Chove no asfalto
Onde o verde e o cinza
Compõem o retrato:
A natureza é a tinta
O pincel que pinta
As pedras, o rio, o mato.
Chove uma chuva fina e teimosa
Fria e silenciosa (delituosa)...
Banha os animais que se aconchegam
Por debaixo das caneleiras frondosas
(As imbúias e os cedros o homem levou...)
Das árvores santas, restantes, bondosas
E chove!
Chove serena minha alma
Chora sereno meu pensamento
E a chuva lava ( e leva )
A preocupação do momento.
Chove na manhã do dia que corre
E nas valas a água desliza mansa, mole
Enquanto chove.
E some...
Apenas não somem as lembranças
Que vão e voltam, que fazem pecar
Que transpõem os montes
Enquanto transbordam as águas ( e as mágoas)
Das fontes
E se perdem nos rochedos
Buscando ressonância
No tempo e na distância
Até chegar ao mar!
Ressonam nos corações benditos
Nos pensamentos infinitos
Nos pensamentos teus
Nos sonhos meus
Que vagam no ar.
Só não leva para ti os meus poemas
E meus dilemas
Que transformo numa única oração:
Apenas uma oração para ti
Enquanto chove!!!
Euclides Riquetti
17-07-2012
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