sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A amizade da Jujuba e da Pietra!

          Quem de nós não teve um  amiguinho ou amiguinha de infância? Há os que têm até amigos imaginários. Eu os tive verdadeiros, em carne e osso, vivinhos e espertinhos da silva. E, por falar nisso, como todo o avô que se preza, eu também tenho orgulho de minha netinha, a Jujuba, é minnha amiguinha, que fez três anos em abril. Ela recolhe o jornal e me traz: "Vovô, olhe aqui o seu jornal!" E outras vezes me traz o radinho de pilhas, meu radinho de pedreiro que ganhei da Carol e da Michele. É que todo o pedreiro tem que ter um bom rádio para escutar no serviço. Traz-me o pen-drive, CDs, chinelos. Sem essa de exploração de mão-de-obra infantil, que ela faz isso porque quer...

          Mas hoje foi meu dia de fazer uma surpresa para ela e sua amiguinha Pietra, que mora aqui pertinho de casa. Com o vô dela, o Pedro, aprendi a fazer um belo balanço. Elas se procuram através das hastes das cercas, se chamam, querem se ver e brincar. E a tropa da idade avançada compactua, alegremente, com isso.

           Reservei duas latinhas dessas de conservas de uns 200 ml, um barbante de algodão de 5 metros para fazer-lhes um telefone com fio. Primeiro mostrei-lhes a diferença entre um celular, sem fio, e o telefone convencional, com fio. Mostrei, deste, por onde o fio sai  de casa, passa pela mureta, sobe  por um cano galvanizado e depois atravessa a rua, dobra a esquina e se gruda  lá na casa da Dona Terezinha, a bisavó da Pietra. E expliquei que a voz é  conduzida através do fio e vai  parar lá  no outro fone. Disseram que entenderam. Não sei se posso acreditar. Alunos na escola,  sempre quando o professor pergunta, dizem  que entenderam tudo e, depois, na hora da prova...

          Com um prego, fiz um furo no fundo de cada lata. Perpassei  o barbante, dei dois nós, corrigi  as bordas das latinhas para que não se cortassem, e ensaiei uns telefonemas. Fazíamos assim quando éramos pequenos. Procuro fazer com que tenham as mesmas experiências que tive quando criança. E elas assimilaram, vão brincar muito de telefone, ainda.  Ela também trouxe-me, outro dia, um carrinho de papel que fez lá na Escola Girassol e me deu de presente. Brinquedos convencionais são instigadores, motivam para a criatividade.

          Nessa semana, duas coisas que a Jujuba fez me fizeram rir. Primeiro, perguntou-me se eu sabia por que os cachorros fazem xixi nas rodas dos carros. Respondi que seria porque as rodas são quentes e atrai o xixi deles. Ela me disse: "Não, é porque eles são safadinhos! Tive que concordar. Pedi-lhe quem lhe ensinou isso e ela me disse que ninguém a ensinou, que sempre vê cachorrinhos fazerem isso..

          Depois, ela estava com as duas mãos ocupadas em mexer com massinhas coloridas, fazendo coisas: bolachas, lápis, balinhas, me ensinava. A vovó pediu-lhe para  ajuntar um lápis do chão e veio a resposta: "Não posso, vovó. Não vê que eu só tenho duas mãos?"

          Lembrei-me da sobrinha da Lili Braun, a Luciane, que ainda pequena pediu para sua mãe se os cabelos de sua vovó eram brancos por causa das artes que esta  fazia para a avó. Ah, mas isso faz muito tempo, foi em 1975 lá em União da Vitória. Agora essa menininha deve estar bem grandinha, uma vez que sua avó está com 88 anos.

          Bem, crianças são nossa verdadeira alegria de viver. Basta que prestemos antenção para ver quantas coisas engraçadas elas fazem. E, como dizem as vovós: quando elas estiverem fazendo algo em silêncio, cuide bem, pois estão aprontando alguma coisa. E a Jujuba e a Pietra não são diferentes!

Euclides Riquetti
02-08-2013



     

         



    

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