quarta-feira, 30 de maio de 2018

Economia combalida, saúde doente!





       O Governo do Presidente Temer teria vindo para devolver a esperança aos brasileiros. Iniciou propondo reformas, algumas das propostas foram aprovadas e a da Previdência Social ficou em banho-maria. Propagou-se, no início deste ano, um otimismo quanto à retomada do crescimento, com elevação do nível de empregos e inflação baixa. No entanto...

       O quadro atual não nos traz alentos, mas sim preocupações.  Temer fragilizou-se politicamente, está com baixíssima popularidade e sem credibilidade.  Está cercado de ministros que são alvos de denúncias e investigações policiais, e alguns fatores externos estão ajudando a afundar-nos de novo. O preço do petróleo chegou a US$ 80,00 para o barril do Brent na semana que passou. E, na “prática nacional”, houve sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis. O Brasil compra o Brent, que é o petróleo de melhor qualidade, para produzir combustível que precisa entregar a países vizinhos, por preços contratados nos últimos anos, para cumprir com essas obrigações contratuais. Não consegue produzir com o nosso petróleo e estamos perdendo dinheiro, vendendo a preço menor do que pagamos. O governo concedeu a exploradores privados os melhores lençóis petrolíferos e ficou com os piores do Pré-sal para si.

        Ainda, há uma acentuada desvalorização cambial, com o dólar chegando a ser vendido a mais de R$ 4,00 no mercado paralelo, designativo termo para o antigo “câmbio negro”. Além disso, o número de pessoas subocupadas  no Brasil,  segundo fontes não oficiais, passa dos 27 milhões de pessoas. Bem mais do que mostram os índices oficiais. Temos uma dívida pública assustadora, baixa produtividade na produção, pouco investimento e baixo índice de poupança. Enquanto isso, o Governo propagandeia a recuperação da Petrobras, que vem encima dos altos preços que cobram pelos combustíveis.

       Além disso, dentro das empresas, muitas pessoas estão produzindo menos do que deveriam, com empresários segurando emprego para trabalhadores dos quais teria que se desfazer, na esperança de que as coisas melhorem logo e estejam preparados para atender as necessidades do mercado consumidor. Estão financiando seu prejuízo.

        Enquanto isso, crescem as denúncias de corrupção, os cidadãos cegam-se em razão das preferências partidárias, não temos nenhum candidato a Presidente que inspire grande confiança, e nos deparamos com uma série deficiências em diversos setores da administração pública. Temos níveis de educação vergonhosos, filas nas casas de saúde, pouco dinheiro, gestão fraca e pouca criatividade no setor da saúde. A saúde está doente! Enquanto isso, em Capinzal, cidade aqui vizinha, a Prefeitura está tomando em aluguel o prédio do desativado Hospital São José, que atendeu por 70 anos e acabou fechando por amargar prejuízos. Vão poder instalar a Unidade Central de Saúde, melhorando o nível de atendimento dos usuários do SUS, com melhor padrão de atendimento e a possibilidade de instalação de mais equipamentos. Projetos para aquisição de equipamentos, quando bem elaborados, são bem sucedidos para a liberação de dinheiro por parte do Ministério da Saúde. Algumas cidades têm mostrado boa capacidade de gestão e criatividade para melhorar o padrão de administração. Outras, estão com equipes apenas de apadrinhados, com baixo ou nenhum conhecimento técnico, que pouco resultado dão aos municípios.


Euclides Riquetti – Escritor – Membro da ALB/SC

        
Para o Jornal Cidadela, de Joaçaba - SC
25-05-2018

Um comentário:

  1. Riquetti, realmente a coisa tá preta.
    Não concordo com a "esperança" que o povo tinha quando esse escroque ajudou a dar o golpe e se deu bem. Na verdade, ele é o mais legítimo representante do PSDB de FHC.
    Ele é carta marcada, basta ler os diálogos de Romero Jucá e Machado, em maio de 2016.
    Foi o mercado quem o colocou, então, trata-se da continuação do vergonhoso trabalho de FHC contra o Brasil, em seus dois governos. Quem não lembra da entrega do patrimônio público: Telecomunicações, Vale do Rio Doce, parque gerador de energia, a entrega da Petrobrás... que começou ali.
    Toda essa sujeira teve a chancela do legislativo e do judiciário sob às benças da velha mídia vendilhona.
    Então, não é a greve dos caminhoneiros que me assusta, o que me assusta é a continuação dessa política desastrosa.
    Falam muito em corrupção, que realmente é um cancro, mas pior que isso é uma má gestão, e você sabe muito bem disso.
    "Fora Temer", fora mercado, fora entreguistas.
    Tá sobrando Maria Antonieta e faltando Robespierre, neste nosso Brasil.

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