sexta-feira, 13 de junho de 2014

Revisitando o Barro Preto, em Capinzal

          Na quarta-feira, 11, revisitei o Barro Preto, em Capinzal.  Fui convidado pela professora Izabeti Bonato a dar uma palestra aos seus alunos de Língua Portuguesa. A Escola Ernesto Hachmann, por seus alunos do 5º ao 8º ano, está participando da Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa: Poemas e Memórias Literárias são as modalidades de participação. Marcamos para começar às 8,15. Cheguei meia hora antes. Gosto de sentir o clima previamente, conhecer as pessoas, conversar com elas. Conheci as responsáveis por manter o ambiente físico limpo e saudável, bem como quem cuida da arrumação dos pátios e jardinagens.

          Saindo da Rodovia Estadual,a estrada da Amizade, ali pelas redondezas dos Pelizzaro, adentrei pela estrada que leva ao Barro Preto, Barro Branco e depois ao Rio Uruguai, na divisa com o Rio Grande do Sul. Que decepção! Ora, há 23 ou 24 anos atrás, a tal estrada, de menos de 4 Km de extensão, recebeu uma obra de asfaltamento. Participei da inauguração, convidado que fui pelo Município de Capinzal, como Prefeito da cidade de  Ouro. Havia um palanque montado, em madeiras, coberto por lonas. Discursos bonitos, muitas autoridades, lembro bem. Os anos passaram e a camada asfáltica foi-se deteriorando... Provavelmente que os pais de muitos dos aproximadamente 80 alunos que me ouviram, estivessem presentes ao evento, mas agora tem-se que não houve a devida manutenção. Em resumo: a estrada foi patrolada, não tem mais asfalto, só terra e cascalho: retrocesso... 

          Acho que o acesso ao Barro Preto, cuja "vila" está bem organizada e as ruas centrais com asfalto e boa conservação, merece um projeto decente. Imagino uma "avenidona", com um canteiro de flores central,  e "duas pistas de ida e duas  de frida". E posteamento de iluminação pública distribuído nos canteiros. Seria um prêmio do Poder Público àquela comunidade, à sua história. Ali, o bravo Helmuth Hachmann e seus familiares deixaram muito de seu suor, geraram muitos empregos, muita receita tributária ao Município de Capinzal, Estado e País, com a produção de pasta para papelão e madeiras. Os seus reflorestamentos portentosos representam muito para  a economia local.

          Mas, o que me alegrou muito foi reencontrar colegas professores, como a Diretora Helena Dupont Leder, a Dona Terezinha Andrade, a Vânia Schwaizer,  e minhas ex-alunas, hoje professoras, Márcia Meloto, Veranice Lovatel, Karla Vicari Menegaz, bem como as Simone, Patrícia, Kauane, Graciele, Ana Paula, Rosi,  e o gaúcho Claudionor. A escola está bem estruturada, foi construída pelo Estado, com efetiva contrapartida de Capinzal e até da empresa dos Hachmann. Tem um Ginásio de Esportes para a prática de Educação Física, tem uma bela estrutura. Disseram-me, os alunos, que souberam que haverá uma reforma do prédio. Concordo com eles, está precisando de algumas melhorias e uma pintura nova....  

          Os alunos de lá são muito educados e atenciosos. Ouviam, até aplaudiam após minhas delcamações. Mostrei-lhes meia dúzia de poemas e li-lhes duas crônicas. Mostrei algumas técnicas de composição, do soneto, por exemplo. Falei da importância de as comunidades registrarem a história das pessoas que fizeram parte delas, por mais simples que sejam. Houve quem localizasse parentes nas personagens de minhas crônicas. Falei sobre a importância de lerem muito, de estudarem, de conhecerem o mundo através da leitura. E que tudo é possível, desde que a gente não aceite acomodação, mas sim que lute para conquistar o que se quer. Senti  boa receptividade. Acho que vão fazer ótimas produções para participarem da Olimpíada e ainda, dali, sairão escritores, no futuro. Lembro que , no passado, pelo menos dois jovens nativos  publicaram livros de poemas.

          Agradeço a todos pela atenção que me dispensarem e fico contente em ter podido colaborar com a minha ex-aluna Izabeti Bonato, hoje formada em Letras, e que está dinamizando as atividades na produção literária daquela escola. Toda a dinamização é válida e enseja resultado positivo: é aquilo que entendo como "mobilização para a aprendizagem". Parabéns, amigos do Barro Preto, em especial da Escola Ernesto Hachmann.

Abraços em todos!

Euclides Riquetti 
13-06-2014

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