terça-feira, 29 de outubro de 2013

Tirando o chapéu para os paraatletas dos Parajasc!

          A primeira vez que vi paraatletas atuando foi num evento no Ginásio de Esportes Dileto Bertaiolli, em Capinzal, há mais de duas décadas. Foram dois jogos de apresentação, um de basquetebol para cadeirantes e outro de futsal para deficientes visuais. Estes, jogavam na quadra com uma bola sonorizada com guizos. Os do basquete se movimentavam com agilidade em suas cadeiras e davam um verdadeiro show, fazendo muitas cestas.

          Com o passar dos anos, ouvia com alguma atenção as notícias de que paratletas estavam competindo nos Jogos das Apaes, em nível estadual. Depois, vieram as paraolimpíadas, que passaram a dar destaque a esse tipo de competição. E, há pouco mais de dois anos,  passei a acompanhar os treinamentos dos paraatletas do atletismo, aqui na pista do Clube Comercial, em Joaçaba. Nesse tempo, comecei a observar melhor e mais de perto o trabalho que é desenvolvido para a preparação deles,  que exige muita dedicação dos treinadores e dos praticantes. Ainda, passei a ter amizade virtual com a paraatleta de Lagos, Nigéria, Happinssadi Nnadi, uma "wheelchair racer" de 26 anos, que tem como sonho competir nas Paraolimpíadas de 2016, aqui no Brasil. Tenho contato frequente, inbox, no facebook, com a Nnadi, também amiga, nas mesmas condições, com a Aline Rocha.

          Agora, na semana que passou, Joaçaba, em conjunto com Luzerna e Herval d ´Oeste, sediaram os Parajasc 2013, em eventos que aconteceram nas três cidades e que oferecem as categorias para Deficiente Físico (DF), Deficiente Visual (DV), Deficiente Intelectual (DI), e Deficiente Auditivo (DA), masculino e feminino. Mais de 60 municípios participando e quase 2.000 paratletas envolvidos.

          Como resultado geral e final, tivemos: 1º lugar: Itajaí; 2º lugar: Joinville; 3º lugar: Chapecó. São as cidades que têm investido mais recursos financeiros e humanos na preparação dos atletas. As Apaes e as Associações que congregam atletas com deficiências,  a exemplo de nossa ARAD, sediada em Joaçaba, têm, juntamente com os municípios que os apoiam, grande mérito no sucesso dos atletas.

          Joaçaba, com pouco mais de 27.000 habitantes, é a cidade que mais vezes sediou Jogos Abertos em Santa Catarina. E, agora, mostrou, mais uma vez, que tem grandes condições, pelo domínio do conhecimento, em organizar, com eficiência, eventos esportivos que envolvem grande número de cidades e atletas. A Diretora da FME, Mirian Dolzan, e o Coordenador Geral do evento, Jorge Pohl, podem orgulhar-se por terem liderado, juntamente com os representantes de Herval e Luzerna, um evento que exige muita dedicação para que possa acontecer.  

          Os Atletas da ARAD, tanto os homens quanto as mulheres envolvidos com o atletismo, foram muito bem, pois nos deram 25 medalhas, sendo 15 de ouro, 7 de prata e 3 de bronze. As meninas do nosso atletismo nos deram o Troféu de 1º Lugar Geral no DF Feminino.
       
          Sabemos e temos a noção da importância de termos bons e dedicados  profissionais para atuar com esportes adaptados. E, se o nosso atletismo tem-se destacado, chegando ao primeiro lugar no DF Feminino, é porque temos a dedicação do professor Fernando Orso na preparação dos atletas. Vejo o amigo (e poeta), DF Valdir Jung ajudando-o no trabalho da Pista do Comercial. E, ainda, a alegria de todos eles, lá, muitas vezes com frio intenso, esforçando-se nos treinamentos.

          Vale destacar, também, o apoio e o carinho que todos os paraatletas têm por parte de seus familiares, que estão, na medida do possível, aplaudindo seus filhos, irmãos, primos, sobrinhos.

          Que essa "chama de amor" não se perca. Que eles, todos, atletas, técnicos e familiares, possam continuar a nos mostrar que é possível, pelo esporte, realizar a grande tarefa de incluir. Todos os participantes, de todas as cidades, são grandes vencedores. Parabéns!!!

Euclides Riquetti
29-10-2013

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