quinta-feira, 17 de abril de 2014

Turismo Rural no Planalto e na Serra Catarinense, com vinho

          O último fim de semana foi muito auspicioso. Diversão, conhecimentos, novas amizades e... mordomia! E, quem não gosta de comer bem, divertir-se, dormir num lugar tranquilo e confortável?

          Pois na sexta-feira saímos para Lages. Primeiros dias de friozinho do outono, lugar bom para se estar é a Serra Catarinense. Fomos com um grupo organizado pelo SESC de Joaçaba, articulado pela Valdineia, uma sesqueana muito competente.  E a Liliana, Coordenadora de Educação, também foi, mas na condição de cliente. Passamos um ótimo tempo por lá. Na sexta à noite, uma roda de chimarrão, com animadores do SESC contando "causos" e cantando músicas nativistas. Muita alegria na parada!

         No sábado pela manhã, o pessoal jogou "golfe rural", andou em charrete, caminhou por trilhas, navegou em pedalinhos no formoso lago defronte às cabanas da Pousada Rural SESC, de Lages.  Havia muita recreação. Tenho dito que o "Padrão SESC é bem melhor que o Padrão Fifa". E é!

          Outro  ponto alto foi a ida a São Joaquim. Não pela cidade, em si, pois acho que, pela fama que tem, precisa melhorar muito seu visual para receber turistas. Há muito que ser revisto, ainda. Têm um atrativo fenomenal que é a ocorrência de neve no inverno. Mas isso não garante sustentabilidade. O que salva a situação, é a visita à Casa dos Vinhos, onde há muita variedade de bons vinhos, desde os da região até os de outros países da América do Sul e da Europa. Os vinhos e espumantes das áreas  de São Joaquim, hoje, estão dentre os melhores do país e, digamos, do mundo. Nada ficam a dever aos dos outros países.

          Passamos pela Villa Francioni, a vinícola situada na área rural, num elevado, em que a composição da paisagem da arquitetura da sua edificação se sintonizam e harmonizam. Quase que indescritível! A Francioni foi um projeto audacioso do empresário Dilor de Freitas, antigo dono da Cerâmica Cecrisa, empresa de Criciúma. Apaixonado por arte e por vinhos, reuniu uma equipe e foi visitar os melhores vinhedos e vinícolas da Europa e fez projetar a Villa. Escolheu o que julgou ser o melhor terroir de Santa Catarina para produzir vinhos de altitude e ali fez plantar as mudas de parreiras que trouxe da Europa. Para a edificação, onde o vinho se desloca nos ambientes por gravidade, aplicou 650.000 tijolos maciços, colhidos em demolições de casas de Criciúma. Trouxe a porta de entrada da Tailândia, na verdade um janelão de um templo. Um lustre que pertenceu à Família Real Portuguesa, e assim por diante.Os melhores vinhos, com incomparáveis sabores e nas mais nobres variedades podem ser encontrados na Villa Francioni.

          Pinturas de Juarez Machado se distribuem na decoração das paredes. Vitrais esplendorosos enfeitam as entradas de luz natural. Luminárias belíssimas completam a beleza da decoração. Alvenaria de tijolos combinados com madeiras nobres dão um belo charme ao lugar. Barris de Carvalho Francês, pipas em aço inoxidável, escadarias com corrimões artesanados de aproveitamento, pouquíssima luminosidade e caves encravadas no basalto, onde se verifica uma temperatura de 11 graus criam um ambiente propício aos olhos dos visitantes e à  produção de vinhos com altíssima qualidade. Do simples "Joaquim", passando pelo "Dom Francesco" e chegando aos mais nobres, aqueles que permanecem até quatro anos em barris de carvalho e com produção limitada, em garrafas numeradas, ali se respira qualidade. Dilor de Freitas morreu de mal súbito em 2004, ainda antes de sua obra ficar concluída. Hoje, seus filhos compõem no Conselho de Administração da empresa, que altamente profissionalizada.

          Nossa excursão, só pela possibilidade de conhecer a Pousada Rural do SESC, em Lages, e a Villa Francioni, já valeu a pena. Isso sem contar com mais de 30 novas amizades,  inclusive com uma turma de São Paulo que ali estava hospedada.

          Podemos asseverar, sim, que Santa catarina é uma Estado que sempre tem muitas surpresas a nos oferecer. Surpresas boas, lugares  maravilhosos que merecem a visita de turistas do mundo todo. E, para nós, que aqui moramos, onde tudo é tão perto, temos mais é que usufruir de tantas comodidades e belezas a curtir.

         Abraços à adorável família sesqueana! Parabéns à Família Freitas por orgulhar Santa Catarina.

Euclides Riquetti
17-04-2014

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