quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Amílcar, os Embargos Infringentes e as Novelas

          Liga-me, indignado, o Amílcar. "Riquetto, tchó, tu vio? Aquele Ministro Sérgio de Mello votô pra que os Mensalero num vão pra cadeia! Ma que cosa, Riquetto?!"

          Falei que vira na internet a notícia e até relatei no meu facebook, mas que não era Sérgio, era Celso o nome do Ministro do Supremo. E que eu já imaginava que isso ia acontecer,  porque ele já votou nesse sentido no passado, que até falei para o amigo lá do Porto, o Osvaldo Bet, meu compadre, que isso ia ser assim. Que agora foi sorteado um ministro para ser o relator de um novo processo, que vai apreciar os recursos e toda a situação, e que esse Ministro, o Luíz Fux, é aqui de Faxinal dos Guedes, aqui pertinho, na ida para Chapecó. Que ele havia votado contra os embargos, mas que agora tudo pode acontecer, porque vai ter muita protelação, muitas chicanas, que vamos demorar a ver o julgamento, que provavelmente, até lá, alguns desses acusados nem mais estejam vivos quando isso acontecer.

          Isso tudo só aumentou a indignação do Amílcar, porque ele achava que tudo ia ser diferente. Pergntei-lhe como havia passado desde nosso encontro em General Carneiro, há um mês.  Disse que está tudo bem, só que têm aparecido "uns frio" a mais, que pensava que o tempo ia ficar melhor, com menos chuva e mais sol. Então ele me explicou aquela situação de que "geada em cima de barro é chuva" , que é um ditado que os italianos aqui do Sul usam para dizer que, depois das chuvas, se vier uma geada, a chuva volta. Falei-lhe  que vamos ter um fim de semana muito chuvoso aqui em Joaçaba. Perguntei-lhe sobre a patroa, disse-me que ela continua pegando no pé dele porque de vez em quando desaparece para jogar um "isnuque".

          Perguntei-lhe se ainda assiste a novelas e disse-me que sim, mas veio com uma história muito hilária, que me fez rir muito: "Olha, Riquetto, na sextafera pensei em assistir o último capítolo da Flor do Caribe e na hora tava na casa da sogra que a patroa foi lá levá uns anholine pra ela por num brodo. Deu seis e poco e eu ficava olhando pra televisón e nada de ela  ligá. Tava já muinto ansioso, sentado numa carega e olhando pra ela num armário do lado da geladera. E nada de a sogra ligá o apareio. Inté que ela foi lá e abrio e puxô o vidro e num é que ele se abrio? E botô um copo de leite drento e apertô dois botón e acendeu uma luiz e teve uns baruio de uma cosa arrodiando e saiu de lá um copo de leite fervendo despois de um minuto. Achei tudo muinto esquisito e intón me explicô  que aquele era um forno de eletricidade,  que disse que se chamava microonda. E eu isperando que ligasse pra vê o último capítolo da novela!... Ah, ma nun  aguentei e fui na sala e tinha uma Tevê véia daquela que eu sabia ligá e consegui vê a novela do Caribe"... Magine, um forno bem ingual de uma televisón!...

          Perguntei-lhe o que achou do final da novela e ele disse que se decepcionou, porque achava que o Alberto tinha que pagar pelas maldades que fez e isso não aconteceu. "Foi masomeno como o julgamento do Mensalón: o dootorzinho num foi pra cadeia, o Hélio, aquele bandido, ficô numa boa, inté ficô com una manorada, só o véio Dionízio que foi pra cadeia, mais  por una questón do istrangero, ele era um nazista de marca maió.  Se fosse por una  questón brasilera, nem aquele ia preso!  E tu vai vê que na otra novela, aquela Amora, bem bonitinha mais muinto ordinária,  vive aprontando e nem vai acontecê nada cum ela quando a novele terminá, nem co Félice, da novela que vem despois, que é um baita dum mentiroso, um criminoso. Só dón  mal exempio pras criança!

          E nosso papo foi longo, mais uma vez. Ainda bem, que temos o Infinity-pré! Se não fosse assim,  haja conta de telefone!


Euclides Riquetti
19-09-2013

                   

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