Ontem, ao ouvir o sino da Matriz de Capinzal, liguei para a Casa Paroquial para ver do que se tratava. Informaram-me que era a celebração do Alcir José Spielmann. Fiquei chocado. Foi meu colega do curso de Contabilidade no Padre Ancheita. Meu antigo vizinho, em Ouro. Meu colega de futebol no tempo do Palmeirinhas. Trabalhou no Organização Contábil Luther King, hoje sucedido pela Êxito Contadores, capitaneada pelo Osvaldo Federle, o Machadinho. Fomos, os três, da turma de Técnicos em Contabilidade de 1971. Afastou-se do trabalho por motivos de saúde, há duas décadas.
Tenho muitas boas lembranças do Alcir. Tinha um jeito calmo e simples de falar. Como a mãe, Doralice (falecida) e o pai, o Alcides "Barbeiro" Spielmann, que tinha barbearia na área central de Ouro e que faleceu num belo domingo, depois de ir à missa na Festa de São Paulo Apóstolo.
Quando era criança ele morava ali na Rua Santo Antônio, aquela que sobe ao lado da casa do Aquilino Baretta. Depois, vieram morar próximo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Fui colega de Mater Dolorum de seus irmãos Dalvir e Almir (Frei). Trabalho como Geraldo, seu irmão. Sou amigo do Eugênio, que trabalha no Banco do Brasil, e da Ana Lúcia, que casou com o Itamar Homem do Amaral, o Mineirinho do Banco do Brasil, que também foi nosso colega no CNEC. Tenho boas recordações de todos eles.
Nos últimos anos, permaneceu recluso em sua casa, morando com o Geraldo. Era um flamenguista convicto e fervoroso. O rubro-negro era a sua primeira paixão. Ensinou o Prefeito Miqueloto a jogar xadrez quando ele ia entregar leite na sua casa. Falava pouco, mas pensava muito. Quando jogava bola, movimentava-se com elegância e habilidade, sabia tocar a bola com perfeição, não reclamava. Mas parou muito cedo.
Lembro de quando, em 1971, desfilamos pela CNEC no Sete de Setembro, com calça preta, de tergal, e camisa de algodão, vermelha. Foi ideia do Dr. Maliska, nosso Diretor: "Se nossa escola nunca desfilou, então vamos desfilar a primeira vez com camisa vermelha, que é para aparecer, mesmo!" E desfilamos. O Alcir se sentia mais rubro-negro ainda. Eu, vascaíno, achava a camisa apenas bonita...
Lá na Igreja, de seus colegas de turma, estávamos eu e o Machadinho. Ele comentou: "Foi-se nosso colega! Tomei a liberdade der publicar uma nota em nome da nossa turma". Fiquei agradecido ao amigo Osvaldo, achei uma atitude muito louvável a dele. Os freis Danilo e Valdir, mais seu irmão Frei Almir fizeram a celebração.
E ele foi morar com o pai e a mãe. Pessoas boas como eles têm um merecido lugar ao lado do Senhor, no Paraíso. O mundo precisa de pessoas sensíveis e bondosas como ele e seus familiares. Viva feliz na Glória Eterna, Alcir!
Euclides Riquetti
25-07-2012
Nossa! Eu também fiquei chocada! Conheci o Alcir e a família toda. O Almir participava dos grupos de jovens e era muito amigo do André. Dá uma tristeza por ele, pela dor que, adivinho, ele deve ter sentido nesses anos de reclusão. Era tão sensível!
ResponderExcluirTodos eles o eram. Que ele tenha um céu lindo e poético é o que desejo. Abraços