sábado, 20 de junho de 2020

Os progressos dos serviços de saúde com a pandemia e outras observações necessárias.


  

      


        Quando o período crítico da pandemia for superado e a confiança voltar às pessoas, muita coisa será bem diferente do que era antes dela.  Os dados nos têm mostrado que em alguns países a crise ficou superada após 100 dias dos primeiros casos. O número de dias é emblemático, mas merece ser analisado pelos que, como eu, desejam ter alguma clareza sobre quando vamos sair dessa.

       No dia 16 de março, alguns municípios passaram a emitir seus decretos com severas determinações sobre como as pessoas deveriam se comportar e quais setores poderiam, pela sua essencialidade, continuar a operar. Na microrregião da AMMOC, houve razoável disciplina e as pessoas, salvo alguns metidos a valentões, passaram a proteger a si e aos outros, usando máscaras e tomando os cuidados recomendados. . Alíás, houve uma falha na equipe do Sr. Mandetta, que ficava falando em receber milhões de máscaras da China, descartáveis. Uma hora eram 5 milhões, outras 15 milhões delas. E eu fazia minhas contas: com quase 210 milhões de habitantes, o número não seria nem suficiente sequer para atender os funcionários dos serviços de saúde.

       Quando alguns técnicos começaram a falar da importância do uso de máscaras de pano, confeccionadas aqui no Brasil, as confecções e costureiras aqui de Joaçaba e região começaram a produzir unidades em panos duplos ou triplos, consumindo sobras de tecidos. Logo houve a falta de elástico, e uma confecção passou a ajudar quem precisasse, repartindo os elásticos largos para que pudessem ser utilizados. Muitas senhoras, e até os detentos do presídio, começaram a confeccionar máscaras, e logo se viu, na cidade, as pessoas utilizando-as. Hoje, no centro de Joaçaba, é possível ver que cerca de 90% de quem anda na rua está se protegendo e protegendo os demais. A regra precisa ser que, quem se protege, protege os outros, e as campanhas publicitárias deveriam ser nesse sentido. A imprensa local foi impecável no passar das informações à população, que entendeu a mensagem e comportou-se bem melhor do que a de outras regiões. Não é à toa que o número de contágios e óbitos por aqui é menor do que em outros lugares.

       As divergências de opinião sobre isolamento ou distanciamento social e sobre a abertura ou não da economia, levaram ao atraso nas ações que deveriam ter sido desenvolvidas, nas ações que deveriam ser tomadas. Nas grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, até hoje podemos ver as imagens da televisão ou mesmo nas redes sociais, de pessoas andando sem máscara. Também, as brigas postas em público nos mostraram o que já sabíamos: os sistemas de saúde de muitas cidades brasileiras, como no Rio e cidades do Norte e do Nordeste, são pessimamente organizados. São, exatamente, os lugares de onde mais se ouviu, nos últimos anos, notícias de desvios de dinheiro da saúde e da educação.

       Por que, depois da pandemia, constataremos muitas mudanças tanto de parte das pessoas como dos governos? Ora, a população, mesmo com muitas informações desencontradas, aprendeu sobre a importância da higiene pessoal e os cuidados que se precisa ter quando da presença em locais públicos, principalmente onde circulam muitas pessoas. A preocupação gerará um nível de cuidado melhor e isso poderá melhorar o nível de saúde dos brasileiros. Ainda, haverá muito maior fiscalização sobre os hospitais e serviços de saúde, sobre sua qualidade e sobre a responsabilidade na aplicação dos recursos. Também, mais recursos deverão ser orçados para o setor. Teremos uma mudança cultural muito grande em relação à saúde e mesmo a nossos costumes. Os empregadores saberão que precisarão valorizar muito mais os profissionais que atuam no atendimento às pessoas. Que equipamentos precisam de manutenção e instalações adequadamente conservadas. Que equipamentos que se encontram “encostados”, sem uso, novos, seminovos ou precisando de manutenção, EM TODAS AS CIDADES, mesmo nas pequenas, sejam cadastrados num sistema que possa ser acessado por todos os entes ligados à saúde, principalmente no SUS, para que possam ser reabilitados e usados quando preciso, com os devidos remanejamentos.

       Outro fato que está em discussão, em todos os ambientes de comunicação, é a de que pessoas estão requerendo o benefício dos R$ 600,00 concedido pelo Governo Federal, omitindo informações. A questão do merecimento ou não é uma questão que será analisada pela sociedade mediante a publicação dos nomes e dos valores recebidos, e isso é uma questão de transparência. São 38 milhões de trabalhadores informais. Algumas câmaras de vereadores estão se propondo a colocar, em seus sites, o nome dos beneficiários em cada cidade. É bem diferente do que solicitar dados e nomes sobre pessoas que recebem tratamento de saúde, que interessam somente aos pacientes e profissionais dos órgãos de saúde. Vamos ver quais delas, da região da AMMOC, farão isso! Aguardemos!

Um bom exemplo de atitude positiva deve ser credenciado a BRF de Capinzal, que com quase que uma centena de pessoas cuidando da higienização do ambiente de produção e das pessoas que estão no trabalho, seguindo protocolos próprios, acima dos recomendados pelas autoridades. Capinzal, com cerca de 23 mil habitantes, tem apenas 3 casos confirmados de infectados pelo coronavírus.

Enquanto isso, a violência contra a mulher chegou a aumento entre 400 e 600 por cento em alguns estados. Há informações sobre o aumento de casos de pedofilia, abusos de crianças e suicídios. Não podemos focar as notícias encima apenas da pandemia, mas também sobre o que acontece paralelamente. E é bom que a Globo Funerária também comece a agir imparcialmente, como fazem algumas das concorrentes, principalmente a CNN Brasil, que dá voz e imagem para pessoas que defendem um lado e outro.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com



      

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