sábado, 29 de dezembro de 2012

O retardo da maturidade

          Ter vivido mais anos do que a maioria dos demais viventes, permite-nos ter uma visão maior e mais lúcida de algumas coisas. A mais longa obervação de fatos e comportamentos foi-nos dando base para compreender melhor as situações do dia-a-dia. Vemos muitas coisas acontecendo, considero que o coração do jovem está melhor, que tem mais facilidades do que tinhamos em nossa época "teen".

          Embora o coração das pessoas, ao meu ver, esteja melhor, menos rancorizado, o nível de tolerância delas chega ao limite com mais frequência. Dizia-me uma pessoa que muito prezo, madura, lúcida, que as pessoas da pré meia-idade ( esta é uma faixa que criei para designar os que estão entre os 30 e 45 anos), estão-se portando como se estivessem na adolescência. E os adolescentes como se fossem crianças. E, também, muito madurão querendo dar uma de "bem jovem". Acho que na história do mundo isso já aconteceu, mesmo nas gerações próximas de nós, as que conhecemos, mas que nós ainda não tínhamos compreensão e discernimento para ver e sentir isso.

          Alguns fatos que presenciei neste mês,  e que não vou ser deselegante ao ponto de reportar aqui,  me mostram o quanto o grau de intolerância se faz presente. E os pais estão com dificuldades para lidar com a situação, não porque lhes falte vontade, mas porque se sentem impotentes. Filhos contrariados chegam a atitudes extremas. Se os pais abrem guarda, dão liberdade demais, perdem os filhos por causa das "tentações" a que estão expostos. Se exercem a autoridade necessária, os filhos acham que eles não querem o seu bem, que não lhes dão liberdade, isso e aquilo, têm reações radicais imediatas,  vão por caminhos de volta difícil.

          É inegável que o diálogo, o amor, a tolerância, ajudam a reduzir as "possibilidades de risco", quase as eliminam. Mas não é uma regra absoluta.

          Além disso, a informação (a que todos temos direito, para por luz na nossa ignorância), induz à tomada das  atitudes extremas a que me referi, ou seja, os exemplos disponíveis a todo o momento  fazem a cabeça das pessoas e coisas inaceitáveis passam a ser consideradas normais, parte do jogo.

          Sei que não fui claro o bastante para chegar ao que pretendo, e nem posso sê-lo, mas deixo muitas possibilidades para que você, leitor(a),  possa compreender-me.

          Vivemos mais anos, aprendemos mais coisas, passamos por maior número de situações, favoráveis ou adversas. Mas, que a maturidade está-se retardando, está, para a maioria das pessoas.


Euclides Riquetti
29-12-2012 

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