Quem não tem muitas boas lembranças de sua avó? - Ora, crianças, frequentemente são cuidadas pelas avós, afinal, são as que mais dispõem de tempo, uma vez que a grande maioria delas já cumpriram seu tempo de trabalho profissional e, aposentadas, elas mesmas procuram algo com que se (pre)ocuparem. E, há no mundo preocupação ou ocupação melhor do que cuidar de um netinho, uma netinha? Ah, certamente que não há! E o vovôs? Bem, esses estão aí para dar às crianças aquilo que os pais modernos não dão, porque leram na literatura (farta, por sinal...), para aprender como cuidar de um bebê ou como educar um filho". Pape de vovô não é muito diferente do que o da vovó.
Essa geração de pessoas bem maduras que está no estágio "pós-vovó", não precisa de nenhuma consultoria para saber como lidar com crianças. Elas não precisam de supernânis ou de qualquer outro tipo de conselheira do lar. Elas têm no seu interior a autoridade da experiência e do conhecimento, sabem dizer não quando é preciso, não têm nenhuma culpa em relação a terem se omitido em algum momento, nem deixado de estarem presentes sempre que isso se justificou.
Vovós sabem quando a criança está doentinha, sabem qual o remedinho certo, qual o chazinho ideal, sabem quando há manha apenas, sabem até o que as crianças estão pensando...E ainda deixam as netinhas usarem os vestidos, os sapatos, os colares, as pulseiras, os chapéus, os cintos da vovó para suas brincadeiras, seus desfiles pelos corredores e pelas salas das casas...
Netos são alegria da casa. E, hoje, por serem tão poucos, recebem a atenção redobrada, triplicada, pois quantas titias e avós postiças estão aí a candidatar-se para ajudar ( e a mimar...), as adoráveis crianças da presente geração.
E as vovos têm bem clara a importância do papel delas em ajudar as crianças em tempos em que as mães trabalham fora, estudam, têm compromissos para todas as horas do dia e da noite.
E nós, os vovôs, qual o nosso papel? Bem, nós temos que fazer a nossa parte: cuidar bem da vovó para que ela possa continuar a ter energia e vitalidade suficientes para fazer tudo o que a criança precisa. E ainda inventar brnquedos convencionais, fazer balanços com pneus e cordas, carregar no cavalinho do pescoço, jogar bola e ajudar a localizar bons filmes de desenho na TV.
É uma pena que os pais, muito focados em seu trabalho, seus projetos e vida pessoal, estejam perdendo de vivenciar momentos que jamais voltarão, ois as crianças crescem muito depressa e, quando vemos, não cabem mais em nosso colo, nem mais o desejam.
Será que os pais atuais terão que esperar também para que se tornem avós e possam ter o tempo disponível para sentir quão relevante e maravilhosa é a vida da criança, e quanta luz ela nos traz?
Euclides Riquetti
28-07-2013
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