Quando eu era criança e ia à Catequese, os catequistas me falavam no Mistério da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. E, sempre que a palavra mistério chegava até mim, vinha com muita força, dúvida, ensejando indagação... Como, realmente, teria começado o mundo? Por que, justamente aqui, neste Planeta Terra, existiu vida e, pelo que se sabia, somente aqui? E, sendo nosso planeta uma esfera, (e os demais possivelmente esferas por viverem a rodar e isso provoca, com os muitos anos, o alisamento das superfícies e, consequentemente o seu arredondmento,), pendurada ao nada, sendo tão pesada, por que não vai parar lá pra baixo? Mas, pra baixo de quê?
E, o "pra baixo de quê" me induzia a pensar também no "além de", ou seja, o que poderia haver além, depois, bem mais distante do que nossos planetas e todos os corpos celestes conhecidos... E, até hoje, estou sem resposta! E me conformo porque você, leitor, leitora, também, em sua limitação igual à minha, não tem nenhuma resposta. Também se deve ter indagado, muitas e muitas vezes, sobre o que há além do mundo conhecido...
Mistério, tudo mistério, uma vastidão inexplorada e que, pensar nela, nos pode levar à loucura! Então, muito mais conveniente, confortável, é aceitar o mundo como nos é apresentado, conformando-se em ficar sem nehuma resposta, sem saber o que existe "além do além"!
Mas, não é apenas essa condição que me atormenta. Há o pensar no futuro: o que será de nós quando nos mudarmos para o andar lá de cima, e nosso corpo voltar a ser pó, como muito bem propagado pelas Escrituras? E eu, que em meus versos proclamo a existência de minha alma, a que atribuo estados e adjetivos, abundantemente, ao tentar dar beleza aos meus poemas, o que penso que acontecerá com ela quando eu não estiver mais aqui para descrevê-la? Pelo menos, para esta eu tenho uma crença, um norte, que me foi passado pela minha religião e mesmo por algumas filosofias: minha alma é imortal! E eu acredito, fielmente, nisso!
Sonho em um dia, quando eu me for, encontrar, lá no além, onde quer que esse além esteja, onde quer que se esconda, todas as pessoas com quem convivi e que um dia perdi. E passo a lembrar-me de meus pais, meu irmão, meus parentes e amigos que partiram antes de mim. E, se for verdade que seus espíritos estão por aqui, vendo-me e ouvindo, isso me é maravilhoso. Eu não sou um materialista, sou em espiritualista. Não sei em que linha, filosofia, pensamento, eu possa me enquadrar, mas espero, firmemente, que realmente haja vida depois da morte. Quero continuar a viver. Quero ter a punição pelos meu erros, mas quero ter a compensação pelas minhas boas ações e pelas minnhas boas virtudes. Quero, sim!
E você, pensa o que sobre isso?
Euclides Riquetti
21-08-2013
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