sexta-feira, 23 de julho de 2021

As péssimas avaliações dos Poderes da República e os seus gastos abusivos

 



       Já faz muito tempo que os três Poderes de nossa República estão em desgraça perante a opinião da população brasileira. A falta de seriedade da classe política e a busca de protagonismo nos cenários teatrais que são montados em Brasília e em alguns estados, tudo na tentativa de ganhar a simpatia do eleitor, sempre eivados de demagogia e fala fácil, fazem com que as pessoas, cada vez mais, detestem muitos desses atores. Ninguém tolera mais a enganação, quer na política, no futebol, no meio artístico e na imprensa. E, o que é preocupante, é que cresce a descrença no Poder Judiciário.

       Tenho procurado diversificar ao máximo minhas buscas de material para leitura informativa. No momento, o pessoal está pegando geral em tudo o que lhe incomoda. Notícias falsas ou verdadeiras estão aí, colocadas conforme a conveniência de quem as propaga. Uma, bem real, atraiu minha atenção nos últimos dias, disseminada por uma Rede de Televisão brasileira, referindo-se ao STF. Passei a buscar mais informações e vi que no primeiro semestre deste ano, o Supremo já gastou mais de meio bilhão de reais, o que nos projeta as despesas de mais de um bilhão em 2021. Temos 11 ministros de alta toga, sendo que cada um tem 269 funcionários. Uma estrutura fabulosa, com um capital intelectual de elevada monta, que poderia ajudar as coisas a fluírem, mas que não andam porque os políticos, principalmente do Congresso Nacional, e do Executivo, lhes dão muita mão-de-obra. E isso é fruto daquilo que os ministros têm plantado, pois são tão contraditórios entre si, que semeiam dúvidas em vez de clareza jurídica. Intrometem-se nos outros dois Poderes, Legislativo e Executivo, como se fossem os eleitos para legislar e executar.

       Os ministros do STF são colocados lá por indicação de presidentes da República e sua aposentadoria compulsória, que era aos 70 anos, passou aos 75, sob a justificativa de que quanto mais experientes, mais podem ajudar a nação. Há controvérsias. Há salários altos. Há vaidade. Há teatro e votos excessivamente demorados nos julgamentos. E há a indignação da população, que rejeita aqueles juízes. Ganharam o cargo que ocupam e devem obrigação aos que os colocaram lá. Vejam isso:

- Marco Aurélio Mello, ficou lá por 31 anos, foi colocado pelo primo Fernando Collor de Mello. Aposentou-se no início desta semana, dia 12 de julho de 2021.

- Ricardo Lewandoski, indicado por Lula em 2006, vai permanecer no STF até maio de 2023.

- Rosa Weber, indicada por Dilma Rousseff, em 2011, fica até  outubro de 2023.

- Luiz Fux, indicado por Dilma Rousseff em 2011, fica até abril de 2028.

- Cármen Lúcia, indicada por lula em 2006, fica até abril de 2029.

- Gilmar Mendes, indicado por Fernando Henrique Cardoso em 2002, fica até dezembro de 2030.

- Edson Fachin, indicado por Dilma Rousseff em 2015, permanece até fevereiro de 2033.

- Luís Roberto Barroso, indicado por Dilma Rousseff em 2013, permanece até março de 2033.

- Dias Toffoli, indicado por Lula em 2009, vai até novembro de 2042.

- Alexandre de Moraes, indicado por Michel Temer em 2017, fica até dezembro de 2043.

- Kássio Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro em 2020, permanece até maio de 2047.

E agora, com a aposentadoria de Marco Aurélio, Bolsonaro vai indicar André Mendonça, 49 anos, que ficará até dezembro de 2047.

       Isso, sim,  que é vida mansa! Conforto de tudo o que é jeito, refeições “top da balada”, salário igual ou superior ao de Presidente da República, motorista, garçom,  holofotes, prepotência, arrogância... Por essas e outras, são pessimamente avaliados pela população que trabalha muito, é altamente tributada,  e ainda maltratada!

Euclides Riquetti – Escritor 

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

em 16-07-21

 

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