Participamos, neste sábado, 16 de junho de 2012, da Décima-quinta Noite do Queijo e do Vinho, que nossos oriundi, em seu dialeto "Talian", muito próximo do Vêneto, chamam de "Note del Formaio e del Vin", evento que vem sendo promovido desde 1998, e que, naquela época, foi sugerido ao Grupo Pìccola Itàlia del Oro pelo então Prefeito Sérgio Durigon. É o principal evento no gênero em Ouro e acontece no Clube Esportivo Floresta.
No Meio Oeste Catarinense, Vale do Rio do Peixe, acontecem muitos jantares e bailies italianos, todos os anos. Mas cada um tem suas próprias características: Capinzal tem sua Noite Italiana, ou Festa Italiana, concebida pelo saudoso Prefeito Celso Farina, que acontece em julho. Luzerna tem seu Baile/Jantar Italiano, promovido sempre em meados de junho. No ano passado, participei do de Arroio Trinta, convidado pelo Prefeito Cláudio Sprícigo.
Arroio Trinta é a Capital Catarinense da Cultura Italiana. Tem um mirante com vista fabulosa, menos em dias com neblina, por causa da considerável altitude. Tem sua Casa da Cultura, uma réplica de um casarão construído pelos colonizadores. Tem um portal que reproduz a arquitetura de Veneza, sobre um riacho que corta a cidade, e o prédio da Preferitura, em estilo italiano, é muito bonito. Um bom Hotel, com ótimo café da manhã. A cidade está consolidando seu "gemelaio" com uma cidade da Região da Emília Romana, na Itália. Seu Prefeito, o Sprícigo, costumo dizer-lhe, é um sósia do ator Giuseppe Oristânio, que fez algumas novelas na TV Globo. Aliás, já pediram até autografo ao Prefeito, num aeroporto, certa ocasião, achando que era o ator.
Essas manifestações culturais dos descendentes de italianos, filhos, netos e bisnmetos de italianos que chegaram à Serra Gaúcha a partir de 1875, ajudam a resgatar a cultura das cidades e possibilitam muito entretenimento, com variada gastronomia, danças típicas, vinhos coloniais ou de parreiras viníferas de altitude, e muita música.
A Noite do Queijo e do Vinho deste ano seguiu o padrão das demais, com muita comida toda a noite(não é jantar). A decoração do ambiente é bem característica e harmoniosa. Os integrantes do Píccola Itàlia vestem-se impecavelmente, preaticamente com novo figurino a cada ano. De início, um grupo de 7 casais de adolescentes, coreografados pela Professora Tatiane Viganó, faz sua apresentação inicial e depois os casais de adultos também apresentam suas coreografias e canções. O Ildo Cicconet dirige a parte de cantos e o Valdir Bonato, com sua gaita, executa as músicas. O baile ficou a cargo do grupo Ragazzi dei Monti, de Monte Bello, RS. Aliás, é uma forma repetida, mas solicitada pelos participantes, uma vez que atingem em cheio o gosto dos que frequentam a festa. Álvaro e Mara, os dois líderes e vocalistas, interagem com muitas piadas divertidas, durante todo o evento. É o grupo ideal para animar e fazer-nos rir, muito, muito.
Uma inovação neste ano foi a apresentação de um vídeo, na abertura, com um resumo de toda a história dos bailes que aconteceram no Floresta, por eles organizado. E é aí que somos remetidos à saudade. Observamos que algumas pessoas amigas, que aparecem na tela, não estão mais entre nós: A Edite Zanini, o Zacarias Tessaro, o Pedro Zaleski, o Olivo Zanini, o Rozimbo Baretta, que aturaram nos primeiros anos. Também sentimos a falta de outras pessoas que, por causa da idade ou outros motivos, ficam em casa, apenas lembrando: a Dona Mirian Doin, o Reinaldo Durigon e sua Esposa, e a Dona Ida Caldart, mãe do Renô, Rogério e Roberto, que no ano passado lá esteve, cabelinhos brancos, sem aquela "força" que sempre teve, mas esteve lá. E há aqueles que, por uma ou outra razão, afastaram-se do grupo, tomando outros rumos. Todos, de alguma forma, fazem falta...
Foi uma noite maravilhosa, as pessoas dançaram muito, todos os gêneros. Mas vem a hora do tango, e sobram poucos casais: sempre os primeiros a adentrarem a pista, o Adelir e a Elba Baretta, o Darci Baretta e a Iraci, e mais uma meia dúzia de pessoas corajosas. O Vilson Dambrós e a Ruth já haviam saído. Nesses momentos lembramos de quantas vezes vimos o saudoso João Fontes e a Dona Léa, o Plauto Dambrós e a Selvina, no passado, dançando tango. O Severino Dambrós e a Marília também mandaram muito bem nesse gênero ao longo da história do Ateneu e do Floresta.
Muitos dos presentes vieram de outras cidades, para onde foram, mas que escolhem momentos assim para rever seus familiares, amigos, e fazer MUITA FESTA, QUE NINGUÉM É DE FERRO.
Parabéns ao pessoal do Píccola pela beleza e nível de organização!
Euclides Riquetti
17-06-2012
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