pai também, que eu existo. Senão vejamos:

          Os seminaristas do São Camilo, de Iomerê,  foram todos para São Paulo, na Vila Pompéia, onde meu pai ficou de 1932 a 1942, tendo, então, 19 anos. Fez ali o Colegial, equivalente ao hoje Ensino Médio, que já foi Segundo Grau. Estudava Filosofia que, pela regra, são dois anos de Filosofia e três de Teologia para que o Noviço se torne Padre. Meu pai usava batina escura, era alto e magrão, tinha óculos clássicos. Aprendera Canto Orfeônico, Francês, Italiano, até tocava piano e órgão. Gostava muito de História e Geografia, tinha sempre excelentes notas. Mas também gostava de trabalhar, costume ou hábito de todos os descendentes de italianos. Sabia lidar com o serrote, o martelo, a marreta, o nível, o metro, a colher de pedreiro, o esquadro. Os mais limitados iam de enxada, foice, picareta... Ele, bom de cálculo (ensinou-me a calcular medições de terras e volumes quando eu estava no segundo ano primário), era pedreiro. E, no Seminário, sempre havia o que fazer. Herdara do Nono Frederico as habilidades.

          Bem, num dia daqueles, estava meu pai a construir uma cancha de bochas, lá na Vila Pompéia, quando o colega Albino Baretta começou a dar palpites, em vez de ajudar. Meu pai deu-lhe uma marretada no dedão de um pé e foi sangue para tudo o que é lado.

          À noite, a Cúpula Diretiva do Seminário, Imbuída do maior senso de justiça, reuniu-se para decidir o futuro do rebelde Guerino. Era uma decisão difícil, que ficou adiada para a manhã seguinte. Precisavam analisar tudo, calmamente, mas, à espreita, o réu já percebia que seu destino seria a rua, a expulsão, uma vergonha para a Família Italiana, em plena Segunda Guerra Mundial. Então, enquanto todos dormiam, jogou uma trouxa de roupas pela janela do quarto, saiu devagarinho e silenciosamente pelo corredor, sem ser percebido, e adeus seminário. É por isso que o Padre Albino é responsável por eu existir. E, terei imenso prazer em lhe proporcionar, cara leitora, a continuidade dessa história.


Euclides Riquetti
25-03-2012