segunda-feira, 14 de setembro de 2020

A política como ela é

 

Crise política se resolve no âmbito político - Sul 21

       A vida da população brasileira mudou radicalmente neste ano em que uma pandemia provocada pelo aparecimento do novo Coronavírus espalhou-se pelo mundo. Nesse tempo, vêm-se polêmicas por causa da mistura dos assuntos da política com a Covid 19, doença que tem matado pessoas em todos os continentes do mundo e os meios de combate a ela.  As incertezas nos são trazidas pelos próprios profissionais da saúde, pelas autoridades e pelos que têm nas mãos o Poder de Imprensa. Enquanto isso..

       O fim de semana, aqui em Joaçaba, nos trouxe a notícia do passamento do Sr. Avelino Bragagnolo, uma pessoa muito estimada, merecedora de nosso respeito e admiração. Conheci-o há pelo menos uns seis anos, quando ele ia fazer suas caminhadas na pista do Clube Comercial. Fomos fazendo uma amizade que guardo com muito carinho em minha memória. Ele me contou de sua vida, dos tempos da Barra do Leão, de que conhecera meu pai quando este foi diretor do Grupo Escolar André Rebouças. Trocávamos ideias sobre a vida, sobre o trabalho das pessoas, sobre as pessoas serem honestas e valorizarmos os que merecem.

       Contou-me uma vez que fora participar da Expovale, em Capinzal, e lá vira uns novilhos  bonitos. Nem era de seu interesse arrematar gado, mas perguntou a quem pertenciam e descobriu que eram do Álvaro da Silva, um dos proprietários da Bitter Águia. Ele perguntou de quem o Álvaro era filho e soube ser filho do Adelino da Silva, o popular “Laco”. Adquiriu os animais e disse que mandaria um caminhão lá para apanhar as reses, pois ficara contente em ver que pertenciam ao filho de um amigo dele, mais por esse fato. Nesse dia, eu fiquei ainda mais seu admirador, pois via a generosidade de sua alma, a simplicidade de um ser humano que veio à Terra só para fazer o bem. Outro amigo, o Valdecir Piovesan, sócio-proprietário do Hotel Joaçaba, sempre me falava do apoio que teve do Sr Avelino quando trabalhou na fábrica dele, na Barra Grande.  Adiante, estive proferindo uma palestra na Escola André Rebouças, no Leão, e a Diretora me perguntou quem eu achava que merecia ser o patrono da Biblioteca daquela escola e eu falei que o merecedor seria o Sr. Braganolo.  Aí veio a pandemia e o projeto não prosperou.

        No domingo, o Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso publicou um artigo no jornal O Estado de São Paulo, em que, dentre outras coisas, escreveu:“Cabe aqui um ‘mea-culpa’. Permiti, e por fim aceitei, o instituto da reeleição (...). Devo reconhecer que historicamente foi um erro”, conclui o ex-presidente.  A  emenda da reeleição, promulgada em 1997 pelo Congresso Nacional, foi o maior exemplo de casuísmo que nossa História já viu. Até hoje se fala, e beneficiários até fazem chacota, sobre a compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda. Reduziu-se o mandato de 5 para 4 anos, com possibilidade de reeleição. Foi conveniente para muitos políticos e o resultado é o que temos visto. FHC deveria dizer também por que motivo segurou a cotação do câmbio, à época, para melhorar seu prestígio junto aos brasileiros, para demonstrar que nosso Real muito valia. Ganhou o título de “Pai do Real”, quando o mérito foi de Itamar Franco, um presidente simplório que se atrapalhava em algumas ações, mas que foi um dos mais justos que tivemos, e cuja equipe ajudou a promover os ajustes que nos levaram à estabilidade econômica.

       Outra “fera” que saiu da jaula na semana foi o Senador Renan Calheiros, que levou a melhor numa ação contra o procurador Deltan Dallagnol, cuja competência vai sendo desconstruída pelos métodos que ele e aquele Juiz que se demitiu do Ministério da Justiça usaram para incriminar políticos e empresários, baseados em delações premiadas, sem dar a chance de ampla defesa aos que condenaram. Não que estes fossem santos, não o eram certamente, mas os métodos que utilizaram são condenáveis. Calheiros já começou a ocupar espaços no meio televisivo, cheio de razão, cheio de opinião, mas nós sabemos muito bem de como são seus métodos de perpetuação no Poder. Faz parte do “A política como ela é”!

       Mais três candidatos a prefeito estão sendo comentados na cidade: Rafael Laske (PL), Chico Lopes (PSL) e Doutor Franklin (PT). E deverão aparecer outros mais. Na semana passada, falei sobre a importância de se comprometerem com a construção do Contorno Viário de Joaçaba. Agora, fica outra pergunta a todos os candidatos: 1) Vai incluir em seu Plano de Governo a implantação do Contorno Viário? Já conversou com parlamentares de seu partido ou aliados sobre a possibilidade de apoiar projeto nesse sentido? Sabe que as cidades vizinhas, como Catanduvas, Capinzal, Lacerdópolis, Luzerna, Herval d´Oeste e outras aqui da AMMOC já têm seus Distritos Empresariais andando e que muitas empresas optaram por fazer investimentos em outras cidades porque aqui não sentiram a guarida necessária?

Euclides Riquetti – Escritor e ex-Prefeito da cidade de Ouro – SC

www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

 

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